Momentos #48

O Estádio Pasiensky na capital eslovaca foi também palco de uma cena violenta protagonizada por adeptos. Os adeptos de dois clubes de dois países que se consideram como “irmãos”, protagonizaram uma arrepiável cena de violência no desporto no jogo da Liga Europa que o Sparta de Praga bateu o Slovan de Bratislava por 3-o para a fase-de-grupos da Liga Europa.

Momentos #47

A genialidade de Marco Reus (regressou esta semana à competição após um período de paragem de algumas semanas devido a lesão) confirmou a quase assegurada classificação do Borússia de Dortmund para a próxima fase da prova. Reus é de facto um jogador de excepção na forma em como joga e faz jogar toda a equipa do Dortmund através do flanco esquerdo (contra o Galatasaray também assumiu muito bem uma posição central atrás de Pierre Emerick Aubemeyang) e na sua capacidade de remate de fora da área. Em virtude do facto de não ter aceite a segunda proposta de renovação que os responsáveis do Dortmund lhe apresentaram há 2 semanas atrás e de supostamente ter uma cláusula no seu actual vínculo com o clube da Vestefália que poderá permitir sair no Verão de 2015 (a 1 ano do fim de contrato) pelo valor de 25 milhões de euros, Réus está a aguçar meia europa a avançar para a sua contratação.

Momentos #45

O primeiro golo do Atlético de Madrid frente aos Suecos do Malmo é uma autêntica obra de arte. Futebol ofensivo muito positivo. A equipa de Madrid está a dar-se muito bem em ataque organizado, contra equipas que estão neste momento a adoptar contra si o mesmo modelo que deu frutos para a equipa de Simeone na temporada transacta.  O resultado de 5-0 fez transparecer que o Atlético de Madrid não teve dificuldades vencer a partida. Muito pelo contrário. A equipa espanhola conseguiu tal resultado fruto de uma capacidade tremenda de furar as profundas linhas defensivas dos suecos com um jogo de paciência construído através de rapidíssimas combinações entre os seus jogadores de ataque.

Momentos #43

Os 5 golos de Luiz Adriano frente ao BATE Borisov. Para Dunga ver dada a actual carência que o escrete apresenta naquele sector do terreno. O jogador do Shakhtar tornou-se o 2º jogador da competição a alcançar esse feito num só jogo, igualando o record que era detido exclusivamente por Lionel Messi. Creio que o record de Messi foi obtido precisamente contra estes Bielorussos há umas temporadas atrás.

Luiz Adriano não é novo dessas andanças. A própria carreira do jogador de 27 anos tem sido tornada “muito discreta”, muito sobrevalorizada (penso que é o termo mais correcto a aplicar) desde que está na equipa ucraniana. Quem acompanha com maior atenção a campanha desta equipa ucraniana nas últimas edições da Champions e da Liga Europa lembra-se perfeitamente que não existe nenhuma competição em que este não marque alguns golos em todas as competições europeias. O brasileiro já leva 29 golos em 61 jogos realizados nas provas da UEFA e é no campeonato ucraniano, um máquina de marcar golos cujos clubes das grandes ligas internacionais teimam em não querer contratar para as suas fileiras. Basta referir que o brasileiro de 27 anos, formado no Internacional de Porto Alegre é um jogador que apontou 71 golos em 150 partidas pelo clube no campeonato, tendo sido o melhor marcador do campeonato ucraniano em duas épocas, apesar da sua manifesta irregularidade (o seu principal defeito) e da sua personalidade algo problemática (já foi castigado por vários jogos tanto na Ucrânia como nas provas europeias por manifesta falta de fairplay assim como foi um dos brasileiros que se recusou a voltar à Ucrânia em Julho por causa dos conflitos que atingem a zona de Donetsk e obrigaram o clube a sair da cidade e a instalar-se em Lviv).

Por falar no jogador, nos últimos meses tem acrescido a possibilidade de se naturalizar ucraniano de forma a poder alinhar pela selecção daquele país. O jogador não soma qualquer utilização pela Selecção A brasileira, tendo sido internacional sub-20 pela Canarinha.

Momentos #42

O golo é um frango. Mas não apaga o genial lance do mustang que salvo Lopetegui de mais uma salva de fogo cruzado. Depreende-se o óbvio, indiferente do estilo de rotação que o técnico visa executar: Quaresma é um fixo no onze do Porto doa a quem doer porque é um jogador que num lance repentido saca de uma grande acção individual e resolve uma partida que esteja a ser difícil de desbloquear. Compreende-se que o treinador se sinta mais motivado a actuar com os jogadores que bem conhece do trabalho de campo executado nas selecções de Espanha (caso de Adrián) porque todos os treinadores gostam de trabalhar com jogadores que conhecem profundamente tanto no plano desportivo como no plano mental, pessoal e social, mas, negar a titularidade a Quaresma nesta altura do campeonato é como dar um tiro no próprio pé. Ou cavar a sua própria sepultura, tendo a noção da influência do jogador no balneário e junto dos dirigentes e adeptos do clube.

O FC Porto pode considerar-se apurado para a próxima fase.

 

Momentos #41

Aproveitando o facto de lhe ser conhecida uma faceta intelectual e uma cultura geral bastante acima da média, a Marca perguntou a Xabi Alonso no lançamento deste jogo qual seriam os estilos de musica se existisse um termo de comparação possível entre a arte musical e a arte do futebol para as equipas de Bayern e Real Madrid. O jogador de 33 anos respondeu de forma muito pertinente: o Real Madrid seria Rock´n´ Roll, descrevendo o jogo dos madridistas como vertiginoso e a sua atitude como um fenómeno popular similar ao rock´n´roll enquanto o estilo de jogo do Bayern se assemelharia ao Jazz, um estilo mais calmo, mais paciente, com um toque de charme e classe superior, mas, quando acelerado, também ele vertiginoso e avassalador.

A prestação dos bávaros em Roma foi parecido com o heavy metal. Ao invés de se espancarem guitarras com sons estridentes, melodicamente bem construídos e bem executados tecnicamente, a equipa de Guardiola espancou literalmente a equipa da Roma (uma clara candidata a meu ver aos quartos-de-final da prova) com um futebol ofensivo avassalador, tão avassalador que motivou de imediato um pedido de desculpas por parte de Francesco Totti, Daniele DeRossi e Rudy Garcia aos seus adeptos na flash-interview (no caso do capitão) e post-match conference no caso do sub-capitão e do timoneiro da equipa.

A equipa do Bayern conseguiu alcançar 13 golos em duas partida. No fim-de-semana passado para a Bundesliga, a equipa de Guardiola já tinha espancado o lanterna vermelha da prova (Werder Bremen) com um esclarecedor 6-0.

Crónica #21 – CSKA Moscovo 2-2 Manchester City

A vida do Manchester City no denominado grupo da morte complicou-se imenso depois do empate concedido ontem na Arena Khimki em Moscovo. À porta fechada, cumprindo o 2º jogo dos 3 obrigados pela UEFA por mau comportamento sistemático dos seus adeptos, o CSKA aproveitou para conquistar os primeiros pontos na prova perante uma equipa inglesa que começou a gerir muito cedo a vantagem acumulada no primeiro tempo. Afirmativo também será dizer que o empate se sucedeu graças a um erro de arbitragem no lance que origina o penalty que garante o empate à equipa orientada por Leonid Slutsky nos derradeiros minutos da partida.

Leonid Slutsky repetiu o mesmo onze e o mesmo modelo de jogo que tinha aplicado perante o Bayern na jornada anterior. Com um meio-campo em losango, voltou a apostar em Alexei Berezutski no vértice mais recuado desse meio-campo, Natcho no vértice mais adiantado no apoio a Ahmed Musa e Roman Eremenko, o sérvio Zoran Tosic na direita e Georgi Milanov na esquerda, devidamente apoiados pelas incursões dos laterais Schennikov e Mario Fernandes.
Já Manuel Pellegrini fez alinhar o seu onze base. Perante a ausência de Frank Lampard (contraiu uma lesão na coxa frente ao Tottenham) Pellegrini destacou Kun Aguero no apoio a Dzeko numa equipa que é impulsionada essencialmente pelos seus grandes motores no meio-campo: Fernando e Yaya na pressão defensiva, recuperação de bola e circulação do esférico e David Silva como o construtor de jogo. James Milner suplantou Jesus Navas na direita do ataque. O espanhol só viria a alinhar no segundo tempo.

O jogo teve duas partes distintas: na primeira, o Manchester City assumiu as despesas de jogo como habitual o faz, perante uma equipa russa a defender em bloco baixo pressionante à zona e a tentar sair em contra-ataque através de lançamentos do israelita Bebras Natcho para a corrida de Ahmed Musa na frente do terreno. Até aos 70″ pode-se dizer que Musa foi quase sempre muito bem anulado tanto por Kompany como por Mangala. Imperiais no desarme, perderam concentração nos minutos finais e permitiram que o CSKA recuperasse no marcador quando nada o fazia prever.

A equipa russa até entrou melhor no jogo com duas situações de perigo causadas por dois remates de meia-distância que sairam perto da baliza defendida por Joe Hart. Em aceleração rápida, Natcho tentou servir Roman Eremenko em velocidade para as contas de Kompany. Atento, o belga cortou para a frente permitindo um remate de Ahmed Musa que saiu por cima da baliza de Joe Hart. Poucos minutos mais tarde, Zoran Tosic tentou a sua sorte. A bola saiu ao lado da baliza da equipa de Pellegrini.
A partir daí, o Manchester City foi colocando em prática o seu típico carrossel. Recuperado esférico a meio-campo, David Silva quase sempre ofereceu linha de passe aos dois homens mais recuados do meio-campo e tratou de começar a tentar furas as linhas compactas da defesa profunda dos russos. A actuar mais descaído pela esquerda, o internacional espanhol tentou criar superioridade nesse flanco com Kun Aguero e Kolarov de forma a proporcionar, através de rápidas combinações oportunidades para o argentino dentro da área ou maior à-vontade para o sérvio tentar colocar a bola a jeito da finalização de Edin Dzeko na área. Muito atentos, os experientes centrais do CSKA (Serguei Ignashevic e Vasiliy Berezutski) não deram espaço ao sérvio para receber bolas na área. Nos únicos erros de posicionamento, pressão e marcação que cometeram surgiriam os 2 golos da equipa de Manchester.

Aos 28″ quando o City tomava conta das operações mas não conseguia ser uma equipa capaz de articular jogo entre linhas em velocidade de forma a furar a organizada defensiva russa, surge o primeiro golo da partida num lance em que a equipa de Manchester, neste caso David Silva, capitulou dois erros do meio-campo e da defesa russa: recebendo solto no corredor central um passe de Yaya Touré, não foi pressionado num primeiro momento por Berezutski e teve uma enorme liberdade, num segundo momento sobre uma tentativa de pressão macica dos 2 centrais que saíram ao seu encontro para matar a investida de picar a bola por cima dos defensores para a brilhante desmarcação de Dzeko. O bósnio, isolado na cara de Akinfeev foi altruísta e tocou para o lado para o golo de Kun Aguero.
O golo sofrido pelos moscovitas não os alertou para a necessidade de mudar o estilo de abordagem. A equipa campeã russa continuou a praticar a sua defesa baixa e a entregar as despesas do jogo à equipa visitante. Os ingleses voltaram ao jogo de paciência, capitulando um novo erro da defesa russa aos 37″ quando Yaya Touré viu Dzeko a desmarcar-se na área e cruzou para o 2º poste. O bósnio amorteceu de forma inteligente para o remate de Kun Aguero que seria empurrado por James Milner à boca da baliza. 3 falhas de marcação evidentes neste 2º golo por parte da defensiva russa.
No minuto seguinte, a equipa de Manuel Pellegrini poderia até ter enterrado o jogo quando, servido com um cruzamento rasteiro muito tenso de Kolarov na esquerda, Edin Dzeko não foi capaz de empurrar para o 3º da equipa. Todavia, foi bem estorvado por Ignashevic, não existindo qualquer motivo para grande penalidade. A bola ainda sobrou para o 2º poste onde apareceu James Milner a atirar ao poste.

Ao intervalo, a vantagem justificava-se pela assumpção das despesas de jogo por parte do City e pela manifesta capitalização dos dois erros defensivos cometidos pelos homens da casa.

Insatisfeito, Leonid Slutsky tratou de mexer ao intervalo com a entrada de Seydou Doumbia para o lugar de Alexei Berezutski. Apesar de não ter sido muito pressionante durante a primeira parte, Slutsky teve que alterar a geometria do meio-campo e arriscar com a saída do seu médio defensivo (passou Natcho para a sua posição, recuou Eremenko para a posição 10 e tirou Milanov da esquerda para a posição 8; Milanov rendeu muito mais nesta posição com a sua fabulosa capacidade de passe do que tinha rendido na esquerda; é um jogador que tem muitas dificuldades em criar desequilíbrios nas alas porque não tem 1×1) colocando Ahmed Musa na esquerda (na tentativa de inventariar um flanco esquerdo rápido com as subidas do lateral Schennikov) e Doumbia na frente de ataque, se bem, que em vários momentos da 2ª parte Doumbia trocou de posição com Musa para causar desgaste junto de Vincent Kompany.

Manuel Pellegrini deu a vitória como adquirida e, talvez menosprezando uma possível reacção do CSKA deverá ter pedido aos jogadores que adormecessem o jogo através da posse e circulação de bola no meio-campo adversário. Tal estratégia veio a provar-se como errada. A entrada de Doumbia e a passagem de Milanov para o centro do terreno vieram dar outra dinâmica ofensiva ao meio-campo da equipa da casa que paulatinamente viu ser-lhe atribuída a posse dentro do meio-campo dos ingleses. Doumbia foi um autêntico quebra cabeças quer para Fernando quer para os centrais. Se Kompany e Mangala demonstravam imensa segurança na anulação do avançado até aos 70″ quer através da recuperação de bolas sempre que este ou Musa tentavam um 1×1, quer no desarme limpinho e seguro, com muita ajuda de Pablo Zabaleta que, no flanco mais fraco do City limitou-se literalmente a praticar acções defensivas, pode-se dizer que a partir dos 70″, a partir do momento em que o City começou a perder o meio-campo (tornaram-se menos pressionantes, facto que levou Pellegrini a reforçar aquele sector do terreno com a entrada de Fernandinho aos 77″) dá-se um crescimento exponencial do CSKA, motivado pela redução da desvantagem aos 64″ num lance em que Eremenko furou o bloco defensivo do city com um passe a rasgar para a área aproveitando a desmarcação rápida de Musa perante a passividade de Kompany e Musa, na área, endossou de forma serena o esférico para o coração da área onde apareceu Doumbia a ser mais forte que Mangala.

A equipa do City tentou responder com mais velocidade no jogo e mais posse dentro do meio-campo russo. Silva deu a entender mais uma vez que estava ali para ajudar a construir o 3º da equipa e Pellegrini reagiu aos estimulos vindos da necessidade de matar a partida com uma substituição que visava refrescar o flanco direito com a entrada do vertical Jesus Navas, passando Milner para a esquerda. O médio-ala inglês não foi capaz de ganhar muitas batalhas individuais contra o assertivo (defensivamente) Schennikov.

Falsa ilusão…

O CSKA procurava mais que a derrota:
– aos 74″ Serguei Ignashevic esteve perto do empate. Livre batido na esquerda por Natcho, coloca a bola quase milimetricamente na cabeça do central Ignashevic num lance estudado. Caso tivesse chegado à bola, como estava solto de marcação, poderia ter ali feito o empate.
– dois minutos depois, nova bola colocada entre linhas do City pelo flanco direito (Mario Fernandes para Roman Eremenko) permitiu o remate ao avançado finlandês ao lado da baliza de Joe Hart. Num lance muito identico ao do primeiro golo da equipa da casa, Eremenko não tomou a melhor opção. Se tivesse rodado e visto a entrada de Musa e Doumbia teria feito uma jogada identica à que o nigeriano fez no lance do primeiro golo.
Até que, aos 84″, o golpe de teatro consumou-se com o lance que iria originar a grande penalidade convertida por Natcho. Belo cruzamento da esquerda em direcção a Seydou Doumbia (acabaria por ser substituído minutos mais tarde por causa de problemas físicos; foi alvo de algumas entradas duras no 2º tempo) e este, de forma inteligente, acusou o contacto defensivo de Kolarov para, na minha opinião, ludibriar o árbitro da partida e cavar uma grande penalidade, que, se fosse eu a ajuizar, jamais marcaria. O israelita Natcho converteu a grande penalidade e garantiu o primeiro ponto aos russos na competição.

Manuel Pellegrini ainda tentou reagir com a entrada de Stevan Jovetic nos minutos finais, mas, já era tarde para o montenegrino tentar amenizar os estragos. A equipa do CSKA até acabou por cima da partida, oferecendo-me a ilusão que se o jogo tivesse mais 10 minutos decerto o venceria.

Na alta competição a este nível todos os erros são aproveitados. Na Champions, nenhum treinador deverá dar um resultado como garantido. O City atrasou-se na corrida aos oitavos-de-final com o 2º empate da prova em 3 jogos (derrota em Munique) apesar de ter beneficiado da derrota da Roma frente ao Bayern. Será imperioso para a equipa de Manchester vencer o próximo encontro da contenda e esperar que o Bayern vença novamente a Roma no jogo que se irá disputar na Allianz-Arena.

 

O rei vai nu!

Ocorridas quase 24 horas da vergonha que aconteceu em Gelsenkirchen, não consigo de maneira nenhuma compreender a razão que tem motivado o silêncio da UEFA. Para uma instituição que apregoa aos sete ventos os valores do respeito e do fairplay no futebol, a omissão e a não-responsabilização dos actos cometidos que toda a europa repudiou e criticou, só me pode fazer concluir que no fim de contas, as bandeiras apregoadas por aquele organismo são puros clichés que só servem para serem inscritos nos galhardetes que são distribuídos nos jogos organizados pela instituição e prestar uma falsa mensagem a todos os agentes e adeptos.

O principal responsável da vergonha que se passou não é o árbitro da partida mas sim o próprio líder da UEFA, ao permitir que uma equipa participante na competição seja patrocinada pela mesma entidade que é uma das principais patrocinadoras da prova. Todos, inclusive, o árbitro da partida podem, dentro de algumas horas, dias, desculpabilizar-se pelos 3 erros cometidos em prejuízo do Sporting. Indesculpável será, para sempre, a promiscuidade existente entre o Schalke 04 e a organização do evento por uma via comum. O que aconteceu ao Sporting em Gelsenkirchen leva-me a uma pergunta básica, pergunta essa que deverá ser transversal à maioria dos adeptos de futebol em Portugal: até que ponto é que os patrocinadores da Champions League não são eles próprios o lobby interessado em delinear todas as fases da prova em prol do seu interesse próprio? Outras perguntas ocorreram-me de imediato na cabeça: e se o prejudicado fosse o Real Madrid ou o Bayern de Munique? Não teriam os dois clubes força necessária para conseguirem a repetição do jogo junto do organismo? As Federações Alemã e Espanhola não teriam tomado imediatamente uma posição forte junto do organismo ao invés de se manterem no silêncio como a Portuguesa? Valerá a pena para os clubes pequenos participar numa competição que está a ser completamente viciada em prol dos mais poderosos?

Michel Platini parece mais interessado em estragar o futebol com as suas visões loucas do que aplicar as modificações que o futebol moderno exige: para bem do futebol, a decisão humana dos árbitros de baliza, agentes susceptíveis pela condição humana de errar tantas ou mais vezes que o trio de arbitragem, deve ser modificada em prol da tecnologia e da fiabilidade do videoárbitro (nos mesmos moldes da sua bem sucedida aplicação em outras modalidades como o rugby). A promiscuidade de interesses não atinge apenas a relação entre jogadores, empresários e fundos. Concerne também a existência de patrocinadores comuns entre competições e clubes que disputam essas mesmas competições.

O Sporting Clube de Portugal pode queixar-se da subtracção de 4 pontos: um penalty que ficou por marcar em Alvalade frente ao Chelsea que poderia dar o empate ao clube português e os 3 pontos de Gelsenkirchen. Tomo portanto como ponto de partida para a derrota a própria expulsão de Maurício:
– O primeiro amarelo mostrado ao central brasileiro é justíssimo. O segundo amarelo é forçadíssimo. Se aquela carga por trás, longe da baliza, numa disputa pelo ar é passível de cartão amarelo, pois então, poucos centrais são aqueles que deverão por essa europa fora terminar os 90 minutos. Bruno Alves é o exemplo mais claro. Per Mertesacker (Arsenal), Leonardo Bonucci (Juventus), David Luiz (PSG) Sergio Busquets (Barcelona), Pepe (Real Madrid) e Omer Toprak (Leverkusen) são alguns dos centrais que abordam o mesmo tipo de lance com a mesma abordagem de Maurício. E quase sempre, nunca são sancionados com cartão nessas abordagens faltosas. Tudo isto me faz crer, tendo em conta a sólida exibição que Maurício estava a realizar, que Sergei Karasaev sabia perfeitamente que ia condicionar a excelente partida que o Sporting estava a realizar para equilibrar a contenda com a expulsão do central.
– No lance do segundo golo do Schalke, dou de barato pela posição de Huntelaar que é muito difícil ao assistente tirar o fora-de-jogo.- O lance do penalty é uma discussão disparatada e tendenciosa. O árbitro de baliza, responsável pela decisão, tinha o campo totalmente aberto para ver Jonathan Silva (de braços abertos e bem afastados da cabeça) cortar o esférico de forma legal.

Errar é humano. Cometer um erro é humano. Outra história é cometer 3 erros que beneficiam uma equipa. Outra história é, como pudemos observar, a falta de critério de Sergei Karasev. Numa falta vulgar como a de Maurício, praticada por tantos sem consequências disciplinares, o russo não teve pejo em expulsar. Em dois outros lances perigosos passíveis de amarelo, em um não marcou uma falta à entrada da área de Nani e noutro (falta dura de Sarr sobre Obasi na direita) marcou falta mas não sancionou o lateral do Sporting com o devido amarelo. Nas faltas a meio-campo do Schalke, algumas delas a travar iniciativas em contra-ataque, nenhum cartão saiu do bolso do árbitro russo para fazer cumprir as leis do jogo e as indicações da UEFA para essas circunstâncias do jogo.

A equipa leonina está de parabéns pelo jogo que realizou. Com 11 jogadores em campo, foi uma equipa muito organizada defensivamente, bem posicionada quando quis pressionar alto e condicionar a saída de jogo por parte dos centrais e do trinco Neustadter, capaz de recuperar muitas bolas a meio-campo e de suster a pressão exercida pela equipa alemã após o golo do Nani. Ofensivamente, circulou muito bem o esférico e teve a sorte de atingir o primeiro golo da partida num canto.

Depois da expulsão de Maurício, o Sporting voltou a provar que com menos 1 unidade consegue jogar para ganhar em qualquer campo do mundo. A equipa voltou a comportar-se de acordo com a tónica que tem sido desenvolvido por Marco Silva: mostrou resiliência e fé quando em desvantagem, organização, ambição (quando tentou pressionar alto) e cautela quando não tirava partido da pressão alta, descendo imediatamente as linhas para se reorganizar no seu meio-campo e tentar travar da maneira possível os ataques da equipa germânica. Patrício comete um erro imperdoável no primeiro golo, William não estava bem posicionado na jogada que deu o segundo e os centrais do Sporting estavam a dormir no lance do terceiro ao deixar Howedes cabecear à vontade. No entanto, a equipa de Marco Silva foi à luta. Adrien e William fizeram um jogo excepcional. Para além de terem aguentado o meio-campo com firmeza e insustentável cansaço nos minutos finais da partida, ainda tiveram forças para ir lá à frente fazer jogar, pressionar e apontar o golo que daria um pontinho precioso à equipa (no caso de Adrien). Carillo e Nani fecharam as alas como puderam e o peruano foi uma das unidades mais in do Sporting. Quando a equipa parecia não ter forças para reagir, o peruano sempre que teve bola na esquerda ou na direita manifestou garra para correr com a bola na sua posse e driblar os defensivamente fracos laterais do Schalke. Nani poderia ter feito melhor em várias situações: quando o jogo estava 2-3 poderia ter aproveitado um lance no qual entra na área mas não conseguiu ser expedito a rematar.

Aplausos também para as exibições de Cedric (falhou apenas no lance do segundo golo mas acertou em cheio no cruzamento para o 2º poste no golo de Adrien) e Jonathan Silva. O jovem argentino tem um futuro promissor pela frente. Aguentou Obasi como pode (não é fácil defender este nigeriano pela simplicidade como usa e abusa da sua rapidez para ganhar a linha de fundo) e conseguiu ter forças para subir no terreno, executar venenosos cruzamentos para a baliza de Fahrmann e ainda pressionar no último terço nos momentos em que a defensiva do Schalke aliviava bolas para o seu flanco, de modo a recuperar rapidamente a bola e executar uma nova vaga para a área. Paulo Oliveira e Sarr também fizeram interessantes exibições: o primeiro não teve medo de Huntelaar e o francês juntou à capacidade de sair bem a jogar quando a equipa precisou que ele conduzisse o esférico, 2 ou 3 cortes providenciais que evitaram males maiores.

Freddy Montero não tem de forma alguma o poder de choque de Slimani. O colombiano correu muito, pressionou muito e sempre que a equipa tentou colocar-lhe a bola em desespero soube estar no sítio certo para a receber e endossar de imediato para um companheiro sob pressão. Não tenho a menor dúvida em afirmar que se o Sporting tivesse o argelino em campo na altura do 3-3, uma ou duas bolas bem colocadas para a área do Schalke poderiam ter dado a vitória.

Quanto à equipa do Schalke, confesso que esperava mais. A solidez defensiva deixa a desejar. Dois laterais muito fracos do ponto de vista defensivo, facilmente permeáveis no 1×1. Benedikt Howedes é o único da defensiva que mantem a concentração durante os 90 minutos. Nas alas, é só potência de contra-ataque. Tanto Draxler pela esquerda como Obasi pela direita são jogadores que gostam de ter bola em transições rápidas: o alemão quase sempre tenta flectir para o meio em velocidade de forma a tentar desmarcar Huntelaar (quase sempre em fora-de-jogo. O holandês faz um truque de ilusão que engana os assistentes, colocando-se quase sempre à frente da linha defensiva num primeiro momento para num segundo momento, aquando do passe recuar rapidamente e dar a sensação que estava em linha) enquanto o nigeriano é um jogador vertical que, como referi, usa e abusa da velocidade para passar pelos adversários. Qualquer lateral com rapidez de movimentos e agilidade e uma marcação cerrada que não permita espaço ao nigeriano para colocar o seu drible, anula-o facilmente. Kevin-Prince Boateng é uma anedota daquilo que era nos tempos do Milan. Neustadter é um jogador interessante mas não é totalmente ineficaz no passe. Max Meyer esteve pouco tempo em jogo para mostrar aquilo que é: um 10 puro, fantasista. Os ausentes Joel Matip, Leon Goretzka, Jefferon Farfán e Tranquilo Barnetta dão outra consistência defensiva e ofensiva à equipa: o camaronês é fortíssimo no jogo aéreo, o internacional alemão cobre mais espaços que Hoger e dá outra dinâmica à circulação de bola e pensamento ofensivo da equipa, o peruano é dotado de recursos técnicos que Chinedu Obasi não possui e o internacional suiço é um jogador que acrescenta mais poder de fogo de meia-distância ao ataque da equipa orientada por Roberto Di Matteo.

As contas são fáceis de fazer. Sendo realista, o Sporting precisa de bater o Schalke em Alvalade (a equipa demonstrou argumentos que me fazem acreditar que esse será o desfecho final do jogo de Alvalade) e precisa que aconteça um de dois cenários:
– vence o Maribor e o Chelsea em Stamford Bridge e espera que o Schalke escorregue na deslocação à Eslovénia ou na deslocação a Inglaterra.
– vencendo o Schalke, vence o Maribor e espera que os alemães não consigam melhor que 1 ponto nessas duas deslocações. Imperiosa será a vitória frente aos alemães daqui a duas semanas.

A fantástica selecção de sub-21

A selecção de sub-21 está de parabéns pela conquista obtida em Paços de Ferreira ao apurar-se pela 9ª vez para o europeu da categoria desde a sua criação em 1978!

Em primeiro lugar, Rui Jorge está de parabéns. O seleccionador português fez um trabalho fantástico, mesmo quando a Selecção A lhe foi roubando atletas fruto das suas necessidades ao longo dos últimos meses (Bruma, João Mário, André Gomes, William Carvalho, Ricardo Horta, Cedric, Ivo Pinto, Anthony Lopes, Ruben Vezo, Rafa, Ivan Cavaleiro), manteve um discurso coerente assente na prosecução de um objectivo que tinha que ser atingido a qualquer custo (a qualificação), moralizou as tropas de que dispôs em redor desses objectivos e no final conseguiu o melhor de dois mundos: a qualificação só com vitórias (a bom da verdade, esta Holanda mostrou muito mais no jogo de Paços de Ferreira do que no jogo de Alkmaar e vendo bem as coisas esteve bastante perto em duas ocasiões de liderar a qualificatória por golos fora) e o desenvolvimento ao mais alto nível de jogadores que, a meu ver, terão quase todos o seu espaço na próxima geração da selecção A.  Pode-se até dizer que esta equipa até fica melhor sem os jogadores que entretanto deixaram de participar no trajecto por terem subido aos AA, mas, para uma fase-de-qualificação daquele nível de exigência, não levar o trio do meio-campo que a Selecção A “roubou” à selecção de sub-21 poderá considerar-se um crime.

A turma portuguesa desenvolveu-se, ganhou experiência internacional, praticou um futebol vistoso e mereceu por inteiro esta qualificação pelo futebol desenvolvido, pelo brilhantismo individual demonstrado por alguns dos seus actores (Bernardo Silva foi sem dúvida aquele que demonstrou mais talento neste trajecto) e pelo trabalho desenvolvido no plano mental. Mesmo a um passo da eliminação quando a Holanda vencia, os jogadores portugueses souberam quase sempre dar a volta por cima e encontrar forças para vencer o jogo.

Esperemos que a caminhada vitoriosa se mantenha na República Checa. Depois deste prodigioso apuramento, é difícil não esconder a ambição que rodeia esta selecção: vencer o Europeu que será disputado no próximo mês de Junho naquele país do centro da europa. No entanto, é preciso ter noção da realidade que esta selecção irá encontrar na República Checa: assim como nós temos um leque de jogadores a jogar ao mais alto nível em grandes ligas europeias e até em grandes clubes europeus (alguns deles são opções regulares em clubes que estão no topo das principais ligas europeias e em clubes que disputam a champions), as outras selecções também os tem e, até tem jogadores muito mais calejados ao nível de experiência internacional como são os casos de Federico Bernardeschi (Itália\Fiorentina), Ter Stegen (Alemanha\Barcelona), Jonas Hoffman (Mainz\Borussia de Dortmund\Alemanha), Bernd Leno (Alemanha\Bayer Leverkusen), Max Meyer (Schalke\Alemanha), Nemanja Radoja (Sérvia\Celta de Vigo), Lucas Andersen (Dinamarca\Ajax), John Guidetti (Celtic\Manchester City\Suécia), Luke Shaw (Manchester United\Inglaterra), Tom Ince (Crystal Palace\Inglaterra) ou a dupla do Tottenham Eric Dier e Harry Kane. Isto não contando com a possibilidade de virmos a ter no Europeu jogadores cujas idades ainda permitem jogar esta competição, mas que já passaram há muito para as selecções principais dos seus países como são os casos de  Milos Jojic e Lazar Markovic (Sérvia), Skodran Mustafi, Erik Durm, Mathias Ginter, Leon Goretzka, Emre Can (Alemanha), Pierre-Emile Hojbjerg e Youssuf Poulsen (Dinamarca) ou Calum Chambers e Raheem Sterling (Inglaterra). Este europeu será sem dúvida a rampa de lançamento de muitos talentos para a alta roda do futebol europeu.

Tempos e resultados – Qualificação para o Euro 2016

euro

No Grupo A, amanhã teremos um duelo escaldante em Istambul com a Turquia a receber a Holanda de Guus Hidink. Os turcos irão querer dar uma melhor imagem depois da copiosa derrota na Islândia por 3-0 enquanto os Holandeses irão pretender somar os 3 pontos para poderem voltar a assumir as rédeas do grupo depois da derrota na República Checa nos minutos finais do jogo da 1ª jornada.

No Grupo B, a Bélgica recebe Andorra no seu primeiro jogo de qualificação. País de Gales e Bósnia Herzegovina medem forças entre si no Millenium de Cardiff. Ambas as equipas são candidatas ao 2º lugar do grupo.

euro 2

No grupo C, a Espanha joga hoje na Eslováquia. Bielorussia e Ucrânia defrontam-se em Minsk.

A contar para o grupo D, Escócia e Geórgia defrontam-se no sábado. É o único jogo da jornada deste grupo. Os restantes irão realizar-se na terça-feira.

euro 3

No grupo E, a Inglaterra recebe hoje a fraca selecção de São Marino em Wembley. Suiça e Eslovénia também irão tentar conquistar os primeiros pontos. Estónia e Lituânia tem a oportunidade de jogar hoje pela liderança do grupo.

Para o Grupo F há apenas a registar o jogo de sábado entre a Roménia e a Hungria.

euro 4

No grupo G, a Austria vai a Chisinau defrontar a Moldávia. Os Austríacos empataram na primeira jornada frente à Suécia. A grande partida de hoje será o confronto entre Suecos e Russos em Estocolmo pelas 19:45.

A contar para o Grupo H jogam-se amanhã 3 partidas: Itália vs Azerbeijão, Bulgária vs Croácia e Malta vs Noruega.

euro 5

A próxima jornada do Grupo I só será disputada na próxima semana.

Momentos #21

Alberto Aquilani, Josip Ilicic e o internacional sub-21 Federico Bernardeschi (especial atenção para este jovem jogador porque está aqui o próximo grande avançado da selecção italiana) foram os autores dos golos de uma vitória bastante fácil dos Viola frente ao Dinamo de Minsk, a equipa carrasca do Nacional da Madeira nos playoffs de acesso à fase-de-grupos da competição. A equipa bielorussia não mostrou, pelo que pude ver dos dois jogos realizados nesta fase da prova, a agressividade e o veneno no contragolpe demonstrado contra a equipa insular nos playoffs.

No lado Viola, depois de um mau arranque de campeonato (a equipa de Firenze é 10ª na tabela classificativa da Serie A) com apenas 6 pontos em 5 jogos efectuados, e depois de uma fase onde a equipa em geral e os seus pontas-de-lança (Gomez, Bernardeschi, Ilicic e Khouma Boubacar; Giuseppe Rossi está novamente lesionado por algum tempo) foram amplamente criticados pela imprensa pelo défice de golos resultante das suas paupérrimas exibições no que ao capítulo da finalização concerne, pode-se dizer que o jogo da Bielorussia serviu para 2 deste lote de 4 homens de ataque sentirem a necessidade de aguçar o engenho e apontar o ponto-de-mira correcto às balizas contrárias.

Do primeiro golo da partida, apontado pelo skilled Alberto Aquilani, aponto um registo de destaque de Borja Valera na jogada com um túnel que fez toda a diferença na jogada. Com a tirada de inteligência demonstrada no lance, o espanhol baralhou por completo o seu oponente, concentrou sobre si a marcação, permitindo assim uma adequada lateralização da bola para a subida do lateral e para a consecução do cruzamento sem oposição.

breves #23

Selecção Brasileira – Souza, antigo médio do Porto, agora no São Paulo, foi chamado por Dunga para substituir Ramires na convocatória para os jogos contra a Argentina e Japão. Dunga encontra-se a preparar uma fase experimental na selecção. Com os olhos no futuro, ou seja, na próxima Copa América em 2015 e na qualificação para o Mundial 2018, o novo seleccionador brasileiro aproveita os amigáveis que a canarinha irá realizar em Outubro para testar novos jogadores. Assim sendo, Diego Tardelli (Atlético Mineiro), Ricardo Goulart e Everton Ribeiro (Cruzeiro), Rafael Cabral (Napoli), Mário Fernandes (CSKA) Felipe Luis (Chelsea) Danilo (Porto) Dodô (Inter) Miranda (Atlético de Madrid) Gil (Corinthians) Elias (Corinthians) e Robinho (Santos) foram convocados pelo seleccionador brasileiro. A chamada de Robinho foi a grande surpresa da convocatória. De fora ficaram jogadores como Fred, Jô, Dante, Marcelo ou Hernanes.

Selecção Brasileira 2 – A Confederação Brasileira de Futebol quer marcar um amigável no Mineirão frente à Selecção Alemã para “exorcizar” o doravante denonimado Mineiraço – a derrota nas meias-finais do Campeonato do Mundo frente aos alemães por 7-1.

Jordi Clasie – O internacional holandês do Feynoord afirmou ao Jogo que Julen Lopetegui chegou a abordá-lo para pedir para se transferir para o clube da invicta.

Jorge Jesus\Benfica – Na conferência de imprensa realizada após a derrota em Leverkusen por 3-1, derrota encarnada que, apesar do futebol vistoso praticado pelos articulados e técnicos alemães, fica manchada com um enorme erro de arbitragem do inglês Martin Atkinson no lance do penalty que deu o 3º golo ao Leverkusen numa altura em que o Benfica poderia ter facilmente construído outro resultado na BayArena, Jorge Jesus afirmou que “desportivamente uma final da Liga Europa é mais importante que os quartos da champions”.

Uma final europeia é sempre uma final europeia. No entanto, de nada valem as presenças em duas finais europeias se as taças não forem depositadas no bonito Museu Cosme Damião. Creio que o treinador do Benfica teve o azar de afirmar mais uma das suas parvoíces. O grupo em que o clube está inserido não é fácil: as 4 equipas tem um valor similar e, todas poderão ganhar jogos umas às outras. Contudo, seria de esperar que o treinador campeão nacional, não vulgarizasse desta maneira uma posição nas 8 melhores equipas da europa só porque a sua equipa não está para já a ter o melhor rendimento na competição. Numa altura em que volta a ser amplamente criticado pelas suas declarações, o treinador do Benfica deveria ser mais comedido. Com este tipo de declarações está a passar uma mensagem de fraqueza para o balneário que poderá efectivamente ser prejudicial num futuro próximo.

rui patricio

Rui Patrício – A espantosa exibição do internacional português, abrilhantada com as 5 paradas fabulosas que fez a Diego Costa (2), Mohammed Salah e Andre Schurrle (2) levaram a UEFA a incluir o guardião português no onze da 2ª jornada da prova, onze onde também figura Jackson Martinez do Porto.

FC Porto – Na semana passada, Jorge Nuno Pinto da Costa afirmou ao canal do clube que Jorge Mendes o tinha contactado no sentido de lhe apresentar o interesse de Peter Lim na aquisição da SAD Portista. O histórico dirigente afirmou que o “clube não está à venda” reiterando a ideia que enquanto for presidente do clube e da SAD o Porto não terá investidores externos.

Ontem, o presidente do Porto lançou uma Oferta Pública de Aquisição Geral e obrigatória a 18,79% das acções desta que eram detidas pela Somague Engenharia.

Sporting – A equipa leonina assinou ontem um protocolo com a duração de 5 anos com a equipa profissional Norte-Americana New England Revolution (MLS) num acordo que visa a troca de know-how sobre a formação de jovens atletas e possíveis acordos comerciais entre as duas equipas. Assim sendo, existe a possibilidade do Sporting ter direito de preferência sobre alguns jogadores da equipa Norte-Americana assim como esta poderá receber por empréstimo jogadores formados na Academia de Alcochete ou enviar jovens talentos da sua formação para evolução futebolística na Academia de Alcochete junto das equipas das camadas jovens do clube leonino. O acordo também prevê a realização de vários amigáveis ao longo destes 5 anos entre as duas equipas e a possibilidade de equipas do clube leonino poderem realizar estágios de alto rendimento nos Estados Unidos da América e vice-versa no que diz respeito à equipa da MLS na Academia de Alcochete.

Vitor Pereira – O antigo treinador do Porto contrariou as palavras proferidas por Jorge Nuno Pinto da Costa. O presidente do Porto revelou recentemente que não quis renovar com o treinador de Espinho porque os adeptos não sentiam empatia pelo treinador. O antigo bicampeão nacional pelo Porto afirmou que o presidente convidou-o a renovar o vínculo com os Dragões mas não aceitou a proposta.

Andreas Brehme – O Relvado publicou ontem um interessante artigo que dá conta que o glorioso lateral-esquerdo alemão que decidiu a conquista do título mundial a favor da Mannschaft no Itália´90 com aquele penalty nos últimos minutos frente à Argentina de Maradona, está a passar por um mau período na sua vida. Falido e com dívidas, o antigo jogador do Inter de Milão de Trappatoni poderá perder a sua casa nos próximos dias.

Franz Beckenbauer já se disponibilizou para ajudar o antigo jogador de 53 anos. Outro ex-futebolista, agora empresário, também já ofereceu emprego a Brehme como funcionário de limpeza. Aqui fica um pequeno video de tributo ao internacional alemão:

Momentos #18

Incontornável momento da jornada de ontem foram os dois golos de Jackson Martinez que valeram o empate ao FC Porto em Lviv frente ao Shakhtar Donetsk. O colombiano conseguiu resgatar um jogo que aos 85″ estava irremediavelmente perdido para o lado dos dragões.

O Porto de Lopetégui conseguiu arrancar 1 ponto na deslocação mais díficil do grupo. Digo-o porque, como se sabe, e como o próprio Erneste Valverde admitiu após a derrota do Athletic na Bielorussia frente ao BATE Borisov, a equipa basca está em baixo de forma. Na próxima jornada, terá obrigatoriamente de saber lidar com a pressão de ter que vir fazer um bom resultado ao Estádio do Dragão, tarefa que não se avizinha fácil para os bascos.

Sinal de alarme para o treinador do FC Porto voltou a ser a extrema permeabilidade da sua defesa e as ofertas que Maicon deu à equipa ucraniana.

Crónica #16 – CSKA 0-1 Bayern de Munique

No Khimkhi Arena, nos arredores de Moscovo, palco escolhido pelos dirigentes do CSKA para a realizar o jogo desta 2ª jornada da Champions em campo neutro à porta fechada em virtude dos desacatos cometidos pelos seus adeptos em Roma na 1ª jornada da competição, o Bayern de Munique de Pep Guardiola venceu com relativa facilidade a turma russa por 1-0.

Do lado russo, Leonid Slutsky viu-se confrontado com muitas adversidades dentro do seu plantel. A equipa russa pretendia limpar a péssima imagem deixada no Olímpico da capital romana, local onde foi goleada por 5-1 pela turma orientada por Rudy Garcia. Já a equipa de Pep Guardiola encarava este encontro de forma tranquila depois de ter vencido o Manchester City por 1-0 no Allianz Arena com um golo de Jerome Boateng nos últimos minutos a esconder uma exibição sofrível dos bávaros.

Com muitos ausentes devido a lesões, alguns importantes na manobra ofensiva da equipa como é Alan Dzagoev, o treinador do campeão russo só convocou 16 atletas para a partida. Apresentando um onze composto por Akinfeev na baliza; um eixo defensivo composto pelo brasileiro Mario Fernandes na direita, Vasily Berezutski, Sergei Ignashevic e Schennikov na esquerda; Alexei Berezutski como trinco, Milanov na esquerda, o israelita Natcho atrás dos avançados e Zoran Tosic na direita e uma frente de ataque composta pelo nigeriano Ahmed Musa e Roman Eremenko, o treinador russo visava dar alguma luta ao Bayern de Munique de Guardiola, a contas ainda com algumas ausências de peso na equipa como são Jerome Boateng, Franck Ribery ou Bastian Schweinsteiger.
Alinhando no sistema táctico que tem trabalhado desde o início da época, o catalão escalonou para esta partida: Neuer, Benatia, Dante, Alaba; Lahm, Alonso; Bernat, Muller, Robben, Gotze; Muller e Lewadowski. Motivo de destaque nesta equipa do Bayern é sem dúvida a versatilidade que Guardiola tem pretendido tirar de vários jogadores ao longo das partidas em que, devido às constantes trocas posicionais, são chamados a desempenhar várias posições no terreno e consequentemente às várias funções designadas pelo treinador nessas mesmas posições. Os jogadores do Bayern tem correspondido minimamente à ideia que está a ser sobejamente idealizada e trabalhada pelo seu treinador. Sem um jogador no lado direito, cabia a Benatia descair para a direita para defender Milanov, devidamente compensado e apoiado por Philipp Lahm. Sempre que Benatia ia a esse flanco fechar, Alaba fechava no seu centro; contudo, o austíaco alinhou quase sempre na posição de médio interior esquerdo, auxiliando Xabi Alonso e Phillip Lahm na construção de jogo e, descaíndo para o lado esquerdo de forma a criar desequilíbrios junto do ala esquerdo Juan Bernat. Na frente nada de novo: Muller com as suas habituais movimentações fora-da-área, Gotze a cair nas duas alas e Robben preferencialmente no flanco direito com oportunidade para executar as suas maravilhosas flecções para zonas interiores em drible.

O Bayern controlou a partida através da sua posse de bola. Praticando o seu habitual jogo de paciência perante uma equipa russa que se foi fechando lá atrás da maneira que melhor soube, optando sair rapidamente no contragolpe, preferencialmente com passes em profundidade para a velocidade de Ahmed Musa.

Nos primeiros minutos, a equipa germânica conseguiu construir algumas jogadas interessantes. Se nas primeiras oportunidades construídas, a equipa falhou na finalização e no último passe (aos 9″ quando Gotze dentro da área colheu um excelente cruzamento de Bernat na esquerda e atirou por cima da área; ou no minuto seguinte quando Robben flectiu do flanco direito para zona central em drible, rematando para defesa apertada de Akinfeev) sem que o CSKA conseguisse sair proficuamente do seu meio-campo (excepto numa ocasião em que Milanov rematou para defesa fácil de Neuer depois de uma jogada construída na direita por Tosic), aos 20″, Gotze desbloqueou a situação num lance em que ao tentar furar à entrada da área por uma cortina defensiva composta por jogadores da equipa russa, foi derrubado pelo lateral (adaptado) brasileiro Mário Fernandes. Fica somente a dúvida se a falta começa fora-da-área ou se existe continuidade da mesma para dentro da área. Na minha óptica, creio que começa fora-da-área mas continua dentro da caixa, havendo portanto lugar à marcação de grande penalidade.

Com um remate eficaz para o meio da baliza, Thomas Muller inaugurou o marcador.

Entre os 24″ e os 39″ minutos viriamos a assistir ao melhor momento da equipa russa na partida. Apesar de estar a ser dominada através das longuíssimas trocas de bola dos jogadores do meio-campo do Bayern e de jogadores como Natcho, Alexei Berezutski ou Roman Eremenko não terem conseguido sair em transições rápidas da forma mais desejável sempre que a equipa recuperava bola graças a uma pressão efectivíssima de Lahm, Alaba e Alonso no meio-campo, a equipa russa conseguiu durante estes 12 minutos ir à área do Bayern criar perigo, conquistar alguns cantos e ousar ameaçar a baliza de Neuer:
– quando aos 24″ o internacional finlandês de origem Russa Roman Eremenko tentou um remate em rotação já dentro da área que saiu por cima da baliza de Neuer.- quando aos 36″ Ahmed Musa, lançado em profundidade com uma bola longa ganha um despique na esquerda contra Mehdi Benatia, irrompe pela área dos bávaros e não consegue bater Neuer.
– aos 39″ Roman Eremenko manda uma bola à quina da trave da equipa alemã.

É certo que pelo meio, aos 26″ foi anulado um golo a Robert Lewandowski numa jogada de combinação muito vistosa ao primeiro toque entre Muller, Goetze e o avançado polaco. No momento da abertura de Muller para isolar o polaco este estava em fora-de-jogo.

A equipa de Guardiola podia inclusive ter ido para o intervalo a vencer por 2-0. Poucos minutos passados do maior ascendente dos russos na partida, mesmo a terminar a primeira parte, num lance em que Akinfeev foi rei: Robben recebeu a bola à entrada da área, entrou na caixa sob oposição do seu marcador directo (Schennikov) mas na hora de rematar foi perdulário e permitiu o corte ao lateral esquerdo internacional russo. Na sequência do corte do russo, a bola sobrou para Lewandowski que não conseguiu melhor que a Robben. Sobrando para uma terceira tentativa, a bola chega até Gotze. O alemão remata mas a bola é desviada por Sergei Ignashevic para as mãos de Akinfeev. O capitão da equipa russa, de 35 anos, foi um dos melhores em campo. Perante a sempre difícil postura de Lewandowski na partida, dentro da área, Sergei Ignashevic foi resolvendo com eficácia grande parte dos lances onde foi obrigado a intervir.

Na 2ª parte, o ritmo e a intensidade de jogo diminuiram. O Bayer continuou, na globalidade dos 45 minutos, a gerir a vantagem obtida no primeiro tempo através de uma pausada circulação de bola no meio-campo russo. Os russos arriscaram muito menos daquilo que tinham arriscado no primeiro tempo, limitando-se mais uma vez a bombear bolas longas à procura de Ahmed Musa e de Seydou Doumbia, entrado aos 65″ para o lugar do “ausente” Bebras Natcho. A equipa russa voltou a acusar dificultantes em suplantar a primeira linha de pressão dos bávaros e não conseguiu ter a rapidez necessária para ultrapassar o meio-campo com um futebol simples, de preferência com poucos toques no esférico.

Aos 52″ o lateral Schennikov esteve novamente muito bem a impedir um possível 2º golo dos alemães quando, chamado a fechar no centro do terreno impediu que Lewandowski finalizasse em potência na cara de Akinfeev após assistência perfeita de Mario Gotze. O internacional alemão, histórico da Mannschaft ad-eternum pelo golo decisivo que deu a vitória no Mundial deste ano, fez uma exibição muito interessante, recebendo tanto mais colado ao flanco esquerdo como ao flanco direito, flanco onde até chegou a entrar na área de influência de Arjen Robben (tabelou algumas vezes com o holandês).

O CSKA respondeu na sua única oportunidade na 2ª parte: lançado novamente em profundidade, Ahmed Musa tentou o remate frente aos dois centrais adversários vendo o seu remate bloqueado. O ressalto sobrou para Alaba com o austríaco a cometer um erro infantil dentro da área ao cabecear a bola para o lado onde apareceu novamente Musa a rematar. O austríaco emendou um erro com um desarme providencial ao remate do nigeriano.

Até ao final do jogo, já com Xherdan Shaqiri, Rafinha (Guardiola jogou pelo seguro colocando um lateral no flanco fraco do Real, flanco que foi explorado por Musa durante toda a partida) e posteriormente Cláudio Pizarro em campo, o Bayern retirou qualquer possibilidade do adversário tentar o empate através de uma posse de bola cuidada no meio-campo adversário, pertencendo até à equipa germânica o último lance de perigo na partida por intermédio do antigo extremo do Basileia. Shaqiri conseguiu-se isolar na cara de Akinfeev mas não conseguiu bater o mítico guarda-redes do CSKA. Akinfeev estorvou muito bem a acção do internacional suiço com a sua saída, fazendo com que este atirasse ligeiramente ao lado do seu poste direito. Akinfeev foi um dos melhores na partida. O melhor na partida foi na minha opinião Xabi Alonso. A sua qualidade de passe e a forma como pauta os ritmos de jogo desta equipa do Bayern assentam que nem uma luva nesta equipa. Do lado da equipa russa, Ahmed Musa empenhou-se imenso na partida mas foi muito perdulário para este nível nas 3 oportunidades que teve nos pés para empatar.  Manuel Neuer tem mérito numa delas com uma grande defesa aos pés do nigeriano.

Crónica #15 – Sporting 0-1 Chelsea

O super poderoso Chelsea cumpriu a sua obrigação (enquanto principal favorito ao primeiro lugar do grupo e candidato à vitória na Champions) de vir vencer a Alvalade o Sporting. Se por um lado, pelas oportunidades de golo flagrantes que tiveram ao longo dos 90 minutos, os Blues mereceram a vitória e até justificaram vencer de forma mais expressiva, não é menos verdade que pelo futebol praticado no 2º tempo e por lances onde a equipa leonina poderia ter marcado, o Sporting também fez pela vida e lutou para merecer o empate.

Homem do jogo foi claramente Rui Patrício. No lance do único golo da partida, o difícil cabeceamento ao 2º poste de Matic foi indefensável para o guarda-redes português. Contudo, Patrício podia ter feito mais na abordagem ao cruzamento. Como hesitou permitiu que a bola chegasse em boas condições ao sérvio. A culpa do golo sofrido não deve de maneira alguma ser imputada nem ao guarda-redes nem a Jonathan Silva, o jogador do Sporting encarregue de vigiar Matic e proteger o 2º poste mas sim ao desleixo cometido por Marco Silva na preparação das bolas paradas defensivas: sendo Matic um dos melhores cabeceadores deste Chelsea, nunca poderá aparecer praticamente sozinho ao 2º poste ou sem um marcador capaz de ombrear no jogo aéreo com o médio defensivo do Chelsea.

Devido ao normal nervosismo derivado do facto de estar a jogar contra uma das grandes equipas europeias, o Sporting deu 45 minutos ao Chelsea para colocar no relvado de Alvalade a sua mais poderosa arma: as rápidas transições para o ataque e os fortíssimos lançamentos para as costas da defesa, onde Diego Costa (sempre muito bem municiado por Óscar e Hazard) ou Andre Schurrle se sentiram como peixes na água. Aproveitando situações de perda de bola do meio-campo do Sporting, os jogadores do ataque do Chelsea foram objectivos a lançar estes dois jogadores nas costas dos defensores leoninos. Marco Silva voltou a pedir à sua defesa que subisse rápido no terreno para deixar os avançados contrários em fora-de-jogo, mas, em algumas situações estes não foram rápidos a fazê-lo permitindo que Diego Costa aparecesse a receber a bola (ora através de passes a rasgar por parte de Óscar, ora através de passes a rasgar de Eden Hazard com o brasileiro a executar as suas famosas e eficazes diagonais) e o alemão a aproveitar da melhor forma o espaço em vazio que Jonathan Silva deixava no flanco fruto das suas agressivas subidas no terreno, que, teimosamente não voltaram a ser cobertas por um dos médios interiores como de resto já tinha acontecido na 2ª parte do jogo contra o Porto. Quando Jonathan Silva sobe em demasia no terreno e não consegue recuperar, o espaço é quase sempre fechado por Naby Sarr que, ao fazê-lo descompensa a área, deixando quase sempre Maurício para 2.

No ataque, o problema começou em William. No primeiro tempo, o jogador não só não conseguiu cobrir os espaços que habitualmente controla como não recuperou bolas e exibiu-se a um péssimo nível no capítulo do passe e da contenção de bola quando a equipa necessitava que, em vez de tresloucadamente passar a bola para o primeiro colega que visse, guardasse mais a bola e deixasse a equipa recompor-se posicionalmente de forma a conseguir construir uma jogada com nexo. Nas alas, Felipe Luis e Branislav Ivanovic estiveram exímios na marcação a Carrillo e a Nani através de uma pressão instantânea sempre que estes dois recebiam a bola e na própria abordagem defensiva. O português não levou a melhor sobre o sérvio em nenhum drible contra ele intentado no primeiro tempo e o peruano nunca conseguiu receber e virar-se para a baliza contrária, optando quase sempre por devolver a bola ao passador ou encaminhá-la para Adrien ou João Mário. Só no segundo tempo, já com o Chelsea a gerir a vantagem com um recuo de linhas defensivas promovido por José Mourinho e com uma estratégia clara de, recuar, defender bem e sair rapidamente no contragolpe através de lançamentos longos, é que vimos Carrillo e Nani mostrar a sua expansividade no drible. O peruano fez três arrancadas loucas que suspiraram bruás de Alvalade, tendo sido uma delas travada inextremis por Gary Cahill à entrada da área inglesa e o português, tirou do sério Felipe Luis pela ala esquerda, obrigando o brasileiro a cometer duas faltas que a meu ver seriam motivo para a sua expulsão por acumulação de amarelos: a primeira quando o árbitro não assinalou um empurrão ostentivo à entrada da área e a segunda no lance junto à linha no qual o antigo jogador do Atlético de Madrid recebeu o seu único amarelo da partida depois de ceifar sem piedade o jogador português.

O próprio Jonathan Silva mostrou muita garra nas duas situações em que conseguiu recuperar a bola no seu flanco e correu desalmadamente com ela em slaloms por entre adversários. O argentino revela-se cada vez mais como um jogador raçudo que, apesar de apresentar algum défice a defender, compensa no plano ofensivo. Para além de ser destemido, vertical e objectivo na subida com bola pelo flanco, é um jogador que tem um excelente cruzamento para a área, factor que pode ser importante dado o poder de fogo de Slimani no jogo aéreo.

Com Adrien a acelerar muito bem a meio-campo e muito assertivo no capítulo do passe e João Mário, ao lado, a dar muita luta no meio-campo, critério e organização no pensamento dos ataques leoninos, faltou ao Sporting novamente créditos na altura de finalizar. Slimani teve uma bola na sua cabeça passível de golo. Nani baqueou na área num lance em que ficou na cara de Courtois, Freddy Montero esteve perto do golo quando ao primeiro poste (solto de marcação) atirou ao lado e Nani, poderia ter chegado ao golo do empate naquele lance típico que tem evidenciado desde que chegou a Portugal no qual recebe na direita, puxa a bola para o meio e remata com pompa com o pé esquerdo. Assim como, do outro lado, aproveitando os erros de Naby Sarr no posicionamento, Oscar e Diego Costa poderiam ter sido mais eficazes na cara de Rui Patrício.

Uma luta particular nesta partida foi a luta travada entre Eden Hazard e Adrien. Na primeira parte, o lateral deixou o criativo do Chelsea à solta. Das suas acções individuais resultaram duas bolas importantíssimas: uma que Schurrle falhou na cara de Patrício depois de o tentar contornar e outra nos pés de Diego Costa. Na segunda parte, o lateral formado em Alvalade cerrou os dentes e como se diz na gíria “pegou o touro pelos cornos” – Hazard não teve tantas veleidades para meter o seu fortíssimo drible curto e para flectir para o meio da ala esquerda, movimento onde causa muito perigo com os seus milimétricos passes a rasgar.

Uma exibição de alto nível foi a que Nemanja Matic realizou em Alvalade. Com Mourinho, o sérvio cresceu ainda muito mais. Se com Jesus foi requalificado como um médio defensivo de excelência, sempre presente na cobertura de espaços no miolo e começou a conseguir sair a jogar com toda a pompa e circunstância, rompendo as primeiras linhas de pressão com bola sempre que nenhum colega lhe oferecesse uma linha de passe segura, com Mourinho, o sérvio já funciona quase como um box-to-box, fazendo tudo o que aprendeu com Jesus e acrescentando uma capacidade até aqui desconhecida, a capacidade de imiscuir-se no último terço do terreno com o esférico na sua posse a alta velocidade, capaz, também ele de poder construir situações de finalização para os seus companheiros em situações de manifesta falta de mobilidade dos seus companheiros para criar as tais linhas de passe.

Maurício fez dois cortes providenciais a Diego Costa em acções do hispano-brasileiro e saiu graças a uma atitude muito inteligente: sabendo que dali poderia ter surgido o 2-0 (matava o jogo) para o Chelsea, sendo o último defensor do Sporting cometeu uma falta inteligente ao ceifar o jogador do Chelsea. A eventual expulsão do brasileiro nesse lance é discutível. A regra para estes casos é a seguinte: se corta um lance iminente de golo, o árbitro tem que expulsar. Se não corta um lance iminente de golo, o árbitro deve mostrar apenas o cartão amarelo. Como era o último defensor, o vermelho directo aceitava-se. Mas como Cedric ainda estava no enfiamento da jogada (as imagens do lance mostram o lateral num acto preventivo a correr para o lado onde Diego Costa tinha adiantado a bola caso Maurício fosse ultrapassado para o brasileiro) e o lance faltoso foi cometido muito longe da baliza, também se aceita o amarelo. Qualquer acção disciplinar neste lance depende da interpretação do árbitro da partida.

Ao nível da arbitragem, o árbitro espanhol Mateu Lahoz mostrou alguma dualidade de critérios nos amarelos exibidos às duas equipas, esteve muito mal quando decidiu “não ver” o empurrão de Felipe Luis a Nani (se esta primeira falta é assinalada, o brasileiro recebe aqui o primeiro amarelo, sendo expulso na 2ª falta sobre Nani), existiu outro lance onde fiquei com dúvidas: num lance em que Carrillo tenta passar por Cesc Fabrègas dentro da área. O médio inglês não joga a bola e ceifa o extremo peruano.

Nota final para o regresso a Alvalade de José Mourinho – o técnico português bem ao seu estilo, recheou os 90 minutos de muito showoff. Ora a falar com os bombeiros aquando do golo do Chelsea, ora no final quando deixou Marco Silva de mão estendida para ir cumprimentar Rui Patrício. Ao seu estilo!

breves #21

Selecção Nacional – É possível adiantar que o Seleccionador português pré-convocou 40 jogadores a alinhar no estrangeiro. Para além dos já conhecidos José Fonte (Southampton), Danny (Zenit), Ricardo Carvalho (Mónaco), Orlando Sá (Legia de Varsóvia) Tiago (Atlético de Madrid), dos habituais convocáveis que alinham no estrangeiro, juntam-se agora os nomes de Manuel Fernandes (Besiktas), Castro (Kasimpasa), Licá (Rayo Vallecano) e os 5 portugueses que alinham no Dinamo de Zagreb (Ivo Pinto, Wilson Eduardo, Eduardo, Gonçalo Santos e Paulo Machado).

Benfica – A equipa de Jorge Jesus continua a preparar no Seixal a deslocação a Leverkusen para a 2ª jornada da Champions. Com Artur castigado devido à expulsão frente ao Zenit e Paulo Lopes e Julio César lesionados, a escolha de Jesus irá recair sobre o jovem Bruno Varela, guardião titular da equipa B. Jorge Jesus afirmou hoje na conferência de imprensa realizada hoje no Seixal: “Não há nada em que pensar. O Paulo está fora e tenho dúvidas quanto ao Júlio. Mas se não jogar o Júlio, joga o Varela. Acreditamos nos jogadores que estão connosco. O Varela é um jovem de qualidade, no dia em que tiver a sua oportunidade vai agarrá-la.” “O Varela tem muito futuro e é um dos jovens em quem acreditamos. Se tiver de jogar, temos total confiança nele”

Benfica 2 – O site italiano Tuttomercatto noticiou que os russos do Zenit deverão ter chegado à Luz uma proposta de 30 milhões por Salvio. O argentino é um desejo do clube russo desde os tempos de Luciano Spalletti. O mercado russo de transferências só fecha amanhã pelas 21 horas portuguesas.

José Mourinho – Na conferência de imprensa de antevisão do jogo em Alvalade, o treinador do Chelsea falou sobre os meses que passou como adjunto de Bobby Robson em Alvalade:

“Não esqueço aquilo que passei nesta casa. Tentei ajudar naquilo que foi possível numa fase bonita da minha carreira, que foi no princípio. A única má recordação de Alvalade é do dia em que saí. Diverti-me muito com Sousa Cintra, à exceção do dia em que me despediu”

O técnico afirmou ainda que gostava que o Sporting passasse aos oitavos-de-final na 2ª posição do grupo, atrás, obviamente, dos Blues. Para a deslocação a Alvalade o técnico português não conta com Ramires e Didier Drogba. Mourinho dispensou fazer o habitual treino de adaptação em Alvalade.

Boavista –

Boavista

7 points in a row. O Boavista continua a demonstrar que a União faz a força. 3-2 ao Gil Vicente com direito a remontada com o triplo dos golos que a equipa do Bessa tinha feito em 3 jornadas (os primeiros 3 marcados por jogadores da equipa visto que o golo obtido contra a Académica foi marcado pelo lateral esquerdo Richard Ofori na própria baliza).

José Fonte –

josé fonte

O experiente central de 31 anos do Southampton falou hoje à TSF sobre a sua primeira pré-convocação para a selecção nacional e sobre o jogo entre Chelsea e Sporting:

«O Sporting tem jogadores na frente que podem desequilibrar, como o Nani ou o Carrillo, e no meio-campo tem o William Carvalho, que tem despertado o interesse de clubes ingleses. Espero um jogo interessante, bonito. Sendo português e tendo jogado no Sporting, que me desculpe o mister Mourinho, mas gostava que ganhasse o Sporting. Tem a vantagem que é jogar em casa e a motivação de estar e regresso à Champions, quer mostrar qualidade e dar alegrias aos adeptos. O Chelsea é uma potencial mundial, está a fazer um começo de época tremendo, com o Diego Costa a fazer golos e o Fàbregas atrás a fazer assistências. Vai ser difícil mas, se conseguir manter-se organizado, é possível que o Sporting consiga fazer bom resultado. No futebol tudo é possível.»

Sobre o facto de ter sido pré-convocado para a selecção nacional pela primeira vez aos 31 anos, o central mostrou-se disponível para representar a selecção e cheio de vontade de lutar por um lugar na convocatória de Fernando Santos.

Sporting\William Carvalho – Sporting e jogador deverão ter chegado a acordo quanto a uma renovação de contrato. O jogador deverá auferir um ordenado próximo dos 850 mil euros anuais. A cláusula de rescisão continuará fixada nos 45 milhões de euros.

Hugo Almeida – Existiu um volte-face no negócio que foi apalavrado entre o internacional português e o Al-Nasr dos Emirados Árabes Unidos. O português não chegou a acordo com o clube daquele país do Médio Oriente, sendo que ainda está a estudar algumas propostas que tem em mãos de um clube inglês (presume-se que o West Ham) e várias propostas do Médio Oriente.

Karagounis\Selecção Grega – A Federação Grega afirmou que o antigo jogador Giorgios Karagounis (daquela selecção helénica, do Panathinaikos, Inter, Fulham e Benfica) terá um cargo na estrutura federativa, cargo que ainda não é conhecido.

breves #19

Hugo Almeida –

hugo almeida

O ponta-de-lança português assinou pelo Al-Nasr, equipa dos Emirados Árabes Unidos. O jogador estava sem contrato desde 30 de Junho, altura em que o seu vínculo de 3 anos e meio terminou com os turcos do Besiktas. Durante o verão, o jogador esteve muito próximo de assinar por Cesena e West Ham. Apesar de ter ultrapassado o fecho do mercado como um jogador livre, sendo passível de assinar por qualquer clube fora da janela de transferências, nenhum clube europeu manifestou interesse no internacional português que agora vai para o Médio Oriente prosseguir a sua carreira.

Sepp Blatter – O mais alto dirigente do futebol mundial, recandidato ao lugar, afirmou hoje uma das linhas programáticas para o seu próximo mandato: criar jurisprudência desportiva que proiba a acção que os fundos de investimento em jogadores exercem actualmente no futebol mundial.

UEFA\SPORTING – A UEFA publicou na sua página oficial que o Sporting e mais 6 clubes estão a ser investigados pelo seu Comité de Controlo Financeiro (CFCB) por alegadas violações às regras do fairplay financeiro impostas por aquele organismo. Segundo nota publicada no site oficial do organismo, devidamente traduzida: “O CFCB iniciou uma investigação formal a sete clubes (Mónaco, Roma, Besiktas, Inter, Krasnodar, Liverpool e Sporting) por terem apresentado resultados negativos nos relatórios financeiros dos períodos de 2012 e 2013″ – o organismo anunciou também que cinco clubes – Bursaspor, Cluj, Astra Giurgiu, Buducnost Podgorica e Ekranas – viram os seus prémios financeiros retidos. Os clubes sob investigação tem os meses de Outubro e Novembro para apresentar informação complementar para evitar possíveis castigos que vão desde a retenção de prémios europeus à impossibilidade de gastar mais que um valor definido pela UEFA em contratações nesta e na próxima temporada, entre outros castigos possíveis.

A Sporting SAD já fez emitir um comunicado no site oficial do clube, remetendo a violação das regras por parte da anterior direcção da SAD do Clube, cujos responsáveis são Luis Godinho Lopes e Luis Duque.

Bruno de Carvalho – “Absolvição de Pinto da Costa é uma vergonha!” – O presidente do clube leonino afirmou à Sporting TV: “Infelizmente não é nada que não estivéssemos à espera. É dos casos mais vergonhosos do futebol português que infelizmente termina assim. O futebol tem a mania de não querer intromissões… Neste caso houve uma decisão técnica de um tribunal civil, que decidiu pela não legalidade das escutas, e o futebol agarrou essa decisão para ilibar quando toda a gente ouviu e sabe o que ele fez. Não posso por isso admirar uma pessoa que fez isto para alcançar o sucesso”

Lionel Messi\Wellington Oliveira – A cena protagoniza pelo brasileiro e pelo argentino nos minutos finais do jogo disputado na quarta-feira entre Málaga e Barcelona foi explicada pelo Brasileiro. O Brasileiro confessou que apertou com as mãos o queixo do argentino porque alegadamente este o terá insultado de “filho da puta”.

FC Porto\Sporting\João Moutinho –

João Moutinho

A C0missão Arbitral da Liga obrigou o FC Porto a pagar 1,8 milhões de euros ao Sporting pelas mais valias do negócio celebrado com o Mónaco aquando da transferência de João Moutinho. O Sporting reclamava receber 25% das mais valias realizadas no negócio (cerca de 3,5 milhões de euros por 14 milhões de mais valias – o Porto comprou Moutinho por 11 e vendeu por 25).

Na sua defesa, a SAD do FC Porto alegou que desse valor se deveriam “descontar” valores respeitantes ao mecanismo de solidariedade FIFA e parte da comissão ao intermediário do negócio, Jorge Mendes. Feito um pagamento de 1,7 milhões aquando da altura da transferência, a Comissão Arbitral obrigou a SAD do Porto a pagar os restantes 1,8 milhões para contabilizar os 3,5M pedidos.

Tempos e Resultados

É altura de visitar as tabelas classificativas dos principais campeonatos europeus e traçar algumas notas sobre o rumo dos campeonatos europeus, analisando com brevidade resultados e classificações no presente e antecipando a próxima jornada. (print screens do Zerozero.pt)

Liga Portuguesa:

liga portuguesa

Com o Benfica na liderança isolada da Liga, a 6ª jornada trás um jogo que poderá fazer cimentar a liderança da equipa encarnada. Sporting e Porto jogam em Alvalade um jogo cujo resultado final será sempre favorável à equipa de Jorge Jesus.

O Benfica visita o Estoril. A equipa comandada por José Couceiro iniciou este campeonato de forma muito intermitente com apenas 1 vitória. Nenhuma transição de ciclo é fácil, muito menos quando a transição que está a ser realizada por Couceiro tem como objectivo manter o nível que a equipa Estorilista construiu com Marco Silva e com um conjunto de jogadores (Jefferson, Carlos Eduardo, Steven Vitória Evandro, Licá) que já não estão na equipa da linha. O jogo contra o Estoril não será fácil para a equipa de Jorge Jesus visto que poderá moralizar os estorilistas para se galvanizarem de forma a conquistar um bom resultado e inverter os maus resultados obtidos nas primeiras jornadas.

Em destaque nas primeiras jornadas de campeonato, Rio Ave e Vitória de Guimarães tem jogos com um grau de dificuldade elevado em Braga e no Funchal. Sporting de Braga e Marítimo aparecem à entrada para a 6ª jornada à porta dos lugares europeus. Em caso de vitória destas duas equipas, a equipa Maritimista pode subir para o top-3 da Liga e a equipa Bracarense deverá entrar em lugares europeus.

O Belenenses quer dar seguimento em Paços de Ferreira um início de temporada muito risonho. Terá a equipa de Lito Vidigal, Nélson, Miguel Rosa, Fredy e Deyverson capacidade para lutar por um lugar europeu?

Luta de aflitos: O Boavista recebe no Bessa o Gil Vicente. Boa oportunidade para a turma de Petit cavar alguma diferença para a linha-de-água perante um Gil que recentemente mudou de treinador. José Mota é promessa de um futebol mais agressivo e acutilante para a turma presidida por António Fiúsa. Os boavisteiros estão moralizados pelos 4 pontos conquistados nos últimos 2 jogos, sobretudo pelo saboroso empate arrancado no Dragão.

Liga Espanhola:

liga espanhola 2

La Liga é liderada pelo Valência. A equipa ché iniciou o campeonato a todo o gás. Ainda ontem, com uma exibição colectiva e individual fantástica, caso de André Gomes, a equipa da comunidade Valenciana bateu o lanterna-vermelha Córdoba por 3-0. Ascendendo à liderança devido ao empate do Barcelona no dia anterior frente ao Málaga, a equipa Valenciana tentará no domingo dar sequência aos excelentes resultados numa deslocação muito difícil ao Anoeta, estádio onde mora uma Real Sociedad com aspirações europeias.

Na próxima jornada da Liga Espanhola, o Real Madrid tem uma deslocação de dificuldade média ao terreno do Villareal. A equipa de Giovanni dos Santos e Cani também tem como objectivo a conquista de um lugar europeu.
O Barcelona recebe o Granada em Nou Camp. Prevê-se uma vitória fácil para os catalães.
Já o Atlético de Madrid de Simeone recebe o sempre difícil Sevilla amanha no Vicente Calderón. A equipa Sevillana chega ao reduto do campeão com mais 2 pontos na tabela e com um futebol muito pragmatico no qual para já não se acusa a saída de dois dos seus principais jogadores na temporada 13\14: o croata Rakitic e o lateral-esquerdo Espanhol Alberto Moreno (actualmente no Liverpool). Denis Suarez e Carlos Bacca tem estado em destaque nas primeiras jornadas da Liga Espanhola.

Em destaque por motivos negativos está o Athletic de Bilbao de Ernesto Valverde. A equipa basca está a sofrer da mesma maleita da Real Sociedad na época passada. Arrancando mais cedo que as restantes equipas da Liga em virtude da participação no playoff da Champions, a equipa de Bilbao protagonizou um dos piores arranques da história do clube nas primeiras 5 jornadas, podendo efectivamente estar a pagar pela participação da Champions. Aconteceu o mesmo com a Real Sociedad no ano passado. Os homens de San Sebastian conseguiram dar a volta ao texto com o desenrolar dos acontecimentos. Vamos ver se a equipa de Valverde não se afunda. Na 6ª jornada, antes da deslocação ao terreno dos bielorussos do Bate Borisov para a Champions, a equipa basca pode remontar na tabela se vencer o Eibar.

ronaldo 3

Na lista dos melhores marcadores, Ronaldo distanciou-se do goleador do Valência Paco Alcácer e do companheiro de equipa Gareth Bale.

Liga Italiana

liga italiana

Juventus e Roma continuam invencíveis na liderança da Série A. A Roma, catapultada por grandes exibições de Gervinho ainda não perdeu. Marcando os mesmos golos que a Juve em 4 jornadas, a equipa Romana só concedeu um golo. A equipa de Allegri ainda não concedeu nenhum.

São seguidas por Udinese, Inter e Sampdória. A turma de Mazzarri tem vindo a demonstrar muita coesão defensiva (Medel e Vidic endireitaram uma defesa muito permissiva; apenas 1 golo sofrido em 4 jogos).

A Fiorentina é apenas 9ª. A equipa está a praticar um futebol interessante neste arranque de época. Contudo, a equipa tem acusado um défice enorme no capítulo da finalização. Com Giuseppe Rossi novamente lesionado, Mário Gomez, Juan Cuadrado, Joaquin, Khouma Boubacar ou Bernardeschi não tem conseguido capitalizar o caudal de jogo que é construído pelas unidades ofensivas da equipa. Contra o Sassuolo, a equipa de Firenze dispôs de 10 oportunidades de golo. Borja Valero, por exemplo, mandou duas bolas aos postes contra a equipa de Eusébio DeFranceschi.

Na 5ª jornada da Série A, a Roma inaugura a jornada contra o Hellas Verona de Luca Toni enquanto a Juventus vai a Bergamo jogar contra a mediana Atalanta.
No domingo, o Inter recebe o Cagliari de Zdenek Zeman, actual lanterna vermelha da liga. A equipa de Mazzarri deverá vencer com alguma facilidade a partida com a equipa orientada pelo histórico treinador checo.
O Milan desloca-se a Cesena enquanto Torino e Fiorentina, as duas representantes do país na Liga Europa, jogam em Turim. Ambas as equipas procuram retomar aos bons resultados. A equipa de Turim ainda não conseguiu ultrapassar as saídas dos seus jogadores mais influentes: Alessio Cerci e Ciro Immobile.

Liga Inglesa:

liga inglesa

Com o Chelsea na liderança após 5 jornadas, no topo da tabela aparecem algumas surpresas: desde logo o Southampton de José Fonte. Quando se esperava algum decréscimo de rendimento da equipa derivado das vendas de jogadores-chave da temporada passada (Dejan Lovren, Adam Lallana, Ricky Lambert, Luke Shaw) a equipa agora orientada pelo nosso conhecido Ronald Koeman, reforçou-se com jogadores como Graziano Pellè (ex-Feyenoord) o médio defensivo Morgan Schneiderlin, o lateral Ryan Bertrand (ex-Chelsea) ou Sadió Mane e está a conseguir manter o nível obtido em 13\14. A segunda surpresa deste início de temporada é o Aston Villa. Arredados desde há muitos anos da luta por lugares europeus, a equipa de Birmingham tem sido catapultada para os primeiros lugares graças às excelentes exibições do mais recente eleito de Roy Hodgson para a selecção dos três leões Fabian Delph.

Manchester City e Manchester United tem cometido alguns deslizes neste inicio da temporada. A equipa de Manchester perdeu contra o Leicester City de Esteban Cambiasso e Charlie Adam em casa enquanto a equipa de Van Gaal teve um péssimo arranque de temporada, muito por culpa das borlas que a sua refeita defesa deu nas primeiras jornadas. Não é que o holandês dê muita importância ao comportamento defensivo da equipa pois é um daqueles que não se importa de sofrer 4 golos desde que marque 5. No entanto, numa liga tão equilibrada com equipas tão poderosas do ponto de vista ofensivo, a equipa de Manchester não irá a lado algum quando continuar a sofrer 5 golos de equipas com o nível do Leicester City, apesar, de, como referi, esta equipa do Leicester ter vendido no City of Manchester num jogo onde defendeu de forma exímia perante um sufocante Manchester City.

Na 6ª jornada da Premier League, o jogo grande é o excitante derby Londrino entre Arsenal e Tottenham. A equipa de Wenger pretende colar-se ao Chelsea (recebe o Aston Villa em Stamford Bridge). A equipa de White Hart Lane tem feito um arranque mediano. Vencer o Arsenal não só servirá para a equipa aproximar-se dos lugares europeus como, obviamente, servirá como uma dose de confiança para os próximos compromissos da equipa sediada no Norte de Londres.
O United de DiMaria e Falcao irá receber o West Ham (8º com 7 pontos), o Liverpool de Brendan Rodgers jogará mais um excitante derby daquela cidade contra o Everton enquanto o City vai ao terreno do Hull City.

Liga Francesa

liga francesa

A Ligue 1 está a ser dominada por ora pelo Marseille de Marcelo Bielsa. Apesar desta equipa ter vendido recentemente o seu playmaker Mathieu Valbuena ao Dinamo de Moscovo, Marcelo Bielsa tem feito valor o seu clássico modelo de jogo. A equipa marselhesa tem entrado muito dominadora nas partidas com vontade de marcar cedo, pressionar alto, consolidar o resultado e controlar com posse de bola. André-Pierre Gignac está a viver a sua melhor época na equipa de Marselha com 8 golos em 7 jogos. O internacional francês é o melhor marcador da liga, piscando o olho a uma possível convocatória para a selecção gaulesa.

Em destaque também tem estado o Bordéus, actual 2º classificado. Em recuperação na tabela tem estado o Monaco de Leonardo Jardim. João Moutinho está a recuperar a sua melhor forma, tendo sido decisivo nas últimas vitórias dos monegascos em conjunto com o seu parceiro de miolo Toulalan.

Na 8ª jornada da prova o Mónaco recebe o Nice. O PSG desloca-se ao sempre difícil terreno do Toulouse. O Marselha recebe em casa o 3º classificado, o Saint-Ettiène. Não se prevê uma tarefa fácil para a equipa de Bielsa.

Bundesliga:

bUNDESLIGA

No seguimento da vitória caseira frente ao Paderborn 07, o Bayern de Munique ascendeu à liderança da prova com mais 1 ponto que o Bayer Leverkusen (assumem-se como candidatos ao título) e que o Hannover. A turma bávara já tem 4 pontos de avanço sobre o intermitente Borussia de Klopp. O Borussia ainda está a contas com várias lesões no seu plantel, casos de Nuri Sahin, Gundogan ou Mats Hummels.
O adversário do Sporting na Champions (Schalke 04) está a realizar um péssimo arranque de temporada.

Na 6ª jornada da prova, o Schalke recebe o Dortmund em Gelsenkirchen num jogo onde nenhuma das equipas deverá pretender perder mais pontos. O Bayern de Munique vai ao terreno do Colónia enquanto o Leverkusen vai ao Europa Park jogar contra o Freiburg.

Repare-se no fundo da tabela da prova: Werder Bremen de Robin Dutt, Estugarda e Hamburgo, três históricos do futebol alemão ocupam os lugares abaixo da linha de água. Se a equipa de Dutt tem argumentos para rapidamente sair daquelas posições, as equipas de Estugarda e Hamburgo tem que reverter rapidamente o rumo dos acontecimentos para não sofrerem dissabores nos próximos meses.

Liga periférica em destaque: Eredivisie

liga holandesa 2

Valeu a pena esperar. O PSV construiu nos últimos anos um colectivo forte para quebrar a supremacia do Ajax na prova. Alavancado pelas excelentes exibições de Memphis Depay a equipa de Stijn Schaars e Santiago Arias lidera a liga holandesa com mais 3 pontos que o tricampeão em título. O Feyenoord está a varrer os lugares de despromoção com 5 pontos conquistados em 6 jogos.

Momentos #11

FC Porto 6-0 BATE Borisov

Segundo palavras do próprio, este foi o melhor jogo da carreira de Yacine Brahimi até agora. Absolutamente demolidor.

AS Roma 5-1 CSKA Moscovo

Em Roma, Gervinho e Juan Manuel Iturbe estilhaçaram a armada russa do CSKA. Sergei Ignashevic, histórico capitão da equipa moscovita admitiu no final da partida que foi o maior pesadelo que teve em toda a sua vida. Esta equipa da Roma, é, desculpem simplesmente perfeita e demolidora do meio-campo para a frente (De Rossi, Naingolan, Strootman, Pjanic, Ljajic, Florenzi, Destro, Gervinho, Leandro Paredes. Totti e Borriello) – há mais de 10 anos que a Roma não tinha um plantel assim do meio-campo para a frente. Rudy Garcia tem a meu ver, as condições que nenhum outro treinador “romano” que tenha treinado no clube nos últimos 10 anos para finalmente devolver o scudetto à capital, cidade de Remo e Rómulo.

Crónica #6 – Bayern de Munique 1-0 Manchester City

9 meses decorridos da última visita da equipa inglesa ao Allianz Arena (6ª jornada da fase de grupos da edição 2013\2014 da prova, em Dezembro de 2013) coube em sorteio uma nova viagem em negócios dos citizens ao belíssimo estádio do Bayern de Munique para jogar mais uma ronda da principal prova do futebol europeu.

Então, o Manchester City travou uma série longuíssima de vitórias do Bayern de Munique em casa, vencendo categoricamente por 3-2 um jogo onde entrou a perder – aos 11″ desse jogo já o Bayern vencia por 2-0.

Tanto Manuel Pellegrini (na bancada devido ao facto de estar a cumprir castigo relativo ao facto de ter criticado a actuação do árbitro da partida que opôs a sua equipa ao Barcelona nos oitavos-de-final da prova da temporada anterior) como Pep Guardiola tiveram algumas limitações na preparação desta partida fruto das ausências sentidas actualmente no plantel. Se o chileno não pode contar com o argentino Pablo Zabaleta (a cumprir castigo transitado resultante da expulsão do jogo de Barcelona) Stevan Jovetic e Fernando por lesão, não menos importantes foram as contrariedades do espanhol para esta partida: o central Holger Badstuber voltou a lesionar-se e vai parar alguns meses (3ª lesão grave no espaço de 2 anos, facto que tem levado a imprensa germânica a especular que o jogador deverá anunciar a sua retirada dentro de dias; Badstuber tem apenas 25 anos, mas já leva no currículo duas lesões no mesmo joelho e 3 intervenções cirurgicas), Bastian Schweinsteiger e Franck Ribery, também eles lesionados.

Apresentando o seu onze no modelo que tem vindo a ser testado neste arranque de temporada (3x4x2x1) Guardiola não fez quaisquer alterações ao onze-tipo que tem apresentado neste início de temporada, com o holandês Arjen Robben a começar o jogo no banco; já Manuel Pellegrini, apostando no seu 4x2x3x1, deixou Kun Aguero no banco e apostou no bósnio Edin Dzeko.

Equipa do Bayern: Neuer; Rafinha na direita e Bernat na esquerda; Alaba, Benatia (estreia na champions do antigo central da Roma) Boateng; Lahm e Xabi Alonso, Mario Gotze e Thomas Muller; Robert Lewandowski.

Equipa do City: Hart; Sagna, Kompany, Demichelis, Clichy; Fernandinho, Yaya, Nasri, Silva e Navas; Dzeko

O árbitro da partida foi o espanhol Undiano Malenco.

No Allianz Arena, completamente esgotado, quem pagou bilhete para ver esta partida decerto merecia ter visto outro tipo de espectáculo que não o deprimente que foi dado pelos 28 homens que estiveram no relvado. Com as duas equipas encaixadas uma na outra, pode-se dizer que o Bayern foi a única equipa que quis ganhar o jogo, mas, não apresentou durante os 90 minutos a clarividência de ideias cujo nível da sua equipa precisa obrigatoriamente de alcançar para cumprir os objectivos propostos para esta temporada.
Apesar de estar a trabalhar bastante bem no modelo táctico com que Guardiola assumidamente já afirmou querer disputar esta temporada, a equipa ainda demonstra alguma estranheza ao nível posicional (David Alaba a central é um jogador preso; apesar de poder ter a oportunidade de iniciar as transições, Xabi Alonso é um jogador demasiado atarrachado aos 3 centrais) e ainda não é a verdadeira máquina de futebol a que nos habituou nos últimos 5 anos. Contudo, nota-se de jogo para um jogo uma evolução muito positiva em alguns jogadores. Basta por exemplo reparar nas movimentações de Muller e Gotze: ambos tem a missão de ligar os sectores da equipa se bem que com tarefas diferentes em campo – o primeiro adopta tanto uma postura de médio criativo interior como de extremo como até de 2º avançado, ora aparecendo muito bem a combinar com Lahm e Rafinha pelo flanco direito, ora aparecendo rapidamente na área para finalizar, ora tentando incursões individuais pela direita; já o 2º joga na mesma linearidade de terreno que Muller mas tem essencialmente as tarefas de ligar o jogo que vem de Xabi Alonso, Lahm ou Alaba para o último terço do terreno, quer em aceleração quer ao nível de passe, não descuidando o jogo onde é forte, numa ala, com o seu ziguezagueante drible ou com as belíssimas combinações que consegue executar com o ala esquerdo Juan Bernat.

O Bayern entrou com todo o gás na partida. Logo ao 1″, a equipa de Munique apanhou uma desconcentração inicial da equipa de Manchester com Gotze a iniciar o lance, a combinar com Lewandowski à entrada da área e, num puro momento de magia, o polaco desmarca Muller nas suas costas e nas costas de toda a defensiva inglesa. O internacional alemão contornou Joe Hart mas acabou por atirar à malha lateral.

O jogo foi-se desenvolvendo numa toada lenta. A equipa do City tentou arrefecer o ímpeto do Bayern com uma apurada circulação de bola a meio campo, que, apesar de não dar azo à criação de belas jogadas de ataque ao primeiro toque como os citizens gostam, retirou a posse ao adversário e consequentemente aquele fulgor inicial dominador que os bávaros adoram dar às suas partidas. Desde cedo se percebeu que a equipa do City vinha com o objectivo de, primeiro sacar o empate e, tentar ganhar se existisse uma conjuntura favorável para arriscar num ou noutro momento do jogo. O que é certo é que os primeiros 15 minutos indicaram um jogo muito repartido, nem sempre bem jogado, com ligeiro ascendente da equipa da casa ao nível de oportunidades de golo. Com David Silva como o playmaker da equipa (devidamente vigiado por Xabi Alonso) sempre que tinha a bola na sua posse, a equipa tentava circular ao máximo, até para chamar a equipa do Bayern de forma a conseguir espaços. Quando não tinha linhas de passe abertas, Yaya Touré, ao seu nível na partida assim como Fernandinho (anularam Gotze) tentou várias vezes acelerar o jogo em velocidade e romper linhas para ele mesmo construir situações de desequilíbrio.
Do outro lado, apesar de Xabi Alonso e Philip Lahm terem feito um jogo certinho (muita eficácia no passe; no caso do espanhol, não se coibiu por várias vezes de fazer passes de campo a campo) faltou muita criatividade ao meio-campo e uma pontinha de sorte na finalização à equipa para inaugurar o marcador mais cedo.

Oportunidades não faltaram aos bávaros no primeiro tempo:
– aos 18 minutos, uma jogada iniciada por Xabi Alonso e Mario Gotze permitiu a rotação de bola para o flanco esquerdo onde Juan Bernat (tentou meter muitos cruzamentos durante a partida) cruzou para cabeceamento de Muller à vontade para defesa de Joe Hart. 2 minutos depois, a mesma jogada seria praticamente tirada a papel químico no lado direito com um cruzamento rasteiro de Rafinha a encontrar Gotze na área a rematar para nova defesa do internacional inglês após desvio na bola com o braço de Vincent Kompany. Ficou um penalti neste lance por marcar, apesar dos veementes protestos dos jogadores do Bayern.

Sentindo alguma pressão pelo cerco que o Bayern montou à àrea entre os minutos 15 e 20, o City aliviou toda essa pressão com uma belíssima jogada de contra-ataque na qual Yaya e Silva combinaram bem a meio-campo, seguindo o costa-marfinense em velocidade com o esférico na sua posse pelo corredor central sem qualquer oposição de um adversário, voltando a dar ao seu maestro que, num passe cheio de veneno colocou a bola na área em Dzeko. O ponta-de-lança bósnio trabalhou sobre Alaba e atirou em arco ao poste mais distante com o esférico a sair ao lado da baliza defendida pelo gigante Manuel Neuer. Creio que o gigante alemão estava batido neste lance.

Escasseavam ideias para o Bayern: com os 3 centrais a sair a jogar à vez de modo a furar linhas e empurrar a equipa adversária para trás, a ausência de Gotze, bem anulado ora por Yaya ora por Fernandinho (o brasileiro esteve sempre no sítio certo, facto que lhe permitiu fazer muitas recuperações de bola a meio-campo) a equipa do Bayern não conseguia incutir velocidade e veia criativa no seu jogo. A equipa de Manchester foi saíndo do seu meio-campo e foi acreditando que poderia colocar-se em vantagem: primeiro aos 25″ Neuer faz uma defesa apertada a cabeceamento de um citizen e aos 28″ Dzeko volta a tentar a sua sorte saíndo o remate por cima da trave. Apostando preferencialmente pelo flanco direito, a equipa de Pellegrini ainda tentou esboçar uma resposta com um par de cruzamentos de Navas que não encontraram Dzeko bem posicionado.

Apercebendo-se da superioridade numérica defensiva e da maior superioridade de Yaya e Fernandinho no meio-campo, Guardiola decidiu mudar tudo ao fazer avançar Alaba no terreno. O austríaco agradeceu e tornou-se outro jogador. Aos 30″ ensaiou de longe um poderoso remate cheio de efeito que obrigou Hart a uma defesa apertada. A jogar entre linhas, Alaba obrigou a que Yaya ou Fernandinho tivessem que cobrir mais espaço, facto que possibilitou libertar Gotze da marcação à zona destes jogadores. E o alemão começou a procurar o flanco esquerdo com maior frequência. Dois minutos depois, Bernat iria novamente aparecer na esquerda a centrar para Muller na zona de penalti com o alemão a dar para trás para a entrada de rompante de Alaba. Novo remate para nova defesa de Hart.

Aoa 35″, desmarcado na área Lewandowski também contornou Hart, acabando à semelhança do que Muller tinha feito no 1″ por atirar à malha lateral.

À meia-hora tínhamos ultrapassado o momento auge da partida. Tanto Guardiola como Pellegrini tentaram alterar o rumo dos acontecimentos, ora, no caso do primeiro com as entradas de Robben, Dante e Pizarro (Boateng acabou o jogo no meio-campo), ora, no caso do segundo com as entradas de Milner e Aguero. A partir dos 35″, o jogo continuou a ser extremamente dividido, num estilo “ora tentas atacar tu, ora dá-me licença para circular bola a meio-campo”, sem intensidade e sem vontade prática demonstrada das duas equipas em tentar jogar para vencer. Por duas vezes reclamaram os bávaros a marcação de uma grande penalidade: primeiro quando Fernandinho viu a bola ressaltar da coxa para um dos braços no momento em que queria receber uma bola ao 2º poste após canto para o Bayern; já na segunda parte quando Robben, depois de conseguir passar alguns jogadores do City numa incursão iniciada no flanco direito entrou na área e atirou-se literalmente para o chão para cravar a Undiano Malenco uma grande penalidade. O holandês sentiu que o que fazia falta era um bocadinho de velocidade e criatividade e como dizia o Zeca Afonso ainda tentou animar a malta com umas arrancadas que fizeram suar Clichy mas, durante os 15 minutos que teve em campo, não criou perigo. Ainda está à procura da melhor forma e, tem-se notado que a sua utilização está a obedecer a critérios rigorosos estabelecidos pela equipa médica do clube.

Pouco trabalho para os centrais do Bayern (Guardiola deu-se ao luxo de tirar um porque Benatia estava a dar conta do recado na marcação a Dzeko) e um jogo que a bem da verdade, não merecia sequer 10 euros pelo bilhete.

boateng 2

Para o final viria o único momento de destaque da 2ª parte com o golo tardio de Jerome Boateng, golo efusivamente festejado pelos jogadores e equipa técnica do Bayern.

Da eslovénia

1. Confesso que fiquei novamente defraudado com a exibição do Sporting. Pensei que durante a semana, o presidente tivesse cometido a graciosidade de ir dar uma palavrinha mais ríspida aos jogadores de modo a alterar a sua atitude, mas, ao fim ao cabo, a atitude foi a mesma, os erros cometidos foram exactamente os mesmos que se tem cometido até aqui, e a qualidade da equipa, neste momento, está longe de ser a melhor.

2. Tenho lido por aí a opinião que Naby Sarr tem o mesmo potencial de Mangala quando chegou ao Porto. Depois de observar o jogador atentamente durante estes 5 jogos oficiais, não posso concordar. Quando chegou ao Porto, Mangala já era internacional sub-21 pela frança e titular indiscutível de um clube de nível médio com aspirações crónicas ao título nacional belga (o Standard de Liège) – o outro é internacional sub-20 pela França mas ao nível do seu antigo clube (Olympique Lyonnais) apenas jogou em 6 ocasiões na temporada passada, passando grande parte da época a jogar pelas reservas do clube. Acresce também o facto do Olympique Lyonnais ter apostado nos últimos anos na sua formação, em virtude das dificuldades financeiras e desportivas que atravessa n0 hiato cavado com a perda do título nacional francês em 2009\2010 após 7 épocas vitoriosas. Se um jogador formado na casa não actua com regularidade no clube quando este está claramente virado ao nível estratégico para apostar nessa mesma prata da casa e é vendido a um clube português por 1 milhão de euros mais objectivos, é sinal que esse mesmo clube não vislumbra futuro no jogador. Se um chegou ao Porto e a princípio cometeu alguns erros, erros que deverão ser considerados como normais na adaptação do jogador à sua nova realidade, mas rapidamente trabalhou para colmatar as lacunas do seu jogo (foi notória a evolução de Mangala ao nível posicional, ao nível de tomadas de decisão, ao nível da diminuição da impetuosidade com que abordava os lances; escondendo de certo modo as limitações que apresenta ao nível de jogo para as suas costas dada a falta de velocidade inerente à sua envergadura física com um sentido posicional exímio), tornou-se o patrão indiscutível da defesa do clube e foi vendido, literalmente, por uma pipa de massa. De Sarr não temos visto mais do que um central lento, extremamente permissivo, com imensas dificuldades em recuperar no terreno quando o avançado contrário é solicitado em desmarcação nas suas costas, fraquíssimo técnicamente, com um nível de decisão nos lances de bradar aos céus (mesmo quando é chamado a desarmar, fá-lo de forma sofrível; no lance do golo do Maribor estava sozinho e tinha tudo para, pelo menos, cabecear para a frente) e com pouca habilidade para sair a jogar. Comparar Mangala quando chegou ao Porto ao actual estado de Naby Sarr e às exibições com que nos tem brindado neste arranque de temporada é como comparar Jesus Cristo ao anjo Lucifer.

3. Estava sozinho. Poderia ter feito tudo: cabecear para a frente, para o guarda-redes, para as alas, para fora. Menos para o lado onde estava o adversário. Maurício ajudou. De Maurício tenho dito: não esperemos muito. Fiel a si próprio é um central duro à moda antiga. Também não sabe avaliar a abordagem ideal que deve ter aos lances, falha que o leva a cometer faltas em lances que não constituem perigo. Dá Pau para todos os gostos quando não deve dar, ficando passivo nas jogadas em que deve brindar o adversário com uma castanhada a doer. Ontem, conseguiu ajudar Sarr a dar 1 ponto e 500 mil euros de prémio ao modesto Maribor da Eslovénia…

4… que é, à semelhança do Sporting uma equipa que não tem qualidade para estar na Champions. Defenderam muito bem e capitalizaram a falta de velocidade no jogo do Sporting, a falta de ambição, os sucessivos passes falhados que Adrien e William fizeram na primeira fase de construção da equipa, a falta de sincronização entre os elementos do ataque do Sporting. Começaram a acreditar que podiam vencer e em duas ou três situações só não marcaram porque estava lá Patrício ou o São Poste.

5. O que é que se passa com Adrien, William, Jefferson, André Martins Carrillo? – Se o primeiro anda a brindar-nos com jogos cheios de passes falhados atrás de passes falhados e o segundo tem jogos em que consegue batalhar e ganhar muitas bolas no meio-campo, outros em que todas as bolas lhe passam ao lado e, todos, em que não consegue meter 10 passes a 5 metros no início da construção da equipa após recuperação de bola, é caso para perguntar se estes dois jogadores andam com a cabeça em Alvalade. A resposta é simples: não.

Outro que não tem andado entre nós é Jefferson. Marco Silva já deveria ter colocado Jonathan Silva na esquerda da defesa. Nem que a escolha tivesse como propósito afectar o orgulho do brasileiro. Jefferson está a revelar falta de concorrência na sua posição. Defende mal (dá um espaço enorme ao ala contrário para manietar a bola de acordo com a sua vontade; não fecha ao meio, no ataque nem cruza nem mija nem tosse; Jefferson anda por ali a correr desenfreadamente com a bola pela linha até que ele saia do terreno de jogo).

Os dois últimos são dois case-studies de valor para qualquer psicológo interessado na área desportiva. O primeiro faz grandes pré-temporadas. Terminando os jogos de preparação ausenta-se do campo durante 12 meses, limitando-se a correr por lá de vez em quando. Já foi testado por Jardim como um médio interior cuja função era ligar o jogo de Adrien (médio interior mais à esquerda) ao flanco direito do ataque. Combinava bem com Cedric e Wilson Eduardo na temporada passada. Foi desaparecendo aos poucos. Com Marco Silva tem jogado numa posição mais central à entrada da área como apoio pelo miolo a Slimani. (Como seria importante o Sporting ter um jogador que desequilibrasse pelo centro para o jogo não ser tão previsível de ver à equipa contrária!!). Sempre que pode, André Martins vai para a direita e desaparece de jogo.
Do peruano, conhecemos a experiência de um jogador que faz 1 jogo bom a cada 5 horríveis. Não jogando na esquerda perde uma interessante característica de jogo que executa bem: as incursões na área em drible do flanco esquerdo para o meio seguidas de remate ao 2º poste. Jogando na direita, contra equipas, como foi o caso do Maribor, cujos treinadores estudem bem o jogo do peruano, basta colocar o lateral a pressioná-lo assim que recebe a bola para o jogador prender e congelar qualquer jogada que o Sporting tente executar pelo seu flanco.

Em 3 meses no comando técnico do Sporting, a equipa não tem estabilidade defensiva, tem dois centrais que não são capazes de sair a jogar e com isso furar as primeiras linhas de pressão adversárias, um meio campo intermitente que é muito batalhador mas não é eficaz na recuperação de bola, na pressão a meio campo e na distribuição de jogo, um fio-de-jogo demasiado flanqueado e previsível (por isso é que Nani sempre que pode vem buscar a bola ao centro) que, à falta de pior, não consegue sequer colocar a bola em condições na sua referência atacante. Do trabalho do antigo técnico do Estoril salva-se apenas a lucidez que João Mario acrescenta ao jogo do Sporting sempre que entra, descobrindo boas soluções de passe, flanqueando o jogo com velocidade nos momentos em que a equipa tem superioridade numérica no flanco, e a evolução que o treinador está a tentar realizar na criação de desequlíbrios ao nível do miolo com as tentativas que tanto Nani como Mané fazem em tentar furar pela zona central em tabelinhas. A juntar à negativa e penosa circulação de jogo que tem que passar por toda a gente até se criar uma jogada digna de registo, há uma imensa falta de vontade de alguns jogadores permanecerem no clube aliada a uma falta de preparação física enorme de alguns jogadores.

Enquanto a equipa estiver a jogar a este nível, não vai muito longe. Numa competição como a Champions, todos os erros serão capitalizados pelo adversário. Se ontem, o Maribor não aproveitou para construir uma vitória algumas desconcentrações defensivas, não se espere por Alvalade que tanto o Chelsea como o Schalke sejam perdulários quando jogarem contra o Sporting. Medindo o actual estado do futebol leonino e o potencial das duas equipas, pode vir Bruno de Carvalho afirmar quantas vezes quiser que o objectivo é passar a fase-de-grupos. Não o conseguirá nem que a vaca tussa. Tomara até que não sejamos goleados em Inglaterra e na Alemanha.

Momentos #10

Grupo A – Olympiacosa 3-2 Atlético de Madrid

No Piréu, os gregos do Olympiacos continuam a manter o impecável registo que construído nas últimas edições da prova. O regressado Mitroglou marcou um golo espantoso (regressou ao Olympiacos 9 meses depois de ter sido vendido para o Fulham por 13 milhões de euros) e o holandês Ibrahim Affelay, desaparecido desde que foi adquirido pelo Barcelona há uns anos atrás, voltou a dar um ar da sua graça num jogo em que a defesa do Atlético de Madrid (principalmente Siqueira e Godin) foram mais permissivos e permeáveis do que o normal.

Grupo A – Juventus 2-0 Malmo.

No novo Dell´Alpi, o apache Carlos Tevez selou com génio a vitória tranquila da Juventus perante os suecos do Malmo. Pode-se dizer que dadas as situações de perigo criadas pela equipa bianconeri, os suecos, estreantes na Champions, resistiram até onde puderam.

Grupo C

Mónaco 1-0 Bayer Leverkusen

No Louis II no Mónaco, aconteceu a grande surpresa da jornada de ontem. A frágil equipa monegasca bateu o Bayer de Leverkusen por 1-0 com golo de João Moutinho. A equipa orientada por Roger Schmidt pode queixar-se apenas de si própria: os alemães dispuseram de 5 ocasiões flagrantes de golo mas não aproveitaram nenhuma.

Grupo D

Borussia de Dortmund 2-0 Arsenal

Ciro Immobile já começou a mostrar serviço a Jurgen Klopp. A portentosa arrancada protagonizada pelo antigo avançado do Torino, melhor marcador da Série A na temporada passada, mandou ao fundo a talentosa armada de Arsène Wenger. O italiano marcou assim o seu 1º golo de carreira na champions, 2º na temporada, começando a justificar os 16 milhões dispendidos à Juve e Torino (era detido em co-propriedade pelos dois clubes) pela sua contratação bem como os 7 milhões de euros anuais que aufere em Dortmund.

 

Crónica #4 – Champions League – Real Madrid 5-1 Basileia

Os merengues entraram com o pé direito na defesa do título europeu conquistado na temporada passada com uma goleada de 5-1, executada sobre a frágil equipa do Basileia orientada pelo português Paulo Sousa. O técnico português, por duas vezes vencedor da competição, uma pela Juventus em 1996 e outra no ano seguinte pelo Borussia de Dortmund, estreou-se na competição enquanto treinador. Pode-se dizer que foi uma estreia que o português decerto nunca se irá esquecer.

Na conferência de imprensa de antevisão da partida, dadas as duas derrotas somadas pelo Real Madrid nas últimas partidas disputadas frente a Real Sociedad (4-2 no Anoeta em San Sebastian) e Atlético de Madrid (no sábado no Bernabeu por 1-2), o italiano Ancelotti tentou aplacar a fúria dos adeptos (na segunda-feira dezenas de adeptos do clube fizeram uma espera aos jogadores à saida do Centro de estágios do clube em Valdebas; Toni Kroos e Iker Casillas foram insultados por alguns adeptos enquanto Gareth Bale viu dois adeptos pontapear-lhe o carro) e moralizar a sua equipa, afirmando que o jogo contra o Basileia poderia servir de ânimo para os seus artistas modificarem o rumo dos acontecimentos e inverterem os resultados negativos e a instabilidade que tem cirandado sobre o balneário da equipa após as polémicas declarações de Cristiano Ronaldo acerca da política de transferências levada a cabo pela direcção liderada por Florentino Perez.

Neste primeiro teste na Champions, o Real tinha como adversário o campeão suiço, o Basel FC, equipa que tem passado as últimas temporadas em clara ascenção no futebol europeu. Há 3 anos, esta equipa suiça, eliminou o Manchester United de Sir. Alex Ferguson na fase-de-grupos da prova (num grupo onde também estava o Benfica) e no ano passado, a equipa suiça logrou vencer em Stamford Bridge por 2-1, num jogo onde Mohammed Salah haveria de confirmar a sua transferência para o Chelsea (consumada pelo maravilhado José Mourinho em Janeiro). A equipa suiça tem aproveitado a Champions para valorizar bastantes activos (já lucrou mais de 70 milhões de euros com as vendas de Xherdan Shaqiri ao Bayern, Granit Xhaka ao Borussia de Moenchagladbach, Mohammed Salah ao Chelsea, Aleksandr Dragovic ou Valentin Stocker ao Hertha de Berlim). Para isso muito contribuiu também o trabalho realizado por antigo internacional suiço Murat Yakin (irmão do histórico jogador do clube Hakan Yakin) no comando técnico do clube.

Acossado pela imprensa espanhola, bastante crítica na forma em como o italiano descompensa as alas com as ausências de Bale e Ronaldo nas tarefas defensivas (como não descem, o lateral fica por norma a defender em inferioridade numérica; nem sempre Kroos ou Modric compensam porque tem jogado em inferioridade no meio-campo contra todos os adversários), o italiano decidiu promover duas alterações para a partida, fazendo entre o jovem Nacho Gonzalez e Marcelo para os lugares de Alvaro Arbeloa e Fábio Coentrão.
Na equipa de Paulo Sousa, o português abordou a partida assente num interessante 3x4x2x1 constituído por 3 centrais fixos (Schar, o veteraníssimo Walter Samuel e o checo Suchy), 2 alas (Behrang Safari à esquerda e o albanês Taulant Xhaka à direita, irmão de Granit Xhaka), 2 centrocampistas (Elnessy e Fabian Frei), 2 médios de índole ofensiva (Zuffi e o paraguaio Derlis Gonzalez, jogador que o Benfica foi buscar há uns anos ao paraguai) no apoio ao fixo Marco Streller.

Nos primeiros minutos da partida, num ritmo de jogo bastante sereno, o Basileia tentou aproveitar as dificuldades que este Real manifesta no jogo interior (DiMaria faz tanta falta neste meio-campo) para defender de forma muito organizada (povoando bem o meio-campo, Paulo Sousa colocou 4 contra Modric e Toni Kroos; o que é facto é que o alemão e o croata mexeram bem na organização de jogo quando o jogo assim o pediu), uma linha de 5 a defender em linha e um meio-campo que rapidamente vasculava para as alas sempre que a bola caía em James (mais à esquerda) ou Ronaldo (mais à direita). O treinador português deu muitas indicações durante a primeira meia-hora para os seus alas e devida compensação às alas pressionarem Ronaldo e não deixarem o português embalar pela linha.

O português haveria de criar a primeira situação de perigo logo aos 5″ quando, driblando Safari na direita atirou forte por cima da barra de Vaclik. O checo limitou-se a controlar. Tentando arrefecer qualquer ímpeto inicial que o Real mostrasse no início da partida, o Basileia circulava bem a bola a meio-campo mas não conseguia criar uma jogada digna desse nome. Nem a concertação defensiva haveria de impedir aos 13″ o primeiro golo da partida quando na direita Nacho quis servir Benzema na área e viu a sua tentativa de cruzamento desarmada por Suchy directamente para a baliza do seu guardião. Mesmo a complicar bastante o jogo, o Real iniciava uma goleada de forma tranquila.

O Basileia tentou responder de seguida: Taulant Xhaka esboçou o cruzamento da direita para o experiente Marco Streller que à boa moda de um ponta-de-lança digno da posição se antecipou ao primeiro poste a Pepe e empurrou às malhas laterais da baliza de Casillas com o espanhol a controlar o lance. Casillas foi assobiado durante quase toda a partida, excepção feito aos aplausos que o Bernabeu lhe brindou a meio da primeira parte, ainda por causa dos golos sofridos contra o Atlético de Madrid, golos nos quais, a meu ver, não teve culpa nenhuma.

modric 2

O jogo estava a ser monótono. O Real continuava a apostar num jogo exterior, devidamente distribuído com sucessivas rotações de flanco por parte de Toni Kroos, onde Ronaldo tentava criar desequilíbrios no 1×1 (sem efeitos práticos) ou Marcelo, bem subido no terreno tentava servir Benzema e Bale na área (mais uma vez Bale, Ronaldo e James trocaram várias vezes de posicão, com o galês a iniciar o jogo bem perto do francês). Quando o croata Modric se libertou da pressão que era feita pelo egípcio Elnessy na companhia de Zuffy o jogo acelerou e os merengues construíram o seu resultado.

Logo após uma cabeçada de Pepe que Vaclik teve que defender com uma enorme defesa de recurso, com duas jogadas de génio aos minutos Modric desbloqueou um jogo opaco: aos 29″ quando combinou com Ronaldo num primeiro momento a meio-campo, desmarcando de seguida com um longo passe de trivela Gareth Bale pela esquerda à entrada da área (Bale consumaria o acto de rebeldia do croata com um arqueado chapéu sobre Vaclik seguido de uma emenda triunfal para a baliza do checo) e de seguida, no minuto seguinte, num passe, também ele de trivela para a direita para a corrida de Bale sobre o central Suchy seguido de cruzamento típico para a pequena área onde surgiu Cristiano Ronaldo a empurrar para a baliza do Basileia, fazendo o seu primeiro golo desta temporada na prova (72º na prova; é novamente melhor marcador da prova à condição com mais 1 golo que Lionel Messi).

O croata montou o espectáculo, colheu no seu bolso a aficción que se deslocou ao Bernabeu, meteu a viola no saco e geriu a sua partida da melhor forma que soube.

6 minutos depois seria James a obter o 4º golo: numa fantástica jogada iniciada por Benzema, Ronaldo e Bale demonstraram toda a sua inteligência quando o português, tirando um adversário do caminho da bola já na área viu a movimentação de Bale a entrar na pequena área (processo ofensivo que o português e o galês fazem constantemente) mas também viu que 4 jogadores do Basileia encaminharam-se para anular o galês. De forma inteligente, Ronaldo colocou para trás onde apareceu Benzema sozinho a rematar para defesa incompleta de Vaclik para a frente. Surgido de trás, o colombiano só teve que empurrar para o 4-0.

No minuto seguinte…

Aos 37″ o Basileia resumiu-se à sua defesa. Não conseguindo elaborar uma jogada com cabeça, tronco e membros, a equipa suiça não só perdia demasiadas bolas a meio-campo quando tentava sair como fazia as transições em contra-ataque sempre que podia num ritmo bastante lento que permitia à defesa do Real Madrid reagrupar-se e reorganizar-se rapidamente. Só aos 37″ num lance todo ele desenvolvido ao primeiro toque desde a saída de jogo por parte do veterano Walter Samuel é que a bola veio parar ao paraguaio Derlis Gonzales (aproveitando um furo existente entre Sérgio Ramos e Marcelo; o primeiro porque largou o seu oponente directo para ir pressionar a meio-campo e o lateral porque não fechou o espaço no miolo deixado pelo central) que aproveitou para marcar o tento de honra da sua equipa num remate rasteiro cruzado que não deu hipóteses de defesa a Casillas.

Derlis Gonzalez foi o mais esclarecido em campo por parte do Basileia. O paraguaio revelou-se muito mexido, procurando muito a bola e, sendo rápido na recepção e passe, procurou quase sempre jogar fácil, ou seja, receber, passar novamente e encaminhar-se para um espaço para receber novamente.

No minuto seguinte, Marco Streller cabeceou para defesa fácil do guardião espanhol. O lance colocou novamente a equipa de Ancelotti em alerta e o Real voltou ao ataque, guardando a posse de bola até ao intervalo.

Na 2ª parte, extremamente enfadonha diga-se, Derlis Gonzales tentou o 2º golo mas viu Casillas negá-lo com uma defesa onde mostrou os seus apurados reflexos. Fabian Schar teve uma oportunidade aos 76″ e aos 79″ Benzema e Ronaldo destruíram a defesa de Paulo Sousa e o francês selou a goleada madrilena com o seu poderoso remate.

Breve análise às selecções adversárias de Portugal na campanha para o Euro 2016

Sérvia

matic 3

Começando pela sérvia de Nemanja Matic, na minha opinião, o principal adversário da selecção portuguesa nesta contenda de qualificação que hoje dá o seu pontapé de saída.

A selecção Sérvia apresenta-se nesta qualificação para o euro 2016 com o objectivo de se qualificar directamente para a prova ou conseguir o apuramento através da melhor 3ª posição dos grupos. Na tentativa de fazer esquecer da cabeça dos sérvios a desilusão que tem sido a prestação desta selecção nas anteriores rondas de qualificação para grandes competições (a sérvia já não marca presença numa grande competição internacional desde 2006), a selecção orientada pelo experiente seleccionador holandês Dick Advocaat (pode-se dizer que sérvia apostou forte e feio neste ciclo de 2 anos visto que o holandês é um homem muito experiente ao comando de selecções; é a 5ª selecção que orienta, depois de ter orientado os Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul, Bélgica e Rússia; algumas das experiências enquanto seleccionador deram-se em selecções a viver um período ascendente no panorama internacional, à semelhança desta selecção sérvia) atinge neste novo ciclo de 2 anos, provavelmente, o seu pico auge, pelo que será de esperar que esta equipa se qualifique para a prova e possa obter um resultado de destaque na prova que será organizada pela Federação Francesa de Futebol.

Advocaat tem no seu conjunto de convocáveis uma data de jogadores que dispensam apresentações. Nomes como Aleksandr Kolarov, Vladimir Stojkovic, Nemanja Matic, Ljubomir Fejsa, Miralem Sulejmani,  Nemanja Vidic, Zoran Tosic, Lazar Markovic, Matija Nastasic, Branislav Ivanovic, Adem Ljajic, Milos Jojic, Zdravko Kuzmanovic, Filip Dordjevic ou o jovem ponta-de-lança do Anderlecht Alexander Mitrovic (goleador mortífero de 19 anos que a bom da verdade será, na minha opinião, um dos grandes bombardeiros do futebol europeu dentro de poucos anos) constituem-se como um bom cartão de visita que neste momento num treinador do mundo seria capaz de rejeitar uma proposta para orientar nos próximos dois anos.

Advocaat deverá apresentar um onze-tipo assente no 4x2x3x1, aproveitando as indicações exploratórias do seu antecessor no anterior ciclo (Sinisa Mihaylovic) no qual assentam a estabilidade defensiva e ofensiva (pelas alas) acrescentada pela dupla de centrais composta por Vidic e Ivanovic e pelos laterais (extremamente ofensivos) Kolarov e Dusan Basta. Como soluções alternativas, o holandês ainda terá ao seu dispor o jovem Nastasic (Manchester City), o versátic Nenad Tomovic (utilizado essencialmente por Montella na Fiorentina como lateral-direito ou central num esquema de 3 centrais, caído para o lado direito) ou Antonio Rukavina do Villareal.

À frente da defesa jogarão os inexcedíveis Matic e Fejsa, bem conhecidos do público português. Ambos terão a missão de varrer o meio-campo e auxiliar a defesa. Enquanto o médio defensivo do Benfica tem essencialmente tarefas defensivas (estando Jesus ainda por evoluir a sua capacidade de transporte de jogo à semelhança daquilo que fez com o agora jogador do Chelsea), o médio do Chelsea será aquilo que bem lhe conhecemos: um jogador capaz de acrescentar imenso músculo à batalha do meio-campo, fortíssimo no jogo aéreo, capaz de auxiliar os centrais quando a equipa assim o precisar e facilmente iniciar as transições ofensivas da equipa em todos os sentidos: saída com bola e organização dos primeiros momentos de circulação e construção de jogo ofensivo; à falta de linhas de passe a meio-campo, o sérvio também será capaz de avançar com bola pelo terreno e rapidamente desbloquear situações de obstrução provocadas ora por defesa intensiva à zona em bloco baixo, ora por marcações individuais no meio-campo, estratégia defensivas, a primeira muito utilizada por selecções como a Armena, a segunda por selecções como a Dinamarca. Contra Portugal, será interessante apreciar o duelo de trincos protagonizados por Fejsa e Matic no lado sérvio e William Carvalho no lado português.

markovic

Mais à frente, creio que Advocaat optará por dar criatividade à equipa com a inserção de 3 jogadores tecnicamente portentosos: Ljajic e Jojic como falsos extremos e Lazar Markovic no apoio a Aleksander Mitrovic. O ponta-de-lança de 19 anos tem um pecúlio admirável no Anderlecht, clube no qual em 39 jogos marcou 21 golos. Desde os sub-19 da sérvia, vestiu por 27 vezes a camisola dos 3 escalões da FSF, marcando 12 golos. Mitrovic foi decisivo na campanha dos sub-19 sérvios na vitória conquistada no ano passado no Europeu do escalão, tendo sido orientado nessa selecção por outro conhecido do futebol português (Ljubinko Drulovic). Outras opções para as alas incluem o extremo Zoran Tosic, extremo que acrescenta muita verticalidade ao jogo da equipa e uma capacidade interessante nos cruzamentos e nas incursões na ala a partir do flanco direito, ou o extremo do Benfica Sulejmani, jogador que atingiu a titularidade da sua selecção no ciclo orientado pelo actual treinador da Sampdoria.

A selecção sérvia terá mais 4 factores que serão decisivos nesta ronda de qualificação:
– O primeiro será o conhecimento que os seus jogadores tem do futebol português e da selecção portuguesa.
– O segundo será o ambiente terrível que os seus adeptos farão nos jogos em casa. Belgado costuma ser uma capital muito hóstil a todas as selecções que a visitem.
– O rigor táctico que Advocaat incute nas suas equipas: a sérvia tem defensivamente gente capaz tanto de pressionar alto para não deixar jogar; factor que poderá colocar muitas dificuldades à equipa portuguesa como de baixar o bloco para uma defesa profunda que não concede espaços a ninguém.
– A agressividade da sua defesa: Ivanovic e Vidic são mestres no desarme e no jogo áereo, Matic é mestre em todos os departamentos do jogo defensivo e ainda é capaz de criar perigo em bolas paradas ofensivas. Dusan Basta é um lateral extremamente enérgico; apesar de não ser tecnicamente dotado, é muito agressivo defensivamente e sobe muito bem pelo flanco; no outro lado, Kolarov é um lateral-esquerdo que não compromete defensivamente e que tem uma excelente capacidade de cruzamento e muita eficácia nas bolas paradas).  

Aproveitando uma geração muito talentosa que foi campeã europeia de sub-19 em 2013, não será de espantar que Advocaat vá inserindo sangue novo na selecção se convocar atletas como o jovem extremo\avançado de 18 anos Andrija Zivkovic (Partizan; os jornais portugueses apontaram-no como reforço do Benfica para este verão), o defesa Milos Velijkovic (Tottenham), o médio Nemanja Radoja (Celta de Vigo) ou o extremo esquerdo Filip Kostic do Estugarda, jogador que foi apontado durante este verão ao Sporting.

Dinamarca

Morten Olsen

Apesar de ter passado os últimos 4 anos a reconstruir a selecção dinamarquesa após o abandono de históricos como Christi Poulsen, Martin Jorgensen, Dennis Romedahl, John Dahl Tomasson ou Thomas Sorensen, Morten Olsen é capaz de ser o maior inimigo das 4 selecções adversárias da Dinamarca nesta ronda de qualificação. O experiente seleccionador dinamarquês de 65 anos, em funções na Federação desde 2000 (é neste momento o seleccionador com mais tempo no activo nas 206 federações mundiais) costuma vender cara a vitória dos seus adversário tanto em Copenhaga como fora de portas e quer levar a Dinamarca a uma grande competição mundial depois do fracasso que redundou a qualificação dinamarquesa para o Mundial 2014.

A selecção dinamarquesa destaca-se com um conjunto composto por jogadores muito experientes e jogadores muito jovens. Se a inexperiência de muitos jogadores nesta renovada selecção dinamarquesa pode constituir-se como um ponto fraco desta selecção, é certo afirmar que os mais velhos, para além da experiência acumulada de 6\7 anos de selecção, acrescentam muito talento técnico a uma selecção que gosta de jogar largo e pressionar a meio-campo.

Na baliza, Olsen tem duas escolhas: Stephen Andersen do Copenhaga e Kasper Schmeichel do Leicester City. A viver a sua segunda experiência na Premier League (a primeira foi ao serviço do Manchester City no reinado de Sven-Goran Eriksson quando Kasper ainda era um projecto de guarda-redes a quem tentavam puxar todo o gabarito do seu pai) Kasper Schmeichel está aos 27 anos capaz de seguir as pisadas do bom dinamarquês e ter o seu momento de afirmação no futebol britânico. Já o guarda-redes do Copenhaga, começou a viver esta época o princípio da fase descendente da sua carreira, apesar de, tecnicamente, ser um guarda-redes fantástico entre os postes.

A linha defensiva tipo de Olsen no habitual 4x3x3 nórdico será composta pelo antigo jogador do Benfica, agora no Evian, Daniel Wass na direita, pela jovem locomotiva do Ajax Nicolai Bolesen na esquerda (cuidado com as subidas rapidíssimas deste jogador no flanco e com a sua capacidade exímia de cruzamento, como de resto, é normal nos laterais dinamarqueses e na estratégia ofensiva desta selecção em virtude do facto de ter pontas-de-lança eficazes no jogo aéreo) e pelos experientes centrais Simon Kjaer (Lille) e Daniel Agger do Liverpool. Fortíssimos na marcação e no jogo aéreo, pecam apenas por serem pouco rápidos quando o jogo é remetido para as suas costas. No 1×1 contra ponta-de-lanças rápidos pecam por ser algo duros de rins, abusando imenso na força física e no jogo faltoso para travar os seus oponentes. Os experientes Lars Jacobsen e Simon Poulsen poderão dar uma ajuda nas faixas laterais em caso de lesão dos dois jogadores supra mencionados para as posições. São ambos laterais duros e certinhos. Poulsen é algo incerto a atacar mas é um lateral muito agressivo a defender.

eriksen

Morten Olsen tem na sua linha média o seu forte. Tacticamente muito disciplina, esta selecção tem em William Kvist o seu esteio defensivo. A organizar o jogo estarão os dois estrategas da equipa. Christian Eriksen é um prodígio no capítulo do passe (a rasgar) e no pensamento de toda a manobra ofensiva da selecção. Acrescenta a vantagem de ser fatal nos livres directos, facto que obriga a que a selecção portuguesa não caia no erro de cometer faltas tanto na zona frontal como no lado esquerdo do ataque dinamarquês. Eriksen já mostrou no Ajax e no Tottenham ser capaz de bater livres certeiros tanto no centro como na esquerda, num perímetro considerável entre os 23 e os 30 metros da baliza. Já o médio do Ajax Lasse Schone é outro dos virtuosistas desta selecção, principalmente no capítulo do passe. Contudo, o médio do Ajax também é mortífero no remate de meia distância e não se coibe de tentar criar desequilíbrios no miolo através do seu 1×1. Schone tem como substituto Krohn-Deli, médio que se encontra também ele a entrar na fase descendente da carreira.

Krohn-Deli também poderá jogar nas alas, corredores onde Morten Olsen tem diversas soluções e onde pretenderá o correcto municiamento da sua principal referência ofensiva, o errático Niklas Bendtner, avançado cuja carreira tem estado bastante longe daquilo que há muitos anos a crítica da modalidade idealizava. No entanto, Bendtner costuma realizar exibições de sonho pela sua selecção, sendo aos 26 anos um dos mais internacionais desta selecção (59 internacionalizações) e um dos melhores marcadores de sempre da equipa Viking (24 golos). Bendtner iniciou a época no Wolfsburg, equipa onde será suplente do veteraníssimo internacional croata Ivica Olic. Se tivermos em conta que o Wolfsburg, de regresso às competições europeias, poderá realizar uma campanha fantástica na Bundesliga (candidato a top-4) e na Liga Europa (será expectável que atinja os quartos-de-final) Bendtner poderá aparecer em grande forma durante esta temporada. Suplente de Bendtner será o avançado de 20 anos Viktor Fischer, jogador que ao contrário do avançado do Wolfsburgo, gosta de ter a bola no pé e criar as suas próprias jogadas de perigo. Fischer será em conjunto com o talentoso extremo-esquerdo sub-21 holandês Ricardo Kishna, um dos próximos produtos de exportação da talentosa escola do Ajax de Amesterdão.

Morten Olsen deverá incluir nas convocatórias jovens talentos como os jovens defesas Peter Ankersen ou Jonas Knudssen, o centrocampista do Twente Kasper Kusk, o médio ala direito do Bayern de Munique Pierre Hojberg (será bastante utilizado por Guardiola durante a época visto que caiu claramente no goto do treinador espanhol), o médio do Leeds Kasper Sloth, o médio do OB Emile Larsen, o médio do Copenhaga Thomas Delaney ou o avançado do Toulouse Braithwaith. Estes jogadores constituem-se como uma nova fornada de atletas de alto nível que irão formar a selecção dinamarquesa dentro de 2 anos.

Ao nível de estilo de jogo, a selecção portuguesa deve preparar-se para jogar contra uma equipa muito certinha a defensivamente, constituída por jogadores que sabem exactamente que posições ocupar no terreno e que tipo de tarefas executar no terreno, ávidos a pressionar intensivamente a meio-campo, a não deixar jogar e a tentar executar um futebol ofensivo que irá oscilar entre a fluidez que Schone e Eriksen dão ao jogo no solo e o futebol musculado e directo típico desta selecção.

Os dinamarqueses irão reencontrar a Arménia, equipa que humilhou esta selecção nórdica na última ronda de qualificação com um espectacular 0-4 em Copenhaga.

Arménia

mkhytarian

Posso catalogar de forma rápida esta selecção armena como a Quinta de Mykhtarian. O jogador do Borussia de Dortmund é o astro (o melhor jogador arménio de sempre) de uma selecção que normalmente joga com 11 jogadores enfiados no último terço do terreno.

Esta selecção armena é uma selecção em claro ascendente.

Em primeiro lugar, porque tem uma Federação que tem apostado imenso no desenvolvimento do jogo nesse país, ora pela criação de infraestruturas modernas, ora pelos intercambios que tem feito com clubes russos ao nível de desenvolvimento de talentos jovens, ora pela contratação de staffs técnicos compostos por profissionais experientes no campo de desenvolvimento de selecções com menor potencial.

Em segundo lugar porque joga num sistema táctico rígido que costuma ser muito difícil de ultrapassar pelas equipas que jogam em futebol organizado (um ferrolho agressivo que não dá espaços para jogar) alternado com uma capacidade incrível de saída de 2\3 jogadores (de forma a não desequilibrar a equipa defensivamente) para o contragolpe em velocidade. A capacidade que o médio criativo do Borussia de Dortmund tem em acelerar o jogo quando tem a bola no seu poder e consequente passe em desmarcação para a velocidade dos seus avançados tem causado alguns dissabores nos últimos anos a selecções mais poderosas.

Em terceiro lugar, pode-se dizer que a selecção armena já não é uma daquelas típicas selecções de desconhecidos de baixo potencial contra quem a selecção portuguesa jogava nos anos 90. Esta selecção do leste europeu já tem muita gente a jogar em campeonatos competitivos (principalmente no russo), mercê da aposta que as equipas europeias tem efectuado na evolução de talentos deste país. Os jogadores armenos não são maus tecnicamente, costumam ser muito velozes e são muito disciplinados tacticamente, principalmente em situação de defesa do perímetro de 22 metros. Costumam ser jogadores interessantes para equipas cujos treinadores gostem de defender em defesa baixa e sair preferencialmente no contragolpe.

O seleccionador dos arménios é o suiço Bernard Challandes. Aos 63 anos cumpre aqui a sua primeira experiência ao serviço de uma selecção sénior, quase 40 anos depois de uma carreira quase toda ela realizada ao serviço dos principais emblemas helvéticos. Challandes leva no currículo uma passagem pela equipa sub-21 da Suiça entre 2001 e 2007, anos em que pelas suas mãos foram evoluíndo jogadores como Ricardo Cabanas, Stephen Lichsteiner, Phillipe Senderos, Johan Djorou, Gokhan Inler, Valon Behrami, Ghttps://wordpress.com/post/74020198/75elson Fernandes, Blerim Dzemaili, Diego Benaglio, Reto Ziegler, entre outros… No palmarés, este experiente suiço conta apenas com uma liga suiça, obtida em 2008\2009 ao serviço do Zurique.

Nesta selecção armena irá orientar jogadores (adversários da nossa selecção) como o veterano guardião do Dinamo de Moscovo Roman Berezovski (aos 40 anos inicia um novo ciclo com a sua selecção, sendo o jogador mais internacional de sempre da mesma com 87 internacionalizações) o médio Gevorg Ghazaryan do Olympiacos, o médio ofensivo brasileiro naturalizado Marcos Pizelli (agora nos casaques do Aktobe; este médio ofensivo é muito rápido e cria muito perigo nas transições ofensivas pois é capaz de cavalgar 50 metros com bola e aplicar um poderoso remate de fora da área) e o semi-conhecido avançado Edgar Manucharyan, produto das escolas de formação no Ajax, avançado muito alto que adora finalizar de cabeça ou em força, agora jogador nos russos do Ural.

A selecção armena tem 3 estrelas emergentes: os jogadores do Spartak de Moscovo Araz Ozbilis e Yura Movsisian (o primeiro é um médio-centro, o 2º um avançado móvel) e o jovem Vahagn Militosyan, jovem nascido em França que preferiu optar pela nacionalidade armena. Joga na Ligue 2, no Grenoble.

Albania

cana

Sem a resistência de outros tempos, característica que o fez evidenciar no cenário europeu ao serviço de Marseille, Sunderland, Galatasaray e Lazio, o experiente Lorik Cana de 31 anos é o grande jogador da história do futebol albanês. Deverá iniciar a partida desta noite no Estadio Municipal de Aveiro a central, posição que tem adoptado na selecção desde há alguns anos para cá.

A selecção albanesa é a selecção mais frágil deste grupo I, mas, é preciso ter prudência na abordagem ao jogo que iremos fazer contra os albaneses. Aposto desde já que esta selecção irá entrar em Aveiro com o objectivo claro de defender o 0-0 inicial e levar um ponto do nosso país.

Desta selecção albanesa sou humilde em reconhecer que conheço Cana e pouco mais. Sei que é uma equipa defensiva assim como conheço um ou outro jogador dos seus quadros. Um deles é por exemplo o guarda-redes Samir Ukjani do Chievo, outro, o habitual titular da baliza albanesa Etrit Berisha, guarda-redes bastante sólido que actualmente joga no Kalmar FF da Suécia.

No meio-campo esta selecção tem dois jogadores que são muito utilizados nos seus clubes (Basha no Torino e Rama no Valladolid) contendo na frente um avançado que fez na carreira na europa, o veterano Bogdani (não estará ao que tudo indica presente em Aveiro), jogador que aos 37 anos, após passagens interessantes por Reggina, Salernitana, Hellas Verona, Siena, Chievo Verona e Livorno (apontou 90 golos nas 13 épocas nas quais jogou em Itália) encontra-se sem clube para jogar. Pelo que pude apurar pretende inclusive terminar a sua carreira.

Apostada em trazer para o seu seio jogadores descendentes de albaneses (a Federação Albanesa chegou a propor a chamada à sua selecção a Januzaj do Manchester United) nascidos noutros países (principalmente em países como a Jugoslávia, Alemanha e Suiça) é novidade para o jogo de Aveiro a convocação de Taulant Xhaka, irmão do internacional suiço Granit Xhaka, jogador do Basileia.