Momentos #42

O golo é um frango. Mas não apaga o genial lance do mustang que salvo Lopetegui de mais uma salva de fogo cruzado. Depreende-se o óbvio, indiferente do estilo de rotação que o técnico visa executar: Quaresma é um fixo no onze do Porto doa a quem doer porque é um jogador que num lance repentido saca de uma grande acção individual e resolve uma partida que esteja a ser difícil de desbloquear. Compreende-se que o treinador se sinta mais motivado a actuar com os jogadores que bem conhece do trabalho de campo executado nas selecções de Espanha (caso de Adrián) porque todos os treinadores gostam de trabalhar com jogadores que conhecem profundamente tanto no plano desportivo como no plano mental, pessoal e social, mas, negar a titularidade a Quaresma nesta altura do campeonato é como dar um tiro no próprio pé. Ou cavar a sua própria sepultura, tendo a noção da influência do jogador no balneário e junto dos dirigentes e adeptos do clube.

O FC Porto pode considerar-se apurado para a próxima fase.

 

O rei vai nu!

Ocorridas quase 24 horas da vergonha que aconteceu em Gelsenkirchen, não consigo de maneira nenhuma compreender a razão que tem motivado o silêncio da UEFA. Para uma instituição que apregoa aos sete ventos os valores do respeito e do fairplay no futebol, a omissão e a não-responsabilização dos actos cometidos que toda a europa repudiou e criticou, só me pode fazer concluir que no fim de contas, as bandeiras apregoadas por aquele organismo são puros clichés que só servem para serem inscritos nos galhardetes que são distribuídos nos jogos organizados pela instituição e prestar uma falsa mensagem a todos os agentes e adeptos.

O principal responsável da vergonha que se passou não é o árbitro da partida mas sim o próprio líder da UEFA, ao permitir que uma equipa participante na competição seja patrocinada pela mesma entidade que é uma das principais patrocinadoras da prova. Todos, inclusive, o árbitro da partida podem, dentro de algumas horas, dias, desculpabilizar-se pelos 3 erros cometidos em prejuízo do Sporting. Indesculpável será, para sempre, a promiscuidade existente entre o Schalke 04 e a organização do evento por uma via comum. O que aconteceu ao Sporting em Gelsenkirchen leva-me a uma pergunta básica, pergunta essa que deverá ser transversal à maioria dos adeptos de futebol em Portugal: até que ponto é que os patrocinadores da Champions League não são eles próprios o lobby interessado em delinear todas as fases da prova em prol do seu interesse próprio? Outras perguntas ocorreram-me de imediato na cabeça: e se o prejudicado fosse o Real Madrid ou o Bayern de Munique? Não teriam os dois clubes força necessária para conseguirem a repetição do jogo junto do organismo? As Federações Alemã e Espanhola não teriam tomado imediatamente uma posição forte junto do organismo ao invés de se manterem no silêncio como a Portuguesa? Valerá a pena para os clubes pequenos participar numa competição que está a ser completamente viciada em prol dos mais poderosos?

Michel Platini parece mais interessado em estragar o futebol com as suas visões loucas do que aplicar as modificações que o futebol moderno exige: para bem do futebol, a decisão humana dos árbitros de baliza, agentes susceptíveis pela condição humana de errar tantas ou mais vezes que o trio de arbitragem, deve ser modificada em prol da tecnologia e da fiabilidade do videoárbitro (nos mesmos moldes da sua bem sucedida aplicação em outras modalidades como o rugby). A promiscuidade de interesses não atinge apenas a relação entre jogadores, empresários e fundos. Concerne também a existência de patrocinadores comuns entre competições e clubes que disputam essas mesmas competições.

O Sporting Clube de Portugal pode queixar-se da subtracção de 4 pontos: um penalty que ficou por marcar em Alvalade frente ao Chelsea que poderia dar o empate ao clube português e os 3 pontos de Gelsenkirchen. Tomo portanto como ponto de partida para a derrota a própria expulsão de Maurício:
– O primeiro amarelo mostrado ao central brasileiro é justíssimo. O segundo amarelo é forçadíssimo. Se aquela carga por trás, longe da baliza, numa disputa pelo ar é passível de cartão amarelo, pois então, poucos centrais são aqueles que deverão por essa europa fora terminar os 90 minutos. Bruno Alves é o exemplo mais claro. Per Mertesacker (Arsenal), Leonardo Bonucci (Juventus), David Luiz (PSG) Sergio Busquets (Barcelona), Pepe (Real Madrid) e Omer Toprak (Leverkusen) são alguns dos centrais que abordam o mesmo tipo de lance com a mesma abordagem de Maurício. E quase sempre, nunca são sancionados com cartão nessas abordagens faltosas. Tudo isto me faz crer, tendo em conta a sólida exibição que Maurício estava a realizar, que Sergei Karasaev sabia perfeitamente que ia condicionar a excelente partida que o Sporting estava a realizar para equilibrar a contenda com a expulsão do central.
– No lance do segundo golo do Schalke, dou de barato pela posição de Huntelaar que é muito difícil ao assistente tirar o fora-de-jogo.- O lance do penalty é uma discussão disparatada e tendenciosa. O árbitro de baliza, responsável pela decisão, tinha o campo totalmente aberto para ver Jonathan Silva (de braços abertos e bem afastados da cabeça) cortar o esférico de forma legal.

Errar é humano. Cometer um erro é humano. Outra história é cometer 3 erros que beneficiam uma equipa. Outra história é, como pudemos observar, a falta de critério de Sergei Karasev. Numa falta vulgar como a de Maurício, praticada por tantos sem consequências disciplinares, o russo não teve pejo em expulsar. Em dois outros lances perigosos passíveis de amarelo, em um não marcou uma falta à entrada da área de Nani e noutro (falta dura de Sarr sobre Obasi na direita) marcou falta mas não sancionou o lateral do Sporting com o devido amarelo. Nas faltas a meio-campo do Schalke, algumas delas a travar iniciativas em contra-ataque, nenhum cartão saiu do bolso do árbitro russo para fazer cumprir as leis do jogo e as indicações da UEFA para essas circunstâncias do jogo.

A equipa leonina está de parabéns pelo jogo que realizou. Com 11 jogadores em campo, foi uma equipa muito organizada defensivamente, bem posicionada quando quis pressionar alto e condicionar a saída de jogo por parte dos centrais e do trinco Neustadter, capaz de recuperar muitas bolas a meio-campo e de suster a pressão exercida pela equipa alemã após o golo do Nani. Ofensivamente, circulou muito bem o esférico e teve a sorte de atingir o primeiro golo da partida num canto.

Depois da expulsão de Maurício, o Sporting voltou a provar que com menos 1 unidade consegue jogar para ganhar em qualquer campo do mundo. A equipa voltou a comportar-se de acordo com a tónica que tem sido desenvolvido por Marco Silva: mostrou resiliência e fé quando em desvantagem, organização, ambição (quando tentou pressionar alto) e cautela quando não tirava partido da pressão alta, descendo imediatamente as linhas para se reorganizar no seu meio-campo e tentar travar da maneira possível os ataques da equipa germânica. Patrício comete um erro imperdoável no primeiro golo, William não estava bem posicionado na jogada que deu o segundo e os centrais do Sporting estavam a dormir no lance do terceiro ao deixar Howedes cabecear à vontade. No entanto, a equipa de Marco Silva foi à luta. Adrien e William fizeram um jogo excepcional. Para além de terem aguentado o meio-campo com firmeza e insustentável cansaço nos minutos finais da partida, ainda tiveram forças para ir lá à frente fazer jogar, pressionar e apontar o golo que daria um pontinho precioso à equipa (no caso de Adrien). Carillo e Nani fecharam as alas como puderam e o peruano foi uma das unidades mais in do Sporting. Quando a equipa parecia não ter forças para reagir, o peruano sempre que teve bola na esquerda ou na direita manifestou garra para correr com a bola na sua posse e driblar os defensivamente fracos laterais do Schalke. Nani poderia ter feito melhor em várias situações: quando o jogo estava 2-3 poderia ter aproveitado um lance no qual entra na área mas não conseguiu ser expedito a rematar.

Aplausos também para as exibições de Cedric (falhou apenas no lance do segundo golo mas acertou em cheio no cruzamento para o 2º poste no golo de Adrien) e Jonathan Silva. O jovem argentino tem um futuro promissor pela frente. Aguentou Obasi como pode (não é fácil defender este nigeriano pela simplicidade como usa e abusa da sua rapidez para ganhar a linha de fundo) e conseguiu ter forças para subir no terreno, executar venenosos cruzamentos para a baliza de Fahrmann e ainda pressionar no último terço nos momentos em que a defensiva do Schalke aliviava bolas para o seu flanco, de modo a recuperar rapidamente a bola e executar uma nova vaga para a área. Paulo Oliveira e Sarr também fizeram interessantes exibições: o primeiro não teve medo de Huntelaar e o francês juntou à capacidade de sair bem a jogar quando a equipa precisou que ele conduzisse o esférico, 2 ou 3 cortes providenciais que evitaram males maiores.

Freddy Montero não tem de forma alguma o poder de choque de Slimani. O colombiano correu muito, pressionou muito e sempre que a equipa tentou colocar-lhe a bola em desespero soube estar no sítio certo para a receber e endossar de imediato para um companheiro sob pressão. Não tenho a menor dúvida em afirmar que se o Sporting tivesse o argelino em campo na altura do 3-3, uma ou duas bolas bem colocadas para a área do Schalke poderiam ter dado a vitória.

Quanto à equipa do Schalke, confesso que esperava mais. A solidez defensiva deixa a desejar. Dois laterais muito fracos do ponto de vista defensivo, facilmente permeáveis no 1×1. Benedikt Howedes é o único da defensiva que mantem a concentração durante os 90 minutos. Nas alas, é só potência de contra-ataque. Tanto Draxler pela esquerda como Obasi pela direita são jogadores que gostam de ter bola em transições rápidas: o alemão quase sempre tenta flectir para o meio em velocidade de forma a tentar desmarcar Huntelaar (quase sempre em fora-de-jogo. O holandês faz um truque de ilusão que engana os assistentes, colocando-se quase sempre à frente da linha defensiva num primeiro momento para num segundo momento, aquando do passe recuar rapidamente e dar a sensação que estava em linha) enquanto o nigeriano é um jogador vertical que, como referi, usa e abusa da velocidade para passar pelos adversários. Qualquer lateral com rapidez de movimentos e agilidade e uma marcação cerrada que não permita espaço ao nigeriano para colocar o seu drible, anula-o facilmente. Kevin-Prince Boateng é uma anedota daquilo que era nos tempos do Milan. Neustadter é um jogador interessante mas não é totalmente ineficaz no passe. Max Meyer esteve pouco tempo em jogo para mostrar aquilo que é: um 10 puro, fantasista. Os ausentes Joel Matip, Leon Goretzka, Jefferon Farfán e Tranquilo Barnetta dão outra consistência defensiva e ofensiva à equipa: o camaronês é fortíssimo no jogo aéreo, o internacional alemão cobre mais espaços que Hoger e dá outra dinâmica à circulação de bola e pensamento ofensivo da equipa, o peruano é dotado de recursos técnicos que Chinedu Obasi não possui e o internacional suiço é um jogador que acrescenta mais poder de fogo de meia-distância ao ataque da equipa orientada por Roberto Di Matteo.

As contas são fáceis de fazer. Sendo realista, o Sporting precisa de bater o Schalke em Alvalade (a equipa demonstrou argumentos que me fazem acreditar que esse será o desfecho final do jogo de Alvalade) e precisa que aconteça um de dois cenários:
– vence o Maribor e o Chelsea em Stamford Bridge e espera que o Schalke escorregue na deslocação à Eslovénia ou na deslocação a Inglaterra.
– vencendo o Schalke, vence o Maribor e espera que os alemães não consigam melhor que 1 ponto nessas duas deslocações. Imperiosa será a vitória frente aos alemães daqui a duas semanas.

A amizade de Duque com Luis Filipe Vieira

Luis Filipe Vieira 1

Luis Filipe Vieira 2

A 27 de Julho, relatava na edição online do Jornal Record o jornalista António Magalhães, o diálogo mantido por Luis Filipe Vieira e Luis Duque no final da partida de Alvalade (vitória por 1-0 do Sporting com um golo de penalty), diálogo que deu azo na altura à abertura de um processo disciplinar por parte dos leões junto do Conselho de Disciplina da Liga.

Como é evidente pelo diálogo mantido, a linguagem pertence naturalmente a Vieira, espoliado então na partida com um penalty inexistente de Luisão sobre Ricky Van Wolfswinkel que teve o infeliz condão (pelo erro de arbitragem cometido) de materializar uma vitória justa (pelo caudal ofensivo demonstrado pelo Sporting nessa partida) do Sporting sobre o Benfica. Esse jogo ficou, como podem ver pelo video, marcado por uma exibição enormíssima de Quim e pelo afastamento dos encarnados do título português, o primeiro de Vitor Pereira no FCP.
Tomando em consideração a linguagem de Vieira, o “chulo”, o “bandido”, o “amigo” de escolha de árbitros (um dia Duque também será indiciado num processo por causa de certos actos cometidos juntamente com Paulo Pereira Cristóvão) e de manipulação de resultados, é hoje um amigo da onça, ávido a conseguir re-orientar a sua acção no futebol português pela mão de quem outrora o insultou, juntamente com o seu “amigo” do Norte. Mário de Figueiredo é de facto alguém tão poderoso e tão importante, ao ponto de, qual bússola, indicar o mesmo Norte aos dois grandes rivais do futebol português.

frase do dia

marco silva 2

“Impressionante o verde e branco na bancada! Ao intervalo comentámos no balneário que iamos ganhar para os adeptos”

Pela enésima vez, enquanto sócio do Sporting Clube de Portugal, senti-me orgulhoso da prestação dos jogadores do meu clube num terreno que nos costuma ser tão hóstil. Mostraram ambição, mostraram garra, mostraram determinação e venceram justamente. Sabíamos (aliás, comentei-o com vários colegas deste blog) que iríamos ao Dragão sem pressão. A jogar na toca do lobo, com a possibilidade clara de existir um ambiente hostil por parte dos adeptos da casa e com os antecedentes providos por Bruno de Carvalho nas últimas semanas, tínhamos a plena noção que eliminados já estavamos: restava-nos ter uma atitude de leão e contrariar este fadado sentimento. Marco Silva e os jogadores estão de parabéns: a situação era complexa. As declarações do presidente podiam virar-se contra ele caso o Sporting tivesse sido eliminado. Decerto que os opinadores de bancada, iriam capitalizar a vitória do FC Porto para mandar as bocas do costume. O que é certo é que a equipa mandou em casa do adversário e os adeptos do Sporting reagiram a rigor, calando por completo um estádio do Dragão no mais profundo desespero.

Isto é o Sporting.

Marco Silva provou mais uma vez que é o treinador ideal para o Sporting. Não só já dotou a equipa de uma identidade como dotou-a de algo que é raro no Sporting Clube de Portugal: vencer em casa ou fora, seja contra qual adversário for. Já o tínhamos observado frente ao Benfica, Chelsea, Porto (em Alvalade), Penafiel. Espero que amanhã possamos vencer em Gelsenkirchen. Fazendo as contas do grupo, se o Chelsea vencer as duas partidas frente ao Maribor, duas vitórias frente ao Schalke ou uma vitória e um empate nos dois jogos, dão-nos praticamente a certeza que seremos qualificados para a próxima fase da Champions.

A candidatura de Luis Duque à Liga de Clubes

O antigo dirigente do Sporting deverá ter sido o nome “consensual” da reunião de presidentes da Liga (19) realizada hoje em Coimbra. Benfica e FC Porto deverão ter sido os maiores impulsionadores da candidatura deste ao organismo.

Da parte de Luis Duque, a revelação não me choca: Luis Duque provou ao longo da sua carreira enquanto dirigente desportivo, ser um autêntico mercenário na Bola. Foi dirigente na SAD do Sporting, como poderia ter sido na SAD do Porto, do Benfica ou do Vitória de Setúbal. Foi dirigente na AF Lisboa como poderia ter sido na de Santarém, Leiria ou Viana do Castelo. Duque age a favor de quem lhe der mais.

Quanto ao facto de ter sido um nome consensual a Porto e Benfica, tendo em conta o jogo de bastidores aqui relatado por mim no caso da candidatura de Fernando Seara, tudo me faz crer que esta é a candidatura que sucede à extinta candidatura do antigo autarca de Sintra. Contudo, não posso deixar de reparar o timing oportuno do lançamento deste nome e não tenho qualquer pejo em afirmar que se trata de uma candidatura a dois (Porto e Benfica) para conter\acirrar o presidente do Sporting, em virtude do facto de Duque se ter não só tornando persona non grata em Alvalade como um possível alvo (manifestado na última AG extraordinária do Sporting) de expulsão da categoria de associado do Sporting Clube de Portugal e imputável pelos negócios que motivaram o presidente leonino a avançar com um processo judicial contra 4 ex-gestores da SAD do clube (Nobre Guedes, Godinho Lopes, Duque e Carlos Freitas) pelos 3 negócios da discórdia: a renovação de Marat Izmailov e as contratações “às cegas” sem exame médico de Jeffren e Alberto Rodriguez.

FC Porto e Benfica, estarão dispostos a jogar sujo pela hegemonia do futebol nacional perante um Sporting que não se fez comparecer na reunião de Coimbra.

Resumo da 3ª eliminatória da Taça

No jogo grande da ronda, disputado no Estádio do Dragão, o Sporting de Marco Silva voltar a demonstrar muita ambição perante um FC Porto de Lopetegui completamente desarrumado, desorganizado e acima de tudo intranquilo.

O Sporting mereceu por completo a vitória. Foi a equipa com mais ocasiões de golo, voltou a entrar em campo (assim como já o tinha feito no jogo a contar para o campeonato) com mais ofensividade, com mais força e com mais assertividade no meio-campo, quer no posicionamento, quer na batalha das 2ªs bolas e ressaltos, quer nos processos de construção de jogo, quer na pressão. Ao pressionar alto nos momentos-chave do jogo, a equipa orientada pelo antigo técnico do Estoril, condicionou desde logo a saída de bola a partir de trás da equipa nortenha, e limitou-se a aproveitar cabalmente duas falhas de Ivan Marcano e Casemiro. Se no lance do primeiro golo, o espanhol poderia ter feito muito melhor (não tendo opositores nas costas só teria que ter deixado aquela bola para a saída dos postes de Andrés Fernandez), no lance do golo de Nani, o brasileiro ficou muito mal na fotografia ao cometer um erro que decerto nem um iniciado o faria.

Este Porto de Lopetegui é uma equipa bastante segura. Defensivamente, a equipa não consegue fazer a devida pressão tanto no meio-campo como na defensiva. Se a dupla Adrien e João Mário jogaram e organizaram o que quiseram durante os 90 minutos por inexistência de pressão a meio-campo por parte de Herrera e Casemiro, Nani, por exemplo, jogou com total liberdade, não sendo pressionado imediatamente assim que tinha bola. Logo ao primeiro minuto poderia ter marcado naquele remate que embateu no poste de Andrés Fernandez, e ao 38º minuto marcou, aproveitando a falha do antigo jogador do Real Madrid devidamente explorada por Freddy Montero, sem que qualquer opositor nas imediações saísse imediatamente ao seu encontro para condicionar ou até mesmo bloquear o remate.

Ao nível ofensivo, os efeitos da rotatividade fazem-se sentir. Este Porto para já não tem quem carregue o piano, ou seja, não tem um verdadeiro organizador de jogo a meio-campo, capaz de ir buscar a bola aos centrais, pegar no jogo a meio-campo e organizar o jogo da equipa com criterio. No sector ofensivo, é uma equipa cujos jogadores ainda não sabem bem que terrenos ocupar. Quintero começou no meio mas encostou-se várias vezes ao flanco direito. Adrian deveria ter começado na esquerda, mas foram várias as vezes em que tentou colocar-se nas costas de Jacksou ou explorar o flanco direito, Oliver acabou por descair muitas vezes para o flanco esquerdo quando Adrian tentou procurar outros terrenos. A mobilidade é defendível em qualquer equipa, mas, a de Lopetegui peca por desposicionalidade. A equipa está desrotinada, facto que é motivado pela não-utilização de vários jogadores de forma consistente por vários jogos. À falta de rotinas teremos que somar, a falta de um organizador de jogo e as constantes perdas de bola que esta equipa promove no passe. Tudo défices provocados pela inexistência de rotinas. E as rotinas de jogo só se atingem quando existem: 1. um onze base previamente definido e trabalhado pelo treinador. 2. quando todos os jogadores sabem o que é que o treinador e os seus colegas esperam de si ao nível de posicionamento, funções, mecanismos, movimentos e comportamentos. 3. quando o modelo é finalmente trabalhado em conjunto. Se Lopetegui quer inserir um modelo parecido com o modelo do tiki taka no qual todos os jogos são controlados pelo domínio na posse de bola, isso implica que a equipa começasse antes de qualquer outro departamento de jogo, a treinar uma apurada circulação de bola, coisa que, de momento, não está nem por sombras optimizada nesta equipa do FC Porto.
E isso viu-se no sábado frente ao Sporting. Sempre que a equipa do Sporting pressionou e tapou as linhas de passe, quer na saída pelos centrais, quer no meio-campo, Herrera e Casemiro falharam imensos passes e a equipa do Porto tentou invariavelmente, porque a linha defensiva montada por Marco Silva assim o permite, jogar a bola para as costas da defesa. Foi graças a esse tipo de jogo que o Porto criou as suas maiores oportunidades de golo. Na 1ª parte Adrian apareceu por uma vez na cara de Patrício (na segunda, um assistente de Jorge Sousa assinalou mal fora-de-jogo) e Jackson aproveitou as facilidades concedidas pelos centrais do Sporting (não só o puseram em linha como nenhum deles estava a marcá-lo) para fazer o golo do empate.

Na segunda-parte, o momento decisivo foi claramente o penalty falhado por Jackson (discutível e precedido de posição irregular do avançado) quando a equipa do Porto estava próxima de obter o empate. Pode-se dizer que esta poderia ter beneficiado novamente de uma grande penalidade (com expulsão) a castigar um braço na bola de Jonathan Silva. Admito que sim. Ao cortar o livre com os pés, o jogador do Sporting demonstra uma certa intencionalidade de erguer os braços e aumentar o volume do corpo para não deixar passar aquele livre de qualquer maneira. No entanto, tal resultado seria injusto para aquilo que o meio-campo do Sporting fez (William recuperou muitas bolas e foi sereno na hora de iniciar as transições ofensivas do Sporting, ora guardando muito bem a bola quando não teve linhas de passe, ora abrindo o jogo por várias vezes para os flancos; Adrien e João Mário foram duas formiguinhas tanto no plano ofensivo como no plano defensivo; os três pressionaram imenso durante toda a partida, obrigando o meio-campo do FC Porto a errar; e sempre que o Porto furava a pressão do meio-campo do Sporting, tanto Adrien como William não tiveram pejo nenhum em matar vários lances ofensivos da equipa de Lopetegui com pequenas faltas a meio-campo impassíveis de sanção disciplinar).

Depois do penalty de Jackson, entraram Tello e Brahimi. O argelino foi duramente travado por Cedric. O lateral do Sporting fez duas faltas preciosas sobre o argelino que num lance individual, rodeado de vários jogadores do Sporting na área, quase fez o empate. Do outro lado, Jonathan Silva recorreu sempre à falta quando viu a sua posição ameaçada, demonstrando que esta equipa do Sporting não é de modas no que toca à agressividade.
Marco Silva respondeu com a entrada de Slimani para o lugar de Freddy Montero. Montero foi muito trabalhador. Não recebeu muito jogo na área, preferindo sair fora desta para colaborar com a circulação de jogo da equipa e abrir espaços, sobretudo para as incursões de Nani pelo corredor central\área. Nani, João Mário e Cedric entendem-se às mil maravilhas pelo flanco direito. E dos pés do argelino, nasceria o último golo da partida. O trabalho individual (com os pés) de Slimani frente a Marcano é fantástico (mostra a evolução que Marco Silva está a fazer com o jogador) oferecendo literalmente o golo a Carrillo que aparece muito bem na área para colher o ressalto vindo do remate do argelino.

Na Covilhã, os Leões da Serra, equipa da 2ª liga, colocaram imensas dificuldades ao plano B de Jorge Jesus para esta temporada e estiveram muito perto de fazer Taça. Excelente exibição da equipa orientada por Francisco Chaló. O Sporting da Covilhã não se deu como batido após o lance do primeiro golo, colocou muita intensidade no seu jogo, saíndo muito bem em transições rápidas, aproveitando os erros do adversário (especialmente de Loris Benito no lance do primeiro golo) e foi uma equipa extremamente pressionante em redor da sua área. Quase sempre, durante o primeiro tempo, sempre que um jogador do Benfica tinha a bola era imediatamente pressionado por um ou vários jogadores da equipa serrana.

Claro está que estas equipas são incapazes de aguentar estes ritmos de jogo mais do que 50 ou 60 minutos. A quebra física dos homens da Covilhã, permitiram que Pizzi e Jonas resolvessem o jogo com duas lindas jogadas de ataque.

Fiquei com boa impressão de 3 jogadores do Sporting da Covilhã: o trinco Nana K (sempre muito agressivo embora faltoso), o médio Traquinas e o médio que entrou para o lugar de Nana K depois deste ter visto o amarelo e não se ter controlado nas faltas (Checa; ex-Sporting de Braga B). Pareceram-me claramente jogadores com nível para alinhar na 1ª Liga.

O jogo da Covilhã deu também para entender que Jorge Jesus tem um plantel muito curto e com poucas soluções. Jonas afirmar-se-á como titular nesta equipa do Benfica. É um jogador com uma capacidade de trabalho imensa. Pizzi é uma interessante alternativa quer nas alas, quer nas costas do ponta-de-lança. Ola John poderá num ou noutro momento vir a ser decisivo com uma das suas arrancadas em velocidade. Bebé precisa de mais minutos e consequentemente mais entrosamento com os companheiros. Gonçalo Guedes, apesar de verdinho, é um jogador que tem condições para entrar na rotação do Benfica.

Por outro lado, César e Benito são jogadores sem nenhuma classe para actuar na equipa encarnada.

Os tomba-gigantes…

Foram 5 as equipas de 1ª liga que caíram. Porto e Arouca perderam naturalmente frente a adversários do mesmo escalão (Sporting e Vitória de Setúbal, respecticamente). Estoril, Boavista, Académica tombaram frente a equipas de escalões secundários.

O Estoril de José Couceiro, equipa europeia, perdeu no Estádio do Mar frente ao Varzim do Campeonato Nacional de Séniores. A turma poveira, apesar de ser um natural candidato à subida de divisão nas zonas norte desta competição (está em 2º na Série B), é uma equipa que tem passado por graves problemas financeiros nas últimas temporadas, e deverá ter os seus dirigentes a rezar para que o sorteio da 4ª eliminatória traga um grande ao Estádio do Mar ou a realização de um jogo na casa de Benfica ou Sporting. Os estorilistas poderiam ter na Taça uma excelente oportunidade para esta temporada visto que, pelo campeonato, dadas as ambições e até os planteis de Braga, Marítimo e Guimarães terem muito mais qualidade que o estorilista, muito dificilmente conseguirá a equipa da linha mais do que um campeonato tranquilo a meio da tabela.

Escandalosa foi a goleada de 4-1 sofrida pela equipa de Petit na Vila das Aves frente aquela equipa da 2ª Liga. A equipa Boavisteira até entrou melhor na partida com um golo de Idris aos 6″ mas teve dois momentos na partida que a arrasaram por completo: o final da primeira parte (dois golos de Higor Platiny aos 30 e 45+2″) e um arranque de segunda desastrosa com mais dois golos do Aves.

Escandalosa também foi a eliminação da Académica no terreno do Santa Maria (Barcelos). A equipa de Galegos de Santa Maria, militante na Serie B do CNS, é uma equipa que aposta imenso na Taça. Na última época, equipa na qual fez a sua formação Hugo Vieira, em 2013\2014 eliminou ali, no Estádio das Devesas, o Nacional da Madeira por 1-0 (ficando perto de eliminar o Setúbal no Bonfim na eliminatória seguinte) e na época anterior.

De entre as 13 equipas da 2ª liga presentes na ronda (5 já tinham sido eliminadas na 2ª eliminatória; Santa Clara, Académico de Viseu, União da Madeira, Leixões, Farense e Portimonense), a Taça trouxe mais 4 eliminações, quase todas em confronto directo entre equipas deste escalão. O Atlético já tinha eliminado o Beira-Mar na Tapadinha por 3-0 na sexta-feira. A Olhanense foi eliminada no Algarve pelo Oriental de Lisboa. O Tondela forçou o Penafiel da 1ª liga às grandes penalidades no Estádio 25 de Abril e Sporting da Covilhã foi eliminado pelo Benfica.

Já não continua em prova qualquer equipa dos distritais do futebol português. As equipas dos distritais tem acesso à Taça pela vitória na Taça de cada distrito. As últimas equipas a cair foram o Amora da AF de Setúbal (derrota na Feira por 5-1), o Real Massamá da AF Lisboa (perdeu 2-1 em Barcelos frente ao Gil Vicente num jogo que foi muito complicado para a equipa de José Mota; o Real empatou o jogo aos 80 minutos e o Gil só venceu graças a um golo de Diogo Viana aos 87″) e o Alcaíns da AF de Castelo Branco, equipa que foi goleada em Braga por 4-1.

para ler

Tiago

Na Marca – Tiago, um bom vinho português: Melhor, a cada ano que passa…

Quando pensava em Tiago há 2 anos atrás, via-o como um reformado do futebol europeu a gozar o início da sua reforma num clube de nível médio como era então o Atlético de Madrid, crónico candidato a um lugar europeu e a uma distinta campanha na Liga Europa. Desde o ano passado que tudo mudou no pensamento. Assim como mudou a minha forma de pensar em relação ao próprio Atlético de Madrid.

Importante a atacar, importante a defender, importante a recuperar bolas e sobretudo a não as perder. Importante até no balneário de Cholo Simeone.

A fantástica selecção de sub-21

A selecção de sub-21 está de parabéns pela conquista obtida em Paços de Ferreira ao apurar-se pela 9ª vez para o europeu da categoria desde a sua criação em 1978!

Em primeiro lugar, Rui Jorge está de parabéns. O seleccionador português fez um trabalho fantástico, mesmo quando a Selecção A lhe foi roubando atletas fruto das suas necessidades ao longo dos últimos meses (Bruma, João Mário, André Gomes, William Carvalho, Ricardo Horta, Cedric, Ivo Pinto, Anthony Lopes, Ruben Vezo, Rafa, Ivan Cavaleiro), manteve um discurso coerente assente na prosecução de um objectivo que tinha que ser atingido a qualquer custo (a qualificação), moralizou as tropas de que dispôs em redor desses objectivos e no final conseguiu o melhor de dois mundos: a qualificação só com vitórias (a bom da verdade, esta Holanda mostrou muito mais no jogo de Paços de Ferreira do que no jogo de Alkmaar e vendo bem as coisas esteve bastante perto em duas ocasiões de liderar a qualificatória por golos fora) e o desenvolvimento ao mais alto nível de jogadores que, a meu ver, terão quase todos o seu espaço na próxima geração da selecção A.  Pode-se até dizer que esta equipa até fica melhor sem os jogadores que entretanto deixaram de participar no trajecto por terem subido aos AA, mas, para uma fase-de-qualificação daquele nível de exigência, não levar o trio do meio-campo que a Selecção A “roubou” à selecção de sub-21 poderá considerar-se um crime.

A turma portuguesa desenvolveu-se, ganhou experiência internacional, praticou um futebol vistoso e mereceu por inteiro esta qualificação pelo futebol desenvolvido, pelo brilhantismo individual demonstrado por alguns dos seus actores (Bernardo Silva foi sem dúvida aquele que demonstrou mais talento neste trajecto) e pelo trabalho desenvolvido no plano mental. Mesmo a um passo da eliminação quando a Holanda vencia, os jogadores portugueses souberam quase sempre dar a volta por cima e encontrar forças para vencer o jogo.

Esperemos que a caminhada vitoriosa se mantenha na República Checa. Depois deste prodigioso apuramento, é difícil não esconder a ambição que rodeia esta selecção: vencer o Europeu que será disputado no próximo mês de Junho naquele país do centro da europa. No entanto, é preciso ter noção da realidade que esta selecção irá encontrar na República Checa: assim como nós temos um leque de jogadores a jogar ao mais alto nível em grandes ligas europeias e até em grandes clubes europeus (alguns deles são opções regulares em clubes que estão no topo das principais ligas europeias e em clubes que disputam a champions), as outras selecções também os tem e, até tem jogadores muito mais calejados ao nível de experiência internacional como são os casos de Federico Bernardeschi (Itália\Fiorentina), Ter Stegen (Alemanha\Barcelona), Jonas Hoffman (Mainz\Borussia de Dortmund\Alemanha), Bernd Leno (Alemanha\Bayer Leverkusen), Max Meyer (Schalke\Alemanha), Nemanja Radoja (Sérvia\Celta de Vigo), Lucas Andersen (Dinamarca\Ajax), John Guidetti (Celtic\Manchester City\Suécia), Luke Shaw (Manchester United\Inglaterra), Tom Ince (Crystal Palace\Inglaterra) ou a dupla do Tottenham Eric Dier e Harry Kane. Isto não contando com a possibilidade de virmos a ter no Europeu jogadores cujas idades ainda permitem jogar esta competição, mas que já passaram há muito para as selecções principais dos seus países como são os casos de  Milos Jojic e Lazar Markovic (Sérvia), Skodran Mustafi, Erik Durm, Mathias Ginter, Leon Goretzka, Emre Can (Alemanha), Pierre-Emile Hojbjerg e Youssuf Poulsen (Dinamarca) ou Calum Chambers e Raheem Sterling (Inglaterra). Este europeu será sem dúvida a rampa de lançamento de muitos talentos para a alta roda do futebol europeu.

Antevisão – Quem são e como jogam os dinamarqueses?

Frente à Albânia Morten Olsen montou a sua selecção num 4x4x2 clássico, fazendo alinhar Kasper Schmeichel na baliza, um quarteto defensivo composto por Peter Ankersen na direita, Simon Kjaer e Andreas Bjelland no centro e Nicolas Boilesen na esquerda; William Kvist como elemento mais recuado de um meio-campo partilhado com Christian Eriksen, Pierre-Emile Hojberg na direita e Michael Krohn-Deli na esquerda, atrás de dois avançados: o jovem de 20 anos do RB Leipzig Yousouf Poulsen e do ponta-de-lança Niklas Bendtner.

O modelo de jogo desta selecção dinamarquesa é praticamente o mesmo desde que Morten Olsen chegou ao comando técnico da selecção em 2000: é uma selecção que gosta de praticar um futebol muito objectivo, muito directo para a área onde quase sempre tem um ponta-de-lança de grande envergadura física capaz de batalhar imenso no jogo aéreo com os centrais adversários e finalizar em potência. Se no passado Morten Olson contou com grandes avançados\pontas-de-lança como John Dahl Tomasson (este mais técnico, com características similares às que tinha João Vieira Pinto na selecção com Nuno Gomes ou Pauleta) ou Ebbe Sand (este tinha uma estampa física enorme e um fantástico poder de finalização) desde 2006 que apostou quase somente em Niklas Bendtner, sendo neste momento o jogador do Wolfsburg uma das maiores referências desta selecção. Apesar de Bendtner estar a passar ao lado daquela que poderia ser uma carreira muito interessante no futebol europeu, o jogador de 26 anos costuma fazer grandes jogos pela selecção. Leva a título de curiosidade 24 golos em 61 internacionalizações.

Simon Kjaer é o patrão desta defesa. O central de 25 anos, agora no Lille da Ligue 1, capitaneia esta selecção com a força física que lhe é característica. É um central duríssimo, forte na marcação, eficaz no desarme, forte no jogo aéreo (tanto defensivo como ofensivo) mas, é um jogador algo lento de movimentos quando o adversário tenta passar por ele em velocidade, facto que o obriga a cometer muitas faltas no solo. Cristiano Ronaldo e a nossa selecção poderão tirar partido da lentidão do central dinamarquês através de rápidas desmarcações do internacional português para as suas costas (é lento a ir ao encalce do adversário quando a bola é bombeada para as suas costas) ou através de 1×1 rápidos em contra-ataque. Se Cristiano tentar esta vertente no jogo de amanhã poderá condicionar muito cedo a sua acção caso consiga arrancar um cartão amarelo ao central.

Pela esquerda há que ter em atenção às subidas de Nicolas Boilesen. O lateral do Ajax é um lateral que gosta muito de subir pelo flanco esquerdo, flanco onde tentará combinar várias vezes com Krohn-Deli de forma a poderem colocar bolas para Bendtner. É um lateral que tem uma enorme capacidade de cruzamento.

No meio-campo, William Kvist é um jogador muito possante. Capaz de dar muita luta à batalha de meio-campo e de fazer as essenciais dobras aos laterais quando estes sobem no terreno, é o jogador que garante equilíbrio a um meio-campo de criativos: Christian Eriksen é o cérebro de toda a acção ofensiva desta equipa. Sobejamente conhecido de muitos, é o estratega desta equipa. A Selecção Portuguesa não só deverá pressioná-lo constantemente através dos homens da linha média (Tiago e João Moutinho, visto que Eriksen gosta de descair para o lado esquerdo) como em nenhuma altura do jogo deverá recorrer à falta à entrada da área, quer em zona central quer em zonas mais descaídas para os flancos porque Eriksen é um exímio marcador de bolas paradas, tanto directas para a baliza como para a área. Os dinamarqueses são fortíssimos no jogo aéreo. Eriksen também é um rematador interessante de meia distância.

Nas alas Michael Krohn-Deli é um jogador capaz de construir jogadas de perigo através dos seus cruzamentos para área assim como Pierre-Emile Hojbjerg. O jovem jogador do Bayern de Munique é um jogador muito vertical: tendo bola na direita, tenderá a passar em velocidade por Eliseu e cruzar para Bendtner ou Youssuf Poulsen. Este último é um jogador muito móvel, que gosta de vir buscar muito jogo às alas e sair rapidamente no contragolpe em velocidade.

No banco de suplentes, Morten Olsen irá dispor de soluções praticamente iguais aquelas que tem em campo: Lasse Schone é um jogador bastante parecido com Eriksen. É outro jogador mortífero muito eficaz no capítulo do passe e até costuma ser mais mortífero que Eriksen quando solicita os avançados com passes a rasgar na área. Também é um jogador que gosta de ter bola e pensar o jogo ofensivo da sua equipa, tarefa que desempenha no Ajax. Remata muito bem de meia distância, sendo também um interessante marcador de bolas paradas. Thomas Kahlenberg é uma opção válida para render Krohn-Deli na esquerda ou Hojberg na direita, sendo um criativo a jogar nas alas. Simon Poulsen é um lateral esquerdo de propensão ofensiva (é algo inseguro a defender) enquanto Jakob Poulsen é a solução mais efectiva para o lugar de Kvist.

Como soluções ofensivas de banco, Martin Olsen dispõe de Lasse Vibe e Martin Braithwaite. Apesar de serem jogadores bastante diferentes de Poulsen e Bendtner (Vibe até costuma dar-se melhor no lado direito do ataque apesar de também poder jogar no centro do terreno) são jogadores com apetência para finalizar. O jogador do Toulouse (Braithwaite marcou 11 golos na edição passada da Ligue 1) não se encontra na melhor forma neste início de temporada, não tendo sido utilizado por Martin Olsen no empate de sábado frente à Albânia. O golo que deu o empate aos dinamarqueses em terras albanesas foi precisamente apontado aos 81″ por Lasse Vibe.

O que é que deve fazer a selecção em Copenhaga?

– Iniciar a partida com posse de bola para retirar o habitual ímpeto inicial que os dinamarqueses demonstram nos primeiros minutos dos jogos em casa.
– Pressionar Christian Eriksen. Não deixando o jogador do Tottenham ter bola, a equipa portuguesa limita os processos ofensivos da equipa dinamarquesa.
– Evitar faltas no último terço.
– Sair em velocidade em contra-ataque. Tanto Danny como Nani deverão aproveitar o espaço em vazio deixado pelas subidas dos laterais dinamarqueses para criar desequilíbrios pelas alas em contra-ataque. Ronaldo deve tentar incutir velocidade pelo eixo central.
– Os laterais portugueses devem impedir ao máximo o jogo que os dinamarqueses fazem pelo corredor para estancar o número de bolas que estes tentam colocar para Bendtner finalizar. Para isso, tanto os alas como os médios interiores devem ajudar a fechar nas alas para impedir superioridade numérica dos dinamarqueses pelos flancos.
– Controlar a partida através da posse de bola. Os dinamarqueses odeiam equipas que gostam de circular bola no seu meio-campo. A qualquer momento concederão um espaço para a equipa portuguesa criar desequilíbrios.
– Ganhar o máximo numero de faltas aos centrais contrários. Não só para Ronaldo ter hipótese de almejar a baliza de Schmeichel como para condicionar a actuação dos centrais. Em dia sim de Ronaldo, caso um dos centrais dinamarqueses seja punido bastante cedo no jogo com um amarelo, estes podem desorientar-se com as constantes movimentações do Português, tornando a missão da equipa portuguesa muito mais fácil no plano ofensivo.
– Lançar rapidamente todas as situações passíveis de transição rápida. A equipa portuguesa é muito mais rápida que a dinamarquesa, povoa com mais homens as zonas centrais e tem jogadores capazes de lançar os 3 da frente nas costas da defensiva contrária assim que recuperam a bola a meio-campo. Ronaldo será mais rápido a chegar às bolas que Kjaer ou Bjelland. Danny e Nani poderão ter muito espaço para jogar nas alas em contra-ataque. Em ataque organizado será de esperar que tanto Krohn-Deli como Hojbjerg desçam para ajudar os seus laterais.
– Ricardo Carvalho e Pepe não poderão dar um milimetro de espaço de Niklas Bendtner. Se o derem, o dinamarquês não irá perdoar muitas oportunidades de finalização.

Momento do dia

Dificilmente este momento vai passar despercebido ao mundo, logo após a intervenção do capitão da selecção, foi um corropio de Tweets e publicações no Facebook sobre o assunto. Já antes desta intervenção, Cristiano Ronaldo ao ser-lhe pedido para comentar uma notícia que havia saído no referido órgão de comunicação social tinha destratado essa mesma publicação, poucos minutos depois deu-se este acontecimento caricato. É caso para dizer que se querem respeito devem dar-se ao respeito!

Para ler no L´Equipe

O jornal francês L´Equipe enumerou e descreveu as 10 situações pelo qual o futebol português deve ser visto. Do “padrinho” Jorge Nuno Pinto da Costa aos erros gramaticais de Jorge Jesus, passando pelo Paços de Ferreira, pelos magníficos estádios existentes no país e pela capacidade que o futebol português tem de formar jovens nacionais e acolher jovens jogadores estrangeiros com potencial para desenvolver o seu talento e exportá-los para os grandes clubes europeus, o jornal francês oferece, com alguma pitada de humor à mistura, uma opinião cuidada e bem real do nosso futebol.

breves #26

Liga Portuguesa – Alguns clubes da Liga tem dado passos importantes para suplantar um dos problemas crónicos do nosso futebol: a ausência de público nas bancadas. Alguns clubes (grandes, Vitória de Guimarães) oferecem no início de cada temporada pacotes de temporada a preços muito interessantes tendo em conta o facto custo médio por jogo. O FC Porto por exemplo, na temporada passada, oferecia packs promocionais para 2 jogos grandes na mesma semana para não-associados: quem quisesse, se não estou em erro, ver os jogos em casa do Porto frente ao Sporting e frente ao Zenit para a Champions poderia fazê-lo por 35 euros. O Sporting disponibiliza todas as jornadas cerca de 1500 bilhetes anti-crise para simpatizantes: 1500 ingressos a 5 euros. Uma das iniciativas que Bruno de Carvalho está a realizar junto dos Núcleos Sportinguistas visa criar 6 ou 8 iniciativas por época para os sócios destes que se tornem sócios efectivos B (48 euros por ano) do clube, oferecendo a possibilidade destes, ao serem sócios de um Núcleo e sócios efectivos B de poderem ir ver 6\8 jogos em Alvalade sem pagar ingresso.

vitoria

O Vitória de Guimarães assinou um protocolo com a entidade que gere a rede Cartão Jovem (na pessoa do tutelário, o Secretário de Estado do Desporto e da Juventude Emídio Guerreiro) para promover descontos em ingressos para os jogos em casa da equipa vitoriana. Jovens entre 12 e 29 anos poderão beneficiar desta iniciativa. A Movijovem já anunciou que também está em negociações com o Sporting para realizar um acordo semelhante.

O FC Porto tem neste momento em vigor um Cartão Jovem do clube (devidamente protocolado com a MoviJovem) que permite descontos na utilização de serviços do mesmo assim como na utilização de infra-estruturas da entidade governamental em questão. Ao nível desportivo, permite descontos na aquisição de ingressos para jogos do universo FC Porto, descontos na aquisição de artigos na Porto Store, em visitas ao Estádio do Dragão e outras vantagens ao nível da inscrição ao utilizador como associado do Porto.

Luis Suarez – O uruguaio voltou à competição no jogo amigável entre a Selecção Uruguaia e a Arábia Saudita.

O craque do Barcelona protagonizou uma das cenas do jogo ao abandonar a partida a meio para ir à casa de banho.

Zlatan Ibrahimovic –

Zlatan Ibrahimovic

Ausente por lesão dos compromissos do PSG e da Selecção Sueca, Zlatan Ibrahimovic decidiu “dedicar-se à pesca”.

Qualificação para a CAN – Parece mentira mas não é. A selecção do Uganda não perdia em casa há 10 anos. Perdeu hoje frente ao Togo.

A selecção Ugandesa tem dois jogadores a alinhar em Portugal: o meu amigo Alex Kakuba (actualmente ao serviço do Estoril Praia; conheci-o há sensivelmente 5 anos atrás quando este teve a primeira experiência no futebol português no Recreio Desportivo de Águeda nos distritais de Aveiro, na altura colocado pela Proline Soccer Academy, escola de futebol que é detido pelo pai de Rio Ferdinand) e Kizito, jogador do Sporting da Covilhã da 2ª Liga.

Durante o dia de hoje, deu-se, a contar para o Grupo F um duelo Lusófono. Moçambique bateu Cabo-Verde por 2-0. Os Tubarões Azuis continuam na liderança do grupo.

Radamel Falcao –

El Tigre está paulatinamente a voltar à sua melhor forma. Depois de se ter estreado a marcar pelo Manchester United no jogo contra o Everton, golo que valeu a vitória na partida aos Red Devils, o colombiano voltou a marcar pela sua selecção frente ao Equador no jogo amigável disputado esta madrugada.

CAN 2 – A grande competição de selecções do futebol africano, competição que se irá realizar de 17 de Janeiro a 8 de Fevereiro poderá estar em risco. De acordo com o site francês RMC Sport, o Ministério do Desporto e Juventude de Marrocos (país organizador) enviou um pedido à Confederação Africana de Futebol um pedido para adiar a competição, dado o risco de existir durante aquele período a possibilidade de possíveis infectados com ébola viajarem para aquele país para assistir à competição. O pedido será analisado pela Confederação no dia 2 de Novembro em Argel na Argélia. Países que já registaram casos de infecção e até mortes como o Congo (70 casos registados; 43 mortes), Gabão (19 mortes), Gana (17 casos registados), Senegal (2 casos registados) estão bem lançados para atingir a fase final da competição.

As autoridades camaronesas tomaram precauções extraordinárias quanto à Selecção da Serra Leoa. Os serra-leoneses estão enclausurados há vários dias num hotel de Yaoundé (capital camaronesa) para evitar possíveis contágios. Apesar de todos os jogadores terem sido despistados à entrada do país, as autoridades sanitárias camaronesas jogaram pelo seguro, autorizando apenas que estes saiam do hotel para disputar as duas partidas frente aos Camarões. A Federação Camaronesa recusou-se a disputar o jogo na Serra Leoa.

David Villa –

A jogar temporariamente na A-League nos Melbourne City por empréstimo dos New York City FC (a próxima franquia a entrar na MLS) David Villa ressurgiu ao marcar um golo pela equipa italiana frente ao Sydney FC. Curiosamente, a assistência para o golo de Villa foi feita por outro veterano do futebol europeu: o irlandês Damien Duff.

Momentos #31

1ª parte – Marselha 1984 – O dia em que o herói francês Michel Platini e o herói impróvável Jean-François Domergue (segundo reza a história foi o convocado de última hora de Michael Hidalgo para suplantar a lesão de Yves Le Roux; entre 1984 e 1989 só faria 9 jogos pela selecção francesa, tendo feito os únicos 2 golos pelos Bleus naquele jogo no Velodrome) ofuscaram os melhores jogos das carreiras de Rui Jordão e Chalana.

Quando Nuno Gomes inaugurou o marcador no Heysel (re-baptizado Stade de le Roi Baudouin (Koning Boudewijn) depois da tragédia que ceifou a vida a dezenas de adeptos da Juventus e do Liverpool) todos nós estavamos a viver um autêntico sonho!

No início da competição, tínhamos dúvidas em relação ao potencial da nossa selecção. A qualificação tinha sido sofrida. A fase de qualificação para o Mundial de 1998 tinha sido repleta de casos: desde a expulsão injusta de Rui Costa (no Alemanha vs Portugal) ao soco de Sá Pinto em Artur Jorge. Até ao último momento, esperámos um deslize da Roménia que nos permitisse a qualificação directa. Conseguimos a qualificação como melhores segundos. Na altura vivia-se um autêntico clima de euforia no futebol português. Tínhamos ganho a organização do Euro 2004, víviamos os tempos áureos de Figo, de Couto, Rui Costa, Conceição, João Vieira Pinto, Nuno Gomes, de toda uma geração (cujo trabalho de base desde as camadas jovens até aquele momento era de 15 anos) que nos acalentava a possibilidade de atingir um dia as meias-finais de um europeu ou as meias-finais de um mundial.

O grupo não era fácil. A Inglaterra, embalada pelos Boys de Ferguson e por um conjunto de grandes jogadores de outros clubes como Sol Campbell, Seaman, Tony Adams, Alan Sharear, Owen, Mcmanaman, Southgate, Paul Ince, Steven Gerrard, Ian Wright ou Robbie Fowler era uma das principais candidatas à vitória do torneio. Ficou pelo caminho, graças ao célebre golo que dá o título a este blog. A Alemanha de Kahn, Babbel, Mehmet Scholl, Hassler, Kirsten, Mathaus, Jens Lehmann, Ballack, Dietmar Hamann, Jens Jeremies, Ziege, Deisler, Jancker, Bierhoff, Hans-Joerg Butt) era um colosso que, 2 anos depois da derrota que nos deixaria de fora do Mundial, naturalmente nos assustava. Ficou de fora devido à melhor exibição da carreira de Sérgio Conceição. A Roménia tinha vencido o nosso grupo de qualificação. Apurou-se mas antes provou com o fel com que nos tinha eliminado: um golo de Costinha nos últimos minutos.

A geração de ouro triunfava. Nos 3 jogos da fase de grupos e no jogo dos quartos frente à Turquia. Jogo no qual se bem se lembram, Figo trocou as voltas a um turco no lance do primeiro golo da partida.

Nuno Gomes marcava naquele fantástico volley. Mas a França tinha outros planos… A campeã mundial suou (Zidane suou) para nos eliminar de penalty naquele lance que todos, 14 anos depois, temos a bondade de perdoar a Abel Xavier.

Munique, 2006 – Como diz o típico ditado português “não há duas sem três” – A França seria novamente carrasca nas meias-finais de uma prova internacional por selecções. Das 5 vezes que atingimos esta fase, por 3 caímos contra os franceses. A espinha dorsal da nossa selecção era outra, construída por Mourinho no Porto. Acrescentada e valorizada com a experiência de Figo e a juventude de Cristiano Ronaldo. A história repetiu-se: num jogo de ocasiões de golo repartidas, Zizou capitulou o único erro de Ricardo Carvalho na marca dos onze metros. De nada valeu aquele penalty a Zizou senão a obtenção de uma medalha de prata na final que ficará para sempre marcada como o final de carreira inglório para o grande maestro do futebol gaulês.

A verdadeira história por detrás da candidatura de Fernando Seara à liga

Benfica e FC Porto chegaram a um problema: quem é que poderia mandar numa Liga falida, sem orçamento, a contas com um passivo para o qual não tem receitas, e acima de tudo, incapaz de sanear as guerras de horários promovidas entre os dois canais de televisão que detém os direitos de transmissão dos jogos do campeonatos.

Luis Felipe Vieira tinha medo que o FC Porto, devidamente apoiado por Joaquim Oliveira apresentasse o seu candidato. Jorge Nuno Pinto da Costa tinha medo que o Benfica apresentasse o seu candidato ou que o actual presidente em funções se recandidatasse. O mesmo era, aquele que tinha incentivado a sua Comissão de Inquéritos a lavrar um parecer favoravel aos intentos do Sporting no caso do atraso do FC Porto contra o Marítimo. O mesmo foi aquele que nada fez para o Benfica renegociar os direitos de transmissão dos seus jogos em casa com a Olivedesportos, gerando assim a criação do monstro Benfica TV. Ambos tinham medo que o louco Rui Alves chegasse ao poder assim como tinham medo que o Sporting apoiasse Mário de Figueiredo

Vieira convocou um homem de confiança: Seara. Disse-lhe que as coisas estavam difíceis. Incentivou a candidatar-se sem apoio oficial do Benfica. Pediu-lhe segredo em relação à conversa e incentivou-o a ir ao FC Porto procurar um apoio expresso ou tácito de Jorge Pinto da Costa. E Seara lá foi: afirmou que não era o candidato do Benfica. Apresentou ideias para apaziguar a Liga. Prometeu patrocínios. Pinto da Costa concordou não lançar qualquer candidato desde que um nome fosse riscado da mesa: Filipe Soares Franco, ex-presidente do Sporting, persona non-grata até hoje no Reino do Dragão.

Vieira ficou contente. Perversificou. Chamou Rui Rangel. Contou-lhe a conversa com Seara assim como o feedback descrito por Seara numa conversa telefónica após a audiência com Pinto da Costa. Pediu-lhe que informalmente, sem o mencionar, entrasse em contacto com Seara e manifestasse o seu apoio para criar uma lista conjunta. Na verdade, Vieira testou a lealdade de Fernando Seara quando o incentivou a ir ao Porto pedir o apoio de PC e Joaquim Oliveira. Luis Filipe Vieira teve a certeza que necessitava compreender: Seara era afinal um homem capaz de tudo para chegar à presidência do organismo. Seara aceitou. Reuniram-se. Rangel mostrou-se quase sempre desinteressado em ocupar um lugar de destaque da lista de Seara. Não podendo ser candidato à mesa da AG da Liga por ser uma figura muito próxima de Vieira, Seara achou por bem dar-lhe uma vice-presidência no organismo. Rangel declinou a proposta.

No dia anterior à entrega de listas, estava tudo preparado. Seara figurava como candidato à presidência numa lista conjunta com os homens de Rangel, abençoada por Vieira e Jorge Nuno Pinto da Costa, sem que ambos dessem o apoio oficial dos dois clubes ou a cara pelo projecto. O Sporting continuava neutro. Rui Alves seria facilmente aniquilado pelos votos dos afiliados dos dois clubes. Mesmo que à última da hora, o Sporting apoiasse Mário de Figueiredo ou Rui Alves, não teria votos suficientes para vencer a contenda. Há uma reunião num conhecido hotel de Lisboa para afinar vozes. Existe um desentendimento. Rangel muda de ideias e quer ser vice-presidente da Lista depois de receber uma chamada de Luis Filipe Vieira onde este lhe diz que não podem confiar totalmente em Seara. Vieira ordena: “Tens que resolver isso para poderes controlar. Não podemos confiar num tipo que irá ceder perante a pressão deles.” Rangel faz um ultimato a Seara. Seara afirma que não pode mudar a lista porque já se comprometeu com todos os candidatos da sua lista quanto às posições desta. Rangel abandona a sala.

No dia seguinte, Seara apresenta na sede da Liga de Clubes uma lista na qual é candidato à presidência. Rangel faz o mesmo, apresentando uma lista exactamente igual à de Seara com o antigo autarca da Câmara Municipal de Sintra como candidato à presidência. E é aqui que começa todo o embróglio…

(este post terá continuação)

Crónica #19 – Holanda sub21 0-2 Portugal Sub-21

Rui Jorge e os seus comandados estão de parabéns! A Selecção de Sub-21 deu hoje em Alkmaar um passo de gigante rumo ao Euro 2015 na República Checa ao vencer categoricamente a selecção da casa por 2-0.

Apostando num 4x4x2 losango, o seleccionador nacional aproveitou o excelente momento de forma de Bernardo Silva para o colocar na posição 10 em detrimento de Rafa. O jogador do Sporting de Braga jogou como médio interior direito, num meio-campo onde para além deste e de Silva alinharam Sérgio Oliveira como médio interior esquerdo e Ruben Neves como 6. Sem poder contar com Tiago Ilori para o eixo da defesa, Rui Jorge deu a titularidade a Paulo Oliveira e Ruben Vezo. Os dois centrais portugueses fizeram uma exibição quase irreprensível, sendo apenas incomodados por Elvis Manu e Luc Castaignos nos primeiros minutos.

A tarde de glória da turma das quinas começaria com um sobressalto. Logo aos 4″, numa fase em que as equipas aproveitavam os primeiros minutos para assentar o seu jogo e estudar-se mutuamente, Elvis Manu haveria de aparecer ao primeiro poste a rematar à trave da baliza de José Sá após um grande trabalho individual do lateral esquerdo Jetro Willems. O lateral seria uma das figuras da partida durante os primeiros 20 minutos. A subir com confiança no flanco, sem medo de ir para cima de Ricardo Esgaio, Willems colocou alguns cruzamentos na área que causaram algum perigo à baliza portuguesa.
No minuto seguinte, a turma das quinas iria responder com um grande remate do nosso lateral-esquerdo Raphael Guerreiro para uma defesa apertadíssima de Warner Hahn. Guerreiro tentou finalizar com um remate em força depois de uma rapida investida pelo flanco.

Desde cedo que Portugal pôs em prática o modelo que iria derrotar esta equipa holandesa: fechando muito bem os flancos não permitiu que tanto o lateral Willems como o extremo Elvis Manu como o extremo-direito Anwar El Ghazy pudessem criar situações de desequilíbrio pelas alas. No meio-campo, uma pressão efectiva sobre o médio defensivo Nathan Aké (jogador das reservas do Chelsea) e sobre Adam Maher obrigaram os centrais holandeses a longas trocas de bola ainda no seu meio-campo e impediram que os holandeses progredissem no terreno ao impedir que estes dois jogadores (os cérebros da equipa holandesa) tocassem no esférico através do corte de linhas de passe. Recuperando rapidamente a bola no miolo, os Ruben Neves, Sergio Oliveira e Bernardo Silva começaram a incutir muita dinâmica e muito critério na construção de jogadas ofensivas, aproveitando as boas subidas no terreno dos dois laterais portugueses e a ajuda que os avançados (Ivan Cavaleiro e Ricardo) iam dando nos 2 flancos. Foi por exemplo de uma combinação na esquerda entre Raphael Guerreiro e Ivan Cavaleiro que nasceria por exemplo o lance do penalty que iria dar o primeiro golo à equipa lusitana.

Antes desse momento, onde Bernardo Silva trocou as voltas ao central holandês Sven Van Beek, obrigando-o a rasteirá-lo dentro da área, já Ivan Cavaleiro tinha feito um 8 do central do Feyenoord. Ao minuto 15 ganhou-lhe uma disputa pela bola em velocidade pelo corredor esquerdo, passou-o ganhando a linha e só não inaugurou o marcador porque foi lesto a atirar à baliza de Hahn com angulo reduzido. O central haveria de se redimir da falha com um corte providencial quando o jogador do Deportivo (emprestado pelo Benfica) se preparava para rematar.

A pressão portuguesa sobre Aké e Maher durou 35 minutos. Só a partir deste minuto até ao intervalo é que a Holanda começou a construir jogadas de ataque com pés e cabeça. Aké conseguiu finalmente iniciar as transições para o meio-campo português enquanto Maher começou a pensar o jogo holandês através da sua precisão no passe. Quando estes dois passaram a ter mais jogo, a Holanda criou perigo junto da baliza de José Sá. Tendo como referência de ataque Luc Castaignos (leva 6 golos na Liga Holandesa ao serviço do Twente) o jogo holandês neste período foi mecanicizado para servir bem o seu ponta-de-lança. Ganhando uma interessante sequência de cantos (os holandeses foram matreiros nos cantos ao colocar um ou mais jogadores na pequena área a estorvar a acção de José Sá; o guarda-redes do Marítimo B conseguiu resolver quase todos os lances onde foi chamado a intervir) os holandeses tentaram colocar a bola em condições para o poder de fogo do jogador do Twente. Contudo, este nem sempre se posicionou no sítio certo para receber a bola em condições de finalizar e quando o fez teve à frente um Paulo Oliveira inspirado a negar-lhe oportunidades. O jogador do Sporting confirmou que está a passar por um bom momento de forma e que pretende agarrar a titularidade no clube leonino e na selecção de sub-21.

Até que, findo o maior momento de pressão dos holandeses à nossa área, Bernardo Silva brindou os milhares de portugueses que viram o jogo no Estádio e na TV com a jogada do encontro. Derrubado por Van Beek (se até então o central estava a jogar sobre brasas, a partir do momento em que recebeu o amarelo, o central do Feyenoord nunca mais se recompôs e permitiu alguns lances ofensivos de Cavaleiro e Mané na 2ª parte para não fazer falta e assim ser expulso da partida; um desses lances foi o do 2-0).

Sérgio Oliveira não tremeu na marca dos onze metros e deu vantagem a Portugal ao cair do pano do primeiro tempo.

No início do 2º tempo o seleccionador holandês tentou promover uma alteração com a saída do lateral direito do Ajax Ruben Ligeon para a entrada para a mesma posição Joshua Brenet. A ideia do seleccionador holandês era colocar um homem num dos flancos capaz de sair a jogar pelas alas de forma a “driblar” a enorme pressão que a selecção portuguesa ia incutindo na saída de bola dos holandeses pelo corredor central.

Contudo, tudo se manteve e a selecção portuguesa continuou cómoda no jogo. Logo aos 26 segundos do segundo tempo, Ricardo foi buscar uma bola ao flanco direito e cruzou para o lado oposto onde apareceu Sérgio Oliveira solto de marcação a atirar de primeira ao lado da baliza de Hahn. 2 minutos passados, Ivan Cavaleiro voltou a ganhar a linha a Van Beek pela esquerda. Num movimento muito parecido com o que tinha feito na primeira parte, permitiu a defesa da tarde a Hahn. O guardião holandês ia conseguindo evitar males maiores.

A equipa portuguesa conseguiu anular os jogadores mais perigosos da Holanda (Elvis, Maher, Castaignos, Willems não subiu tanto no terreno a partir dos 20 minutos) foi mais pressionante, mais rápida sobre a bola, mais criativa (excelente envolvimento de Bernardo, Cavaleiro e Guerreiro no lado esquerdo e de Ricardo e Esgaio no lado direito).
Ao nível defensivo, destacou-se a excelente coordenação defensiva dos defesas portugueses que permitiu colocar os avançados holandeses em fora-de-jogo em todas as situações em que o seu meio-campo tentava isolá-los nas costas da defensiva portuguesa.

Portugal voltaria a ameaçar o 2º golo aos 58″ por intermédio de Raphael Guerreiro. O lateral do Lorient fez uma nova incursão pela esquerda seguida de um potente remate para defesa de Hahn.

Rui Jorge sentia que a qualquer momento poderia marcar mais um golo e resolver a eliminatória. Aos 63″ o seleccionador refrescou o ataque com a entrada de Mané para o lugar de Cavaleiro, posicionando-se o jogador do Sporting no lugar do jogador do Deportivo, ao lado de Ricardo na frente de ataque. Se a Holanda ainda ameaçou o empate por intermédio de Castaignos nesse mesmo minuto (bem servido na área pela esquerda, recebeu de costas para a baliza e não conseguiu melhor porque José Sá foi rápido a fechar-lhe o ângulo de remate), Mané haveria de resolver (creio) a eliminatória com um lance de mestre no qual recebeu um lançamento de Raphael Guerreiro a meio do terreno, passou por Van Beek (condicionado com um amarelo, o central do Feyenoord não quis fazer falta para não arriscar o segundo), passou pelo meio de 3 jogadores holandeses para entrar na área e na cara de Hahn atirou cruzado em arco para o 2º golo da equipa portuguesa, estabelecendo o resultado final de 2-0.

Resultado merecidíssimo para a equipa de Rui Jorge. Os sub-21 portugueses conseguiram em Alkmaar meio-bilhete para a fase final do Euro 2015 na República Checa, bastando para tal gerir a vantagem obtida no jogo de Paços de Ferreira. Uma das ilações que pude tirar deste jogo é que a selecção de sub-21 decerto não deverá precisar dos reforços que estão ao serviço da AA. Como é sabido William Carvalho, João Mário e André Gomes poderão dar o seu contributo a esta selecção no europeu que se disputa em Junho do próximo ano. Contudo, Ruben Neves, Sérgio Oliveira, Rafa e Bernardo Silva deram conta do recado (o jogador do Braga foi o único que teve uma prestação menos conseguida neste jogo em virtude de estar a jogar fora da posição que lhe é habitual e com funções e rotinas de jogo bastante diferentes daquelas que tem em Braga) promovendo uma pressão asfixiante que não permitiu aos holandeses pegar no jogo em qualquer momento da partida e, ofensivamente, colocando enorme velocidade nos processos de transição e circulação de bola. O médio do Porto não se coibiu de tentar o passe longo por várias vezes ao longo da partida assim como Bernardo Silva foi letal no 1×1 e na oferta de linhas de passe tanto aos seus colegas do meio-campo como aos laterais e avançados. Com a sua enorme disponibilidade física, o jogador formado no Benfica apareceu muito bem em todos os corredores, oferecendo linhas de passe aos companheiros e muita criatividade.

A selecção Holandesa terá que fazer pela vida se quiser ir ao Europeu da categoria. A equipa de Adrie Koster deixou a equipa portuguesa jogar a seu belo prazer no seu meio-campo, revelou muita intranquilidade nos processos de transição quando pressionada e muita intranquilidade defensiva no eixo central da defesa. Van Beek foi, como se diz na gíria, papado de todas as maneiras. Karim Rekik pareceu ser mais esclarecido e mais eficaz, mas, a bom da verdade, Ricardo não foi tão irrequieto quanto Ivan Cavaleiro ou Carlos Mané, facto que facilitou a vida ao central holandês. O seu organizador de jogo Adam Maher escondeu-se em demasia entre as linhas portuguesas. Nathan Aké foi vaporizado pela eficácia da pressão portuguesa. Ao não ter jogo nos pés, obrigou invariavelmente a sua equipa a tentar sair pelas alas e a despejar o máximo de bolas que conseguissem despejar para a área à procura de Castaignos. O extremo-esquerdo Elvis Manu acabou por ser o único esclarecido dentro desta equipa holandesa. O extremo do Feyenoord tentou ganhar a linha várias vezes a Ricardo Esgaio de forma a servir Castaignos na área. Aproveitando algum espaço dado pelo lateral do Sporting construiu na esquerda um par de oportunidades que Castaignos não soube aproveitar.

Momentos #28

Naquele momento em que Silvestre Varela encheu o pé com convicção e deu uma nova vida à nossa Selecção na campanha disputada na Polónia e Ucrânia.

Os dinamarqueses já nos tinham vencido em Copenhaga na última jornada da ronda de qualificação, atirando-nos para um playoff que seria disputado frente à Bósnia (também em virtude da vitória obtida pelos suecos naquele preciso dia frente à Selecção Holandesa, resultado que permitiu à turma nórdica arrebatar a posição de 2º melhor classificado de todos os grupos de qualificação). Em Lviv, os comandados de Morten Olsen estiveram a um passo de nos eliminar do Europeu, num jogo em que a nossa selecção entrou muito bem na partida com 2 golos no primeiro tempo (Pepe e Postiga) mas viria a permitir que Niklas Bendtner complicasse as coisas com dois golos ao minuto 41 e 80.

Vindo do banco aos 84″ num autêntico acto de desespero de Paulo Bento (o seleccionador trocou Meireles por Varela, passando a jogar num 4x2x4 com uma frente de ataque alargada – Varela, Postiga, Nelson Oliveira, Cristiano Ronaldo – numa altura em que os dinamarqueses poderiam ter chegado facilmente ao golo da vitória), o então jogador do Porto (agora por empréstimo aos ingleses do WBA; não convocado por Fernando Santos para este duplo compromisso) fez o 3-2 que nos permitiria sonhar com a qualificação frente à Holanda na derradeira partida do grupo.

Passados 2 anos, não tenho dúvidas em afirmar que este golo de Silvestre Varela é um dos golos mais importantes da história do nosso futebol.

breves #25

Maxwell – O lateral esquerdo do PSG decidiu comunicar durante esta quarta-feira a sua retirada da selecção brasileira. Aos 33 anos, o jogador somou 10 internacionalizações AA pela canarinha e 8 pela selecção olímpica (sub-23). Foi durante muitos anos suplente de Roberto Carlos e Marcelo no escrete. Em virtude da sua avançada idade (o próximo mundial já o irá apanhar com 37 anos) e da nova vaga de jogadores para a posição (Felipe Luis, Dodô, Marcelo, Alex Sandro), o lateral achou conveniente anunciar a sua despedida de uma selecção na qual foi durante muitos anos covocado mas não utilizado.

“Aos 33 anos e com a concorrência que se tem, a seleção para mim acabou”, disse o jogador em declarações à France Bleu. Na mesma entrevista, o lateral brasileiro não confirmou se ficará no plantel de Laurent Blanc até ao final da temporada. Com contrato até 2015, o jogador deu a entender a hipótese de regressar ao futebol brasileiro visto que o mercado no Brasil continua aberto até final de Março: “Vamos ver em fevereiro. Talvez este seja o fim, talvez a gente continue. Isso vai depender do desejo do clube e, talvez, das propostas que eu tenho. Por enquanto, eu quero ficar focado para jogar bem e estar fisicamente pronto e disponível para o treinador”

Mario Balottelli – O jogador italiano brindou-nos ontem com uma das suas típicas tiradas de humor. O italiano respondeu às críticas de que tem sido alvo em Inglaterra. Muitos tem questionado os motivos que levaram o Liverpool a contratá-lo. O avançado respondeu na sua página na rede social facebook: “Sou 99% anjo mas aquele 1%”

Vitor Damas –

Se fosse vivo, o histórico guarda-redes do Sporting e da Selecção Nacional faria ontem 67 anos. Para a memória, fica uma das melhores defesas da sua carreira e, quiçá, da história da selecção nacional.

Sami Khédira

khedira

O internacional alemão de 30 anos pretende rescindir com o Real Madrid durante o mês de Outubro ou poderá ser vendido na reabertura do mercado caso as partes não cheguem a um acordo. Os madrilenos poderão aceitar esta proposta visto que o jogador deixou de ser opção para Carlo Ancelotti e é um jogador caro para os cofres merengues, auferindo cerca de 5,5 milhões anuais. O jogador ainda tem um valor de mercado fixado actualmente nos 15 milhões de libras. O Independent noticiou ontem que o Arsenal estará disposto a oferecer um contrato de 100 mil euros por semana para ter o alemão em Janeiro. Faltará portanto aos Gunners chegar a acordo com o Real Madrid depois das negociações terem sido interrompidas no Verão.

O Corrière Dello Sport em Itália afirma na sua edição (9 de Outubro) que o Milan entrou na corrida pelo internacional alemão, podendo estar a convencer o jogador a desvincular-se do clube espanhol de modo a assinar a custo zero pela equipa milanesa ainda antes da reabertura de mercado.

Lionel Messi\Liga Espanhola – Um dia depois de afirmar que Barcelona e Espanyol não jogarão a Liga Espanhola caso o povo catalão opte pela independência da região no próximo referendo, o presidente da Liga de Clubes Espanhola Javier Tebas afirmou que caso Lionel Messi bata nas próximas jornadas o record de Telmo Zarra (lenda do Athletic de Bilbao entre 1940 e 1955, até hoje o melhor marcador de sempre da história da Liga Espanhola com 251 golos) frente a Eibar ou Real Madrid (no Bernabéu; o argentino precisa de 3 golos para bater o record) não descarta a hipótese de um dos jogos parar caso o argentino consiga marcar o golo 252º, mesmo que isso aconteça em pleno Santiago Bernabéu no jogo que irá opor as duas equipas dentro de 3 semanas.

Na minha opinião, a ideia é simplesmente estapafurdia, e, como não deixaria de ser, está apenas a alimentar o ódio entre os dois clubes.

Selecção de sub-21 – A nossa selecção de esperanças joga amanhã pelas 17:30 em Alkmaar a primeira mão do tudo ou nada (leiam-se playoffs) de qualificação para o Europeu de 2015 na República Checa.

Rui Jorge volta a uma cidade onde foi muito feliz. O seleccionador nacional fazia parte da equipa leonina que eliminou o AZ Alkmaar no antigo De Hout (entretanto nasceu outro estádio em 2006) nas meias-finais da Taça UEFA desse ano. O seleccionador nacional afirmou hoje na habitual conferência de imprensa que está optimista quanto a um bom resultado, descartando desde já ter vindo à Holanda para jogar para o empate.

Rui Jorge não poderá contar com Bruma, Edgar Ié, Gonçalo Paciência e Tiago Ilori por lesão. Já o seleccionador holandês não irá contar com Marco Van Ginkel (AC Milan; emprestado pelo Chelsea) e Memphis Depay (PSV) por lesão. Apesar do extremo já pertencer à selecção A, foi equacionada a sua utilização na equipa de esperanças.

O benfiquista Ola John deverá ser titular na selecção holandesa.

Dualidade de critérios

Se Maicon é muito bem expulso por esta entrada por Jorge Ferreira…

porque é que Samaris, com uma entrada do mesmo género sem bola, não o é por Hugo Miguel? É nestas pequenas coisas que sinceramente não consigo perceber a arbitragem em Portugal. A inexistência de critérios uniformes, desprovidos de emocionalidade para executar a lei indiferentemente da conjectura que se pode fazer do jogo aquando da tendência do resultado no momento da acção, a brandura dos critérios disciplinares em algumas acções que põem em risco a integridade física de colegas de profissão. Não percebo.

E se…

afinal o ovo não estiver no cú da galinha? Quero com isto dizer: e se o TAS não aceitar o recurso apresentado como Fernando Santos? Teremos uma invenção histórica (nós que somos muito dados a invenções históricas que mudaram o mundo) na qual o seleccionador não é bem seleccionador e é apenas, ao bom estilo do rugby, um manager que convoca e treina durante a semana assistindo aos jogos de um camarote televisionado onde vê a partida e dá indicações por walkie-tokie para o treinador no banco de suplentes? Se assim for durante 8 jogos, valerá a pena aos cofres da FPF pagar 100 mil euros mensais (1 milhão de euros anuais\estamos a falar de valores altíssimos para a actual conjuntura financeira da FPF) por um profissional que fará menos do que um seleccionador normal, ou seja, um indivíduo que per se já trabalha pouco?

breves #24

Graziano Pellè –

Graziano Pellè

O robusto avançado italiano que Ronald Koeman levou do Feyenoord para o Southampton por 8 milhões de libras goza um dos melhores momentos da sua carreira. Primeiro porque tem sido o abono de família do Southampton. O italiano de 29 que até aqui nunca representou um grande italiano (Lecce, Catania, Crotone, Cesena, AZ Alkmaar, Parma, Sampdoria e Feyenoord) é um dos melhores marcadores da Premier League até ao momento com 4 golos em 6 jogos (5 em 8 se somarmos os jogos realizados para todas as competições) e foi chamado por Antonio Conte para representar a Squadra Azzurra nos compromissos desta contra Azerbeijão e Malta.

Pellè insere-se num lote no qual Mario Balottelli não faz parte. O guarda-redes Perin do Genova, os defesas Angelo Ogbonna da Juventus, Manuel Pasqual da Fiorentina (apesar de não estar a ser titular em todos os jogos da Viola; Vincenzo Montella tem apostado imenso no espanhol Marcos Alonso) Rugani do Empoli, os médios Marco Parolo da Lazio, os médios-ala\extremos Bonaventura do Milan, Alessandro Florenzi da Roma e os avançado Simone Zaza do Sassulo são as grandes novidades da convocatória do antigo treinador da Juve que, ainda está a aproveitar jogos de menor dificuldade para observar jogadores potencialmente convocáveis para este ciclo de 2 anos.

Grandes ausências da convocatória para além de Balotelli são por exemplo  Riccardo Montolivo (Milan; por lesão), Gabbiadini (para já riscado por Conte), Alessio Cerci (Atlético de Madrid) Stephen El-Sharaawy ou Antonio Cassano.

Arsène Wenger\José Mourinho – A FA não irá castigar os dois treinadores pelo incidente realizado à passagem do minuto 20 do derby disputado no domingo. A federação Inglesa não irá actuar porque segundo o árbitro da partida, Martin Atkinson, os dois treinadores responderam positivamente ao aviso que foi feito por si aquando do acto.

Arsène Wenger não se mostrou arrependido do sucedido: “Não estou arrependido do empurrão. Tenho de estar arrependido do quê? Queria ir do ponto A para o B e alguém surgiu no meu caminho e confrontou-me antes de chegar ao ponto B. Queria ver qual era a gravidade da lesão de Alexis Sànchez» – O francês também acusou Mourinho de falta de fairplay.

Laurent Koscielny afirmou na chegada ao estágio que a selecção francesa irá fazer no centro de rendimento de Clermont-Ferrand que o seu treinador estava irritado pelo facto de uma entrada que tinha sido feito 4 dias antes por parte de um jogador do Galatasaray sobre Alexis Sanchez ter sido punida com um amarelo e, a entrada que motivou o celeuma (feita por Gary Cahill) não ter sido punida com qualquer cartão. Sabemos bem o quão é apertado o critério disciplinar dos árbitros ingleses…

Já Mourinho realçou que aquele não é o típico comportamento de Wenger: “São duas questões técnicas que estão em causa. Ele entrou no meu espaço. Se era para dar instruções a um jogador tudo bem, mas para pressionar o árbitro a dar um cartão vermelho a um jogador não é justo. Acho que esta não é a imagem de fair play que Wenger deve dar»

Mario Balottelli – O Diário Espanhol Sport noticia hoje que o Liverpool decidiu colocar uma pessoa a vigiar Mario Balottelli para onde quer que o italiano vá na sua vida pública e privada. O clube inglês pretende salvaguardar que o avançado italiano não faz cenas lamentáveis como as que fez em Manchester (orgias com prostitutas, o incêndio que provocou em sua casa) ou em Itália (apanhado a fumar em discotecas, apanhado pela polícia a conduzir alcoolizado) até porque, no contrato de compra e venda que celebrou com o Milan há uma cláusula que obriga os rossoneri a devolver ao Liverpool os 17,6 milhões de libras pagos pelos Reds em caso de mau comportamento continuado do jogador.

Marco Reus – Ao fechar pela 3ª vez a porta à renovação com o Borussia de Dortmund, o Sport notícia que o Barcelona entrou na corrida por Marco Reus. Liverpool, United e Bayern de Munique serão os principais interessados no meister do futebol alemão actual. O jogador alemão já avisou que poderá anular a clásula contratual que detém com o clube da Vestfália, na qual, em 2015, anulando esta cláusula o jogador poderá sair para qualquer clube que pague 25 milhões de euros pelos seus direitos económicos. É possível que o internacional alemão esteja a pressionar o clube germânico para sair na reabertura do mercado em Janeiro.

Thomas Vermaelen – O internacional Belga contratado pelo Barcelona ao Arsenal no Verão por 15 milhões de libras é um dos maiores casos de imprensa do país vizinho. O belga ainda não somou qualquer minuto na equipa culé devido a sucessivas lesões que o tem afectado neste início de temporada. Numa coluna publicada na edição de ontem do Sport, um colunista chegou a interrogar se o jogador foi observado pelos médicos do clube nos habituais exames médicos antes de assinar. A suspeita deverá marcar a actualidade dos próximos dias. Vermaelen voltou a treinar à parte hoje numa sessão de treino invulgar dirigida por Luis Enrique com apenas 10 jogadores (5 da equipa principal e 5 da equipa B) derivado do facto de grande parte dos jogadores das duas equipas estarem ao serviço de selecções AA e selecções jovens de vários países.

Daniel Alves\José Mourinho – José Mourinho respondeu à boca do lateral direito do Barcelona (“Mourinho não inventou o futebol… não descobriu nada!!”) – Com um toque de inteligência o português ridicularizou o brasileiro ao afirmar: “Nem Einstein o poderia ter dito melhor. Daniel Alves tem toda a razão: eu não inventei o futebol, mas foi um português que descobriu o Brasil!”

João de Deus

Sporting – A Sporting SAD anunciou ontem a contratação de João de Deus como o novo técnico da sua equipa B. O antigo treinador do Gil Vicente esteve poucas semanas no desemprego após ter sido despedido da equipa gilista. João de Deus orientou como treinador principal a Selecção de Cabo-Verde, o Ceuta, Farense, Atlético, Oliveirense e Gil Vicente. Sucede a Francisco Barão que se mantem como treinador adjunto da equipa depois de a ter orientado interinamente após o despedimento de Abel ainda na pré-temporada.

Hugo Almeida – O jogador português assinou pelo Cesena da Serie A italiana depois de ter passado com sucesso pelos habituais exames médicos. O Cesena ocupa neste momento o 13º lugar da Lega Calcio.

Federação Espanhola – Na antevéspera do referendo que levará os Catalães a decidir pelos destinos daquela região (independência ou permanência sob a soberania de Madrid) o presidente da Liga de Clubes Espanhol Javier Tebas colocou alguma pressão nos sentimentos dos catalães ao afirmar que caso os cidadãos daquela região votem favoralmente à independência “Barcelona e Espanyol não jogarão a Liga Espanhola”. O lider do organismo que organiza a competição remeteu as suas declarações à Lei do Desporto em vigor. A mesma lei autoriza apenas a competição dentro das competições organizadas por entidades espanholas a clubes não-espanhóis de Andorra.

Montpellier –

montpellier

O mau tempo que se faz sentir em toda a europa já provocou alguns estádios de futebol. Esta era a imagem do estádio La Mousson, propriedade do Montpellier durante a manhã de hoje.

Tempos e resultados – Ligas Europeias

Liga portuguesa 3

Na Liga Portuguesa, os 3 grandes somaram os 3 pontos. O Sporting venceu em Penafiel por 4-0 com uma exibição categorica na 2ª parte e esteve quase a recuperar 2 pontos a Benfica e FC Porto.
Na Luz contra o Arouca, a equipa benfiquista viu Jonas marcar o seu primeiro golo na suada vitória frente ao Arouca, conseguida também no 2º tempo. No Dragão, o Porto também teve que puxar dos galões para derrotar um Braga que merecia muito mais que a derrota pelas claríssimas oportunidades de golo que construiu durante os 90 minutos.

A abrir a jornada, o Guimarães solidificou o excelente arranque de liga que está a realizar (os vimaranenses ainda só perderam 7 pontos em 7 jornadas) com uma vitória esclarecedora sobre o Boavista de Petit. A turma boavisteira vinha de 3 jogos sem perder.

Sem ganhar na Liga continuam Penafiel e Gil Vicente. Os homens de Barcelos empataram frente ao Estoril. A turma de José Couceiro também não está a conseguir transpor para o plano doméstico os bons resultados que tem conseguido na Europa onde, venceu categoricamente na quinta-feira o Panathinaikos na Amoreira.

Na próxima jornada, daqui a 3 semanas (primeiro teremos pausa para selecções e na semana seguinte irá disputar-se a 3ª eliminatória da Taça) o Sporting irá receber em Alvalade o Marítimo, o Benfica terá uma deslocação difícil ao estádio Axa para defrontar o Braga enquanto o FC Porto tem uma deslocação também muito difícil ao pesado terreno do Arouca.

Facto digno de registo é também o número de golos que se tem marcado em média nos jogos da Liga nas primeiras 7 jornadas: 2,46 golos por jogo. Numero fantástico para uma liga que era acusada há alguns anos atrás de ser uma das ligas europeias mais deficitárias neste capítulo.

liga espanhola 3

A nota de destaque óbvia da 7ª jornada da Liga Espanhola vai para a vitória do Valência sobre o Atlético de Madrid no jogo realizado no sábado no Mestalla. André Gomes marcou um dos golos (que grande golo, diga-se) na vitória dos chés contra os colchoneros.

Destaque também para a vitória do Barcelona no terreno do Rayo em Santa Maria de Vallecas (arredores de Madrid), vitória que permitiu aos catalães manter a liderança da prova e ampliar a diferença pontual para o campeão em título de 2 para 5 pontos.

No encerramento da jornada, Cristiano Ronaldo brindou o Bernabéu com mais uma exibição de gala coroada numa goleada por 5-0 frente ao calamitoso Athletic de Bilbao de Iker Muniain e Ernesto Valverde. Quem viu a partida na qual CR7 apontou mais um hat-trick (tem mais de 2 golos de média por jogo na Liga; 6\13) ficou com a ideia que Ronaldo poderia ter logrado marcar muitos mais, tal foi a apetência ofensiva demonstrada pelo português durante os 90 minutos.
A equipa de Valverde continua a varrer o anûs da Liga Espanhola, podendo estar para breve a demissão do técnico espanhol do comando dos bascos nesta que seria esperada a época de afirmação do clube basco na Liga Espanhola e nas competições europeias.

Destaque ainda para o fantástico empate a 3 bolas entre Eibar e Levante num jogo em que os bascos tiveram a vitória nas mãos por duas vezes e para a goleada imposta pelo Sevilla ao Deportivo no Sanchez Pizjuan por 4-1 no domingo de manhã, vitória que permite à equipa de Emery continuar a morder os calcanhares de Valência e Barcelona. A Liga espanhola está de facto muito equilibradíssima no topo da tabela, com 5 equipas separadas por apenas 5 pontos.

Na próxima jornada, dentro de 2 semanas, o Real Madrid vai ao Cidade de Valência defrontar o “aflito” Levante, o Athletic de Bilbao tentará reverter a série de maus resultados contra o Celta (a equipa de Vigo é para já uma das equipas sensação do campeonato em conjunto com o Sevilla) no San Mamés, o Barcelona recebe o Eibar em Camp Nou, o Valência vai a casa do facilmente transponível Deportivo (19 golos averbados em 7 jogos; dá quase uma média de 3 por jogo) enquanto o Sevilla vai ao terreno do Elche.

liga inglesa 2

Na Premier League, o principal destaque vai para a vitória do Chelsea por 2-0 sobre o Arsenal, afundando os Gunners na tabela classificativa (estão fora dos lugares europeus).

Em Old Trafford, assistiu-se ao primeiro jogo que Radamel Falcao decidiu a favor do United frente ao sempre difícil Everton de Roberto Martinez.

O City venceu em Birmingham o Aston Villa por 2-0 com dois golos tardios de Kun Aguero e Yaya Touré enquanto o Liverpool voltou às vitórias em Anfield Road frente ao West Bromwich Albion por 2-1.

Quem ocupou uma vaga nos lugares europeus nesta 7ª jornada foi o Tottenham de Mauricio Pocchettino, precisamente, após ter vencido a anterior equipa do técnico argentino, o Southampton de José Fonte. A realizar um excelente campeonato (3ºs com 13 pontos), os Saints viram a sua cavalgada na tabela interrompida pelo Tottenham graças a um golo do “cérebro da nova máquina” de Pochettino, o dinamarquês Christian Eriksen, adversário de Portugal na caminhada para o Euro 2016. Esperemos que Eriksen faça uma péssima exibição frente à turma das quinas no jogo da próxima semana.

Na próxima jornada, como a Premier League tem equipas expcecionais para nos dar um jogo grande por jornada, teremos como cabeça-de-cartaz o jogo que vai opor o Manchester City ao Tottenham no City of Manchester. As duas equipas estão separadas por 3 pontos na tabela classificativa. Os Citizens são segundos a 5 pontos do líder Chelsea. Os Spurs, sextos na tabela, poderão galgar mais lugares caso vençam na grande cidade industrial inglesa.
O Arsenal recebe o Hull City no Emirates. O croata Nikica Jelavic é um homem a ter em conta pela frágil defesa dos Gunners. O croata leva 4 golos em 7 jogos. O Chelsea joga um derby de Londres frente ao Crystal Palace enquanto Liverpool e United vão respectivamente aos terrenos de QPR (lanterna vermelha) e West Bromwich Albion.

liga italiana 2

Na Liga Italiana, a Juventus tornou-se a única equipa invicta no campeonato à 6ª jornada devido ao facto de ter derrotado a outra que mantinha o mesmo estatuto, a AS Roma de Rudy Garcia. Os Romanos não contarão com o técnico francês no banco na recepção ao Chievo na próxima jornada.

A Fiorentina bateu categoricamente o Inter por 3-0 no Artemio Franchi enquanto o Milan aproximou-se dos primeiros lugares com a vitória sobre o Chievo por 2-0 no San Siro. A Sampdoria continua a dar cartas nesta Serie A com uma vitória pela margem mínima (golo do internacional italiano Manolo Gabbiadini) sobre a Atalanta de Bérgamo.

Na próxima jornada, os jogos grande serão disputados entre Fiorentina e Lazio em Firenze e Inter e Napoli. Ambas as equipas precisam de vencer para ascenderem novamente aos lugares europeus. A Juventus irá a Sassuolo cilindrar a equipa de Eusébio Di Francesco. O lugar do antigo internacional italiano no clube da Emília-Romagna está novamente em risco. Não será de admirar que em caso de derrota contra a equipa de Turim, o presidente do clube Carlo Rossi perca a paciência com o técnico e, dentro de mês e meio, caso o novo treinador não apresente resultados, volte novamente a contratar o técnico despedido. É recorrente em Itália existirem essas situações de técnicos que são despedidos e readmitidos várias vezes após o despedimento daqueles que os sucederam.

O Milan vai ao terreno do Hellas Verona de Luca Toni e Javier Saviola, equipa que mesmo apesar de ter perdido o seu maior artista (na temporada passada) Juan Manuel Iturbe para a AS Roma (adquirido ao FC Porto e vendido à equipa Romana) tem ameaçado lutar pelos lugares europeus. O Hellas é uma equipa muito experiente, composta por jogadores como Luca Toni, Javier Saviola, Rafa Marquez, Lazaros Christodoupoulos, Panagiotis Tachsidis, Nenê (ex-Nacional da Madeira) ou Bosko Jankovic.

Marselha

On-fire na Ligue 1 continua o Marselha de Marcelo Bielsa. A equipa de Marselha perdeu recentemente Mathieu Valbuena para o Dinamo de Moscovo, mas, pelos vistos tal transferência não abalou uma equipa que gosta de atacar com lascividade e pressionar alto durante grande parte do jogo, como de resto gosta El Loco, alcunha ganha por Bielsa na argentina devido ao facto das suas equipas falharem nos momentos-chave por causa do pressing a todo o campo que o argentino pretende por em marcha em todas as equipas que orienta durante 70 minutos.

Na 9ª jornada, a equipa de Bielsa foi a Caen vencer a equipa local por 2-1 com mais um golo (tardio mas salvador) de André-Pierre Gignac aos 93 minutos a dar os 3 pontos à equipa que tem como lema “droit au but” – “directos ao objectivo” – de serem campeões novamente, claro.

Gignac deu 3 pontos fulcrais à equipa marselhesa numa jornada em que:

– Os Girondinos de Bordéus perderam no terreno do Reims por 1-0. O cabo-verdiano Odair Fortes marcou o único golo de uma partida onde os girondinos de Tiago Ilori não conseguiram meter velocidade nos seus processos ofensivos para ultrapassar a muralha defensiva do Reims. Esta equipa do Reims, apesar de ocupar um modesto 16º lugar na tabela classificativa da Ligue 1 é uma equipa que gosta de jogar essencialmente num bloco defensivo baixo e sair rapidamente no contra-ataque por intermédio dos flancos, ora pelo cabo-verdiano Odair Fortes (em minha opinião, o jogador mais dotado tecnicamente da equipa) ora pelo flanco contrário onde se posiciona o internacional cabo-verdiano Benjamin Moukandjo.

– No grande jogo da jornada, o PSG perdeu mais 2 pontos (já são 12 os perdidos no total deste campeonato à 9ª jornada pela turma de Laurent Blanc no campeonato) ao empatar com o Mónaco de Leonardo Jardim no jogo grande da jornada disputado no Parc des Princips:

As falhas da defensiva parisiense deverão estar neste momento a incomodar o sossego do seu treinador.

Na próxima jornada, o PSG irá ao terreno do Lens, o antepenúltimo classificado da Ligue 1 enquanto o Mónaco recebe o Evian, o Marselha o sempre difícil Toulouse e o Bordeus o Caen. À espreita por um lugar nas competições europeias estão o Lyon e o Montpellier (de jogadores como Geoffrey Jourdain, Hilton, Siaka Tiéne, Lucas Barrios, Victor Montaño), duas equipas que irão jogar entre si na 10ª jornada.

liga alemã

Na Liga alemã destaque para mais uma goleada do Bayern de Munique por 4-0 frente Hannover, vitória que reforça o estatuto de líder dos bávaros numa jornada em que o Dortmund de Klopp voltou a perder no Westfallen Arena, desta feita frente ao modesto Hamburgo. O Hamburgo venceu pela primeira vez na Liga ao fim de 7 jornadas e está, imagine-se apenas a 3 pontos do Borussia de Dortmund. Outro dos contenders, o Bayer de Leverkusen empatou em casa contra o Paderborn a 2 bolas.

Na próxima jornada, o Bayern de Munique recebe a traiçoeira equipa do Werder Bremen. Os homens de Robin Dutt estão no último lugar com 4 pontos fruto de 4 empates e 3 derrotas. São uma equipa que gosta essencialmente de jogar em contra-ataque. O Bayer de Leverkusen vai ao terreno do Estugarda (a equipa orientada por Armin Veh ainda só ganhou por 1 vez este ano; tem jogadores como Gotoku Sakai, Karim Haggui, Moritz Leitner, Oriol Romeu, Christian Gentner, Adam Hlousek, Filip Kostic ou o avançado sérvio Vedad Ibisevic) enquanto o Borussia de Dortmund terá forçosamente de ganhar no terreno do Colónia.

A confirmar-se como verdade

Citação:

“Todo aquele comportamento, com aquele olhar dele, “que sou muito bem educado”… mas quem anda à porta da tribuna a chamar nomes aos órgãos sociais do Sporting é ele. Quem anda com quatro seguranças a tentar assustar no corredor de Alvalade é ele. É uma vergonha. No jogo anterior ao último, elementos do FC Porto ameaçaram graduados da polícia e o Sporting fez queixa (…) Vamos ao Porto e entramos aos 20 minutos de jogo. No jogo em Alvalade, estavam hora e meia antes na minha casa, a ofender-me. Há uma polícia diferente a norte e a sul. Compreendo que não seja amado. Hei de morrer não sendo hipócrita, rufia… sem ser esta coisa que se arrasta pelo estádio ofendendo tudo e todos. É impressionante ver os jornalistas em pânico” – Bruno de Carvalho, ontem, à Sporting TV

Estamos presente um caso… de justiça civil dificilmente passível de absolvição. Comportamento lastimável. Bruno de Carvalho acabou de encomendar com estas declarações a “sentença de morte”, ou neste caso, a sentença de eliminação para os leões na Taça de Portugal. Não tenho a menor dúvida: o Sporting será recebido no Dragão num dos ambientes mais hostis que haverá memória no futebol português. Ainda falta uma semana para o jogo mas, creio que tal facto fareja-se desde já a milhas.

Aproveito ainda a deixa do presidente leonino ao canal do clube. Conforme deliberação da AG da SAD leonina, esta está a preparar-se para, na AG do Clube, lançar a discussão e a possível expulsão do estatuto de sócio do clube dos 4 dirigentes visados por actos de gestão danosa (Luis Duque, Godinho Lopes, Carlos Freitas e Nobre Guedes) durante a presidência do Engenheiro Godinho Lopes. A confirmar-se como verdade que a SAD leonina, cujo principal administrador na altura era Luis Duque, aumentou o salário a Marat Izmailov na renovação de contrato realizada com o russo (pelo meio, pagou comissões de índole manhosa a terceiros pelos direitos de imagem do russo entre outros direitos) e cometeu mais dois actos lesivos com as contratações de Jeffren e Alberto Rodriguez (dados como inaptos pelo departamento médico do clube após a realização dos habituais exames médicos), os sócios do Sporting serão chamados a decidir, apesar dos estatutos do clube (artigo 27º dos estatutos) não serem claros (são até em certa medida omissos) quanto a este tipo de fenómenos de gestão e quanto à acusação formulada pela SAD leonina junto dos 4 dirigentes.

Contudo, algo parece-me certo: Bruno de Carvalho abriu a caixa de Pandora em Alvalade. Esta caixa não só irá revelar todos os actos de gestão danosa cometidos por dirigentes desde 1992 (ponto de partida da auditoria que está em marcha por intermédio da KPMG) como será a arma que outros dirigentes do clube terão no futuro contra quem a legalidade da gestão de quem a abriu. Costuma dizer o ditado que quem “é o último a chegar que feche a porta” – no caso do clube leonino, quem chega por último tem a partir deste momento toda a legitimidade para questionar o trabalho que o actual presidente do Sporting está a realizar no clube. Outro ditado diz que a “revolução come todos os seus filhos” – a história também irá julgar Bruno de Carvalho. A ver vamos se o filho da revolução não é um dia também ele comido pela mãe.

Curiosamente, neste campo o futebol português ainda tem muito a aprender com a experiência bem sucedida de outros campeonatos e países. Na Alemanha, os clubes profissionais são auditados por entidades independentes, de 3 em 3 meses. Quer com isto dizer que no futebol alemão, as informações (trimestrais, semestrais e anuais) prestadas pelas sociedades à entidade reguladora competente são quase sempre cruzadas em prol de um objectivo que se materializa na salutar gestão financeira dessas sociedades. No futebol alemão, as penalizações para os clubes e dirigentes que pratiquem actos de gestão danosa ou prestem informações erradas ou erráticas (cruzando os dados enviados a cada trimestre com os dados enviados no final do ano) à entidade reguladora e à entidade que organiza os campeonatos são punidas com mão pesada: a descida de divisão pela via administrativa.