A candidatura de Luis Duque à Liga de Clubes

O antigo dirigente do Sporting deverá ter sido o nome “consensual” da reunião de presidentes da Liga (19) realizada hoje em Coimbra. Benfica e FC Porto deverão ter sido os maiores impulsionadores da candidatura deste ao organismo.

Da parte de Luis Duque, a revelação não me choca: Luis Duque provou ao longo da sua carreira enquanto dirigente desportivo, ser um autêntico mercenário na Bola. Foi dirigente na SAD do Sporting, como poderia ter sido na SAD do Porto, do Benfica ou do Vitória de Setúbal. Foi dirigente na AF Lisboa como poderia ter sido na de Santarém, Leiria ou Viana do Castelo. Duque age a favor de quem lhe der mais.

Quanto ao facto de ter sido um nome consensual a Porto e Benfica, tendo em conta o jogo de bastidores aqui relatado por mim no caso da candidatura de Fernando Seara, tudo me faz crer que esta é a candidatura que sucede à extinta candidatura do antigo autarca de Sintra. Contudo, não posso deixar de reparar o timing oportuno do lançamento deste nome e não tenho qualquer pejo em afirmar que se trata de uma candidatura a dois (Porto e Benfica) para conter\acirrar o presidente do Sporting, em virtude do facto de Duque se ter não só tornando persona non grata em Alvalade como um possível alvo (manifestado na última AG extraordinária do Sporting) de expulsão da categoria de associado do Sporting Clube de Portugal e imputável pelos negócios que motivaram o presidente leonino a avançar com um processo judicial contra 4 ex-gestores da SAD do clube (Nobre Guedes, Godinho Lopes, Duque e Carlos Freitas) pelos 3 negócios da discórdia: a renovação de Marat Izmailov e as contratações “às cegas” sem exame médico de Jeffren e Alberto Rodriguez.

FC Porto e Benfica, estarão dispostos a jogar sujo pela hegemonia do futebol nacional perante um Sporting que não se fez comparecer na reunião de Coimbra.

breves #25

Galatasaray – Correu a notícia durante o dia de hoje pela imprensa europeia que Wesley Sneijder e outros jogadores do Galatasaray pretendem sair do clube devido a salários em atraso.

Não é a primeira vez que este incidente afecta a vida do clube turco. Nos últimos 15 anos, o clube presidido por Unai Aysal tem vivido muitos altos e baixos na sua vertente financeira, facto que tem feito com que aposte imenso na contratação de estrelas em final de carreira quando tem objectivos ambiciosos (e capital para investir) e, passado 1 ou 2 anos, volte à estaca zero.

A geração de Mario Jardel por exemplo foi afectada por um dos m0mentos baixos do clube ao nível financeiro. O jogador assinou na altura pelo Sporting a troco de 5 milhões de euros porque o Galatasaray não cumpria as suas obrigações perante o plantel.

Barcelona – O clube catalão aderiu hoje ao denominado Pacto Nacional pelo Direito de Decidir (PNDD), uma plataforma que congrega mais de 3500 entidades e associações regionais da Catalunha que apoiam a causa independentista do povo catalão. Recordo que há 2 dias atrás, o presidente da Liga de Clubes Espanhóis Javier Tebas afirmou que caso o povo catalão decida pela independência da região, nenhum clube catalão poderá jogar na Liga Espanhola.

Diego Reyes – O Jornal O Jogo veiculou hoje que o central mexicano poderá estar de saída do Dragão. PSV e América são os interessados no jogador.

CR7

Jorge Mendes – O empresário afirmou hoje à CADENA SER que o jogador português irá retirar-se no Real Madrid. “Está cada vez melhor e vai continuar a evoluir até aos 40 anos. Está muito feliz no Real Madrid, vai continuar a bater todos os recordes e retirar-se no clube blanco”

Matias Suarez

Benfica – Segundo a edição de hoje do Jornal O Jogo, o avançado argentino de 26 anos Matias Suarez está referenciado pelo clube da Luz para reforçar o plantel em Janeiro. Suarez será o alvo que Jorge Jesus pretende para reforçar o último sector do terreno. Suarez tanto pode actuar como avançado ou extremo, revelando características muito interessantes para essas duas posições do terreno: é um interessante finalizador mas não se resume a isso. É um jogador que gosta de ter bola nas linhas, desequilibrar com o seu rapidíssimo drible e\ou finalizar\assistir o ponta-de-lança. O jogador leva 43 golos em 142 partidas disputadas pela equipa Belga desde 2008. Já foi considerado o melhor jogador da Liga Belga em 2011\2012. Esteve perto de assinar pelo Arsenal nesse ano (os clubes não chegaram a acordo quanto ao valor a pagar pelos londrinos) e pelo CSKA em 2011 (falhou nos testes médicos).

Thierry Henry –

Henry

O histórico avançado gaulês pôs fim às dúvidas que persistiam na imprensa desportiva Norte-Americana ao afirmar que não pretende renovar com os New York Red Bull. PSG e Mónaco estão interessados em ter o veterano de 37 anos nas suas fileiras. Henry estará disposto a voltar ao clube que o lançou para a alta roda do futebol. O jogador deixou a liga francesa no final da temporada 98\99.

Doyen Sports\Sporting – O Jornal Record publicou hoje que o fundo de investimento Doyen Sports (responsável pela aquisição de 75% do passe de Marcos Rojo aquando da sua transferência para Alvalade por 3 milhões de euros) colocou uma acção judicial contra o clube leonino no TAS (Tribunal Arbitral do Desporto, com sede na Suiça) para receber o valor correspondente a 75% da venda do jogador para o Manchester United (cerca de 15 milhões de euros). O Manchester United já pagou a primeira tranche acordada no negócio no valor de 10 milhões de euros, tendo agendado o 2º pagamento para Dezembro. A Doyen Sports também fez chegar à redacção de vários órgãos de comunicação social portugueses a informação que interpôs junto da justiça portuguesa uma providência cautelar que visa congelar todas as receitas da SAD leonina até que o TAS julge o diferendo entre as duas entidades.

Bruno de Carvalho – Semear o ódio sem necessidade nenhuma. Reprovável.

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Como sócio do Sporting Clube de Portugal, não gosto de ver os adeptos dos rivais a escarnecerem o nosso clube sem um argumento minimamente plausível. Não sou fã da crítica baixa assim como não sou fã do recrudescimento do ódio no futebol motivado por questiúnculas baixas e sem fundamento argumentativo. O que o presidente do Sporting está a fazer, para além de populismo, tem um único termo: baixaria. Está a descer o nível e está a prejudicar cada vez mais o clube junto de terceiros com a sua falta de educação. No momento em que o nosso clube esteja por baixo, os dirigentes e adeptos dos rivais irão decerto alimentar-se destas palavras para dar troco.

Fernando Santos – Ideias base deixadas pelo seleccionador nacional na sua primeira conferência de imprensa de antevisão a uma partida:

“O relacionamento tem sido ótimo entre todos. O ambiente tem sido excelente. As pessoas não têm de ser todas amigas e numa equipa de futebol nunca tens toda a gente no mesmo sítio a brincar. Mas tem havido total adesão de todos”

“O António – é assim que se diz em português – é um jogador que já está habituado. É mais um como é Patrício ou Beto, e podem ser Eduardo ou José Sá, que ainda ontem jogou. Está perfeitamente integrado”

“Muitas equipas estão a pagar por isso, se olharmos para os resultados da primeira jornada. Se isto é tão fácil que toda a gente vai… a verdade é que não vão todos. Atenção porque isto criou expectativas maiores. Desta forma, equipas que não podiam chegar ao Euro agora acreditam que podem. Temos é de lutar para ser primeiros e os outros que resolvam o problema deles”

“Qualquer das equipas nacionais tem uma grande responsabilidade quando entra em campo, representa um país. As pessoas estão longe do país e – eu também já fui emigrante – as coisas duplicam na carga emocional. Portanto envergar esta camisola será sempre de grande responsabilidade. Não vou poupar jogadores amanhã para terça-feira, mas durante o jogo poderei refrescar a equipa. É um adversário fortíssimo, um confronto feroz no bom sentido, com duas equipas a quererem ganhar. Vai ser um grande espetáculo e estaremos aqui de corpo inteiro, a querer levar o nome de Portugal bem longe”

“Pressão sobre ele vai haver sempre, mas não afeta nada a Seleção. A “Cristiano-dependência existirá sempre e não faz mal a ninguém, nem a ele nem aos outros, nem vai influenciar o jogo. É o melhor jogador do Mundo e é um motivo de grande orgulho ter um jogador assim. Espero dele isso mesmo, que traga a sua grande capacidade, profissionalismo e ambição de vencer, como já trouxe e vai continuar a trazer…”

Jaime Pacheco – O treinador Português já está no Cairo para assinar pelo histórico Zamalek, equipa que foi treinada no passado por Manuel Cajuda. Pacheco irá dar um novo rumo à sua carreira no Egipto depois de um interregno de quase 2 anos. A última equipa que o português orientou foram os chineses do Beijing Guoan, equipa na qual conseguiu a promoção à Superliga Chinesa de Futebol. O treinador não orienta um clube de primeira liga desde a temporada 2008\2009 (Belenenses).

uchebo

Boavista – O clube axadrezado confirmou hoje a contratação a custo zero com inscrição imediata do nigeriano Michael Uchebo. O nigeriano de 24 anos é internacional pelo seu país por 4 vezes, tendo figurado nos eleitos das Super Águias no Mundial do Brasil. Durante a sua curta carreira jogou no Enogu Rangers da Nigéria, VVV Venlo da Holanda e Cercle de Brugge. No clube belga marcou 7 golos em 55 jogos durante 2 temporadas.

Valência – O antigo futebolista Rufete, agora director-geral do Valência afirmou que o clube ché vai ao mercado com força no mês de Janeiro para reforçar o plantel treinado por Nuno Espírito Santo. As declarações proferidas pelo agora director do clube valenciano indicam que poderá ter existido uma alteração de objectivos por parte do clube ché, dispondo-se a direcção da SAD a atacar alguns alvos de mercado referenciados pelo treinador para tentar ir o mais longe possível na Liga Espanhola, não descartando a luta pelo título caso a equipa continue a somar vitórias e boas exibições como as que tem somado nestas primeiras jornadas.

Raul – É notícia na Marca. O jogador já está a treinar-se em Nova Iorque.

O jogador irá alinhar pela equipa Norte-Americana depois de ter expirado o seu vínculo com os qataris do All-Sadd. A mítica equipa que em 1977 albergou grande estrelas da história do futebol como Franz Beckenbauer, Carlos Alberto e Pelé, ou por onde também passaram Gerd Muller, Cruyjff ou Eusébio, é a campeã da NASL (uma das várias ligas norte-americanas de futebol) e pretende “subir” à MLS o mais rapidamente possível, havendo para já uma proposta de entrada junto da MLS, entidade que organiza a principal liga de futebol profissional dos Estados Unidos.

O histórico jogador espanhol será companheiro de equipa do nosso conhecido Rovérsio (jogou em Portugal no Gil Vicente e Paços de Ferreira de 2004 a 2008) e do antigo internacional espanhol naturalizado Marcos Senna, actualmente com 38 anos.

 

 

 

A confirmar-se como verdade

Citação:

“Todo aquele comportamento, com aquele olhar dele, “que sou muito bem educado”… mas quem anda à porta da tribuna a chamar nomes aos órgãos sociais do Sporting é ele. Quem anda com quatro seguranças a tentar assustar no corredor de Alvalade é ele. É uma vergonha. No jogo anterior ao último, elementos do FC Porto ameaçaram graduados da polícia e o Sporting fez queixa (…) Vamos ao Porto e entramos aos 20 minutos de jogo. No jogo em Alvalade, estavam hora e meia antes na minha casa, a ofender-me. Há uma polícia diferente a norte e a sul. Compreendo que não seja amado. Hei de morrer não sendo hipócrita, rufia… sem ser esta coisa que se arrasta pelo estádio ofendendo tudo e todos. É impressionante ver os jornalistas em pânico” – Bruno de Carvalho, ontem, à Sporting TV

Estamos presente um caso… de justiça civil dificilmente passível de absolvição. Comportamento lastimável. Bruno de Carvalho acabou de encomendar com estas declarações a “sentença de morte”, ou neste caso, a sentença de eliminação para os leões na Taça de Portugal. Não tenho a menor dúvida: o Sporting será recebido no Dragão num dos ambientes mais hostis que haverá memória no futebol português. Ainda falta uma semana para o jogo mas, creio que tal facto fareja-se desde já a milhas.

Aproveito ainda a deixa do presidente leonino ao canal do clube. Conforme deliberação da AG da SAD leonina, esta está a preparar-se para, na AG do Clube, lançar a discussão e a possível expulsão do estatuto de sócio do clube dos 4 dirigentes visados por actos de gestão danosa (Luis Duque, Godinho Lopes, Carlos Freitas e Nobre Guedes) durante a presidência do Engenheiro Godinho Lopes. A confirmar-se como verdade que a SAD leonina, cujo principal administrador na altura era Luis Duque, aumentou o salário a Marat Izmailov na renovação de contrato realizada com o russo (pelo meio, pagou comissões de índole manhosa a terceiros pelos direitos de imagem do russo entre outros direitos) e cometeu mais dois actos lesivos com as contratações de Jeffren e Alberto Rodriguez (dados como inaptos pelo departamento médico do clube após a realização dos habituais exames médicos), os sócios do Sporting serão chamados a decidir, apesar dos estatutos do clube (artigo 27º dos estatutos) não serem claros (são até em certa medida omissos) quanto a este tipo de fenómenos de gestão e quanto à acusação formulada pela SAD leonina junto dos 4 dirigentes.

Contudo, algo parece-me certo: Bruno de Carvalho abriu a caixa de Pandora em Alvalade. Esta caixa não só irá revelar todos os actos de gestão danosa cometidos por dirigentes desde 1992 (ponto de partida da auditoria que está em marcha por intermédio da KPMG) como será a arma que outros dirigentes do clube terão no futuro contra quem a legalidade da gestão de quem a abriu. Costuma dizer o ditado que quem “é o último a chegar que feche a porta” – no caso do clube leonino, quem chega por último tem a partir deste momento toda a legitimidade para questionar o trabalho que o actual presidente do Sporting está a realizar no clube. Outro ditado diz que a “revolução come todos os seus filhos” – a história também irá julgar Bruno de Carvalho. A ver vamos se o filho da revolução não é um dia também ele comido pela mãe.

Curiosamente, neste campo o futebol português ainda tem muito a aprender com a experiência bem sucedida de outros campeonatos e países. Na Alemanha, os clubes profissionais são auditados por entidades independentes, de 3 em 3 meses. Quer com isto dizer que no futebol alemão, as informações (trimestrais, semestrais e anuais) prestadas pelas sociedades à entidade reguladora competente são quase sempre cruzadas em prol de um objectivo que se materializa na salutar gestão financeira dessas sociedades. No futebol alemão, as penalizações para os clubes e dirigentes que pratiquem actos de gestão danosa ou prestem informações erradas ou erráticas (cruzando os dados enviados a cada trimestre com os dados enviados no final do ano) à entidade reguladora e à entidade que organiza os campeonatos são punidas com mão pesada: a descida de divisão pela via administrativa.

breves #20

Bruno de Carvalho –

bruno de carvalho 3

Na visita realizada hoje ao Nucleo Sportinguista de Elvas, o presidente do Sporting abordou o clássico de ontem, disparando em todas as frentes contra FC Porto e Benfica:

«Só por infelicidade é que o Sporting não venceu o jogo de ontem. O FC Porto pensava que vinha a Alvalade e eram favas contadas, mas nós não somos o BATE Borisov. Parece que se recuperou a velha máxima de ´quem não chora não mama`. Os que prevaricam acabam por ser ilibados»

«Dá-me vontade de rir quando vejo dirigentes do FC Porto falarem de arbitragem e, do outro lado da Segunda Circular, o `limpinho limpinho´ também continua bem vivo”

Liga Apertura (México)

Nem só de pokers vive Cristiano Ronaldo. Durante a madrugada de hoje, a contar para o Apertura da Liga Mexicana, o ala internacional mexicano Miguel Layún (jogador que confesso não perceber como é que ainda não veio jogar para um clube europeu) marcou 4 golos ao Santos Laguna, equipa que é orientada pelo português Pedro Caixinha na vitória por 4-1 da equipa da capital mexicana.

Chelsea

Chelsea

A equipa de Mourinho aplicou 3 sem resposta ao Aston Villa em Stamford Bridge. Os Blues mantem a liderança isolada da Premier League.

 

breves #18

Bruno de Carvalho\France Football – A afamada revista da especialidade francesa avaliou o presidente do Sporting quanto à sua cruzada contra os fundos de investimento em jogadores, apelidando o presidente leonino de Dom Quixote do Futebol.

Nani – O jogador do Sporting teve um acidente de automóvel durante a tarde de ontem numa das artérias da capital perto do Casino Lisboa. O jogador saiu ileso da ocorrência.

Beira-Mar – A SAD do clube aveirense divulgou esta semana a saída do presidente do clube António Cruz do conselho de administração da SAD por “razões pessoais” e confirmou que realizou os pagamentos dos salários do plantel relativos ao mês de Agosto. Restantes funcionários da SAD e do clube tem salários em atraso há vários meses, chegando-me a confessar um deles que não recebe há 7 meses.

ilidio vale

Selecção Nacional – Na apresentação de Fernando Santos como seleccionador nacional, o presidente da Federação Fernando Gomes revelou que enquanto o novo seleccionador cumprir castigo, quem irá orientar a Selecção é Ilídio Vale, antigo seleccionador da formação da Federação Portuguesa de Futebol. Vale foi o seleccionador vice-campeão mundial de sub-20 em 2011. Apesar da Comissão de Apelo da FIFA ainda não se ter deliberado quanto ao recurso do castigo de 8 jogos oficiais apresentado pelo novo seleccionador português, a FPF decidiu contratá-lo porque teve acesso a informações que garantem que a pena será reduzida a 2 jogos. A ver vamos se não sai o tiro pela culatra.

Selecção Nacional 2 – Foi divulgado off-the-record que o novo seleccionador nacional irá auferir perto de 1 milhão de euros por ano.

shikabala 2

Shikabala – O jogador egipcio está desaparecido há vários dias. O Jogo avançou hoje que o jogador está no seu país e não quer regressar a Alvalade. Para já, as fontes do clube leonino que prestaram a informação ao referido jornal, avançam que foi aberto um processo disciplinar ao jogador, não estando para já equacionada a rescisão do contrato com o jogador.

Fran Escribá – O antigo adjunto de Quique Flores, actual treinador do Elche afirmou ontem que “Cristiano Ronaldo é como Michael Jordan”

Cristiano Ronaldo – O jogador veio a público desmentir os rumores que afirmam que estará à espera do final da temporada para negociar a sua saída de Madrid e regressar a Old Trafford.

Bruno de Carvalho e os fundos de investimento em jogadores.

Continuo a assumir as palavras que publicamente escrevi sobre a “estranha cruzada de Bruno de Carvalho” contra os fundos de investimento em jogadores. O comportamento hostil que o presidente do Sporting iniciou contra os fundos de investimento em jogadores no dossier da transferência de Marcos Rojo para o Manchester United (rompendo a ligação com a Doyen Sports, fundo de jogadores com sede em Malta ligado a Peter Kenyon e Jorge Mendes que ajudou o Sporting a adquirir 75% dos direitos económicos de Marcos Rojo ao Spartak de Moscovo; dos 4 milhões de euros, a Doyen pagou 3 e o Sporting 1; o Sporting rompeu a ligação à Doyen e ainda não ressarciu o fundo de cerca de 15 milhões de euros resultantes da venda do jogador ao United) poderá ser prejudicial para o Sporting dado que a SAD do clube leonino, não dispondo de capitais próprios que lhe permitam ir ao mercado buscar jogadores de qualidade a custos elevados nem de linhas de crédito junto da banca para o mesmo efeito, perde assim importantes parceiros na aquisição de jogadores que de outras formas de financiamento o clube jamais poderia alcançar bem como uma rede de parceiros que permitam ao clube refinanciar-se em alturas de aperto financeiro, principalmente de tesouraria, com a alienação de percentagens de direitos económicos de jogadores. Nenhum investidor estará portanto disposto a colaborar com um clube que num primeiro momento se usa do seu capital para adquirir x, para, num segundo momento, rasgar de um momento para o outro os contratos assinados.

Contudo, depois de ler este artigo do Guardian começo a depreender qual é a estratégia concreta do presidente do Sporting: estando o clube em ruptura com os fundos de Kenyon (a Doyen Sports, os vários fundos da Quality Sports Investment) e a negociar cada vez menos com Jorge Mendes, e, aproveitando uma conjuntura em que tanto a FIFA como a UEFA como o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) estão empenhados em criar jurisprudência, a ideia passa acima de clube por cortar as vazas que Jorge Mendes dá aos rivais, ou seja, enfraquecendo o Sporting o superagente (não duvido nada que tenha sido a partir da participação do presidente no Forum Soccerex durante este mês em Manchester, fórum da modalidade no qual o presidente do Sporting sacou muitos elogios numa palestra sobre fundos, que alguma informação tenha sido revelada ao Guardian), estando os dois rivais (FC Porto) muito dependentes da relação que detém com fundos, entre os quais os de Kenyon, nos quais Jorge Mendes é o principal consultor de compras de activos (a Porto e Benfica), agente e vendedor desses activos, e cada vez mais endividados junto da banca comercial, que, depois de alguns problemas nas linhas de financiamentos (exemplo do Benfica com o BES) está a tentar afastar-se do futebol, se Mendes for encostado contra a parede pela FIFA ou pelas entidades judiciais portuguesas, inglesas ou espanholas (por violação das regras resultante do conflito de interesses que tem perante os seus agenciados; por eventual evasão fiscal) os rivais ficarão sem alguns dos seus mais importantes parceiros de negócio e, em virtude disso, não poderão adquirir jogador de tanta qualidade ou realizar alienações e vendas que garantam bons encaixes financeiros.

Três artigos que precisa ler sobre Jorge Mendes

Uma fantástica investigação do Guardian (que descobri pelo meu amigo Nelson Fraga) que revela documentos que indiciam que o superagente poderá estar a usar dinheiro não-declarado de vários investidores através de empresas situadas em offshores (paraísos fiscais) para comprar percentagens de jogadores em Espanha e Portugal, outra publicada pelo Mirror em Setembro e outra do Financial Times também datada de Setembro deste ano.

Quem ler o artigo do Guardian depreenderá facilmente quem é que está a tramar Mendes e a revelar publicamente todos os seus esquemas – nada mais nada menos que o presidente Bruno de Carvalho e o departamento jurídico da Sporting SAD.

breves #17

yaya 2

hazard vs yaya

Durante o intervalo do jogo que opôs Manchester Ciry e Chelsea, Yayá Touré e Eden Hazard pegaram-se no acesso aos balneários. Toda a imprensa inglesa, bem como o Costa-Marfinense afirmaram hoje que a palmada que o médio do City tentou dar no 10 do Chelsea foi na brincadeira. O Belga levou a coisa a sério e ficou-se a travar de razões com o marfinense. A FA está a investigar o sucedido.

O video pode ser visto aqui.

Peter Lim – O empresário singapurenho, dono dos passes de André Gomes e Rodrigo, ainda não concluiu a aquisição da SAD do Valência. A entidade que regula os mercados de valores mobiliários espanhola ainda não autorizou a compra da sad do clube ché por parte do ascendente magnata asiático. Contudo, hoje foi divulgado que se tornou sócio do Salford City, o curioso clube da 8ª divisão que é detido por 5 ex-jogadores do Manchester United da geração Ferguson (Giggs, irmãos Neville, Ryan Giggs e Paul Scholes) em honra ao clube da cidade onde todos nasceram e cresceram, excepto o galês Giggs. O clube é treinado por Paul Scholes.

Cesc Fabrègas – O espanhol anunciou nas redes sociais que não foi para o Arsenal porque os Gunners não accionaram a clásula de recompra que tinham incluído no contrato de compra e venda aquando da sua transferência para o Barcelona. A administração do Arsenal acusou recentemente o jogador de não ter aceitado uma proposta feita pelos Gunners neste verão.

Bruno de Carvalho\Manuel Fernandes – Respondendo às críticas do presidente do Sporting, o antigo capitão, treinador e dirigente do Sporting Clube de Portugal, um dos profissionais que foi despedido do clube aquando da entrada do actual presidente na administração da SAD, afirmou ontem no programa playoff da SIC Notícias que os comentários do presidente foram baixos e injustos: “Pior funcionário da história do clube? Isto é do mais baixo que se pode dizer, não é conversa de um presidente do Sporting. Estive 17 anos naquele clube, o presidente já esteve na minha casa e viu que não enriqueci à custa do Sporting» – O presidente considerou o antigo capitão do Sporting o pior funcionário da história do clube.

Maicon – Depois de rever as imagens da entrada que motivou a expulsão do brasileiro, não tenho a menor dúvida em afirmar que a expulsão é justíssima. Foi uma entrada duríssima por trás quando o adversário já se tinha desfeito da bola que pôs em risco a integridade física do companheiro de profissão. As indicações da FIFA quanto a estes lances são bem claras: expulsão.

 

Uma análise aprofundada sobre o início de temporada do Sporting

Com 1 vitória, muito sofrida diga-se em abono da verdade, e 3 empates para o campeonato, com a estreia na Champions no horizonte (na quarta na Eslovénia) este arranque de temporada do Sporting Clube de Portugal tem sido tempestuoso, estando muito aquém daquilo que os responsáveis leoninos projectaram no início da temporada e pouco coadunante perante os objectivos a que estes e o seu treinador se propuseram aquando do início dos trabalhos. Este início tortuoso do Sporting pode ser explicado por várias razões:

1- Assumindo como objectivo o título nacional… depois de uma temporada na qual Bruno de Carvalho, recebendo um clube vindo da pior temporada da sua longa existência, conseguiu avaliar os podres existentes na sua casa e varrer para fora do clube de Alvalade alguns dos dossiers incómodos com relativos sucessos desportivos e financeiros, nada mais lhe seria pedido do que perspectivar a devolução da sua equipa futebol à luta pelo trono do futebol português.
A mais recente história do clube leonino está cheia de objectivos altos e fracassos. Basta referir que nas últimas 15 temporadas, apenas por uma vez conseguiu o clube de Alvalade conquistar o título nacional sempre que um dos seus presidentes apostou na temporada de modo a conseguir esse objectivo. Longínqua vai a temporada 2001\2002, temporada em que a profetização de tal objectivo foi cumprida. Desde então, em 6 temporadas diferentes, após a construção dos chamados anos-zero, vários presidentes objectivaram (e apostaram forte) na conquista do título e por 6 vezes, na minha opinião, vários treinadores (José Peseiro, Paulo Bento, Domingos Paciência\Sá Pinto) falharam redondamente os objectivos das várias direcções do Sporting Clube de Portugal. Tais factos, fazem-me acreditar que sempre que um presidente do Sporting objectiva a conquista do título (a última vez que o foi feito no clube de Alvalade, na temporada 12\13, a época redundou naquela que é considerada por todos os sportinguistas como a pior época de sempre) existe uma propensão maior para o erro e para a execução de uma época pobre a todos os níveis.

Para se prosseguirem objectivos altos no futebol, são precisos investimentos fortes e seguros… A estrutura do futebol leonino, devidamente hierarquizada, cujo topo da cadeia e única voz de comando é o seu presidente, firmou-se na temporada passada com um nível de implementação quase total em Alvalade. Bruno de Carvalho iniciou esta temporada desportiva como o verdadeiro patrão do clube de Alvalade. Após a saída de Leonardo Jardim para o Mónaco, Marco Silva foi contratado como uma escolha pessoal do presidente. Inácio tem a missão de encontrar jogadores que agradem ao seu treinador e se enquadrem no plantel leonino. Inácio reporta todo o seu trabalho ao presidente. Seria de esperar que o novo treinador quisesse aproveitar a estrutura construída na temporada passada por Leonardo Jardim e lhe quisesse acrescentar unidades em sectores nos quais o Sporting revelou alguma carência (a inexistência de um concorrente a Jefferson na esquerda, a inexistência de uma 2ª unidade mais coesa na direita da defesa, dois ou três centrais, havendo primariamente uma noção que a equipa precisava de alguém para constituir uma dupla com Eric Dier em caso de lesão dos titulares e secundariamente a hipótese de Marcos Rojo sair, ou do argentino e Eric Dier sairem do clube; outro trinco, um jogador capaz de ser criativo no miolo e possivelmente mais um ponta-de-lança).

A política de compras do Sporting no início desta temporada foi confusa. Estando o clube sem possibilidades financeiras conjunturais de contratar a preços elevados, uma das ferramentas muito utilizadas pelos clubes para poderem contratar jogadores sem terem que dispender valores elevados (com ou sem capitais próprios) seria a possibilidade de “jogar” com um fundo de investimentos. O presidente do Sporting escolheu o verão de 2014 para comprar uma guerra contra os fundos na questão Marcos Rojo. E os fundos, sem confiança na política de mau pagador do Sporting, afastaram-se irremediavelmente de Alvalade.

A política de compras de um clube sem grandes possibilidades financeiras mas com objectivos muito altos, deverá assentar obrigatoriamente na contratação de jogadores experientes, com provas dadas, capazes de acrescentar qualidade às soluções de plantel. A direcção do Sporting fez o contrário: contratou jovens sem experiência (Jonathan Silva, Ryan Gauld, Hedy Sacko, Naby-Sarr Slavchev) e jogadores mais ou menos maduros que não estavam a competir neste, casos de Oriol Rosell, Tanaka, Ramy Rabia. Se os primeiros ainda não tem a experiência necessária para alinharem numa equipa com os objectivos a que se propôs o seu presidente, os segundos, assim como o lateral Jonathan Silva, ainda terão que se adaptar ao futebol europeu e em particular ao futebol português. Quase todos terão que se adaptar às exigências do seu novo clube. Um clube que pretende ser campeão num campeonato muito competitivo no qual outro dos candidatos investiu muito em jogadores com um nível de experiência e até com uma qualidade firmada noutros clubes que os jogadores contratados pelo clube leonino não têm neste momento; e perante outro candidato que mal ou bem, com ou sem vendas, vai andando porque tem um treinador que arrisca, que trabalha bem com o que tem e que todas as épocas optimiza na perfeição bastantes jogadores, não poderá ter como alternativas de plantel jogadores que deverão demorar meses a adaptar-se à realidade do clube, à realidade do futebol português e à identidade que o seu treinador pretende para a equipa.

Concorrendo para a corroboração do que escrevi no parágrafo anterior, também seria expectável que, à semelhança do que 99% dos clubes mundiais fazem, os alvos a atacar no mercado sejam jogadores escolhidos pelo treinador. No futebol moderno, quem analisa e trabalha directamente com a equipa (o treinador), deverá ser o principal responsável pela requisição do clube nos mercados. O que estamos a assistir na presente temporada do Sporting parece ser a realidade de um clube no qual Marco Silva não deverá ter pedido metade dos reforços que recebeu. O Sporting depenicou aqui e ali, certamente nas soluções mais baratas que vários olheiros e empresários foram recomendando, investiu para o futuro é certo (Sacko e Gauld tem potencialidades para se tornarem dois excelentes activos do clube dentro de 1 a 2 temporadas) mas não investiu para poder dotar o plantel do antigo treinador do Estoril de soluções válidas para este atacar o título: Jonathan Silva não terá o mesmo nível de Jefferson quando for chamado a substituir o brasileiro; Ramy Rabia chegou lesionado; Sarr é uma autêntica nódoa e é neste momento um dos motivos pelo qual o Sporting somou 6 pontos em 12 possíveis, Sacko, Gauld e Slavchev foram demasiado caros para jogarem na equipa B (6,7 milhões de euros) e do bulgaro, seja eu sincero, ainda não vi nada que me motivasse a afirmar que os 2,5 milhões dispendidos ao Litex Lovech foram bem gastos. O jogador tem um potencial desconhecido, ou até falta dele.

As saídas… Depois de uma temporada desportiva na qual alguns activos do clube valorizaram, até pelas dificuldades financeiras pelas quais o clube tem passado, seria expectável que o Sporting realizasse uma ou outra venda de destaque. Durante o defeso, deverão ter chegado a Alvalade diversos pedidos de informação sobre as designadas jóias da coroa. Sendo activos que permitiam um encaixe considerável para o clube, alguns deles valorizados por interessantes participações no Mundial (é inegável não reconhecer a grande prova do futebol mundial como a prova que mais activos é capaz de valorizar no cenário competitivo) deverão ter chegado a Alvalade pedidos de informação e propostas sobre os maiores activos da SAD Leonina, ou seja, Islam Slimani, William Carvalho, Rui Patrício, Adrien, Marcos Rojo e Diego Capel.

Neste momento, é política imposta por Bruno de Carvalho no clube uma política de limitação salarial que impede claramente a SAD leonina de segurar pela via da renovação contratual os seus melhores jogadores. O presidente aplicou a necessidade do clube expelir todos aqueles vindos da anterior administração que auferissem salários acima dos 500 mil euros líquidos anuais bem como a fixação de um limite salarial para os contratados pelo clube na mesma ordem. Assim sendo, jogadores como Slimani (250 mil euros anuais de salário) Marcos Rojo (800 mil euros), Eric Dier (auferia perto de 200 mil euros anuais) seriam facilmente seduzidos a excelentes propostas vindas do exterior, não podendo o Sporting cativar o jogador a ficar com propostas de renovação de contrato superiores aquelas que foram cabalmente fixadas pelo seu líder directivo. Se o primeiro concordou em ficar pelo menos mais uma época mediante a renovação do seu contrato para valores pouco acima do tecto salarial (cerca de 600 mil euros porque Bruno de Carvalho reconheceu que a permanência do argelino durante mais uma época é importante do ponto de vista desportivo e financeiro; Slimani poderá ser o 2º maior activo do clube no final desta temporada, podendo existir propostas perto dos 15 milhões de euros no final desta temporada), os dois centrais (titular e expectável titular caso o argentino fosse vendido) facilmente foram seduzidos pelas libras de Manchester United e Tottenham, propostas que o Sporting jamais poderia cobrir.

Enquanto a política salarial do Sporting seja comezinha, o Sporting não poderá atrair grandes artistas. E a ausência de grandes artistas no seu espectáculo, em suma, de uma equipa competitiva poderá demonstrar o efeito (inverso) para o qual Bruno de Carvalho tem lutado durante esta mandato: em vez de reaproximar cada vez mais os adeptos dos portões do estádio, estes irão afastar-se ainda mais de uma equipa potencialmente pouco competitiva e acima de tudo pouco vencedora. O presidente nunca escondeu que o clube poderá passar a maior travessia do deserto da sua história caso as receitas geradas com a bilheteira e com a quotização desçam a pique.

Marco Silva já leva 3 meses de trabalho… Quando Marco Silva assumiu o comando técnico do clube leonino, quer queiramos quer não (a desculpa do facto do clube ter perdido 2 centrais) assumiu um plantel com uma estrutura criada pelo seu antecessor. O facto do plantel do Sporting ter uma identidade de jogo construída não implica que o novo treinador traga e tente aplicar no método de trabalho do clube novas ideias e novas metodologias de treino e abordagem ao jogo. Contudo, o seu trabalho foi imensamente facilitado por Leonardo Jardim. Marco Silva optou por aproveitar o bom trabalho executado pelo seu antecessor, mas, por ora, ainda não se vê qualquer evolução trilhada durante todo o seu trabalho no comando técnico do clube. Posso inclusive dizer que equipa está a jogar pior do que aquilo que jogava com Jardim.

Se com Leonardo Jardim, a equipa jogava um futebol flanqueado satisfatoriamente fluído, toda essa fluidez desapareceu com Marco Silva. A equipa está mecanicamente adaptada para jogar para os flancos, extremamente previsível e sem qualquer rasgo de criatividade pelo miolo, apesar de, Nani constantemente procurar o centro do terreno para criar desequilíbrios. Marco Silva também tem utilizado Carlos Mané para as mesmíssimas tarefas. Os resultados ainda não foram visíveis.

Se defensivamente a saída de Rojo e as entradas de Sarr e Paulo Oliveira abalaram a estabilidade defensiva que Jardim construiu no ano passado (o argentino era peça fulcral nesta mesma estabilidade), Marco Silva tem apostado neste início de época no francês em detrimento do sólido central vindo do Vitória de Guimarães. E Naby-Sarr está a provar porque é que não era opção no modesto Lyon: é um central fraquíssimo do ponto de vista técnico e posicional. Sendo um central lento e desengonçado, jogar nas suas costas torna-se um objectivo de fácil realização para todos os avançados; é instável no desarme e comete erros infantis quando é chamado a abordar um avançado no 1×1; posicionalmente nunca se encontra no sítio onde deveria estar; tem imensas dificuldades em sair a jogar).

Outra das peças-chave da estabilidade defensiva leonina (William Carvalho) anda longe de nos deslumbrar novamente com o futebol que praticou no ano passado. Fora de forma, longe dos indíces físicos que garantem uma autêntica limpeza do seu perímetro de acção de 40 metros, William está a revelar-se mácio no controlo do meio-campo e muito instável no capítulo do passe. Confesso que já vi William falhar mais passes curtos durante os 4 jogos oficiais realizados do que na temporada passada completa.

No ataque a equipa demonstra imensos défices. É uma equipa que gosta de circular jogo mas circula-o em excesso: parece que existe uma enorme necessidade de uma jogada de ataque ser construída por todos os elementos da equipa. Não tendo a equipa um mecanismo de circulação e construção de jogo pelo miolo (Adrien pensa mas Martins não é capaz de vir buscar jogo e criar desequilíbrios nos últimos 30 metros pelo centro), a equipa opta por criar todo o seu jogo pelos flancos através de combinações entre os laterais e os extremos, facto que permite facilmente à equipa adversária durante a semana levar o trabalhinho de casa bem preparado (cortar às pontas, impor superioridade numérica nos flancos e entalar Slimani entre os dois centrais de forma a anular de forma eficaz todo o jogo que seja criado nas alas para o principal finalizador da equipa). A juntar ao facto da equipa não conseguir criar nos 3 corredores, tem facilitado a vida aos adversários do Sporting algum excesso de individualismo de alguns jogadores leoninos quando a equipa não consegue resolver os seus problemas como colectivo (casos de Carrillo, Nani, Capel) e a quantidade de passes falhados que a equipa efectua ao longo dos 90 minutos.

Não basta portanto a Marco Silva fazer análises concretas, objectivas e verosímeis daquilo que passa durante os 90 minutos, ou justificar os erros da sua equipa com a ansiedade dos jovens jogadores que comanda. Marco Silva terá que trabalhar afincadamente durante a semana, fazendo jus à sua característica de estudioso do futebol, de forma a arranjar soluções que permitam à equipa explorar os pontos fracos dos adversários e não cometer os erros que tem vindo a cometer até aqui.

Ao presidente do Sporting deverá este início de temporada ser acolhido como uma lição para o futuro: grandes objectivos necessitam de grandes empreitadas. A forma de pensar não deverá ser guiada de acordo com instintos automáticos ou factos consumados a-priori, ou seja, “se fomos capazes de conseguir um 2º lugar em ano com uma equipa limitada, seremos candidatos ao título se comprarmos 5 ou 6 bons jogadores capazes de ser alternativa de banco” – para se lutar pelo título em Portugal é forçosamente necessário ter uma equipa com 22 alternativas ao mesmo nível. Para se jogar uma competição como a Champions, competição na qual todos os pontos fracos são capitalizados por parte dos adversários, não pode haver lugar para complacências e para experimentalismos.
Estou certo que toda a estrutura do Sporting está descontente com o trabalho até agora realizado. A equipa tem potencial para mais daquilo que fez nos últimos 4 anos, indiferentemente dos seus objectivos. A Champions está aí à porta. Este momento é decisivo: o presidente deverá ter que adoptar uma postura férrea perante os seus jogadores. Há que trabalhar com afinco senão, esta temporada corre o risco de ser exactamente igual ao desastre que foi a temporada 2012\2013. O tempo para trabalhar o modelo de jogo da equipa e até mesmo a sua identidade começa a escassear: a partir de quarta-feira, o Sporting entrará num ciclo no qual terá 3 dias para pensar os seus próximos compromissos.

Breves #10

sporting 4

Sporting – Mais um exemplo da excelente gestão de Bruno de Carvalho na SAD Leonina. A Sociedade Anónima Desportiva do clube de Alvalade informou a CMVM, nas habituais informações periódicas que esta pede para efectuar cruzamento de informações prestadas ao longo do ano civil (para efeitos fiscais só contam os resultados do ano fiscal; contudo, para cruzar a informação prestada, a entidade reguladora pede às sociedades anónimas desportivas informações sobre as contas e activos destas relativas aos 4 semestres e aos resultados operacionais de cada época desportiva, resultados que são contabilizados de 1 de Julho a 30 de Junho) – a informação prestada pela SAD leonina relativa à temporada desportiva 13\14 revela que a gestão do agora presidente do clube e principal administrador da SAD leonina conseguiu reverter um resultado negativo de 43,8 milhões de euros acumulado na temporada 12\13, valor que respeita em grande parte à administração de Godinho Lopes (Bruno de Carvalho assume a presidência em Março de 2013) para um saldo positivo de 368 mil euros.

O resultado explica-se em grande parte pela redução de orçamento do futebol leonino de 40 milhões de euros para 20 milhões de euros na primeira temporada de Bruno de Carvalho na presidência do clube, e pelas receitas angariadas com as vendas de atletas como Tiago Ilori, Bruma, Eric Dier, Fito Rinaudo, Elias e Marcos Rojo e as dispensas de excedentes com salários altíssimos como Khalid Bouhlarouz, Stijn Schaars, Bojinov, Zakaria Labyad, Jeffren Suarez e Oguchi Oneywu. Deste lote de jogadores, apenas o jogador holandês Labyad pertence aos quadros do Sporting, sendo o seu salário de 2 milhões de euros totalmente suportado pelo clube ao qual está emprestado por 2 temporadas, o Vitesse. Atletas como Jeffren Suarez, Diego Rubio, Fito Rinaudo já não pertencem aos quadros do Sporting, mantendo o clube o passe de alguns dos atletas fruto dos acordos de venda realizados com os clubes onde alinham actualmente os jogadores. Wilson Eduardo e Salim Cissé estão emprestados pelo clube.

A Sporting SAD comunicou ainda (vide informação prestada no site da CMVM) a compra de 80% dos direitos económicos de André Geraldes aos turcos do Instambul BB por 500 mil euros, de 85% dos direitos económicos do búlgaro Slavchev por 2,5 milhões, o pior investimento, na minha opinião, realizado pelos responsáveis leoninos neste defeso, visto que o jogador ainda não mostrou nível suficiente para jogar na equipa leonina e confirmar positivamente o investimento feito na sua aquisição, 1,8 milhões de euros por 90 % dos direitos económicos do central Paulo Oliveira, 1,25 pela totalidade dos direitos económicos do extremo cabo-verdiano Heldon, 966 mil euros pela totalidade do trinco Rosell e 750 mil euros pela totalidade dos passes do japonês Tanaka e do senegalês Salim Cissé.

As aquisições de Ryan Gauld (3 milhões de euros), Hedi Sack (1,2 milhões de euros), Naby Sarr (1 milhão de euros com uma clásula de mais 1 milhão respeitando determinados objectivos contratualizados com o Olympique Lyonnais), Jonathan Silva (2 milhões de euros) e Ramy Rabia (600 mil euros) não foram contabilizadas na temporada desportiva 13\14 pelo facto de já terem sido consumadas após a data de 30 de Junho, passando para as contas da presente temporada.

Ao nível de aquisições de direitos económicos de atletas pertencentes aos quadros do clube, a Sporting SAD adquiriu mais 20% dos direitos do lateral Jefferson (agora com 80% do passe do lateral-esquerdo), estando em aberto até ao final do mês a possível recompra de passes de jogadores em posse de fundos de investimento como William Carvalho, André Martins, Adrien Silva, Cedric Soares, Marcelo Boeck e Rui Patrício. Os activos poderão ter um valor de recompra fixado em perto de 30 milhões de euros.

No capítulo das renovações, a Sporting SAD não tem nenhum dossier urgente até ao final da presente temporada, apesar de já ter encetado negociações com o argelino Islam Slimani e Cedric Soares. O lateral-direito já terá rejeitado 2 propostas de renovação.

Liga de Clubes – A confusão anunciada no seu site pela troca de horários efectuada nas horas do jogo Vitória de Setúbal vs Benfica revelam bem o estado de confusão em que se encontra o organismo comandado por ora por Mario Figueiredo. Para bem da organização da principal competição do futebol nacional, é bom que finalmente se esclareçam todos os celeumas que levaram à impugnação das eleições realizadas há alguns meses atrás para o organismo de modo a que finalmente se possa repetir o escrutínio, facto que poderá trazer alguma estabilidade ao organismo e às competições por este organizadas. A Liga de Clubes continua, em virtude de ter sido chumbado o orçamento para a temporada 2013\2014 a viver sem orçamento. As dívidas do organismo perante terceiros acumulam-se ao ponto de por em causa a solvabilidade financeira da organização. Só à empresa Europcar, empresa fornecedora da frota automóvel do organismo em regime de renting, a Liga deverá ter um débito em falta de 2 milhões de euros.

A estranha cruzada de Bruno de Carvalho contra os fundos de investimento em jogadores

bruno de carvalho

Sendo eu um temível sportinguista (a roçar o fanatismo, confesso), sócio do clube activo (ainda esta semana contribuí para a Missão Pavilhão) e um indefectível defensor de Bruno de Carvalho, não sou toldado intelectualmente ao ponto de embarcar em toda a quimera populista que tem marcado este ano e meio de mandato do “presidente sem medo” (alusão clara ao facto de Bruno ser neto do Almirante sem medo, Pinheiro de Azevedo, figura política do período do PREC).

Neste último ano e meio, é assertivo dizer que Bruno de Carvalho deu um novo rosto ao Sporting Clube de Portugal. Ao romper com as linhas programáticas profundamente erráticas e erradas dos seus antecessores (em sportinguismo diz-se da “dinastia croquete”) Bruno de Carvalho assentou de novo o Sporting Clube de Portugal no caminho que todos os sportinguistas há muito anseavam: um clube moderno, com uma excelente gestão e com uma excelente margem de evolução da sua inexistente marca.

Em ano e meio de trabalho, Bruno de Carvalho conseguiu devolver o Sporting à luta pelo título no futebol e em várias modalidades, fazendo com que estas pudessem optimizar todos os seus recursos e fazer mais com menos:

– Assente numa gestão equilibrada de recursos, renegociou a dívida do clube (ao nível da estrutura da dívida, ao contrário do perdão de dívida que muitos tem bradado por aí aos 7 ventos), já amortizou algum do passivo consolidado do grupo (SAD + Clube + Sporting SGPS), conseguiu resgatar percentagens de direitos económicos de alguns jogadores (na posse da Holdimo) através de uma acção de engenharia financeira onde trocou as mesmas por acções na SAD verde e branca, após um aumento de capital social no clube, reduziu em cerca de 40% os orçamentos do futebol e das várias modalidades (com resultados satisfatórios tendo em conta os obtidos pelos seus antecessores), acabou com as mordomias de luxo a que tinham direito alguns dos administradores da SAD, reformulou as despesas de manutenção do estádio, da Academia de Alcochete, das Piscinas do Clube e da Pista de Atletismo Moniz Pereira, conseguindo diminuir os custos de manutenção destas em 30% e ainda conseguiu, logo no primeiro mandato, apresentar um lucro positivo de 7 milhões de euros na SAD na primeira época desportiva. Só no futebol, entre dispensas de jogadores com ordenados elevados, receitas de estágio, vendas de jogadores, direitos televisivos, direitos de imagem, marketing e merchandizing, Bruno de Carvalho conseguiu acrescentar aos cofres do Sporting cerca de 70 milhões de euros, valor que de resto está a ser aplicado na redução do passivo consolidado, no novo pavilhão que o Clube pretende construir para as suas modalidades de pavilhão e na recompra de percentagens de passes de atletas que não estavam na posse do Sporting Clube de Portugal mas na posse de fundos.

– Ao nível da marca Sporting, Bruno de Carvalho tem optado por medidas que visam incrementar o valor desta para os cofres do clube, através de sucessivas campanhas que tem tido um nível interessante de adesão e sucesso (novas modalidades de associado do clube; campanha gamebox – 28 mil vendas registadas até 31 de Agosto; campanha da camisola do 12º jogador; Missão Pavilhão – 9 milhões de euros angariados até ao momento junto dos associados; Bilhetes AntiCrise para os jogos em casa; projecção do clube e da sua maravilhosa formação em países como a India, Moçambique, Canadá, Angola, Cabo Verde, África do Sul, China, Estados Unidos da América, Reino Unido, Rússia; abertura de novas escolas de formação do Sporting em várias capitais de distrito do território nacional, ilhas, África do Sul, Canadá, India, Moçambique, Guiné-Bissau).
Outra prova do empenho que o presidente tem mostrado em valorizar a Marca Sporting foi a criação da Sporting TV, canal de televisão que tem aproximado ainda mais o publico sportinguista do clube.

– Desportivamente, perante um cenário de crise (relembro que na renegociação com os credores em Junho do ano passado só existiam duas alternativas; a renegociação da estrutura da dívida ou a necessidade de requerer um PER; solução que não interessava aos bancos) Bruno de Carvalho foi dotando o clube de equipas competitivas, que, actualmente, a bom da verdade, fazem sonhar os sportinguistas com a hipótese de conquista de títulos.
Apostando também na formação, o Sporting é inegavelmente hoje, novamente, um grande clube formador europeu e um clube que procura constantemente apostar na prata da casa em detrimento das soluções que o mercado de transferências vai oferecendo a Alvalade.

Contudo, o presidente leonino tem apostado, noutro prisma, por algumas cruzadas pessoais (arrastando a imagem da instituição consigo) as quais algumas aprovo (o Sporting precisava há muito de um líder forte, capaz de se impor) e outras não aprovo.

Cruzada #1 – A cruzada contra o FC Porto – Diz-se que tudo começou em Junho de 2013 na final da Taça de Portugal de Andebol, disputada no Algarve entre FC Porto e Sporting. Nas bancadas do pavilhão, o administradores da SAD do FC Porto e vice-presidente do clube Adelino Caldeira, um dos braços direitos de Jorge Nuno Pinto da Costa, perito em provocar dirigentes dos rivais neste tipo de infraestruturas desportivas, deverá ter deixado Bruno de Carvalho de mão estendida quanto este se encaminhava para o cumprimentar, mandando alguns impropérios para o ar contra o presidente leonino. Nesse mesmo dia, o Sporting Clube de Portugal rompeu relações com o clube portuense e, alegadamente, este voltou a vingar-se do Sporting nas transferências de João Moutinho e James Rodriguez para o Mónaco, modificando os valores pelos quais o médio internacional português foi vendido em conjunto com o Colombiano, para penalizar o Sporting num negócio onde a equipa leonina tinha a possibilidade de encaixar 25% das mais-valias resultantes de um negócio acima dos 11 milhões de euros, valor pago pelo FC Porto ao clube leonino na aquisição do actual jogador do Mónaco. Desde então, é costume o presidente do Sporting negar-se a sentar à mesma mesa onde esteja um responsável directivo dos dragões.

Cruzada #2 – A cruzada contra Bruma e o seu empresário. Bruma reinvindicava ser um jogador livre quando tinha 1 ano de contrato por cumprir com o Sporting, cuja opção pertencia ao Sporting. O seu empresário e o seu representante legal (Catió Baldé e Bebiano Gomes) alegavam que a anterior direcção do Sporting tinha assinado um contrato-promessa inválido com o jogador, não devendo este cumprir esse mesmo ano de contrato. Estes dois agentes começaram a contenda juntos, separando-se rapidamente com o decurso da mesma: Bebiano Gomes revelou ser o representante legal do jogador\empresário visto que Baldé não tem em sua posse nenhum documento legal que o identifique como empresário de acordo com as regras da FIFA. O Sporting recorreu a uma Comissão Arbitral Paritária da Liga, comissão destacada por aquele organismo para resolver situações relacionadas com o contrato de trabalho de jogadores profissionais. Bruno de Carvalho sempre reiterou durante este processo que o Sporting tinha razão na questiúncula jurídica e, caso não lhe fosse dada razão, iria até às últimas consequências para lhe ser dada razão, ou seja, os tribunais civis. A CAP deu razão ao Sporting e o Sporting tratou de arranjar o melhor negócio para ambas as partes: sendo Bruma um activo interessante da SAD em último ano de contrato e um jogador desejado por vários clubes europeus com posses financeiras, foi vendido ao Galatasaray por 12 milhões de euros. Ambas as partes ficaram a ganhar no negócio.

Cruzada #3 – Na sequência do caso Bruma, Bruno de Carvalho começou uma cruzada contra os empresários. Avançando com a ideia que o Sporting não seria novamente um nicho ávido para estes lucrarem com chantagens, incentivou vários jogadores a desmarcarem-se dos seus empresários assim como deixou de prometer comissões aos empresários que iam trazendo reforços e possíveis reforços para o clube de Alvalade.

Cruzada #4 – A arbitragem. Bruno de Carvalho foi um dos primeiros presidentes do futebol português, senão o primeiro a admitir que o Sporting tinha sido beneficiado e prejudicado durante a última temporada desportiva. O presidente do Sporting iniciou uma autêntica cruzada contra o Conselho de Arbitragem da FPF após os prejuízos desportivos arcados nas eliminações precoces da Taça da Liga, Taça de Portugal, e nos empates obtidos frente a Nacional, Vitória de Setúbal, Académica, Estoril, resultados que ajudaram o Sporting a distanciar-se da possibilidade de conquistar o título nacional. Criou-se um movimento de adeptos leoninos contra as arbitragens chamado “Movimento Basta”, movimento que teve a sua génese num apelo do presidente. A cruzada que o presidente iniciou neste campo poderá ser prejudicial ao clube durante esta temporada.

Cruzada #5 – A cruzada por um futebol mais transparente. A célebre reunião de clubes profissionais realizada em Alvalade na temporada passada foi o mote de partida que o presidente do Sporting escolheu para apresentar às instituições que tutelam o futebol em Portugal (FPF, Liga de Clubes) e aos órgãos de soberania (Governo através da Secretaria de Estado do Desporto; Assembleia da República) um documento onde foram apresentadas algumas medidas para estes avançarem com a reformulação do paradigma do futebol português. O documento contem entre outras medidas de menor importância, alterações às actuais normas que regulam a relação entre clubes e arbitragem, clubes e federação, direitos televisivos, apostas online, tabela de preços praticados no sector, impostos cobrados pelo Estado nas vendas realizadas no sector (principalmente no preço dos bilhetes; uma das medidas visava reduzir o IVA cobrado nos bilhetes de 23% para 6%).

A última cruzada de Bruno de Carvalho deu-se com os fundos de investimento de jogadores.

Os fundos de investimento mobiliários tem neste momento uma existência ambígua na europa do futebol. Se em campeonatos como o Inglês, Alemão e Holandês não são permitidos por lei, pelos estatutos das federações ou das competições, noutros campeonatos como o português, espanhol, italiano ou Russo, são fontes predominantemente utilizadas pelos clubes para aquisição de jogadores que de outra forma não teriam acesso ou refinanciamento da actividade. Isto é, ou os fundos adquirem juntamente com os clubes certos jogadores, recebendo uma determinada percentagem acordada contratualmente entre ambos em caso de venda, ou o clube assume a compra do jogador e negoceia a venda de parte dos direitos económicos do jogador a um fundo, podendo no futuro recomprar a parte alienada ao fundo por um valor contratual negociado ou renegociável com o mesmo, quase sempre no final de cada temporada desportiva.

O caso Rojo marcou o auge da ruptura de Bruno de Carvalho com os ditos fundos. Isto porque, existindo uma proposta de 20 milhões de euros do Manchester United pelo jogador, detendo o Sporting apenas 25% da transferência (os restantes 75% eram detidos pela Doyen Sports, fundo de investimento que cobriu 3 dos 4 milhões investidos pelo jogador aquando da sua contratação ao Spartak de Moscovo; o Sporting apenas deu um milhão na referida contratação), tendo ainda o Sporting que indeminizar o Spartak de Moscovo em cerca de 50% do valor que arrecadasse com o negócio, o Sporting só iria lucrar 2 milhões com a venda do jogador para o clube de Manchester.

Aproveitando um comunicado lançado pela Doyen Sports a respeito da renúncia mantida pelo clube de Alvalade em vender o atleta pelo valor da proposta, Bruno de Carvalho rompeu a ligação do clube à Doyen por via do contrato celebrado aquando da contratação do internacional argentino ao clube russo, alegando que a Doyen teria violado uma das cláusulas desse mesmo contrato, em concreto, o impedimento que a Doyen tinha em negociar o jogador com um clube terceiro bem como revelar informações sobre o contrato do jogador ou o valor pelo qual o Sporting estaria disposto a negociar. Segundo o contrato assinado pela administração Godinho Lopes e a Doyen, só o Sporting estaria mandatado a negociar uma transferência do jogador para terceiros. O Sporting recebeu a garantia de 20 milhões prestada pelo clube inglês e não se apressou a efectuar o respectivo pagamento de 15 milhões de euros cativos ao fundo. O caso seguiu para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), vara jurídica onde, Bruno de Carvalho, voltou a reiterar a extrema possibilidade da causa ser ganha pelo Sporting, em virtude da aceitação por parte do TAS da jurisprudência que anda a ser criada pelos organismos tutelários do futebol mundial e europeu (FIFA, UEFA) na sua cruzada junto das federações para criar legislação que não permita a existência e acção de fundos de investimento.

Enquanto a decisão não sai, uma coisa é certa afirmar: a cruzada de Bruno de Carvalho contra os fundos poderá ser bastante nociva ao Sporting. Não detendo capitais próprios nem linhas de crédito junto da banca para poder realizar contratações acima de determinados valores (2\3 milhões de euros, no máximo), os fundos poderiam ser os maiores aliados do clube leonino no mercado, visto que poderiam ajudar o mesmo a atacar alvos apetecíveis a um custo muito reduzido, ora arcando os segundos com o valor das transferências, ora arriscando o clube na compra do jogador através de um mecanismo de engenharia financeira assente numa garantia: uma entidade bancária emite a garantia acima das possibilidades reais de crédito do clube desde que este apresente a garantia em como é capaz de reembolsar a entidade bancária com recurso à alienação dos direitos económicos do jogador contratado junto de terceiros. Não tendo linhas de crédito sólidas que permitam investir 4 ou 5 milhões numa mais-valia desportiva para a equipa de futebol, o desgaste que Bruno de Carvalho criou com todos os fundos de investimento através do rompimento da ligação contratual com a Doyen Sports, levará o Sporting a apenas poder licitar jogadores que estejam em final de contrato ou a baixo custo (1\2 milhões de euros no máximo). Os investidores, detentores destes fundos, agentes que não gostam de perder um cêntimo nos negócios que celebram, não terão confiança necessária para estabelecer uma parceria com um clube que, se aproveitou dos capitais de um fundo de investimento para adquirir um activo, cuja rentabilização clara, levou o clube de seguida, ou por necessidade de ganhar mais do que aquilo que poderia ganhar de facto, ou por razões contratuais, rasgou o contrato que tinha com esse fundo e lucrou, até ver, todo o bolo da transferência. Esse decréscimo que Bruno de Carvalho estimulou junto dessas entidades, poderá retirar no futuro, qualidade à equipa desportiva em sectores onde a formação não garanta suficiência do clube; contudo, já foi reiterado várias vezes pelo presidente do Sporting a necessidade extrema que o clube tem em competir, maioritariamente, com os produtos da sua formação.