Crónica #20 – Atlético de Madrid 2-0 Espanyol

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Como é hábito na Liga Espanhola desde há 2\3 anos para cá, disputou-se mais um jogo da jornada (a 8ª) ao meio-dia local (11 horas em Portugal ) cabendo neste fim-de-semana, fruto dos acordos comerciais de transmissão televisiva que a Liga de Clubes Espanhola tem com o mercado audiovisual do Sudeste Asiático (o jogo da manhã de domingo passa em horário nobre em países como a China e o Japão) ao Atlético de Madrid e Espanyol a disputar a partida no referido horário.

Jogo de sentido único durante os 90 minutos, com clara supremacia do Atlético perante uma equipa do Espanyol que se limitou a defender durante a primeira parte, construíndo apenas 1 lance de perigo durante os 90 minutos.

Diego Simeone não podia contar com um jogador para a partida. Castigado depois de ter sido expulso na última partida a contar para a Liga em Valência, Alessio Cerci viu o jogo da bancada. Miranda foi poupado devido ao facto de ter chegado tarde a Madrid da digressão do escrete na Ásia (jogos contra a Argentina na China e contra o Japão em Singapura já na quarta de manhã). Para o seu lugar Simeone escolheu o central uruguaio José Maria Giménez para fazer dupla com o seu compatriota Diego Godin no eixo da defensiva colchonera. Tiago cumpriu apenas 53″ minutos em campo, fazendo uma excelente exibição apesar da substituição no início da 2ª parte, que apenas se justifica pelo facto do português ter alinhado os dois jogos pela selecção num curto espaço de tempo e, aos 33 anos, já não ser um jogador, como o próprio admite para fazer 90 minutos de 3 em 3 dias. O português contribuiu mais uma vez para o equilíbrio defensivo da equipa madridista, recuperando muitas bolas a meio-campo. Revelou também como é hábito nas suas exibições muita segurança no passe, realizando, segundo a estatística fornecida pela Liga, 43 passes certos em 49 tentativas nos 53 minutos em que esteve em campo. Marcou o primeiro golo da partida ao cair do pano do primeiro tempo, desbloqueando um jogo que até então estava a ser bastante difícil para a equipa rojiblanca pela atitude defensiva demonstrada pelo Espanyol no primeiro tempo.

Já Sérgio Gonzalez (antigo médio do Espanyol, Deportivo e Selecção Espanhola, agora treinador do Espanyol) não pode contar com 3 jogadores influentes na equipa para esta partida: o médio Abraham, o médio ala Victor Sanchez e o defesa-central internacional mexicano Hector Moreno.

Com um começo algo atribulado, o campeão em título entrou em campo pressionado de antemão pelas vitórias conseguidas por Real Madrid e Barcelona no dia anterior. A equipa de Simeone não poderia de maneira alguma perder mais pontos para as outras duas superpotências do campeonato espanhol.
Foi isso que a equipa orientada pelo técnico argentino fez: atacar de início para marcar cedo e gerir a vitória. Contudo, não seria fácil marcar cedo na partida, apesar da primeira oportunidade de golo ter surgido logo aos 2 minutos através de um canto na direita no qual Gabi bateu com algum veneno para a pequena-área onde apareceu Arda a atirar para uma defesa enorme de Kiko Casilla por instinto. A bola ainda sobrou para Mario Mandzukic. Perante a pressão de um opositor tentou emendar mas não conseguiu. Aproveitando algum desposicionamento dos laterais do Espanyol nas alas (Javi Lopez e Victor Alvarez) a equipa de Simeone, em ataque organizado durante a primeira parte dado o bloco baixo aplicado pelo Espanyol, tentou usar os corredores laterais (Ansaldi muito subido no terreno na esquerda; Juanfran bem apoiado na direita por Koke, Gabi ou Raúl Garcia; muita troca posicional entre os homens do meio-campo de Simeone) para colocar bolas na área em cruzamentos muito bem medidos que tanto Diego Colotto como Alvaro Gonzalez conseguiam afastar com eficácia, ou, Mario Mandzukic acabava por desperdiçar cometendo muitas faltas sobre os defensores da equipa de Barcelona.

Desde logo se percebeu que o Espanyol vinha ao Calderón jogar para o empate. Na 1ª parte, a equipa de Sérgio Gonzalez conseguiu articular uma defesa profunda no seu meio-campo, pressionante e mostrou apetência para lutar pela bola e sair em transições em velocidade. Na única transição em contra-ataque que conseguiram meter na partida com relativa facilidade concedida pelo meio-campo colchonero, Sérgio Garcia ganhou a bola na esquerda, passou por dois adversários e serviu ao 2º poste com um cruzamento tenso Lucas Vázquez. O jovem espanhol emprestado pelo Real Madrid atirou para defesa de Moya. A partir daí, o Espanyol não viria a criar perigo de maior para a baliza do guardião do Atlético. Lucas Vazquez foi uma das unidades mais agradáveis na péssima exibição da equipa de Barcelona. O jovem de 23 anos é um jogador muito rápido, muito explosivo e bom no 1×1. Peca apenas por não soltar a bola a tempo quando se coloca em dribles pelo meio-campo, perdendo algumas bolas que depois resultam em contra-ataques perigosos da equipa adversária.

Depois desse lance, até aos 43″ só daria Atlético de Madrid. As ocasiões sucederam-se:
– aos 15″ Koke ensaiou o remate de meia-distância. A bola saiu tensa dos seus pés, obrigando Kiko Casilla a defender para canto.
– aos 16″ Gabi tentou assistir da direita Raúl Garcia na área. O internacional espanhol tentou um pontapé de moínho que saiu ao lado da baliza de Casilla. Este controlou o lance mas quase foi traído pelo golpe de vista.Em ataque organizado, a equipa do Atlético sentia algumas dificuldades para furar a linha média bem articulada que o meio-campo do Espanyol dispunha no seu meio-campo. Sem conseguir jogar entre linhas, Raúl Garcia era obrigado a vir atrás buscar jogo ao meio-campo e Simeone sentiu necessidade de colocar Koke no miolo, fazendo cair Gabi para a direita do terreno (Sérgio Garcia apercebeu-se da inferioridade numérica e mandou colocar 3 jogadores a fechar aquele flanco; Javi Fuentes ajudou o lateral e o ala a fechar o flanco) e Arda para a esquerda, ,local onde também caiu muitas vezes Mandzukic. O Atlético voltava a carregar:
– aos 33″, quando a equipa de madrid já aparentava algum nervosismo por estar a carregar com vários cruzamentos para Mandzukic que Colotto conseguia cortar de forma eficaz, Koke trocou as voltas a Victor Alvarez com uma simulação na qual deu entender ao lateral que iria cruzar, mantendo o esférico por mais alguns segundos na sua posse, cruzou finalmente e Kiko Casilla com uma saída longa quase até ao limite da grande área quase comprometeu perante a pressão e cabeceamento de Mandzukic. Contudo, o árbitro Vicandi Garrido já tinha assinalado falta do avançado croata sobre o guarda-redes recentemente convocado para a selecção Espanhola. Casilla é desejado tanto por Real Madrid como por Atlético. Simeone andará por estes dias algo descontente com o facto de ter gasto imensos milhões nas contratações de Oblak e Miguel Angel Moya e nenhum dos dois estar a ter um rendimento satisfatório. Fala-se na imprensa inglesa que Simeone pediu à direcção de Enrique Cerezo Petr Cech na reabertura do mercado em Janeiro. Kiko Casilla tem demonstrado ser o guarda-redes mais in da Liga durante esta temporada. Muito seguro entre os postes, com grandes reflexos, algo extemporâneo a sair fora deles, mas, muito destemido e eficaz quando é chamado a socar com os punhos bolas divididas ou bolas que levam sucessivos cabeceamentos na área sem que a sua defesa alivie prontamente o esférico.
– Aos 40″ Raúl Garcia tentou rematar da meia-lua com a bola a sair ligeiramente ao lado da baliza da equipa de Barcelona.

Água mole em pedra dura, tanto bate…

Foi o que aconteceu ao minuto 43″ com o golo de Tiago. Um primeiro canto de Gabi tinha deixado a ameaça. Cabeceamento de José Giménez para nova defesa por instinto de Casilla. Novo canto. Canto curto batido por Gabi para Raúl Garcia que vem às imediações da área recolher a bola e tentar um cruzamento rasteiro tenso que Casilla defende para a frente, depois de uma dividida, Garcia fica com a posse do esférico, dá para trás e Gabi coloca a bola com precisão na cabeça de Tiago que disfere um poderoso cabeceamento arqueado que Casilla não tem qualquer hipótese de defender. Estava feito o 1-0 mesmo ao cair do pano. Merecedíssimo para a primeira parte realizada pela equipa da casa.

Estatísticas de intervalo:
-Tiago e Arda – passe – 32\40 para o português, 32\42 para o turco. Razoável eficácia. A bola passou sempre pelo português.

Na 2ª parte, o Espanyol tentou subir as suas linhas e colocar mais velocidade nas transições. Apesar dos jogadores do ataque do Espanyol terem conseguido executar algumas circulações de bola à entrada da área com passes efectivos e constantes combinações, os defensores do Atlético de Madrid nunca deixaram que a equipa catalã causasse perigo para a baliza de Moya.
Tiago cometeu 3 faltas nos primeiros 5 minutos. Simeone tratou de refrescar aquela posição com a entrada de Mário Suarez aos 53″. O espanhol não comprometeu defensivamente, mantendo o mesmo equilíbrio que Tiago tinha conseguido dar ao jogo defensivo da equipa. Por várias vezes, Mário colocou-se junto dos centrais e aliviou com efectividade algumas bolas que os jogadores do Espanyol tentavam colocar na área à espera de um toque de Felipe Caicedo.

Aos 55″, o veterano Sérgio Garcia, grande referência desta equipa do Espanyol pediu para sair. Sérgio Gonzalez colocou Alex Fernandez na sua posição, nas costas de Caicedo. O veteraníssimo dos espanhóis da catalunha ainda ameaçou na primeira parte com duas arrancadas em drible. Não passou da ameaça e da tentativa de servir Lucas Vazquez. Não foi o jogador expansivo que costuma ser e limitou-se a cumprir as orientações dadas por Sérgio Gonzalez (defesa baixa e contra-ataque).

O Atlético voltou a pegar no jogo. Aproveitando mais um desposicionamento do lateral-esquerdo (Alvaro Gonzalez), Arda, agora colado à direita tentou construir algumas jogadas de perigo pelo flanco. Valeram-lhe 3 cantos consecutivos. Aos 57″ e 61″ os jogadores do Atlético haveriam de reclamar duas grandes penalidades:
– na primeira, surgida de um canto ganho de forma inteligente pelo turco, Caicedo abalrroou Diego Godin impedindo o uruguaio de cabecear. Penalty claríssimo que o árbitro da partida não viu.- na segunda, Raúl Garcia rematou na meia-lua para um corte com o braço de um jogador do Espanyol. Pareceu-me que este tentou proteger a cara com as mãos. Lance duvidoso. Não consegui precisar se houve ou não intenção de cortar o lance com a mão ou se esta foi colocada apenas para proteger o rosto ao remate de Garcia. O remate foi feito muito muito perto.

Sergio Gonzalez tentou mexer novamente na equipa com a saída de Felipe Caicedo para a entrada de Christian Stuani. O uruguaio pouco mais haveria de acrescentar ao jogo. Teve oportunidade de reduzir aos 84″ quando, solto de marcação no coração da área, cabeceou por cima da baliza de Moya.

O Atlético voltou a carregar. Se aos 63″ Mandzukic voltou a dar uma oportunidade para Casilla brilhar com um remate forte já dentro da área depois de ter passado por Colotto com uma recepção orientada para a frente com o peito, e três minutos mais tarde, Casilla teve que sair a punhos por duas vezes na mesma jogada (primeiro, na zona de penalty, à tentativa efectuada por Antoine Griezmann “entretanto entrado para o lugar de Arda”, e depois a soco numa bola pelo ar resultante do ressalto que a defensiva do espanyol não aliviou), aos 70″, um lance onde a equipa do Espanyol foi ultrapassada por 2 vezes no ar daria o golo que terminaria com o jogo. Canto batido na direita, bola para o 2º poste, um primeiro cabeceamento, um segundo de Gimenez e Mario Suarez a empurrar novamente no poste contrário. Suarez pediu desculpa ao uruguaio por lhe ter “tirado” um golo já feito pelo seu cabeceamento.

Até ao final, a equipa do Espanyol tentou reagir mas não conseguiu desfeitiar a baliza de Moya. Mais perto esteve Antoine Griezmann de chegar ao 3º golo dos colchoneros em 3 lances lances que não deram em nada porque no primeiro foi desarmado na hora h por um adversário depois de uma excelente desmarcação para as costas da defesa, no segundo, Kiko Casilla não lhe permitiu e no terceiro atirou ao poste depois de passar pelo guardião espanhol.

Vitória justa do Atlético de Madrid que assim conseguiu não perder mais terreno para Barcelona e Real Madrid.

6 thoughts on “Crónica #20 – Atlético de Madrid 2-0 Espanyol

  1. Se me permite, uma pequena correção: 11h da Manhã em Portugal, 12h em Espanha.

    Uma nota que apesar de implícita no vosso artigo, julgo que deve ser realçada. Este Atlético está diferente da época passada na abordagem ao jogo. Sem medo, à imagem de Simeone, o Atlético assume as responsabilidades e joga como uma equipa grande, deixando de colocar todas as fichas no erro do adversário e assumindo grande parte das despesas do jogo, pelo menos até conseguir uma vantagem. Falta saber se o Atlético tem equipa e plantel para assumir esta postura durante todo o campeonato. Se para 15 das 20 equipas do campeonato esta postura pode ser positiva e pode dar melhores resultados, com as outras equipas pode ser suicida, como já se provou com o Valência. A ver vamos…

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    • Pedro,

      Obrigado pela correcção. Pura distracção.

      Verdade. Pelo que tenho visto dos jogos do Atlético de Madrid esta temporada (não vi todo o jogo contra o Valência mas pelo que vi acentuou-se essa toada) creio que o título fez virar o feitiço contra o feiticeiro. Todas as equipas que defrontaram o Atlético de Madrid tentaram executar um estilo de jogo similar aquele que o Atlético fazia na temporada passada. A mudança no estilo de jogo está efectivamente a dar-se e a equipa até está a meu ver até está a reagir bem. Assim como por exemplo, a saída de Diego Costa e a entrada de Mandzukic obrigou a equipa a mudar um pouco uma das características no modelo de jogo que era a sua imagem de marca: o jogo em profundidade para as costas da defesa. Como Mandzukic não é um avançado rápido e ágil para disputar este tipo de lançamentos longos para as costas da defesa, sendo um avançado mais posicional de área, a equipa tenta servi-lo com mais cruzamentos para a área. Antoine Griezmann é efectivamente o jogador que a equipa tem mais parecido com Diego Costa porque tinha um papel semelhante ao do hispano-brasileiro na Real Sociedad, só que, no seu caso, a jogar nas alas.

      Claro está que a equipa ainda sente algum nervosismo quando não marca cedo. Uma das vertentes incutidas por Simeone na temporada passada era a obrigatoriedade de marcar cedo para começar a controlar a partida. Pressionar o adversário com um golo seria o mesmo que entregar-lhe o esférico, baixar o bloco, não conceder-lhe espaço para jogar entre linhas e esperar o seu erro para lançar contra-ataques rápidos ou bolas em profundidade para Diego Costa.

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  2. Bom dia.

    Concordo plenamente com a sua análise, no entanto deixo aqui mais uma pequena nota para a discussão.

    Este tipo de responsabilidade, ainda mais com a grande importância que as equipas do sul da Europa dão ás competições europeias, carece de um plantel vasto e muito bem preparado, sendo que ainda é necessária uma pontinha de sorte com lesões e outros imprevistos.

    Aqui é que eu julgo que pode estar o grande trunfo do Atlético. Mesmo depois de todas as perdas, o Atlético tem um plantel mais equilibrado do que no ano passado. Reforçou a baliza com o já experiente Moyá, que apesar de tudo fez uma boa época num Getafe de meio da tabela, e foi ainda buscar uma das maiores promessas das balizas, o nosso bem conhecido Oblak. Reforçou ainda a defesa (centrais e lateral esquerda com Gámez, Siqueira e Ansaldi), manteve a capacidade de rotação no meio campo, onde tem opções como Tiago, Koke, Raul Garcia, Gabi, Arda ou Suárez (tendo ainda resgatado Saul Ñiguez ao Rayo) e reforçou fortemente o ataque depois das perdas de Diego Costa e Adrián (foi buscar Mandzukic, Griezmann e Cerci) e ainda preparou o futuro com as contratações de Jiménez e Correa.

    Obviamente ninguém espera que o Atlético seja capaz de uma época ao nível da época passada, principalmente a nível europeu, mas a verdade é que o Atlético pode, mais uma vez, surpreender.

    Em jeito de conclusão, esta “mini” reconstrução (forçada) do plantel foi bem desenhada, e não será por ai que o Atlético não fará uma boa época, mesmo tendo perdido um dos melhores guarda redes do mundo e um dos melhores avançados do mundo da atualidade.

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    • Concordo e completo: o José Maria Giménez também parece ser um central interessante e serve perfeitamente para ser um bom substituto tanto do Godin como do Miranda. É um central limpinho no desarme, bom jogo aéreo tanto defensivo como ofensivo. Está a demonstrar um rendimento, enquanto suplente, superior ao do Toby Aldeireweld no ano passado. O Raúl Jimenez também foi uma aposta pessoal do Simeone. Ainda se está a ambientar à casa. Tem o Oliver a rodar no Porto. Tem todas as condições para voltar para o ano e afirmar-se no plantel principal.

      Penso que poderiam ter-se reforçado com mais dois jogadores que iriam encaixar muito bem na equipa, caso do Carlos Vela e do Ciro Immobile. O estilo de jogo praticado encaixa-se muito bem nas características destes dois visto que o primeiro é um jogador bastante tecnicista, forte no 1×1 e fortíssimo na desmarcação para as costas da defesa e o 2º é um avançado muito móvel, bem ao jeito daquilo que o Simeone gosta, com uma capacidade tremenda de finalização.

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      • Em minha opinião, Vela sim, Immobile não. Simeone tem de ter um avançado com mobilidade e poder de choque, e Immobile não é propriamente um portento físico.Não me parece que Simeone o quisesse. Apesar da falta de profundidade, Mandzukic é um avançado móvel, capaz de jogar em equipa e de criar espaços, mas é também um avançado com um enorme poder de choque. Estas duas características combinadas propiciam a entrada dos médios na área de finalização. Se repararmos, dos 17 golos do Atlético nesta temporada, 7 são marcados por médios (estou a colocar Griezmann a avançado) e 4 por defesas.

        Immobile poderia ser 2.º avançado, mas ai teria que jogar mais longe da baliza, e julgo que isso seria estragar um avançado com as suas características.

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      • Certo. Apesar de não ser um portento físico, o Immobile também é um avançado móvel que gosta de jogar em profundidade, ir buscar muitas bolas às alas e também cria espaço para a entrada desses médios, sendo um bom finalizador. É um jogador um bocado à semelhança daquilo que o Diego Costa era com o Falcao e o Adrian do Porto com o Diego Costa quando actuavam juntos. Creio que seria um bom reforço para jogar atrás do Mandzukic. Não na posição do Raúl Garcia com as funções que o Raúl Garcia tem em campo (o Raúl Garcia ajuda imenso defensivamente, ajuda imenso nas transições quando é necessário vir à linha média articular o jogo entre sectores) mas como poacher. Contudo, como referes correctamente o Immobile não tem o mesmo poder de choque do Mandzukic nos lances aéreos e nas disputas com os defesas. O Mandzukic é um jogador capaz de disputar muitas bolas e está a melhorar imenso em vários índices: parece-me um jogador mais rápido a atacar a bola, muito inteligente na forma em como faz recepções orientadas quando lançado em profundidade, O Immobile também teria a vantagem de jogar com o Cerci e recriar a dupla maravilha do Torino do ano passado. São dois jogadores que combinam muito bem. Um abria espaço para o outro em Itália e o Immobile beneficiava em muito da capacidade técnica do Cerci, principalmente ao nível de cruzamentos e bolas paradas.

        Há outra coisa que me esqueci de dizer. A Cantera do Atlético parece estar recheada de novos talentos. É uma cantera que nos tem acostumado a lançar 4\5 bons jogadores a cada 2 anos. O Atlético de Madrid foi nos últimos anos campeão nos escalões de sub-19 e sub-17. Um pouco por causa de jogadores como Oliver, Manquillo, ñiguez, Contudo, existem outros jogadores bastante promissores como o guarda-redes Kepa, o defesa Sergi Testón, o camaronês Pierre Malong, o chinês Xin Xu (já tem treinado com a equipa principal durante esta época) e o avançado senegalês Aliou Ibrahima.

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