Momento do dia

Dificilmente este momento vai passar despercebido ao mundo, logo após a intervenção do capitão da selecção, foi um corropio de Tweets e publicações no Facebook sobre o assunto. Já antes desta intervenção, Cristiano Ronaldo ao ser-lhe pedido para comentar uma notícia que havia saído no referido órgão de comunicação social tinha destratado essa mesma publicação, poucos minutos depois deu-se este acontecimento caricato. É caso para dizer que se querem respeito devem dar-se ao respeito!

Crónica: França – Portugal

Portugal foi (mais uma vez) derrotado pela França. Desta vez por 1-2, num jogo de carácter amigável realizado no Stade de France e que marcou a estreia de Fernando Santos ao leme da Seleção Nacional.

Portugal entrou em 4-4-2 losango, com Rui Patricio; Eliseu, Bruno Alves, Pepe, Cédric; Tiago, Moutinho, André Gomes, Nani; Ronaldo, Danny. Um onze inédito, uma táctica inédita, mas que começou mal. A França entrou fortíssima, criou superioridades numéricas nas alas e lá marcou, num bom lance de ataque, onde Benzema concluíu após uma defesa incompleta de Rui Patrício. Estava feito o 0-1. Portugal sentiu a entrada francesa e o golo. A equipa estava num colete de forças e defendia demasiado de Ronaldo para esticar o jogo. Estava difícil quebrar a primeira linha de pressão francesa e a excelente entrosão entre o trio francês Pogba (que jogo!), Matuidi e Cabaye. Aos poucos, a equipa foi começando a impor o seu jogo, principalmente a partir do momento que Moutinho e Danny começaram a subir de rendimento. Portugal criou duas excelentes oportunidades para marcar, por Danny e Nani, mas faltou sempre “um danoninho”…

Na segunda parte, Fernando Santos mudou alguns jogadores, entrou Ricardo Carvalho para o lugar de Bruno Alves e William Carvalho para o lugar de André Gomes. A equipa manteve o 4-4-2 losango, Tiago subiu para 8 e a equipa melhorou imenso. William Carvalho tomou conta do centro do terreno, Tiago ficou com mais liberdade para soltar a bola com um-dois toques. A equipa começou a carburar, começou a jogar no último terço atacante e criou 2 boas oportunidades de golo. Quando estávamos por cima…golo da França. Mais uma infantilidade do lado direito de Portugal (Cédric…) a dar espaço a Evra, bom cruzamento, Benzema segura bem a bola e solta para Pogba que colocou a bola fora do alcance de Rui Patricio. Game Over?

Diriam muitos. João Mário entra e logo a seguir, consegue “sacar” um penalti por falta inexistente de Pogba. Na conversão do mesmo, Quaresma não perdoou e voltou a fazer Portugal acreditar no empate (que a meu ver, era merecido). Mas a França, a partir do golo sofrido, aumentou os índices de concentração e, já com as saídas de Ronaldo, Nani e com o desgaste acumulado de Danny, ficámos com menos espaço para marcar a diferença no último terço. Resultado final: 2-1.

Em suma, um jogo que, a meu ver, deixa boas perspetivas para o jogo contra a Dinamarca. Ofensivamente, estamos a carburar relativamente (mal seria, com tanto talento), temos um meio-campo que fez frente a um dos melhores trios internacionais da atualidade, e parece-me que vamos conseguir um resultado frente à Dinamarca.

Rui Patricio (3) – Sem culpa nos golos, era difícil fazer mais no primeiro e faltava uma apoio mais próximo a impedir a recarga de Benzema. Seguro com os pés.

Eliseu (2) – Notou-se que estava com falta de confiança e cometeu um erro grave, que felizmente não deu golo. Aos poucos foi-se soltando, e já na segunda estava completamente envolvido na manobra atacante de Portugal…mas sempre com dificuldades a defender. Uma exibição globalmente abaixo do razoável.

Pepe (4) – Apesar de termos sofrido dois golos, foi o melhor em campo de Portugal. Interceptou inúmeras bolas na grande área, ganhou quase todos os duelos aéreos e também teve momentos onde apoiou o ataque na construção. Goste-se ou não do estilo, continua a ser um grande central. O nosso melhor central.

Bruno Alves (2) – Apoiou bem Pepe mas falta-lhe capacidade de construção. Também me pareceu algo lento a recuperar a posição. Deveria estar a cobrir Benzema no lance do primeiro golo.

Cédric (2) – O elo mais fraco da defesa, apesar de ter a mesma nota de Eliseu. Imensas dificuldades a defender. Continua a não cruzar bem. Nota positiva para a circulação de bola na sua zona, melhor do que no flanco contrário.

Tiago (3) – Na primeira parte, assumiu a posição de 6 e não esteve no seu melhor. Fernando Santos pediu-lhe para circular a bola com 1-2 toques e cometeu alguns erros devido às linhas de pressão da França. Na segunda parte, com a entrada de William, subiu para 8, a sua melhor posição, e o seu rendimento melhorou muito. Foi importante na forma como assumimos o jogo na segunda parte.

Moutinho (3) – Sempre em alta rotação, apesar de ter feito um jogo menos conseguido em termos individuais. Trabalhou sempre em prol da equipa, assumiu o jogo na primeira parte e na segunda parte ajudou em assumir o controlo da partida. Acabou desgastado.

André Gomes (2) – Nota-se que está em boa forma, com a confiança em alta, mas não fez um bom jogo. O André tem uma imensa facilidade em esticar o jogo com o passe e está cada vez melhor na forma com aborda os lances no último terço, mas acabou engolido pelo meio-campo francês. Teve uma boa oportunidade na primeira parte, que concretizou pessimamente. Saiu ao intervalo.

Nani (3) – Nani jogou numa posição entre o flanco direito e o centro, mas no papel assumiu o vértice adiantado do 4-4-2 losango. Fez uma exibição acima do razoável, bons momentos técnicos e de entrosamento com Danny e criou uma boa oportunidade na primeira parte. Na segunda parte perdeu fulgor e foi eventualmente substituído.

Danny (3) – Apesar de ter falhado duas boas oportunidades, foi fundamental na ligação entre o meio-campo e o ataque. As triangulações aconteceram muito devido a ele.

Ronaldo (2) – Não fez um bom jogo. Varane tapou-o muito bem. Não teve a sorte do jogo quando precisava dela, mas nunca virou a cara à luta. Um bom cabeceamento para uma excelente defesa de Mandanda. Que se esteja a guardar para a missão Dinamarca.

William Carvalho (4) – Excelente exibição do médio do Sporting. Impôs a sua lei com uma circulação de bola assertiva no passe curto e longo, e deu robustez à zona central do meio-campo.

Ricardo Carvalho (3) – A idade, quando se tem esta qualidade, ainda é um posto. Podia ter sido mais agressivo no remate de Pogba para o 2-0, mas esteve sempre bem a guardar a sua zona.

Eder (2) – Entrou para dar mais presença na área e apoio frontal na saída para a transição. Esteve bem no último aspecto, não adicionou nada no primeiro.

Quaresma (1) – Marcou o golo. Em todas as intervenções que fez, péssimo. Até dava nota não fosse o golo.

João Mário (3) – Excelente entrada do médio do Sporting. “Sacou” o penalti, deu capacidade de transporte no segundo terço do campo e fez um excelente remate colocado que não entrou por pouco. Aos poucos, começa-se a ganhar noção que poderá estar nele um grande futuro.

Vieirinha (-) – Sem tempo.

Crónica #19 – Holanda sub21 0-2 Portugal Sub-21

Rui Jorge e os seus comandados estão de parabéns! A Selecção de Sub-21 deu hoje em Alkmaar um passo de gigante rumo ao Euro 2015 na República Checa ao vencer categoricamente a selecção da casa por 2-0.

Apostando num 4x4x2 losango, o seleccionador nacional aproveitou o excelente momento de forma de Bernardo Silva para o colocar na posição 10 em detrimento de Rafa. O jogador do Sporting de Braga jogou como médio interior direito, num meio-campo onde para além deste e de Silva alinharam Sérgio Oliveira como médio interior esquerdo e Ruben Neves como 6. Sem poder contar com Tiago Ilori para o eixo da defesa, Rui Jorge deu a titularidade a Paulo Oliveira e Ruben Vezo. Os dois centrais portugueses fizeram uma exibição quase irreprensível, sendo apenas incomodados por Elvis Manu e Luc Castaignos nos primeiros minutos.

A tarde de glória da turma das quinas começaria com um sobressalto. Logo aos 4″, numa fase em que as equipas aproveitavam os primeiros minutos para assentar o seu jogo e estudar-se mutuamente, Elvis Manu haveria de aparecer ao primeiro poste a rematar à trave da baliza de José Sá após um grande trabalho individual do lateral esquerdo Jetro Willems. O lateral seria uma das figuras da partida durante os primeiros 20 minutos. A subir com confiança no flanco, sem medo de ir para cima de Ricardo Esgaio, Willems colocou alguns cruzamentos na área que causaram algum perigo à baliza portuguesa.
No minuto seguinte, a turma das quinas iria responder com um grande remate do nosso lateral-esquerdo Raphael Guerreiro para uma defesa apertadíssima de Warner Hahn. Guerreiro tentou finalizar com um remate em força depois de uma rapida investida pelo flanco.

Desde cedo que Portugal pôs em prática o modelo que iria derrotar esta equipa holandesa: fechando muito bem os flancos não permitiu que tanto o lateral Willems como o extremo Elvis Manu como o extremo-direito Anwar El Ghazy pudessem criar situações de desequilíbrio pelas alas. No meio-campo, uma pressão efectiva sobre o médio defensivo Nathan Aké (jogador das reservas do Chelsea) e sobre Adam Maher obrigaram os centrais holandeses a longas trocas de bola ainda no seu meio-campo e impediram que os holandeses progredissem no terreno ao impedir que estes dois jogadores (os cérebros da equipa holandesa) tocassem no esférico através do corte de linhas de passe. Recuperando rapidamente a bola no miolo, os Ruben Neves, Sergio Oliveira e Bernardo Silva começaram a incutir muita dinâmica e muito critério na construção de jogadas ofensivas, aproveitando as boas subidas no terreno dos dois laterais portugueses e a ajuda que os avançados (Ivan Cavaleiro e Ricardo) iam dando nos 2 flancos. Foi por exemplo de uma combinação na esquerda entre Raphael Guerreiro e Ivan Cavaleiro que nasceria por exemplo o lance do penalty que iria dar o primeiro golo à equipa lusitana.

Antes desse momento, onde Bernardo Silva trocou as voltas ao central holandês Sven Van Beek, obrigando-o a rasteirá-lo dentro da área, já Ivan Cavaleiro tinha feito um 8 do central do Feyenoord. Ao minuto 15 ganhou-lhe uma disputa pela bola em velocidade pelo corredor esquerdo, passou-o ganhando a linha e só não inaugurou o marcador porque foi lesto a atirar à baliza de Hahn com angulo reduzido. O central haveria de se redimir da falha com um corte providencial quando o jogador do Deportivo (emprestado pelo Benfica) se preparava para rematar.

A pressão portuguesa sobre Aké e Maher durou 35 minutos. Só a partir deste minuto até ao intervalo é que a Holanda começou a construir jogadas de ataque com pés e cabeça. Aké conseguiu finalmente iniciar as transições para o meio-campo português enquanto Maher começou a pensar o jogo holandês através da sua precisão no passe. Quando estes dois passaram a ter mais jogo, a Holanda criou perigo junto da baliza de José Sá. Tendo como referência de ataque Luc Castaignos (leva 6 golos na Liga Holandesa ao serviço do Twente) o jogo holandês neste período foi mecanicizado para servir bem o seu ponta-de-lança. Ganhando uma interessante sequência de cantos (os holandeses foram matreiros nos cantos ao colocar um ou mais jogadores na pequena área a estorvar a acção de José Sá; o guarda-redes do Marítimo B conseguiu resolver quase todos os lances onde foi chamado a intervir) os holandeses tentaram colocar a bola em condições para o poder de fogo do jogador do Twente. Contudo, este nem sempre se posicionou no sítio certo para receber a bola em condições de finalizar e quando o fez teve à frente um Paulo Oliveira inspirado a negar-lhe oportunidades. O jogador do Sporting confirmou que está a passar por um bom momento de forma e que pretende agarrar a titularidade no clube leonino e na selecção de sub-21.

Até que, findo o maior momento de pressão dos holandeses à nossa área, Bernardo Silva brindou os milhares de portugueses que viram o jogo no Estádio e na TV com a jogada do encontro. Derrubado por Van Beek (se até então o central estava a jogar sobre brasas, a partir do momento em que recebeu o amarelo, o central do Feyenoord nunca mais se recompôs e permitiu alguns lances ofensivos de Cavaleiro e Mané na 2ª parte para não fazer falta e assim ser expulso da partida; um desses lances foi o do 2-0).

Sérgio Oliveira não tremeu na marca dos onze metros e deu vantagem a Portugal ao cair do pano do primeiro tempo.

No início do 2º tempo o seleccionador holandês tentou promover uma alteração com a saída do lateral direito do Ajax Ruben Ligeon para a entrada para a mesma posição Joshua Brenet. A ideia do seleccionador holandês era colocar um homem num dos flancos capaz de sair a jogar pelas alas de forma a “driblar” a enorme pressão que a selecção portuguesa ia incutindo na saída de bola dos holandeses pelo corredor central.

Contudo, tudo se manteve e a selecção portuguesa continuou cómoda no jogo. Logo aos 26 segundos do segundo tempo, Ricardo foi buscar uma bola ao flanco direito e cruzou para o lado oposto onde apareceu Sérgio Oliveira solto de marcação a atirar de primeira ao lado da baliza de Hahn. 2 minutos passados, Ivan Cavaleiro voltou a ganhar a linha a Van Beek pela esquerda. Num movimento muito parecido com o que tinha feito na primeira parte, permitiu a defesa da tarde a Hahn. O guardião holandês ia conseguindo evitar males maiores.

A equipa portuguesa conseguiu anular os jogadores mais perigosos da Holanda (Elvis, Maher, Castaignos, Willems não subiu tanto no terreno a partir dos 20 minutos) foi mais pressionante, mais rápida sobre a bola, mais criativa (excelente envolvimento de Bernardo, Cavaleiro e Guerreiro no lado esquerdo e de Ricardo e Esgaio no lado direito).
Ao nível defensivo, destacou-se a excelente coordenação defensiva dos defesas portugueses que permitiu colocar os avançados holandeses em fora-de-jogo em todas as situações em que o seu meio-campo tentava isolá-los nas costas da defensiva portuguesa.

Portugal voltaria a ameaçar o 2º golo aos 58″ por intermédio de Raphael Guerreiro. O lateral do Lorient fez uma nova incursão pela esquerda seguida de um potente remate para defesa de Hahn.

Rui Jorge sentia que a qualquer momento poderia marcar mais um golo e resolver a eliminatória. Aos 63″ o seleccionador refrescou o ataque com a entrada de Mané para o lugar de Cavaleiro, posicionando-se o jogador do Sporting no lugar do jogador do Deportivo, ao lado de Ricardo na frente de ataque. Se a Holanda ainda ameaçou o empate por intermédio de Castaignos nesse mesmo minuto (bem servido na área pela esquerda, recebeu de costas para a baliza e não conseguiu melhor porque José Sá foi rápido a fechar-lhe o ângulo de remate), Mané haveria de resolver (creio) a eliminatória com um lance de mestre no qual recebeu um lançamento de Raphael Guerreiro a meio do terreno, passou por Van Beek (condicionado com um amarelo, o central do Feyenoord não quis fazer falta para não arriscar o segundo), passou pelo meio de 3 jogadores holandeses para entrar na área e na cara de Hahn atirou cruzado em arco para o 2º golo da equipa portuguesa, estabelecendo o resultado final de 2-0.

Resultado merecidíssimo para a equipa de Rui Jorge. Os sub-21 portugueses conseguiram em Alkmaar meio-bilhete para a fase final do Euro 2015 na República Checa, bastando para tal gerir a vantagem obtida no jogo de Paços de Ferreira. Uma das ilações que pude tirar deste jogo é que a selecção de sub-21 decerto não deverá precisar dos reforços que estão ao serviço da AA. Como é sabido William Carvalho, João Mário e André Gomes poderão dar o seu contributo a esta selecção no europeu que se disputa em Junho do próximo ano. Contudo, Ruben Neves, Sérgio Oliveira, Rafa e Bernardo Silva deram conta do recado (o jogador do Braga foi o único que teve uma prestação menos conseguida neste jogo em virtude de estar a jogar fora da posição que lhe é habitual e com funções e rotinas de jogo bastante diferentes daquelas que tem em Braga) promovendo uma pressão asfixiante que não permitiu aos holandeses pegar no jogo em qualquer momento da partida e, ofensivamente, colocando enorme velocidade nos processos de transição e circulação de bola. O médio do Porto não se coibiu de tentar o passe longo por várias vezes ao longo da partida assim como Bernardo Silva foi letal no 1×1 e na oferta de linhas de passe tanto aos seus colegas do meio-campo como aos laterais e avançados. Com a sua enorme disponibilidade física, o jogador formado no Benfica apareceu muito bem em todos os corredores, oferecendo linhas de passe aos companheiros e muita criatividade.

A selecção Holandesa terá que fazer pela vida se quiser ir ao Europeu da categoria. A equipa de Adrie Koster deixou a equipa portuguesa jogar a seu belo prazer no seu meio-campo, revelou muita intranquilidade nos processos de transição quando pressionada e muita intranquilidade defensiva no eixo central da defesa. Van Beek foi, como se diz na gíria, papado de todas as maneiras. Karim Rekik pareceu ser mais esclarecido e mais eficaz, mas, a bom da verdade, Ricardo não foi tão irrequieto quanto Ivan Cavaleiro ou Carlos Mané, facto que facilitou a vida ao central holandês. O seu organizador de jogo Adam Maher escondeu-se em demasia entre as linhas portuguesas. Nathan Aké foi vaporizado pela eficácia da pressão portuguesa. Ao não ter jogo nos pés, obrigou invariavelmente a sua equipa a tentar sair pelas alas e a despejar o máximo de bolas que conseguissem despejar para a área à procura de Castaignos. O extremo-esquerdo Elvis Manu acabou por ser o único esclarecido dentro desta equipa holandesa. O extremo do Feyenoord tentou ganhar a linha várias vezes a Ricardo Esgaio de forma a servir Castaignos na área. Aproveitando algum espaço dado pelo lateral do Sporting construiu na esquerda um par de oportunidades que Castaignos não soube aproveitar.

Uma questão de importância

Compreendo o facto de Fernando Santos precisar de utilizar o jogo contra a França para testar jogadores e testar o modelo de jogo que pretende implantar nesta selecção durante os próximos 2 anos. Compreendo que a ausência de William Carvalho do jogo contra a França possa impedir o seleccionador nacional de testar com exito a equipa pela primeira vez dada a importância do jogador do Sporting num dos sectores vitais do habitual modelo de jogo do seleccionador português (Fernando Santos é um daqueles treinadores que dá muito enfase ao povoamento do meio-campo de forma a não só constituir ali uma enorme e bem articulada cortina de pressão que impeça as equipas adversárias de progredir como deverá pretender que o jogador do Sporting recupere muitas bolas a meio-campo para lançar imediatamente o contra-ataque) mas, dada a importância do jogo de amanhã da selecção de sub-21 (não desconsiderando que esta selecção serve essencialmente para potenciar jogadores ao mais alto nível) não seria benéfico para as aspirações desta selecção que William Carvalho, João Mário e André Gomes pudessem dar o seu contributo em Alkmaar, regressando posteriormente ao compromisso oficial dos AA?

Momentos #28

Naquele momento em que Silvestre Varela encheu o pé com convicção e deu uma nova vida à nossa Selecção na campanha disputada na Polónia e Ucrânia.

Os dinamarqueses já nos tinham vencido em Copenhaga na última jornada da ronda de qualificação, atirando-nos para um playoff que seria disputado frente à Bósnia (também em virtude da vitória obtida pelos suecos naquele preciso dia frente à Selecção Holandesa, resultado que permitiu à turma nórdica arrebatar a posição de 2º melhor classificado de todos os grupos de qualificação). Em Lviv, os comandados de Morten Olsen estiveram a um passo de nos eliminar do Europeu, num jogo em que a nossa selecção entrou muito bem na partida com 2 golos no primeiro tempo (Pepe e Postiga) mas viria a permitir que Niklas Bendtner complicasse as coisas com dois golos ao minuto 41 e 80.

Vindo do banco aos 84″ num autêntico acto de desespero de Paulo Bento (o seleccionador trocou Meireles por Varela, passando a jogar num 4x2x4 com uma frente de ataque alargada – Varela, Postiga, Nelson Oliveira, Cristiano Ronaldo – numa altura em que os dinamarqueses poderiam ter chegado facilmente ao golo da vitória), o então jogador do Porto (agora por empréstimo aos ingleses do WBA; não convocado por Fernando Santos para este duplo compromisso) fez o 3-2 que nos permitiria sonhar com a qualificação frente à Holanda na derradeira partida do grupo.

Passados 2 anos, não tenho dúvidas em afirmar que este golo de Silvestre Varela é um dos golos mais importantes da história do nosso futebol.

breves #25

Maxwell – O lateral esquerdo do PSG decidiu comunicar durante esta quarta-feira a sua retirada da selecção brasileira. Aos 33 anos, o jogador somou 10 internacionalizações AA pela canarinha e 8 pela selecção olímpica (sub-23). Foi durante muitos anos suplente de Roberto Carlos e Marcelo no escrete. Em virtude da sua avançada idade (o próximo mundial já o irá apanhar com 37 anos) e da nova vaga de jogadores para a posição (Felipe Luis, Dodô, Marcelo, Alex Sandro), o lateral achou conveniente anunciar a sua despedida de uma selecção na qual foi durante muitos anos covocado mas não utilizado.

“Aos 33 anos e com a concorrência que se tem, a seleção para mim acabou”, disse o jogador em declarações à France Bleu. Na mesma entrevista, o lateral brasileiro não confirmou se ficará no plantel de Laurent Blanc até ao final da temporada. Com contrato até 2015, o jogador deu a entender a hipótese de regressar ao futebol brasileiro visto que o mercado no Brasil continua aberto até final de Março: “Vamos ver em fevereiro. Talvez este seja o fim, talvez a gente continue. Isso vai depender do desejo do clube e, talvez, das propostas que eu tenho. Por enquanto, eu quero ficar focado para jogar bem e estar fisicamente pronto e disponível para o treinador”

Mario Balottelli – O jogador italiano brindou-nos ontem com uma das suas típicas tiradas de humor. O italiano respondeu às críticas de que tem sido alvo em Inglaterra. Muitos tem questionado os motivos que levaram o Liverpool a contratá-lo. O avançado respondeu na sua página na rede social facebook: “Sou 99% anjo mas aquele 1%”

Vitor Damas –

Se fosse vivo, o histórico guarda-redes do Sporting e da Selecção Nacional faria ontem 67 anos. Para a memória, fica uma das melhores defesas da sua carreira e, quiçá, da história da selecção nacional.

Sami Khédira

khedira

O internacional alemão de 30 anos pretende rescindir com o Real Madrid durante o mês de Outubro ou poderá ser vendido na reabertura do mercado caso as partes não cheguem a um acordo. Os madrilenos poderão aceitar esta proposta visto que o jogador deixou de ser opção para Carlo Ancelotti e é um jogador caro para os cofres merengues, auferindo cerca de 5,5 milhões anuais. O jogador ainda tem um valor de mercado fixado actualmente nos 15 milhões de libras. O Independent noticiou ontem que o Arsenal estará disposto a oferecer um contrato de 100 mil euros por semana para ter o alemão em Janeiro. Faltará portanto aos Gunners chegar a acordo com o Real Madrid depois das negociações terem sido interrompidas no Verão.

O Corrière Dello Sport em Itália afirma na sua edição (9 de Outubro) que o Milan entrou na corrida pelo internacional alemão, podendo estar a convencer o jogador a desvincular-se do clube espanhol de modo a assinar a custo zero pela equipa milanesa ainda antes da reabertura de mercado.

Lionel Messi\Liga Espanhola – Um dia depois de afirmar que Barcelona e Espanyol não jogarão a Liga Espanhola caso o povo catalão opte pela independência da região no próximo referendo, o presidente da Liga de Clubes Espanhola Javier Tebas afirmou que caso Lionel Messi bata nas próximas jornadas o record de Telmo Zarra (lenda do Athletic de Bilbao entre 1940 e 1955, até hoje o melhor marcador de sempre da história da Liga Espanhola com 251 golos) frente a Eibar ou Real Madrid (no Bernabéu; o argentino precisa de 3 golos para bater o record) não descarta a hipótese de um dos jogos parar caso o argentino consiga marcar o golo 252º, mesmo que isso aconteça em pleno Santiago Bernabéu no jogo que irá opor as duas equipas dentro de 3 semanas.

Na minha opinião, a ideia é simplesmente estapafurdia, e, como não deixaria de ser, está apenas a alimentar o ódio entre os dois clubes.

Selecção de sub-21 – A nossa selecção de esperanças joga amanhã pelas 17:30 em Alkmaar a primeira mão do tudo ou nada (leiam-se playoffs) de qualificação para o Europeu de 2015 na República Checa.

Rui Jorge volta a uma cidade onde foi muito feliz. O seleccionador nacional fazia parte da equipa leonina que eliminou o AZ Alkmaar no antigo De Hout (entretanto nasceu outro estádio em 2006) nas meias-finais da Taça UEFA desse ano. O seleccionador nacional afirmou hoje na habitual conferência de imprensa que está optimista quanto a um bom resultado, descartando desde já ter vindo à Holanda para jogar para o empate.

Rui Jorge não poderá contar com Bruma, Edgar Ié, Gonçalo Paciência e Tiago Ilori por lesão. Já o seleccionador holandês não irá contar com Marco Van Ginkel (AC Milan; emprestado pelo Chelsea) e Memphis Depay (PSV) por lesão. Apesar do extremo já pertencer à selecção A, foi equacionada a sua utilização na equipa de esperanças.

O benfiquista Ola John deverá ser titular na selecção holandesa.

E se…

afinal o ovo não estiver no cú da galinha? Quero com isto dizer: e se o TAS não aceitar o recurso apresentado como Fernando Santos? Teremos uma invenção histórica (nós que somos muito dados a invenções históricas que mudaram o mundo) na qual o seleccionador não é bem seleccionador e é apenas, ao bom estilo do rugby, um manager que convoca e treina durante a semana assistindo aos jogos de um camarote televisionado onde vê a partida e dá indicações por walkie-tokie para o treinador no banco de suplentes? Se assim for durante 8 jogos, valerá a pena aos cofres da FPF pagar 100 mil euros mensais (1 milhão de euros anuais\estamos a falar de valores altíssimos para a actual conjuntura financeira da FPF) por um profissional que fará menos do que um seleccionador normal, ou seja, um indivíduo que per se já trabalha pouco?

A remodelação de Santos

Não me chocou nadinha a remodelação pincelada pelo novo seleccionador nesta primeira fase de chamadas. Não considero que o novo seleccionador tenha revolucionado ou renovado o quer que seja com a inclusão de jogadores que neste momento acrescentam experiência (a média de idades dos convocáveis até subiu quase 2 anos para os 29) e qualidade (derivado da forma que alguns atravessam nos seus clubes, caso de José Fonte, Ricardo Carvalho ou Tiago). O momento é duro e obriga a selecção a uma resposta fortíssima contra a França e contra a Dinamarca. Se o primeiro, amigável, servirá para Fernando Santos testar o lado esquerdo da defesa (Antunes e Eliseu deverão jogar meio tempo cada um; pessoalmente prefiro a regularidade de processos do jogador do Málaga à instabilidade defensiva e dificuldade que o jogador do Benfica tem nos processos defensivos, em específico na defesa 1×1 e no posicionamento; jogar para as costas de Eliseu parece tarefa fácil para qualquer flanco direito adversário da equipa de Jorge Jesus), experimentar tacticamente os re-seleccionados e dar minutos internacionais a jovens que indiscutivelmente irão ganhar o seu espaço nos convocados, casos de André Gomes, Ivo Pinto e João Mário, o segundo, a doer, obriga, pela obrigação de nos qualificarmos para o Europeu, a um tratamento de choque que só pode ser realizado por quem neste momento tem a experiência e a forma necessária para enfrentar este tipo de desafios. Danny, Quaresma, Tiago e Carvalho são jogadores habituadíssimos a lidar com esse tipo de pressão e tem todas as condições no momento para cumprir os objectivos que (volto a considerar) obrigatórios para uma selecção do nosso nível.

Quanto aos que ficaram de fora: Não tenho uma única crítica a fazer contra o seleccionador nacional. Saíram todos aqueles que estão a mais (só Paulo Bento é que continuava a chover no molhado) e aqueles que para já, não tem neste de perto nem de longe o estatuto de seleccionáveis para a AA, casos de Cavaleiro, Ricardo Horta. Juntando a estes, Ruben Vezo também foi preterido por causa dos compromissos da selecção de sub-21 (playoff de apuramento para o Europeu do escalão frente à Holanda. Se os dois primeiros não tem espaço nesta selecção, assim como Pedro Tiba (claramente a 6ª opção para a posição depois de Adrien, João Mário, Moutinho, André Gomes e Raúl Meireles), já Ruben Vezo tem lugar nesta equipa pelas exibições de altíssimo nível que tem realizado em Valência e pelo facto de Pepe e Ricardo Carvalho estarem bastante perto do adeus à selecção (o primeiro poderá renunciar em 2016, o segundo pode nem sequer jogar esse Europeu caso seja novamente achatado a lesões).

breves #21

Selecção Nacional – É possível adiantar que o Seleccionador português pré-convocou 40 jogadores a alinhar no estrangeiro. Para além dos já conhecidos José Fonte (Southampton), Danny (Zenit), Ricardo Carvalho (Mónaco), Orlando Sá (Legia de Varsóvia) Tiago (Atlético de Madrid), dos habituais convocáveis que alinham no estrangeiro, juntam-se agora os nomes de Manuel Fernandes (Besiktas), Castro (Kasimpasa), Licá (Rayo Vallecano) e os 5 portugueses que alinham no Dinamo de Zagreb (Ivo Pinto, Wilson Eduardo, Eduardo, Gonçalo Santos e Paulo Machado).

Benfica – A equipa de Jorge Jesus continua a preparar no Seixal a deslocação a Leverkusen para a 2ª jornada da Champions. Com Artur castigado devido à expulsão frente ao Zenit e Paulo Lopes e Julio César lesionados, a escolha de Jesus irá recair sobre o jovem Bruno Varela, guardião titular da equipa B. Jorge Jesus afirmou hoje na conferência de imprensa realizada hoje no Seixal: “Não há nada em que pensar. O Paulo está fora e tenho dúvidas quanto ao Júlio. Mas se não jogar o Júlio, joga o Varela. Acreditamos nos jogadores que estão connosco. O Varela é um jovem de qualidade, no dia em que tiver a sua oportunidade vai agarrá-la.” “O Varela tem muito futuro e é um dos jovens em quem acreditamos. Se tiver de jogar, temos total confiança nele”

Benfica 2 – O site italiano Tuttomercatto noticiou que os russos do Zenit deverão ter chegado à Luz uma proposta de 30 milhões por Salvio. O argentino é um desejo do clube russo desde os tempos de Luciano Spalletti. O mercado russo de transferências só fecha amanhã pelas 21 horas portuguesas.

José Mourinho – Na conferência de imprensa de antevisão do jogo em Alvalade, o treinador do Chelsea falou sobre os meses que passou como adjunto de Bobby Robson em Alvalade:

“Não esqueço aquilo que passei nesta casa. Tentei ajudar naquilo que foi possível numa fase bonita da minha carreira, que foi no princípio. A única má recordação de Alvalade é do dia em que saí. Diverti-me muito com Sousa Cintra, à exceção do dia em que me despediu”

O técnico afirmou ainda que gostava que o Sporting passasse aos oitavos-de-final na 2ª posição do grupo, atrás, obviamente, dos Blues. Para a deslocação a Alvalade o técnico português não conta com Ramires e Didier Drogba. Mourinho dispensou fazer o habitual treino de adaptação em Alvalade.

Boavista –

Boavista

7 points in a row. O Boavista continua a demonstrar que a União faz a força. 3-2 ao Gil Vicente com direito a remontada com o triplo dos golos que a equipa do Bessa tinha feito em 3 jornadas (os primeiros 3 marcados por jogadores da equipa visto que o golo obtido contra a Académica foi marcado pelo lateral esquerdo Richard Ofori na própria baliza).

José Fonte –

josé fonte

O experiente central de 31 anos do Southampton falou hoje à TSF sobre a sua primeira pré-convocação para a selecção nacional e sobre o jogo entre Chelsea e Sporting:

«O Sporting tem jogadores na frente que podem desequilibrar, como o Nani ou o Carrillo, e no meio-campo tem o William Carvalho, que tem despertado o interesse de clubes ingleses. Espero um jogo interessante, bonito. Sendo português e tendo jogado no Sporting, que me desculpe o mister Mourinho, mas gostava que ganhasse o Sporting. Tem a vantagem que é jogar em casa e a motivação de estar e regresso à Champions, quer mostrar qualidade e dar alegrias aos adeptos. O Chelsea é uma potencial mundial, está a fazer um começo de época tremendo, com o Diego Costa a fazer golos e o Fàbregas atrás a fazer assistências. Vai ser difícil mas, se conseguir manter-se organizado, é possível que o Sporting consiga fazer bom resultado. No futebol tudo é possível.»

Sobre o facto de ter sido pré-convocado para a selecção nacional pela primeira vez aos 31 anos, o central mostrou-se disponível para representar a selecção e cheio de vontade de lutar por um lugar na convocatória de Fernando Santos.

Sporting\William Carvalho – Sporting e jogador deverão ter chegado a acordo quanto a uma renovação de contrato. O jogador deverá auferir um ordenado próximo dos 850 mil euros anuais. A cláusula de rescisão continuará fixada nos 45 milhões de euros.

Hugo Almeida – Existiu um volte-face no negócio que foi apalavrado entre o internacional português e o Al-Nasr dos Emirados Árabes Unidos. O português não chegou a acordo com o clube daquele país do Médio Oriente, sendo que ainda está a estudar algumas propostas que tem em mãos de um clube inglês (presume-se que o West Ham) e várias propostas do Médio Oriente.

Karagounis\Selecção Grega – A Federação Grega afirmou que o antigo jogador Giorgios Karagounis (daquela selecção helénica, do Panathinaikos, Inter, Fulham e Benfica) terá um cargo na estrutura federativa, cargo que ainda não é conhecido.

Pré-convocatória de Fernando Santos

O seleccionador ainda não divulgou publicamente a sua pré-convocatória e fez questão de afirmar ontem à entrada de Alvalade que não o iria fazer ali.
No entanto, já começaram a sair os primeiros rumores que dão conta que o seleccionador nacional pré-convocou alguns nomes riscados por Paulo Bento no decurso do seu mandato à frente da selecção nacional (Ricardo Carvalho e Danny) e tem demonstrado aceitação em utilizar a semana de trabalho que terá a meio de Outubro e o amigável contra a França para trabalhar e ver em acção jogadores menos referenciados por Paulo Bento como são os casos de José Fonte, Orlando Sá, André André ou Ruben Ferreira. Pedro Tiba, João Mário, Miguel Rodrigues, Ricardo Horta, Ivan Cavaleiro ou Cedric também aparecem na pré-convocatória do novo seleccionador.

Fernando Santos poderá deslocar-se nos próximos dias a Madrid de forma a convencer Tiago a regressar à selecção nacional.

interessante

fernando santos 3

(clique para aumentar)

O novo seleccionador nacional fez, na primeira semana, aquilo que Paulo Bento fez poucas vezes em quase 4 anos. Quantas e quantas vezes não víamos o antigo seleccionador nas bancadas da Luz a ver um Benfica recheado de estrangeiros (lembro-me de um jogo para a Champions em que o único português em campo era Carlos Martins) – dos 3 tipos de observação possíveis (directa, indirecta e mista) há treinadores que preferem fazer o seu trabalho in-loco (observação directa) para conseguir perceber com clareza o estilo de jogador que pretendem observar. No Marítimo – Vitória de Guimarães, Fernando Santos terá em campo 5\6 possíveis convocáveis a médio prazo: Ruben Ferreira (numa das posições históricas de carência das selecções AA) Danilo Pereira, Alex, Tomané, André André, Hernâni e Cafú.

breves #18

Bruno de Carvalho\France Football – A afamada revista da especialidade francesa avaliou o presidente do Sporting quanto à sua cruzada contra os fundos de investimento em jogadores, apelidando o presidente leonino de Dom Quixote do Futebol.

Nani – O jogador do Sporting teve um acidente de automóvel durante a tarde de ontem numa das artérias da capital perto do Casino Lisboa. O jogador saiu ileso da ocorrência.

Beira-Mar – A SAD do clube aveirense divulgou esta semana a saída do presidente do clube António Cruz do conselho de administração da SAD por “razões pessoais” e confirmou que realizou os pagamentos dos salários do plantel relativos ao mês de Agosto. Restantes funcionários da SAD e do clube tem salários em atraso há vários meses, chegando-me a confessar um deles que não recebe há 7 meses.

ilidio vale

Selecção Nacional – Na apresentação de Fernando Santos como seleccionador nacional, o presidente da Federação Fernando Gomes revelou que enquanto o novo seleccionador cumprir castigo, quem irá orientar a Selecção é Ilídio Vale, antigo seleccionador da formação da Federação Portuguesa de Futebol. Vale foi o seleccionador vice-campeão mundial de sub-20 em 2011. Apesar da Comissão de Apelo da FIFA ainda não se ter deliberado quanto ao recurso do castigo de 8 jogos oficiais apresentado pelo novo seleccionador português, a FPF decidiu contratá-lo porque teve acesso a informações que garantem que a pena será reduzida a 2 jogos. A ver vamos se não sai o tiro pela culatra.

Selecção Nacional 2 – Foi divulgado off-the-record que o novo seleccionador nacional irá auferir perto de 1 milhão de euros por ano.

shikabala 2

Shikabala – O jogador egipcio está desaparecido há vários dias. O Jogo avançou hoje que o jogador está no seu país e não quer regressar a Alvalade. Para já, as fontes do clube leonino que prestaram a informação ao referido jornal, avançam que foi aberto um processo disciplinar ao jogador, não estando para já equacionada a rescisão do contrato com o jogador.

Fran Escribá – O antigo adjunto de Quique Flores, actual treinador do Elche afirmou ontem que “Cristiano Ronaldo é como Michael Jordan”

Cristiano Ronaldo – O jogador veio a público desmentir os rumores que afirmam que estará à espera do final da temporada para negociar a sua saída de Madrid e regressar a Old Trafford.

os incompetentes

“(…) É certo que o treinador encontrou vários jogadores em fase descendente e não teve um leque de seleccionáveis ao nível de outros tempos, mas Paulo Bento cometeu vários erros. E provavelmente estava desgastado de mais para continuar depois do Mundial. Fernando Gomes, Humberto Coelho e João Vieira Pinto tinham obrigação de ter feito um diagnóstico correcto quando voltaram do Brasil.

Como não fizeram o diagnóstico correcto (ou não tiveram coragem para implementar a solução correcta), a demissão de Paulo Bento só pode ser vista de uma forma: mais do que a incompetência de quem sai, mostra a incompetência de quem fica.”

Hugo Daniel Sousa, na edição de sábado do Jornal Público.

Fernando Santos é o novo seleccionador português

santos

O engenheiro do penta, treinador que já passou pelos 3 grandes do futebol português será apresentado ao que tudo indica às 12:45 na sede da FPF. Apesar do resultado do recurso apresentado pelo técnico à Comissão de Apelo da FIFA motivado pelos 8 jogos oficiais com que foi sancionado após o mundial pela expulsão frente à Costa-Rica nos oitavos-de-final da prova, por alegados insultos ao árbitro da partida ainda não ter sido publicamente apreciado por aquele organismo, a FPF já sabe que o treinador irá ver a pena reduzida para 2 jogos oficiais. Está portanto satisfeita a condição que estava a obstruir a contratação do treinador por parte da FPF. Se Santos fosse castigado em 8 jogos oficiais (internacionais) não poderia orientar a equipa no resto da fase de qualificação para o Euro 2016.

Quem tramou Paulo Bento?

Escrevi aqui no dia 9 de Setembro um rumor que me caiu por sms no telemóvel. Sendo a fonte uma pessoa ligada à FPF por inerência do cargo que ocupa numa Associação de Futebol Distrital, decidi publicar: “Saiu há algumas horas atrás um rumor que especulava sobre o futuro de Paulo Bento no comando técnico da selecção nacional. A informação prestada dá conta de um ambiente de algum descontentamento no seio da estrutura da FPF, tendo um dos seus vice-presidentes ameaçado demitir-se caso o presidente não demita o seleccionador nacional após o voto de confiança que manifestou publicamente no seu trabalho, voto esse que foi traído no primeiro jogo da ronda de qualificação para o Euro 2016 frente à Albânia.”

Na entrevista dada pelo demitido seleccionador nacional à RTP-i (Paulo Bento tratou finalmente de esclarecer quem demitiu) 0 seleccionador nacional afirmou que a decisão não veio de Fernando Gomes, referindo que “por vontade do presidente ainda seria o seleccionador nacional” e rejeitou que Cristiano Ronaldo tivesse exercido a sua influência junto dos dirigentes federativos para que se decidisse em favor da demissão do seleccionador. O rumor por mim publicado tem então um fundo de verdade. Resta portanto saber quem é que manda mais dentro da estrutura da federação que o seu presidente. Quem demitiu Paulo Bento. Terá sido um dos seus vices ou directores?
– Humberto Coelho é por estatuto o principal vice da Federação. Histórico do futebol português e da selecção nacional, antigo seleccionador com provas dadas nos dois anos em que esteve à frente da selecção (qualificação para o euro 2000; a campanha extraordinária que a selecção fez nesse ano na Holanda e na Bélgica) Humberto Coelho jamais se desligou da FPF e continuou directa ou indirectamente a exercer muita influência nas escolhas que vários dirigentes tiveram que efectuar na estrutura do organismo. É em minha opinião o principal responsável pela saída de Paulo Bento. Junta-se-lhe o facto de poucas vezes ter vindo a público elogiar o treinador.
– João Pinto: Em abono da verdade, depois de ter sido condenado pela justiça portuguesa do crime de evasão fiscal relativa aos direitos de imagem e prémios de assinatura relativos à sua assinatura de contrato pelo Sporting em 2000, este antigo colega de Paulo Bento no Sporting e na selecção, jamais deveria ter continuado a exercer o posto que exerce naquele organismo financiado por dinheiros públicos. João Pinto é o director para a selecção A e selecção de esperanças. Não creio que tenha sido o mandante da demissão de Paulo Bento dados os laços criados durante anos no clube e na selecção com o seleccionador. – Mário de Figueiredo – É vice da FPF por inerência do cargo que ocupa. Por vontade de Fernando Gomes e dos restantes altos quadros da FPF não o seria e o organismo que dirige já teria sido extinto. É de conhecimento público a vontade que a FPF tem de voltar a assumir a organização da principal prova do futebol português.
– Rui Manhoso e Carlos Coutada – São os vices com menos influência na FPF. Dois verbos de encher escolhidos por Fernando Gomes porque o organigrama da estrutura federativa assim o exige.
– Hermínio Loureiro – Um vice com muita influência apesar de não o parecer à primeira vista. Com ligações à Secretaria de Estado do Desporto, organismo no qual já ocupou a posição de Secretário de Estado, logo, com ligações óbvias ao poder político, é o vice que tenta puxar a brasa à sardinha da FPF quando esta necessidade de fundos públicos para financiar projecto A ou B. Futebolisticamente falando, é um agente capaz de se mexer junto de Fernando Gomes pelo que não se deve descartar que Hermínio tenha agido com fluidez nos bastidores de modo a provocar um motim contra o seleccionador.
– Elísio Carneiro – Outro diplomata às claras dentro da FPF. É o king maker da coisa no verdadeiro sentido do termo mas exerce mais influência junto das Associações distritais. A decisão também poderá ter saído da sua vontade.
– Carlos Godinho – Ao director da divisão desportiva da FPF é lhe reconhecida uma enorme influência junto de Madaíl e de Fernando Gomes. Não creio que tenha sido o mandante da decisão. Godinho não estaria a ser coerente e estaria a ir contra o seleccionador que ele, João Rodrigues e Gilberto Madaíl escolheram em 2010.

Fernando Santos será o próximo na guilhotina?

Já tinha noticiado o Jornal de Notícias durante a edição diária, mas durante a tarde estão a chegar rumores em fontes noticiosas não-oficiais de que Fernando Santos poderá estar por horas e até poderá ser já apresentado amanhã como o novo treinador da Seleção Nacional de Futebol.

Não o considerei há cerca de 1 semana atrás porque não acho sensato considerar-se um treinador que nem sequer estará no banco durante os jogos de qualificação. Para quem não sabe, o Fernando Santos está com uma multa imposta pela FIFA de 8 jogos de castigo após a expulsão do banco da seleção da Grécia nos oitavos de final do Mundial 2014, num jogo frente à Costa Rica. Isto fará com que Fernando Santos, caso seja o novo treinador, não possa estar presencialmente no banco durante quase toda a fase de qualificação. Apesar disso, continua em marcha um processo de redução da pena, e que ainda não foi resolvido.

Fora essa pequena (grande) questão, Fernando Santos é um treinador bastante competente e acho que irá ajudar-nos a marcar presença no Euro 2016. Tenho as minhas dúvidas se jogaremos um bom futebol com ele, mas pior do que já estava será impossível. Resta também saber se será uma opção a curto-prazo ou a longo-prazo, isto porque não considero o Fernando Santos o treinador de transição que esta Seleção precisa neste momento. Julgo que Jesualdo Ferreira / Vítor Pereira eram mais indicados para essas tarefas.

Por fim, espero que o trabalho que Fernando Santos desenvolver não seja deslavado quando for a altura de sair da cadeira. Isto porque o que mais temos visto ultimamente são treinadores portugueses que desenvolveram um trabalho meritório a ficarem com as carreiras completamente manchadas devido ao percurso na Seleção Nacional. Scolari, por exemplo, fez 2 campanhas brilhantes, uma média, e ainda saiu como culpado porque saiu da forma que saiu, ou porque não renovou a seleção. Carlos Queiroz, o mesmo que trabalhou e ajudou a desenvolver a Geração de Ouro, fez um Mundial aquém do esperado e os jogadores devoraram-no vivo. Agora, Paulo Bento, que ressuscitou a Seleção em 2010 depois da saída de Queiroz, fez um Europeu 2012 brilhante e conseguiu 2 qualificações, é “violado” na praça pública como se nunca tivesse feito nada para a Seleção e pela Seleção. Todos fizeram os seus erros, todos têm os seus defeitos, e considerei a saída destes 3 treinadores acertada e no momento certo. Apenas condeno a má imprensa que se fez e se faz à custa deles, negando qualquer benefício que tenham dado à Seleção Nacional. Mas não são os únicos, nem em Portugal nem no Mundo. E espero que isso não aconteça com o Fernando Santos caso ele faça um trabalho meritório.

breves #12

Benfica – José Mourinho confessou em entrevista que caso Anderson Talisca “obtivesse licença de trabalho, já estaria em Inglaterra”. O técnico português confessou ao Mais Futebol que o brasileiro contratado pelo Benfica ao Bahia foi desejado por várias equipas inglesas, segundo o técnico, algumas do topo do futebol daquele país. Porém, o facto do jogador não ser passível de obter neste momento uma licença de trabalho levou à desistência desses clubes na sua contratação. O treinador do Chelsea manifestou que um esteve bastante próximo de contratar o jogador mas só não o fez porque iria precisar que ele rodasse numa equipa de menor dimensão noutro campeonato até poder ser internacional brasileiro e ter a licença de trabalho para residir e trabalhar em Inglaterra.

Vitória de Guimarães –

white angels

Como um defensor do lema “support your local team”, por um lado tiro o chapéu ao espectáculo realizado pelos adeptos do Vitória de Guimarães no D. Afonso Henriques. A rivalidade contra as equipas do Minho e do Porto são sobejamente conhecidas de toda a gente. A massa adepta do Vitória é fiel, apaixonada e fervororosa, características que fazem dela uma das massas adeptas mais sui-géneris no futebol mundial. Este fervor não pode ser nada mais nada menos do que ultra positivo para os cofres do clube e para o desenvolvimento da marca Vitória de Guimarães, numa altura em que 60% dos clubes profissionais queixam-se constantemente nas reuniões da Liga dos obstáculos com que se deparam para ter assistências minimamente compostas nos jogos em casa e, consequentemente, receitas que permitam aos clubes ter um mínimo de viabilidade financeira.

Porém, não posso deixar de censurar e criticar as repetidas situações de mau comportamento e falta de civismo que são praticadas pelos adeptos deste clube ao longo dos anos. Por várias vezes, o Vitória já sofreu duras penalizações ao nível de utilização do seu estádio. Nenhuma das penalizações serenou a atitude violenta com que a sua claque hostiliza alguns jogos. Contra o Braga, contra a Académica, contra o Benfica, contra o Sporting, contra o Porto, contra o Boavista e até contra o modesto Beira-Mar sempre que a equipa aveirense se desloca à cidade berço, um adepto do clube visitante que se desloque aquele estádio para assistir serenamente à partida incorre no risco de ser agredido de forma barbara por adeptos locais. Se por um lado, é a paixão que atrai tantos vimaranenses ao estádio numa atitude que torna o clube viável do ponto de vista financeiro, por outro lado são claramente este tipo de atitudes que afastam as pessoas do espectáculo.

Selecção Nacional – O brasileiro Tite, treinador que se destacou no futebol brasileiro no comando de clubes como oInternacional de Porto Alegre (Copa Sul-Americana em 2009) e Corinthians (campeonato brasileiro em 2011, Libertadores em 2012, Campeonato do Mundo de Clubes e Recopa Sul-Americana em 2013) afirmou que foi sondado pela Federação Portuguesa de Futebol para substituir Paulo Bento. O brasileiro de 53 anos afirmou que ninguém lhe apresentou uma proposta concreta.

Selecção Nacional – Opinião e de calculadora na mão

Tudo já se disse sobre a Seleção Nacional após a derrota com a Albânia, quando nem muito há para dizer. Foi uma vitória vergonhosa, um “new low” da Seleção das Quinas. Os culpados estão à vista de todos (sim, não é só um, que já foi bem despedido como podem ver as notícias), mas a incompetência e falta de vergonha que abunda pela Federação é demasiada e já se arrasta há demasiado tempo. Está comprovado que a renovação do Paulo antes do Mundial e a sua subsequente manutenção no posto após a campanha do Mundial foram dois dos maiores erros de sempre da história da Federação. E agora nem foi preciso esperar duas ou três jornadas: bastou uma para já estarmos com a famosa calculadora na mão.

Mas vamos meter os problemas da Federação e da Seleção de parte por um momento, e concentrar na qualificação em si. Mas sabe que um treinador minimamente competente consegue colocar a seleção nos eixos, não olhar a um catálogo de jogadores e potenciar alguns jovens prontos para a seleção A, e é isso que espera do próximo treinador, seja quem for. Os três nomes mais cogitados são bons, cada um com as qualidades e defeitos:

Vitor Pereira – Se a Seleção fosse um clube, era a opção lógica e a melhor opção. O Vitor Pereira esteve 2 anos no FC Porto, num momento em que o clube não estava no seu melhor em termos organizacionais nem tinha a qualidade individual que tinha na era – André Villas Boas ou agora na era Lopetegui. Com o Vitor Pereira, o FC Porto tinha alguma dificuldade em carburar ofensivamente, principalmente na segunda temporada, mas demonstrava uma coesão defensiva e um entendimento das linhas de pressão e das transições ataque – defesa, a meu ver, do melhor que anda por aí. Teve dificuldades em ganhar troféus além dos 2 campeonatos e as campanhas europeias foram instatisfatórias, mas o objetivo principal foi sempre assegurado. Ao longo dos seus tempos no FC Porto, desenvolveu a comunicação e está mais maduro.

O seu maior problema poderá ser a inexistência de uma faceta de seleccionador, para já. Ele próprio já revelou, à RTP Informação, que não quer ser seleccionador a curto-prazo e que não consegue viver sem aquela paixão do dia-a-dia, do treino, das conferências de imprensa. E pessoalmente, não lhe vejo como possível seleccionador, mas se vier terá todo o meu apoio e acredito que somos capazes de conseguir boas coisas com ele.

José Peseiro – Por muitas fontes, a possível escolha para suceder a Paulo Bento pode ser, segundo esse mestre Jaime Pacheco, uma faca de dois legumes. José Peseiro sempre fui um treinador do “quase”, mesmo apesar de colocar as suas equipas a jogar à bola como poucos jogam. Infelizmente, é um treinador que não sabe nem equilibrar o ataque para estar pronto para uma transição defensiva, nem coordenar as movimentações defensivas. Se soubesse meter a equipa portuguesa com Ronaldo a jogar à rola compressor, na máxima de marcar 4 e sofrer 3, seria um risco e seríamos uma nação de encher o olho, mas que poderia continuar a ter dificuldades em obter resultados.

José Peseiro tem outra falha grave, que lhe custou o lugar no Sporting, por exemplo: falta de capacidade de comunicação para com a imprensa (uma das razões por ter má imprensa) e de pulso no balneário. Não sei se seria fácil comandar os destinos da Selecção, ainda para mais sobre a enorme pressão em que está, mas é sem dúvida uma opção legítima, neste momento.

Jesualdo Ferreira – A meu ver, possivelmente a opção mais equilibrada e que poderá fazer mais sentido numa possível fase de transição. O talento nos sub-21 abunda, e deve ser bem aproveitado já a curto-prazo. Julgo que Portugal poderia aproveitar as facilidades que são dadas para se qualificar para o Campeonato Europeu, agora com 24 equipas, e começar a preparar essa transição. O Jesualdo Ferreira sempre foi um treinador capaz de efetuar transições de momentos e lançar novos jogadores desde que tenham qualidade. Sempre foi capaz de montar esquemas e modelos eficazes para vencer, sabe potenciar os seus jogadores e ao que parece, tem uma enorme empatia com eles. Aliás, se formos ver as declarações dos jogadores, o Jesualdo Ferreira é sempre muito acarinhado por quem o treinador.

O problema do Jesualdo poderá ser o “clutch factor”, já que sempre foi um treinador com dificuldades para vencer em momentos onde tem mesmo que vencer. Também me parece um treinador desatualizado metodologicamente.

Falando agora da qualificação. De referir, para quem não sabe, que os dois primeiros classificados dos nove grupos qualificam-se automaticamente. O terceiro melhor classificado dos nove grupos também se qualifica, sendo que para verificar qual o melhor terceiro classificado nos outros grupos, os resultados frente ao último classificado são eliminados na decisão do melhor terceiro classificados. As restantes oito nações vão a play-off.

Parece, portanto, que as hipóteses de Portugal são boas mesmo apesar desta derrota. Mas já que temos a massa no sítio certo, vamos fazer contas quanto a isso. Sim, muitas contas. Vou propôr uma simulação minimamente realista da campanha de qualificação de Portugal para o Europeu 2016. Com uma pequena definição dos resultados mais possíveis da minha parte (obviamente que será sempre subjectivo), esta simulação poderá ajudar a verificar quais as reais hipóteses de qualificação para o Europeu aos leitores. É óbvio que tudo isto é difícil de aferir “à priori” para qualquer uma das selecções envolvidas, até porque podem surgir factores externos, até lesões (a do Ronaldo, no nosso caso, ia complicar muito as contas devido à dependência), mas serve apenas como simulação académica.

Vamos a isso. Avanço desde já que também acho que a Dinamarca e a Sérvia também vão escorregar, principalmente com a Arménia, que é uma selecção muito mais complicada do que parece à primeira vista. E a caminhada deles também não será perfeita.

Dia 11 de Outubro 2014
Arménia 1 – 1 Sérvia
Albânia 1 – 2 Dinamarca

Os nossos oponentes diretos (Sérvia e Dinamarca) têm uma jornada complicada, porque deslocações nestas campanhas nunca são fáceis. A Arménia também é uma selecção muito complicada e poderá também complicar as contas. Vou assumir que a Sérvia empata na Arménia, um terreno sempre muito complicado. A Arménia, de resto, deixou excelentes indicações contra a Dinamarca.
Já a Dinamarca, irá defrontar uma Albânia super-motivada após a vitória histórica frente a Portugal, mas as debilidades da Albânia vão ficar expostas. A Dinamarca poderá até sofrer um golo, mas irá ganhar com mais ou menos dificuldades.

  1. Dinamarca 6
  2. Albânia 3
  3. Sérvia 1
  4. Arménia 1
  5. Portugal 0

Já estamos em último.

Dia 14 de Outubro 2014
Sérvia 2 – Albânia 0
Dinamarca 2 – Portugal 2

A segunda jornada irá revelar uma equipa Portuguesa sob pressão, a ter que ir ao campo mais complicado da qualificação para vencer. A Dinamarca é uma equipa que normalmente nos coloca dificuldades quando os defrontamos nestas fases (e não só), e espero o mesmo. As condições do terreno são sempre complicadas, o factor casa dos nórdicos é sempre muito forte. Contudo, espero uma boa reacção da Seleção e acho que vamos empatar. A Dinamarca em casa será demasiado forte para conseguir vencer, de qualquer forma, e a sua força nas bolas paradas revelar-se-á fulcrar em obter 1 ponto.
Já no outro jogo, a poderosa Albânia irá cair frente a uma Sérvia cheia de talento e que tem um bom factor casa. As debilidades da Albânia ficarão expostas e será o início do fim para os Albaneses.

  1. Dinamarca 7
  2. Sérvia 4
  3. Albânia 3
  4. Portugal 1
  5. Arménia 1

Dia 14 de Novembro 2014
Portugal 3
– Arménia 0
Sérvia 2 – Dinamarca 1

Portugal terá a primeira vitória frente à Arménia. Vamos fazer uma exibição convincente frente a uma selecção muito complicada pelo talento que tem na frente, mas vamos entrar fortes, expor a linha defensiva do adversário aos nossos pontos mais fortes e obter uma vitória tranquila.
Do outro lado, a Sérvia obterá uma vitória importante que poderá complicar as contas para todos neste grupo.

  1. Sérvia 7
  2. Dinamarca 7
  3. Portugal 4
  4. Albânia 3
  5. Arménia 1

Dia 29 de Março 2015
Albânia 1 – Arménia 2
Portugal 2 – Sérvia 1

Portugal dará continuação à vitória sobre a Arménia do ano passado com uma vitória complicada frente à Sérvia. Naturalmente uma nação com dificuldades em vencer nos momentos complicados, até pela inexperiência da maioria dos seus jogadores, julgo que isso voltará a acontecer frente a um Portugal mais maduro e competitivo.

Do outro lado, a Arménia irá vencer a Albânia fora, mas um empate também poderá ser possível caso um ou outro jogador importante da Arménia não esteja disponível.

  1. Portugal 7
  2. Sérvia 7
  3. Dinamarca 7
  4. Arménia 4
  5. Albânia 4

Dia 13 de Junho 2015
Arménia 1 – Portugal 1
Dinamarca 2 – Sérvia 1

A nossa viagem à Arménia vai-se revelar complicada, e julgo que vamos empatar. Já o fizemos há uns tempos atrás e eles agora estão mais fortes. Com final de época, a maioria dos nossos melhores jogadores vão estar desgastados e já a pensar nas férias e isso também irá ajudar.

A Dinamarca irá superar uma Sérvia sobre pressão. Não costumam perdoar em casa, e espero o mesmo.

  1. Dinamarca 10
  2. Portugal 8
  3. Sérvia 7
  4. Armenia 5
  5. Albânia 4

Dia 4 de Setembro 2015
Sérvia 1 – Arménia 2
Dinamarca 2 – Albânia 0

Numa jornada onde Portugal não joga, a Sérvia será surpreendida pela Arménia em casa, para mais um choque neste grupo, e assumindo que todos os jogadores estão disponíveis para ambas as equipas.

A Dinamarca irá passar por dificuldades frente à Albânia mas eventualmente irá desbloquear o jogo na segunda parte.

  1. Dinamarca 13
  2. Portugal 8
  3. Arménia 8
  4. Sérvia 7
  5. Albânia 4

Dia 7 de Setembro 2015
Arménia 1 – Dinamarca 1
Albânia 0 – Portugal 2

Praticamente fora das contas, a Albânia irá encarar este jogo de forma menos competitiva, mas será um adversário muito complicado. Quando nos deslocamos a estes países, temos sempre dificuldades em marcar o primeiro, mas julgo que o iremos conseguir eventualmente, possivelmente na segunda parte. Ainda iremos marcar mais um para fechar as contas do dia.

A Dinamarca e a Arménia terão um jogo decisivo para ambas, principalmente a Arménia. Contudo, acho que vão empatar 1-1.

  1. Dinamarca 14
  2. Portugal 11
  3. Arménia 9
  4. Sérvia 7
  5. Albânia 4

E com tudo isto, mesmo assim, os jogos mais importantes estão nas últimas duas jornadas.

Dia 8 de Outubro 2015
Albânia 0 – 0 Sérvia
Portugal 1 – 0 Dinamarca

  1. Portugal 14
  2. Dinamarca 14
  3. Arménia 9
  4. Sérvia 8
  5. Albânia 5

A Sérvia terá uma oportunidade excelente para passar para a frente da Arménia mas irá desaproveitar a oportunidade frente a uma Albânia já pouco competitiva, mas muito coesa defensivamente.

Já Portugal tem o jogo mais importante neste dia. Frente à Dinamarca, já qualificada, irá vir desinteressada mas sempre profissional e com coesão defensiva. Portugal tem sempre muitas dificuldades em quebrar as linhas defensivas nórdicas em casa, e acaba sempre por ficar 1-0, e será isso que irá acontecer. Um jogo fechado, um GR dinamarquês inspirado, mas finalmente Ronaldo é capaz de marcar. E Portugal qualifica-se.

Dia 11 de Outubro 2015
Sérvia 2 – Portugal 1
Arménia 2 – Albânia 1

Portugal irá, na minha opinião, para este jogo já qualificado, ou a lutar pelo segundo lugar. Mesmo com o primeiro escorregão de Aveiro. Assumindo que neste caso já estamos qualificados, Portugal irá desinteressado, irá fazer muitas mudanças e Ronaldo não jogará. Vamos ser uma equipa com sangue novo e irreverente, mas inexperiente frente a uma Sérvia que precisa vencer e esperar que a Albânia ajude.

  1. Portugal 14
  2. Dinamarca 14
  3. Arménia 12
  4. Sérvia 11
  5. Albânia 4

Cheia de subjetividade, como já tinha referido, esta simulação ajudou a definir as conclusões que se impõem considerando as variáveis impostas previamente:

1 – O calendário é benéfico.

2  Mesmo com a derrota caseira frente à Albânia, será quase impossível Portugal não se qualificar assumindo que conseguiremos vencer os jogos em casa (obrigatório) e ganhar em casa da Albânia (fulcral). Assumindo que nesse caso, chegaríamos ao último jogo frente à Sérvia com os 12 pontos e assumindo que perderíamos em casa da Arménia e da Dinamarca, Dinamarca já estaria qualificada e Arménia teria 12 pontos. Portugal poderia acabar a lutar pelo 3ºlugar com a Sérvia, ou não, e até poderia ser que a Sérvia estivesse eliminada e Portugal a lutar a sério pela vitória para assegurar o 3ºlugar. Sim, porque com 12 pontos, a probabilidade de ser o melhor terceiro já é muito elevada, com 15 seremos o melhor terceiro quase de certeza.

3 – E mesmo se não formos o terceiro lugar com mais pontuação, temos o play-off onde iremos apanhar equipas menos cotadas, e seremos cabeças-de-série (Portugal se vai a play-off, a UEFA define cabeças-de-série, campeonato europeu sem Ronaldo…).

4 – A conclusão que quero chegar: vamos estar no Campeonato Europeu.

 

José Peseiro é o novo seleccionador nacional

Estou em condições de afirmar que o antigo técnico dos sauditas ao Al-Wahda chegou a acordo com a Federação Portuguesa de Futebol para ocupar o cargo deixado em aberto pela saída de Paulo Bento. Peseiro não foi a primeira escolha da FPF para o cargo. Fernando Santos deverá ter rejeitado ontem o convite que lhe foi formulado pelo organismo.

Ao nível de clubes, José Peseiro orientou clubes como o Nacional da Madeira, Real Madrid (enquanto adjunto de Carlos Queiroz), Sporting (clube no qual antecedeu no comando técnico precisamente Paulo Bento), Panathinaikos, Steaua de Bucareste e Sporting de Braga. Ao nível de experiência no trabalho com selecções, o técnico já orientou a selecção da Arábia Saudita em 2009 e 2011.

Paulo Bento abandona a selecção nacional

O Seleccionador nacional rescindiu hoje com a Federação Portuguesa de Futebol. Não existia a meu ver outra opção. Depois do voto de confiança manifestado pelo presidente do organismo na renovação contratual assinada pelo técnico antes da participação da Selecção Nacional no Mundial e do novo voto de confiança manifestado após o desastre desta mesma participação, após a derrota da selecção frente à Albânia, o seleccionador não reunia condições para permanecer no cargo. O ciclo da selecção terá forçosamente que ser renovado por um novo seleccionador, com outra metodologia de trabalho, com outras ideias e outro nível de ambições.

Apesar da imprensa avançar com o nome do actual seleccionador dos sub-21 Rui Jorge como o novo seleccionador nacional (apesar do bom trabalho que está a realizar neste escalão, Rui Jorge não é para mim a pessoa mais indicada para o cargo dada a sua parca experiência enquanto treinador no escalão de séniores) creio que a melhor opção para a FPF é a contratação de um reputado técnico estrangeiro com experiência ao comando de selecções. O único nacional capaz, a meu ver, de realizar um bom trabalho é Fernando Santos, não sendo o antigo seleccionador grego uma má escolha para o cargo. No entanto, neste momento estão sem colocação treinadores que cumprem a observância deste requisito como Gerardo Tata Martino (antigo seleccionador paraguaio; Newells old Boys e Barcelona), Alberto Zaccheroni (antigo seleccionador do Japão) ou Radomir Antic (antigo seleccionador sérvio).

Alguma imprensa portuguesa inclui também na lista de potenciais candidatos ao cargo os nacional Manuel José e Vitor Pereira.

Breves #7 – Paulo Bento de saída?

Saiu há algumas horas atrás um rumor que especulava sobre o futuro de Paulo Bento no comando técnico da selecção nacional. A informação prestada dá conta de um ambiente de algum descontentamento no seio da estrutura da FPF, tendo um dos seus vice-presidentes ameaçado demitir-se caso o presidente não demita o seleccionador nacional após o voto de confiança que manifestou publicamente no seu trabalho, voto esse que foi traído no primeiro jogo da ronda de qualificação para o Euro 2016 frente à Albânia.

Especula-se que o desempenho do seleccionador estará a ser escrutinado na sede da FPF, podendo ser demitido ainda esta semana. Os nomes de Fernando Santos, Vitor Pereira, Rui Jorge e Manuel José estão a ser veículados por alguns órgãos de comunicação social da especialidade como os substitutos de Bento no comando técnico da selecção nacional.

A selecção de todos vós

Após uma correcta análise feita sobre o que correu mal no Brasil pelo João Branco e outra sobre as opções da linha mais avançada da selecção portuguesa por parte do Carlos Rafael, sinto-me à vontade para falar aqui sobre aquilo que vejo desta renovação da selecção nacional portuguesa. Desde já devo dizer-vos que sensivelmente desde o fim da era Felipão, deixei de apreciar a selecção como antes, deixei de sentir o entusiasmo nos jogos, deixei de vibrar e isto não foi por ter deixado de ter alguém que me pedisse para pôr a bandeira na janela ou porque o Figo deixou de jogar, simplesmente foi porque não concordei com a renovação e com as ideias que foram sendo implementadas e que nos levaram até ao presente da forma que bem sabemos. Claro que é mais fácil criticar agora, mas o que se segue é exclusivamente uma análise crítica àquilo que será (a meu ver) a selecção daqui para a frente.

1º – O aumento de poder a Paulo Bento

É verdade, Paulo Bento saiu do Campeonato do Mundo com reforço de poderes que foram anunciados talvez tarde de mais (2 meses após o desastre do Brasil). É algo estranho, uma vez que o presidente da FPF afirmou que “apesar de estarem reunidas todas as condições a selecção não atingiu os objectivos mínimos exigidos”. Noutros tempos em que chegámos a ter um seleccionador que saiu porque o seu objectivo era ter vencido o Euro 2000 e quedou-se pelas meias-finais, tal atitude de hoje seria muito mal recebida, mas ao invés disso a renovação que se pedia na selecção e que devia desde logo começar na cabeça que executa as escolhas ficou apenas por um reforço de poderes para essa mesma pessoa.

Vive-se aqui portanto um ambiente de prémio por objectivos não cumpridos o que pode vir a traduzir-se numa solução bastante inglória no futuro não muito longínquo.

Esta foi uma mudança que não classifico como positiva uma vez que a meu ver a mudança ideal seria a mudança de seleccionador nacional.

2º – As mudanças efectivas

Houve mudanças sim, mas essas verificaram-se apenas no departamento médico onde Henrique Jones sai de director clínico após 14 anos de serviço e vê-se substituído por José Carlos Noronha. Talvez fruto das muitas lesões irrecuperáveis registadas no Brasil, ou apenas porque um ciclo se encerrou e outro se abriu no departamento médico nacional esta mudança pode efectivamente vir a ser benéfica e pode mudar muitos paradigmas do departamento médico nacional, além disso esta é uma área em constante evolução e portanto a renovação deve ser parte integrante do curso normal da selecção.

Neste caso esta mudança é claramente positiva e pode vir a revelar-se bastante frutífera no futuro uma vez que além da mudança do director clínico também se incluem um fisioterapeuta e um especialista em medicina desportiva que passam a acompanhar regularmente todas as selecções quando possível, mas sempre a selecção principal, o que pode ter um efeito muito bom na componente física dos jogadores que vierem a representar a equipa das quinas.

Além do departamento médico, o departamento técnico sofre alterações ao nível estrutural, onde Rui Jorge e Ílidio Vale assumem papéis fundamentais no novo Gabinete Coordenador Técnico Nacional, permitindo assim que haja decisão alargada e previsão do projecto de carreira que um jogador jovem deve fazer ao longo da sua representação dos vários escalões de selecções.

Neste caso mais uma vez uma medida que parece ser positiva se vier a ser bem estruturada e implementada e que permitirá gerir melhor as carreiras dos jovens que por excesso de técnica ou mesmo por desmotivação devido ao nível competitivo em que se inserem não se encontrem a render desportivamente na sua plenitude. Resta que o Gabinete Coordenador consiga realizar essa triagem e que consiga estar sempre um passo à frente de forma a evitar casos desses.

3º – A renovação de seleccionáveis pós Mundial 2014

Ficou bem patente que o modelo usado até então está gasto, as escolhas feitas para o próprio Mundial já se revelaram escassas e muito curtas e é urgente que se mude, no entanto a mudança não foi feita de ânimo leve e basta analisar as listas de convocados pré Mundial e pós Mundial para percebermos duas coisas: Paulo Bento teve de engolir algumas das suas casmurrices (Adrien e Antunes) e Paulo Bento teve de dar o dito por não dito e aquele rapaz que era bom antes do Mundial agora não serve (Rafa), além disso não se percebem determinadas opções nesta renovação, como são o caso de Ricardo Costa que apesar de já estar numa liga bastante inferior, continua a constar nos eleitos e Raúl Meireles que fisicamente já não é o jogador estonteante que nos habituou a ser. A juntar a isto tudo ainda se podem questionar ausências de oportunidades para André André por exemplo, talvez porque enverga a camisola do Vitória de Guimarães e porque não tem um empresário suficientemente influente, porque em termos técnicos, tácticos e em regularidade já superou concerteza Miguel Veloso que neste momento se encontra fora de competição.

Muitas questões ficam no ar sobre as listas correctas, mas aqui claramente se dá lugar a opções discutíveis que poderiam ser substituídas por elementos de qualidade superior, no entanto razões haverá para estas escolhas e um dia gostaria de ver exposto por A+B as razões que levam à selecção de cada um, com factos em que o argumentário passe pela estatística e pela forma e não por outros factores.

4º – A ausência de jogos de preparação

Não sei se devido aos efeitos da preparação para o Mundial do Brasil, se por contenção de custos ou simplesmente para proteger os jogadores de lesões, não houve lugar a jogo de preparação da selecção para o embate de amanhã frente à Albânia. Talvez seja inteligente, eu diria que é arriscado, num elenco com caras novas, onde até o próprio jogo da selecção terá de mudar em função de CR não estar presente, acho que o mais indicado seria terem dado espaço a um amigável de preparação com uma selecção Eslovena ou Eslovaca, de forma a perceber em que estado estão os jogadores, como estão a adquirir os treinos da semana de estágio, como reagem às situações de jogo. Seria o mínimo exigível, no entanto não houve espaço para tal.

Apesar das mudanças há muita coisa que ainda necessita dos seus ajustes, a experiência negativa do Mundial parece vir dar força ao que está errado e manter o correcto longe dos caminhos da selecção, é por estas e por outras que ultimamente não perdi o meu patriotismo, mas deixei de vibrar e apoiar a selecção nacional, prefiro aqueles que fazem as coisas correctamente e que mostram que vale a pena trabalhar bem para ganhar.

Hélder Postiga, Hugo Almeida e… João Silva

No primeiro jogo após o decepcionante mundial, Portugal vai defrontar a Albânia.

Após a decepcionante participação no Mundial do Brasil, vários são os motivos apontados para o insucesso da selecção portuguesa, mas agora,  passado um tempo, muitas são as selecções que aproveitam esta fase para criar um novo ciclo, onde começam aparecer novos jogadores, novas taticas e novos modelos de jogo começam a ser “ensaiados” para tirar o maior proveito de todos os jogadores. Na selecção portuguesa, todos os problemas tem como principal protagonista Cristiano Ronaldo, desde da sua utilização, rendimento, entre outros motivos que a comunicação social aproveita para encher capas de jornais desportivos, mas neste momento, Portugal tem uma preocupação muito maior e que não vejo quase ninguém dar relevância a este assunto: O ponta de lança da selecção portuguesa.

Neste ponto podemos destacar 2 pontos de vista;

  1. Quase todas as selecções tem mais do que um ponta de lança acima da média, Espanha com Diego Costa, Soldado, França com Benzema e Giroud, Italia com Balotelli e Immobile, e até mesmo o Gabão treinado por Jorge Costa conta com Aubameyang
  2. Aqui olho mais internamente e verifico que Paulo Bento pré-convocou Rui Fonte, ponta de lança da equipa b do Benfica, penso que isso diz muito da posição de ponta de lança da selecção portuguesa, alias se formos analisar em detalhe as principais referencias ofensivas convocadas por Paulo Bento, verificamos que Hélder Postiga dá mais trabalho aos departamentos médicos das respectivas equipas do que aos centrais das equipas adversárias e Hugo Almeida que se encontra desempregado (também teve azar porque Prandelli foi contra a sua contratação quando tinha tudo tratado com o Galatasaray)

Por isto tudo venho sugerir um jogador que recentemente assinou pelo Palermo e será o substituto de Abel Hernandez no eixo do ataque, falo de João Silva. Após resolvidos os problemas com a sua inscrição, visto que por míseros 33 segundos a transferência teria que ser abortada, mas o recurso apresentado pelo Palermo á federação italiana foi válido e a transferência lá se realizou.

Desde cedo começei a ver João Silva a jogar futebol, desde dos seus 18 anos quando me dirigia ao estádio do clube desportivo das aves e via este jovem ser a referencia ofensiva desta equipa, onde na sua primeira época como profissional apontou 13 golos e isso levou atenção de alguns clubes e por fim conseguiu uma transferência para o Everton por 700 mil euros,

João Silva é um ponta de lança não muito tecnicista, mas com um sentido de oportunidade e capacidade de luta entre os centrais muito grande, e após sucessivos empréstimos, na ultima época aceitou o convite do Bari, equipa da 2a divisão italiana, ao inicio as coisas não começaram bem, foi uma adaptação complicada, mas desde Fevereiro até ao fim da época o seu rendimento disparou e ainda foi a tempo de contribuir com 10 golos no total de todas as competições para o Bari e isso valeu uma transferência para Serie A, onde este ano vai ter barreiras muito maiores, vai lutar contra jogadores como Chiellini, Juan Jesus, Alex, entre outros centrais que defendem os grandes italianos. Não podemos esquecer que o Palermo é um clube que já potencializou grandes pontas de lanças como Cavani e Luca Toni.

Por isso com base nisto tudo, e com jogos contra selecções de menor calibre podemos ver se este jogador tem potencializar para ser o próximo ponta de lança da selecção portuguesa.

O que é que afinal correu mal, Fernando?

fernando gomes

Reconheço que, aquando da sua eleição a 12 de Dezembro de 2011, nunca vi em Fernando Gomes um homem capaz de líderar os destinos do futebol português. Em primeiro lugar porque não lhe reconheço trabalho suficiente na esfera do futebol para ocupar tal cargo. Relembro que Gomes saltou directamente da administração da SAD do Porto, instituição da qual se especula ter saído desavindo com Jorge Nuno Pinto da Costa, para a presidência da Liga e, posteriormente para a presidência da Federação, numa altura, relembro, em que o novo Regime Jurídico das Federações Desportivas já era uma realidade e, a própria FPF, vinculada com alguma dificuldade após várias assembleias-gerais para esse regime jurídico (o mesmo retirou alguns direitos às associações distritais de futebol) viu alteradas as suas competências e até a sua própria organização interna.

Em segundo lugar, porque, saídos de uma tenebrosa administração Madaíl impunha-se que o novo líder federativo tivesse o condão de emendar os erros financeiros cometidos por essa gestão da FPF e fosse capaz de ter um projecto ambicioso para a casa do futebol português.

Como objectivo explicito de mandato, Gomes prometeu construir a cidade do futebol no Jamor. A bom da verdade, os quadros da FPF tudo tem feito para levar a cabo a empreitada, não se coibindo de hipotecar sucessivamente o sucesso desportivo das selecções em prol de um objectivo comercial que permita à direcção do organismo ir eliminando o passívo herdado da direcção de GIlberto Madail – Relatorio de Contas da FPF. Assim sendo, aproveitando o prestígio que as nossas selecções atingiram na actualidade futebolística, não foram totalmente estranhas as decisões tomadas pela FPF na marcação de amigáveis em destinos tão bizarros como pouco profícuos como o Gabão ou o amigável realizado em Setembro do ano passado em Boston contra a selecção brasileira. Sendo excessivamente bem paga ao nível de cachets, não tenho qualquer pejo em afirmar que a selecção AA foi utilizada pelo presidente federativo como fonte de receitas para as empreitadas a que este se vinculou no seu primeiro ano de mandato.

Depois de mais uma fase de qualificação sofrida, era altura de programar a participação em mais um mundial de futebol. O plano de preparação seria dividido em 3 fases:

– 1ª fase realizada no Estoril, mais precisamente no Estádio António Coimbra da Mota com a realização de um amigável frente à Grécia.

– 2ª fase realizada nos Estados Unidos da América, mais precisamente numa infraestrutura desportiva do Estado de New Jersey, com um fuso horário idêntico ao brasileiro e com condições climatérias parecidas com aquelas que a comitiva iria ter no Brasil, ou seja, com uma humidade de ar a rondar os 40%. Para esta fase da preparação foram marcados dois amigáveis contra o México e a República da Irlanda.

– 3ª fase realizada nas infraestruturas hoteleiras e desportivas escolhidas pela FPF entre as muitas propostas apresentadas, localizada em Campinas, estádio de São Paulo, respeitantes a uma unidade hoteleira de luxo com todas as condições necessárias para a recepção de uma selecção participante, 2 campos de treino programados (o estádio do Ponte Preta e um estádio menor utilizado para a realização de treinos; e treinos abertos) e a vantagem de um dos aeroportos de São Paulo ficar a poucos minutos de viagem da unidade hoteleira. Como benefício acessório, a FPF reiterou ainda que a zona em causa (Campinas) era uma zona habitacional residida por uma considerável camada populacional luso-descendente, factor que poderia efectivamente jogar a favor da selecção pelo apoio que é indispensável à participação num Mundial de Futebol.

O resto da história todos conhecem. No final do mundial, o presidente da FPF afiançou que a seu tempo seria conduzida uma investigação sobre o que correu mal neste mundial e revelados os resultados dessa investigação interna.

Na semana passada, dois meses idos da desastrosa participação no mundial, o presidente da Federação decidiu aparecer às 17h de uma terça-feira para finalmente revelar o que é que correu mal na participação lusa no mundial.  Desculpando-se com a permissa “todos fomos incompetentes”, Fernando Gomes não conseguiu justificar quem é que foi incompetente. Arrebatou todos no mesmo saco e rapidamente afirmou que a preparação traçada era a adequada para a participação num mundial de futebol, modificou um parte menor da estrutura das selecções e logo que pode, escapuliu-se para o seu último bastião redentor: a cidade do futebol.

Entre as modificações traçadas na estrutura das selecções, ficámos a saber do responsável máximo federativo a saída  (já solicitado antes da prova pelos próprios; quão convenientes estas saídas pelo próprio pé) do departamento médico da selecção A (Dr. Henrique Jones e Dr. Nuno Campos) e a sua substituição por um novo departamento médico comandado pelo afamado cirurgião ortopédico Dr. José Carlos Noronha. A confiança em Paulo Bento, um dos únicos seleccionadores presentes no mundial que renovou com a sua federação antes da prova, manteve-se, concedendo o presidente ao seu pupilo um novo canal de interligação às selecções jovens, ou seja, Paulo Bento acumulará com o cargo de seleccionador nacional, o comando técnico da estrutura jovem da FPF. E a Cidade do Futebol fez-se ouvir.

Da boca do responsável federativo não ouvimos qualquer justificação acerca do facto de ter renovado previamente com o seleccionador nacional, sabendo que grande parte das Federações Nacional esperam pelo fim do ciclo para fazer uma reflexão aprofundada do trabalho realizado para apurar os erros cometidos e realçar o que é que se deve mudar para o ciclo seguinte. Do responsável federativo não ouvimos qualquer justificação acerca do facto do seleccionador nacional ter convocado meia dúzia de jogadores da sua estricta confiança que não se encontravam nas melhores condições para abordar um Mundial de Futebol, ainda por cima, disputado sob condições climatéricas que obrigavam a cuidados fisiológicos redobrados. Do presidente federativo, não ouvimos qualquer justificação quanto à pertinência dos amigáveis realizados durante a fase de preparação. Do presidente federativo, não ouvimos qualquer justificação quanto às ditas investigações levadas em curso após a eliminação da competição. Ao comum português não foi esclarecido o timing de chegada da equipa ao Brasil, ignorando todos os clínicos que aconselharam previamente à necessidade de chegar ao Brasil num prazo de 6 a 14 dias de antecedência da primeira partida, de forma a que os jogadores se pudessem ambientar naturalmente ao fuso horário brasileiro e ao clima. Muitas foram as vozes clínicas que alertaram para a necessidade de uma chegada nunca inferior ao prazo de 9 dias de antecedência do primeiro jogo. A equipa chegou a Campinas a 5 dias da prova, sendo que um desses dias foi “gasto” na viagem para Salvador, o local do primeiro jogo.

Curiosamente, no dia da eliminação da fase-de-grupos, o presidente da FPF foi ávido em refugiar-se novamente nas contas, noutro dos bastiões do seu mandato, quando afirmou que os contribuíntes portugueses não iriam pagar a desastrosa participação, pois, os custos da mesma já estavam cativos nas verbas que a FIFA atribui pela participação das selecções na competição. O presidente da FPF não teve qualquer pejo em deturpar e subverter, para efeitos de imagem pessoal perante a vox-populi num momento negativo, as regras do jogo: as verbas que a FIFA dá às Federações que participam nos mundiais não servem para pagar as despesas de participação das respectivas selecções mas para serem canalizadas em development, ou seja, na construção de infraestruturas que fomentem a prática da modalidade no país em questão.

Afinal de contas quem é que foi incompetente? Quem é que foi incompetente se as únicas pessoas que saíram foram os médicos e o seleccionador, o mais incompetente de todos, saiu do processo com poderes reforçados? Se o presidente da Federação se proclamou incompetente porque é que não abdicou do lugar na hora? Como é que poderemos ter tantos incompetentes a representar a nossa selecção?