Aos 22 anos, Son-Heung Min ainda não é o melhor jogador asiático da actualidade do futebol (na minha opinião é o japonês Keisuke Honda) mas tem tudo para o ser num futuro a médio prazo.
Agilidade, rapidez, muito técnico no controlo da bola a alta velocidade e na capacidade que tem de fugir às faltas, velocidade nas transições quando chamado a desempenhá-las no contra-ataque tanto pelo flanco direito como pelo esquerdo (no Leverkusen, o flanco-direito é quase sempre entregue a outro jogador muito veloz, Bellarabi) e uma capacidade ímpar de remate fora da área com os dois pés fazem deste coreano de 22 anos um jogador excitante que a meu ver irá rapidamente entrar na grande elite do futebol mundial. Actuando preferencialmente nos flancos (não descurando por exemplo fazer a posição de segundo avançado; no Leverkusen não tem grandes hipóteses para jogar atrás de Kiessling porque a posição 10 pertence ao dono daquilo tudo, nada mais nada menos que Çalhanoglu, outro jogador que os farmecêuticos foram resgatar por uma pipa de massa a Hamburgo; Çalhanoglu não se chegou a cruzar com o coreano em Hamburgo porque foi adquirido ao Karlsruhe com os valores pagos pela transferência do primeiro para Leverkusen), a rapidez de movimentos e a fortíssima capacidade de drible pode fazer com que o coreano parta constantemente para cima dos laterais adversários ou posicione-se numa posição mais interior à entrada da área (aproveitando por exemplo o balanço ofensivo interessante que tem laterais como Tim Jedvaj ou Wendell) para fazer 1 de 2 processos: combinar com o lateral e ir receber deste dentro da área ou receber do lateral nessa posição interior para rodar sobre o defensor e aplicar o seu poderosíssimo remate à entrada da área.
Sentindo-se confortável nos dois flancos, o internacional coreano descoberto em 2008 no Seoul FC\Selecção Coreana de sub-17 pelo departamento de scouting do Hamburgo (os olheiros da Bundesliga estão em força no mercado asiático; neste momento em toda a Bundesliga jogam 19 coreanos e japoneses nos planteis principais do elenco da Liga) foi um dos indiscutíveis beneficiários do efeito Guus Hidink, ou seja, de todo o programa de trabalho aplicado na formação sul-coreana pelo treinador holandês aquando da sua passagem pelo comando e direcção técnica daquela selecção entre 2000 e 2002, sendo convidado em 2010 para a Academia do Hamburgo aos 16 anos. Os 9 golos marcados na pré-temporada em 2010\2011 valeram-lhe um contrato profissional com a equipa do Norte da Alemanha e desde aí foi sempre a subir: 73 jogos oficiais pelo Hamburgo em 3 temporadas, 20 jogos e um bilhete para jogar em Leverkusen devido às dificuldades financeiras atravessadas em 2013 pela equipa da liga hanseática, numa transferência a rondar os 10 milhões de euros, concretizada precisamente pelo director desportivo da equipa de Leverkusen, um confesso admirador das suas capacidades: nada mais, nada menos que o histórico Rudi Voller.
O ano de 2010 também iria marcar a ascenção de Son aos convocados da selecção sul-coreana, subindo desde então de promessa do futebol daquele país asiático a líder indiscutível da selecção no Mundial do Brasil.