Tempos e Resultados – Euro 2016

Findas as duas jornadas europeias realizadas nos últimos dias, é hora de olhar para as classificações dos grupos:

euro 6

Com 3 jornadas disputadas no Grupo A, a Holanda terá forçosamente que vencer na próxima jornada que irá disputar em Novembro para amenizar os estragos provocados pelas duas derrotas somadas em três jogos frente à República Checa e Islândia, fora. Na próxima jornada, os Holandeses recebem a Letónia enquanto a Turquia (no último lugar do grupo) também terá que fazer pela vida frente ao Casaquistão em Istambul. A República Checa recebe a Islândia em Praga com a liderança do grupo no horizonte. Quem vencer a partida não só isola-se no comando do grupo como conseguirá manter ou aumentar a diferença pontual em relação à Holanda, a principal candidata à vitória no grupo.

No Grupo B, Gales lidera com 7 pontos. Os galeses irão à Bélgica jogar contra uma selecção que concedeu à 2ª jornada um empate frente a outro candidato ao apuramento, a Bósnia Herzegovina. A Bósnia irá a Telavive defrontar a selecção Israelita que para já conta com um dos melhores marcadores da fase de apuramento, o avançado do Austria de Viena Omer Damari com 4 golos. Damari tem os mesmos golos de Gylfi Sigurdson (Islândia) e Robert Lewandowski (Polónia).

Israel e Bélgica tem um jogo em atraso por disputar.

euro 7

No Grupo C, a Espanha recebe a Bielorussia a 15 de Novembro. A Ucrânia terá uma deslocação fácil ao Luxemburgo enquanto a Eslováquia terá uma deslocação também fácil à Macedónia. Eslováquia, Espanha e Ucrânia serão sem dúvida as selecções capazes de lutar pelos dois lugares que dão apuramento directo para o Europeu.

Grupo D

Grupo com muitas surpresas. Depois da Alemanha ter concedido uma derrota na 2ª jornada frente à Selecção Polaca (exibição incrível de Lewandowski), a 3ª jornada do grupo trouxe mais duas surpresas: a Alemanha empatou frente à sensacional Irlanda em casa enquanto a Polónia viu fugir-lhe a liderança isolada do grupo com um empate frente à reveladora Escócia que também pretende imiscuir-se na luta pelos lugares de apuramento.

O golo de Toni Kroos no empate da Mannschaft frente aos irlandeses.

Os 4 golos do empate a 2 bolas entre Polónia e Escócia.

Na próxima jornada em Novembro, a Polónia vai a Tiblissi jogar contra a Geórgia. Escócia e Irlanda disputam um derbi Celta em terreno escocês com a Escócia a espreitar os lugares de apuramento directo caso vença os Irlandeses. Os Irlandeses tem sido catapultados para os primeiros lugares graças às boas exibições de Robbie Keane. A Alemanha recebe Gibraltar, esperando-se uma vitória fácil por parte dos comandados de Joachim Low.

euro 8

No Grupo E, a Inglaterra lidera com 3 vitórias em 3 jogos. A Suiça conquistou na terça os seus primeiros 3 pontos em 3 jornadas ao derrotar a selecção de São Marino naquele país encostado ao território italiano. Vida difícil para a selecção orientada por Vladimir Petkovic. Seria uma catástrofe a Suiça não se qualificar neste grupo sabendo de antemão que esta geração suiça estará no seu prazo de maturidade no França´16, ou seja, capaz de lutar por uma posição nas meias-finais (mínimo) do Europeu.

Na próxima jornada, os Suiços terão que ganhar à Lituânia para recuperar a desvantagem que tem na tabela classificativa. A Inglaterra poderá cimentar a sua liderança na recepção em Wembley à Eslovénia. A Estónia poderá chegar-se aos primeiros lugares do grupo caso vença como se prevê a equipa de São Marino.

No Grupo F, a Irlanda do Norte lidera de forma surpreendente um grupo que tem como cabeças-de-série a Grécia e a Roménia. Os Norte-Irlandeses bateram a Grécia por 2-0 fora. A selecção Grega ainda só somou 1 ponto em 9 possíveis. A Roménia distanciou-se da Finlândia ao bater os finlandeses em Helsinquia por 2-0.

Na próxima jornada, a Grécia recebe em Atenas as Ilhas Faroes. A Irlanda do Norte tem um enorme teste de fogo às suas capacidades na deslocação à Roménia. Finlândia e Hungria tentarão colar-se às primeiras do grupo no jogo que terá lugar em Budapeste no belíssimo Estádio Nacional Ferenc Puskas.

euro 9

No grupo G, liderado pela Áustria, prevê-se uma 4ª jornada de decisões. Será provavelmente o grupo mais renhido de todos os grupos de qualificação. A selecção austriaca recebe a selecção russa em Viena, podendo cavar uma diferença pontual assinalável de 5 pontos caso vença. A Suécia tem uma deslocação bastante difícil a Montenegro.

No Grupo H, Croácia e Itália ainda não perderam qualquer ponto. A Noruega é 3ª. Na próxima jornada, a Itália recebe a Croácia num dos jogos que irá ajudar a estabelecer quem é que vence o grupo. A Noruega vai ao Azerbeijão tentar não perder o contacto com os dois da frente.

Grupo I

Euro 10

O grande golo de Cristiano Ronaldo, a materializar a fantástica acção individual e cruzamento de Ricardo Quaresma na direita foi um autêntico balão de oxigénio para as aspirações nacionais em marcar presença na maior prova europeia de selecções. Os dois resolveram com um lance de génio um jogo que parecia talhado ao empate.

Servia

O jogo que seria realizado entre a Sérvia e a Albânia na terça-feira foi interrompido antes do final da primeira parte devido a vários acontecimentos que revelaram a tensão que os dois países tem acumulado durante duas décadas. Recordo que a Albania foi uma das Repúblicas que se tornou independente após a queda da antiga Federação Jugoslava.

O jogo de Belgrado foi antecedido de vários episódios: seria a primeira vez que as duas selecções se iriam encontrar após a queda da Federação Jugoslava. Os órgãos de comunicação social dos dois países incitaram ao ódio durante toda a semana. Os adeptos albaneses estavam impedidos de viajar pela UEFA para impedir que a situação fugisse ao controlo, e não seria de prever mais do que provocações ou insultos. A UEFA alertou as entidades policiais servias para deter todos os adeptos albaneses que tentassem entrar no estádio. Só que, mesmo fora do estádio, alguém encontrou uma forma de incendiar o ambiente: o intervalo aproximava-se quando um drone, que segundo informações da polícia sérvia citada pela Associated Press terá sido lançado a partir de uma igreja perto do estádio, sobrevoou o relvado com um estandarte da denominada “Grande Albânia”, um projecto nacionalista que pretende reunir todas as comunidades albanesas num território mais alargado do que o actual território albanês. Essas mesmas comunidades vivem na Sérvia, na Croácia, na Bósnia e no Kosovo.

A ocorrência provocou um enorme mal estar nas duas comitivas, assistindo-se a cenas de pugilato no relvado e nas bancadas depois de um jogador sérvio ter puxado o drone com a bandeira para o chão.

Os jogadores albaneses foram obrigados a correr rapidamente para os balneários em virtude da chuva de cadeiras e objectos que os adeptos servios arremessavam das bancadas.

A UEFA já reagiu ao incidente com a abertura de um processo disciplinar. O delegado da UEFA ao jogo Harry Been já relatou a situação no seu relatório, podendo sair daquele organismo uma sanção disciplinar exemplar para todos os intervenientes da partida: os sérvios já são reincidentes em desacatos. Na fase de qualificação para o Mundial de 2014, mais precisamente na recepção à Croácia, a Federação Sérvia já tinha sido multada por mau comportamento dos seus adeptos aquando do hino croata. O processo de investigação lançado pela UEFA terá em conta todos os acontecimentos, desde o lançamento de objectos para o relvado por parte do público sérvio à acção individual de todos os jogadores envolvidos nas escaramuças e ao facto da selecção albanesa se ter recusado a jogar após os incidentes. Os castigos a serem aplicados vão desde a anulação da partida à subtracção de todos os pontos conquistados pelas duas equipas (4 pela Albânia, 1 pela sérvia) sem prejuízo ou benefício de terceiros, à obrigação das duas selecções terem que jogar os seus restantes compromissos em casa em campo neutro. Alguns jogadores de ambas as selecções também podem sofrer castigos internacionais que vão dos 2 aos 8 jogos. A Comissão de Controlo, Ética e Disciplina na UEFA irá reunir-se no próximo dia 23 de Outubro para avaliar os resultados da investigação que ordenou e decidir sobre as sanções a aplicar ou não aplicar às duas federações.

A UEFA também fez chegar em comunicado que não colocou qualquer entrave ao sorteio destas soluções por razões políticas, como por exemplo o fez com as selecções de Azerbeijão, Espanha, Gibraltar e Arménia. Segundo o organismo: “Por razões políticas, o Azerbaijão não pode calhar com a Arménia e a Espanha não pode jogar contra Gibraltar”, divulgou na altura o organismo que tutela o futebol europeu. Um porta-voz da UEFA, citado pelo diário britânico The Guardian, defendia a decisão: “Não havia razão clara para separar as duas equipas.”

Já o presidente da UEFA realçou que o organismo deverá ter que efectuar um mea-culpa na situação porque talvez existissem razões que motivassem a situação que se veio a verificar. O principal dirigente daquele organismo afirmou que a tensão política existente entre os dois países poderia ser prejudicial à partida. Recorrendo a um exemplo, Platini afirmou que caso o drone transportasse uma bomba e não uma bandeira albanesa, o incidente de Belgrado poderia ter tomado proporções dramáticas.

Os Ministérios que tutelam a pasta do desporto dos dois países trocaram imensas acusações durante o dia de ontem.

Antevisão – Quem são e como jogam os dinamarqueses?

Frente à Albânia Morten Olsen montou a sua selecção num 4x4x2 clássico, fazendo alinhar Kasper Schmeichel na baliza, um quarteto defensivo composto por Peter Ankersen na direita, Simon Kjaer e Andreas Bjelland no centro e Nicolas Boilesen na esquerda; William Kvist como elemento mais recuado de um meio-campo partilhado com Christian Eriksen, Pierre-Emile Hojberg na direita e Michael Krohn-Deli na esquerda, atrás de dois avançados: o jovem de 20 anos do RB Leipzig Yousouf Poulsen e do ponta-de-lança Niklas Bendtner.

O modelo de jogo desta selecção dinamarquesa é praticamente o mesmo desde que Morten Olsen chegou ao comando técnico da selecção em 2000: é uma selecção que gosta de praticar um futebol muito objectivo, muito directo para a área onde quase sempre tem um ponta-de-lança de grande envergadura física capaz de batalhar imenso no jogo aéreo com os centrais adversários e finalizar em potência. Se no passado Morten Olson contou com grandes avançados\pontas-de-lança como John Dahl Tomasson (este mais técnico, com características similares às que tinha João Vieira Pinto na selecção com Nuno Gomes ou Pauleta) ou Ebbe Sand (este tinha uma estampa física enorme e um fantástico poder de finalização) desde 2006 que apostou quase somente em Niklas Bendtner, sendo neste momento o jogador do Wolfsburg uma das maiores referências desta selecção. Apesar de Bendtner estar a passar ao lado daquela que poderia ser uma carreira muito interessante no futebol europeu, o jogador de 26 anos costuma fazer grandes jogos pela selecção. Leva a título de curiosidade 24 golos em 61 internacionalizações.

Simon Kjaer é o patrão desta defesa. O central de 25 anos, agora no Lille da Ligue 1, capitaneia esta selecção com a força física que lhe é característica. É um central duríssimo, forte na marcação, eficaz no desarme, forte no jogo aéreo (tanto defensivo como ofensivo) mas, é um jogador algo lento de movimentos quando o adversário tenta passar por ele em velocidade, facto que o obriga a cometer muitas faltas no solo. Cristiano Ronaldo e a nossa selecção poderão tirar partido da lentidão do central dinamarquês através de rápidas desmarcações do internacional português para as suas costas (é lento a ir ao encalce do adversário quando a bola é bombeada para as suas costas) ou através de 1×1 rápidos em contra-ataque. Se Cristiano tentar esta vertente no jogo de amanhã poderá condicionar muito cedo a sua acção caso consiga arrancar um cartão amarelo ao central.

Pela esquerda há que ter em atenção às subidas de Nicolas Boilesen. O lateral do Ajax é um lateral que gosta muito de subir pelo flanco esquerdo, flanco onde tentará combinar várias vezes com Krohn-Deli de forma a poderem colocar bolas para Bendtner. É um lateral que tem uma enorme capacidade de cruzamento.

No meio-campo, William Kvist é um jogador muito possante. Capaz de dar muita luta à batalha de meio-campo e de fazer as essenciais dobras aos laterais quando estes sobem no terreno, é o jogador que garante equilíbrio a um meio-campo de criativos: Christian Eriksen é o cérebro de toda a acção ofensiva desta equipa. Sobejamente conhecido de muitos, é o estratega desta equipa. A Selecção Portuguesa não só deverá pressioná-lo constantemente através dos homens da linha média (Tiago e João Moutinho, visto que Eriksen gosta de descair para o lado esquerdo) como em nenhuma altura do jogo deverá recorrer à falta à entrada da área, quer em zona central quer em zonas mais descaídas para os flancos porque Eriksen é um exímio marcador de bolas paradas, tanto directas para a baliza como para a área. Os dinamarqueses são fortíssimos no jogo aéreo. Eriksen também é um rematador interessante de meia distância.

Nas alas Michael Krohn-Deli é um jogador capaz de construir jogadas de perigo através dos seus cruzamentos para área assim como Pierre-Emile Hojbjerg. O jovem jogador do Bayern de Munique é um jogador muito vertical: tendo bola na direita, tenderá a passar em velocidade por Eliseu e cruzar para Bendtner ou Youssuf Poulsen. Este último é um jogador muito móvel, que gosta de vir buscar muito jogo às alas e sair rapidamente no contragolpe em velocidade.

No banco de suplentes, Morten Olsen irá dispor de soluções praticamente iguais aquelas que tem em campo: Lasse Schone é um jogador bastante parecido com Eriksen. É outro jogador mortífero muito eficaz no capítulo do passe e até costuma ser mais mortífero que Eriksen quando solicita os avançados com passes a rasgar na área. Também é um jogador que gosta de ter bola e pensar o jogo ofensivo da sua equipa, tarefa que desempenha no Ajax. Remata muito bem de meia distância, sendo também um interessante marcador de bolas paradas. Thomas Kahlenberg é uma opção válida para render Krohn-Deli na esquerda ou Hojberg na direita, sendo um criativo a jogar nas alas. Simon Poulsen é um lateral esquerdo de propensão ofensiva (é algo inseguro a defender) enquanto Jakob Poulsen é a solução mais efectiva para o lugar de Kvist.

Como soluções ofensivas de banco, Martin Olsen dispõe de Lasse Vibe e Martin Braithwaite. Apesar de serem jogadores bastante diferentes de Poulsen e Bendtner (Vibe até costuma dar-se melhor no lado direito do ataque apesar de também poder jogar no centro do terreno) são jogadores com apetência para finalizar. O jogador do Toulouse (Braithwaite marcou 11 golos na edição passada da Ligue 1) não se encontra na melhor forma neste início de temporada, não tendo sido utilizado por Martin Olsen no empate de sábado frente à Albânia. O golo que deu o empate aos dinamarqueses em terras albanesas foi precisamente apontado aos 81″ por Lasse Vibe.

O que é que deve fazer a selecção em Copenhaga?

– Iniciar a partida com posse de bola para retirar o habitual ímpeto inicial que os dinamarqueses demonstram nos primeiros minutos dos jogos em casa.
– Pressionar Christian Eriksen. Não deixando o jogador do Tottenham ter bola, a equipa portuguesa limita os processos ofensivos da equipa dinamarquesa.
– Evitar faltas no último terço.
– Sair em velocidade em contra-ataque. Tanto Danny como Nani deverão aproveitar o espaço em vazio deixado pelas subidas dos laterais dinamarqueses para criar desequilíbrios pelas alas em contra-ataque. Ronaldo deve tentar incutir velocidade pelo eixo central.
– Os laterais portugueses devem impedir ao máximo o jogo que os dinamarqueses fazem pelo corredor para estancar o número de bolas que estes tentam colocar para Bendtner finalizar. Para isso, tanto os alas como os médios interiores devem ajudar a fechar nas alas para impedir superioridade numérica dos dinamarqueses pelos flancos.
– Controlar a partida através da posse de bola. Os dinamarqueses odeiam equipas que gostam de circular bola no seu meio-campo. A qualquer momento concederão um espaço para a equipa portuguesa criar desequilíbrios.
– Ganhar o máximo numero de faltas aos centrais contrários. Não só para Ronaldo ter hipótese de almejar a baliza de Schmeichel como para condicionar a actuação dos centrais. Em dia sim de Ronaldo, caso um dos centrais dinamarqueses seja punido bastante cedo no jogo com um amarelo, estes podem desorientar-se com as constantes movimentações do Português, tornando a missão da equipa portuguesa muito mais fácil no plano ofensivo.
– Lançar rapidamente todas as situações passíveis de transição rápida. A equipa portuguesa é muito mais rápida que a dinamarquesa, povoa com mais homens as zonas centrais e tem jogadores capazes de lançar os 3 da frente nas costas da defensiva contrária assim que recuperam a bola a meio-campo. Ronaldo será mais rápido a chegar às bolas que Kjaer ou Bjelland. Danny e Nani poderão ter muito espaço para jogar nas alas em contra-ataque. Em ataque organizado será de esperar que tanto Krohn-Deli como Hojbjerg desçam para ajudar os seus laterais.
– Ricardo Carvalho e Pepe não poderão dar um milimetro de espaço de Niklas Bendtner. Se o derem, o dinamarquês não irá perdoar muitas oportunidades de finalização.

Momento do dia

Dificilmente este momento vai passar despercebido ao mundo, logo após a intervenção do capitão da selecção, foi um corropio de Tweets e publicações no Facebook sobre o assunto. Já antes desta intervenção, Cristiano Ronaldo ao ser-lhe pedido para comentar uma notícia que havia saído no referido órgão de comunicação social tinha destratado essa mesma publicação, poucos minutos depois deu-se este acontecimento caricato. É caso para dizer que se querem respeito devem dar-se ao respeito!

breves #25

Galatasaray – Correu a notícia durante o dia de hoje pela imprensa europeia que Wesley Sneijder e outros jogadores do Galatasaray pretendem sair do clube devido a salários em atraso.

Não é a primeira vez que este incidente afecta a vida do clube turco. Nos últimos 15 anos, o clube presidido por Unai Aysal tem vivido muitos altos e baixos na sua vertente financeira, facto que tem feito com que aposte imenso na contratação de estrelas em final de carreira quando tem objectivos ambiciosos (e capital para investir) e, passado 1 ou 2 anos, volte à estaca zero.

A geração de Mario Jardel por exemplo foi afectada por um dos m0mentos baixos do clube ao nível financeiro. O jogador assinou na altura pelo Sporting a troco de 5 milhões de euros porque o Galatasaray não cumpria as suas obrigações perante o plantel.

Barcelona – O clube catalão aderiu hoje ao denominado Pacto Nacional pelo Direito de Decidir (PNDD), uma plataforma que congrega mais de 3500 entidades e associações regionais da Catalunha que apoiam a causa independentista do povo catalão. Recordo que há 2 dias atrás, o presidente da Liga de Clubes Espanhóis Javier Tebas afirmou que caso o povo catalão decida pela independência da região, nenhum clube catalão poderá jogar na Liga Espanhola.

Diego Reyes – O Jornal O Jogo veiculou hoje que o central mexicano poderá estar de saída do Dragão. PSV e América são os interessados no jogador.

CR7

Jorge Mendes – O empresário afirmou hoje à CADENA SER que o jogador português irá retirar-se no Real Madrid. “Está cada vez melhor e vai continuar a evoluir até aos 40 anos. Está muito feliz no Real Madrid, vai continuar a bater todos os recordes e retirar-se no clube blanco”

Matias Suarez

Benfica – Segundo a edição de hoje do Jornal O Jogo, o avançado argentino de 26 anos Matias Suarez está referenciado pelo clube da Luz para reforçar o plantel em Janeiro. Suarez será o alvo que Jorge Jesus pretende para reforçar o último sector do terreno. Suarez tanto pode actuar como avançado ou extremo, revelando características muito interessantes para essas duas posições do terreno: é um interessante finalizador mas não se resume a isso. É um jogador que gosta de ter bola nas linhas, desequilibrar com o seu rapidíssimo drible e\ou finalizar\assistir o ponta-de-lança. O jogador leva 43 golos em 142 partidas disputadas pela equipa Belga desde 2008. Já foi considerado o melhor jogador da Liga Belga em 2011\2012. Esteve perto de assinar pelo Arsenal nesse ano (os clubes não chegaram a acordo quanto ao valor a pagar pelos londrinos) e pelo CSKA em 2011 (falhou nos testes médicos).

Thierry Henry –

Henry

O histórico avançado gaulês pôs fim às dúvidas que persistiam na imprensa desportiva Norte-Americana ao afirmar que não pretende renovar com os New York Red Bull. PSG e Mónaco estão interessados em ter o veterano de 37 anos nas suas fileiras. Henry estará disposto a voltar ao clube que o lançou para a alta roda do futebol. O jogador deixou a liga francesa no final da temporada 98\99.

Doyen Sports\Sporting – O Jornal Record publicou hoje que o fundo de investimento Doyen Sports (responsável pela aquisição de 75% do passe de Marcos Rojo aquando da sua transferência para Alvalade por 3 milhões de euros) colocou uma acção judicial contra o clube leonino no TAS (Tribunal Arbitral do Desporto, com sede na Suiça) para receber o valor correspondente a 75% da venda do jogador para o Manchester United (cerca de 15 milhões de euros). O Manchester United já pagou a primeira tranche acordada no negócio no valor de 10 milhões de euros, tendo agendado o 2º pagamento para Dezembro. A Doyen Sports também fez chegar à redacção de vários órgãos de comunicação social portugueses a informação que interpôs junto da justiça portuguesa uma providência cautelar que visa congelar todas as receitas da SAD leonina até que o TAS julge o diferendo entre as duas entidades.

Bruno de Carvalho – Semear o ódio sem necessidade nenhuma. Reprovável.

bdc 2

Como sócio do Sporting Clube de Portugal, não gosto de ver os adeptos dos rivais a escarnecerem o nosso clube sem um argumento minimamente plausível. Não sou fã da crítica baixa assim como não sou fã do recrudescimento do ódio no futebol motivado por questiúnculas baixas e sem fundamento argumentativo. O que o presidente do Sporting está a fazer, para além de populismo, tem um único termo: baixaria. Está a descer o nível e está a prejudicar cada vez mais o clube junto de terceiros com a sua falta de educação. No momento em que o nosso clube esteja por baixo, os dirigentes e adeptos dos rivais irão decerto alimentar-se destas palavras para dar troco.

Fernando Santos – Ideias base deixadas pelo seleccionador nacional na sua primeira conferência de imprensa de antevisão a uma partida:

“O relacionamento tem sido ótimo entre todos. O ambiente tem sido excelente. As pessoas não têm de ser todas amigas e numa equipa de futebol nunca tens toda a gente no mesmo sítio a brincar. Mas tem havido total adesão de todos”

“O António – é assim que se diz em português – é um jogador que já está habituado. É mais um como é Patrício ou Beto, e podem ser Eduardo ou José Sá, que ainda ontem jogou. Está perfeitamente integrado”

“Muitas equipas estão a pagar por isso, se olharmos para os resultados da primeira jornada. Se isto é tão fácil que toda a gente vai… a verdade é que não vão todos. Atenção porque isto criou expectativas maiores. Desta forma, equipas que não podiam chegar ao Euro agora acreditam que podem. Temos é de lutar para ser primeiros e os outros que resolvam o problema deles”

“Qualquer das equipas nacionais tem uma grande responsabilidade quando entra em campo, representa um país. As pessoas estão longe do país e – eu também já fui emigrante – as coisas duplicam na carga emocional. Portanto envergar esta camisola será sempre de grande responsabilidade. Não vou poupar jogadores amanhã para terça-feira, mas durante o jogo poderei refrescar a equipa. É um adversário fortíssimo, um confronto feroz no bom sentido, com duas equipas a quererem ganhar. Vai ser um grande espetáculo e estaremos aqui de corpo inteiro, a querer levar o nome de Portugal bem longe”

“Pressão sobre ele vai haver sempre, mas não afeta nada a Seleção. A “Cristiano-dependência existirá sempre e não faz mal a ninguém, nem a ele nem aos outros, nem vai influenciar o jogo. É o melhor jogador do Mundo e é um motivo de grande orgulho ter um jogador assim. Espero dele isso mesmo, que traga a sua grande capacidade, profissionalismo e ambição de vencer, como já trouxe e vai continuar a trazer…”

Jaime Pacheco – O treinador Português já está no Cairo para assinar pelo histórico Zamalek, equipa que foi treinada no passado por Manuel Cajuda. Pacheco irá dar um novo rumo à sua carreira no Egipto depois de um interregno de quase 2 anos. A última equipa que o português orientou foram os chineses do Beijing Guoan, equipa na qual conseguiu a promoção à Superliga Chinesa de Futebol. O treinador não orienta um clube de primeira liga desde a temporada 2008\2009 (Belenenses).

uchebo

Boavista – O clube axadrezado confirmou hoje a contratação a custo zero com inscrição imediata do nigeriano Michael Uchebo. O nigeriano de 24 anos é internacional pelo seu país por 4 vezes, tendo figurado nos eleitos das Super Águias no Mundial do Brasil. Durante a sua curta carreira jogou no Enogu Rangers da Nigéria, VVV Venlo da Holanda e Cercle de Brugge. No clube belga marcou 7 golos em 55 jogos durante 2 temporadas.

Valência – O antigo futebolista Rufete, agora director-geral do Valência afirmou que o clube ché vai ao mercado com força no mês de Janeiro para reforçar o plantel treinado por Nuno Espírito Santo. As declarações proferidas pelo agora director do clube valenciano indicam que poderá ter existido uma alteração de objectivos por parte do clube ché, dispondo-se a direcção da SAD a atacar alguns alvos de mercado referenciados pelo treinador para tentar ir o mais longe possível na Liga Espanhola, não descartando a luta pelo título caso a equipa continue a somar vitórias e boas exibições como as que tem somado nestas primeiras jornadas.

Raul – É notícia na Marca. O jogador já está a treinar-se em Nova Iorque.

O jogador irá alinhar pela equipa Norte-Americana depois de ter expirado o seu vínculo com os qataris do All-Sadd. A mítica equipa que em 1977 albergou grande estrelas da história do futebol como Franz Beckenbauer, Carlos Alberto e Pelé, ou por onde também passaram Gerd Muller, Cruyjff ou Eusébio, é a campeã da NASL (uma das várias ligas norte-americanas de futebol) e pretende “subir” à MLS o mais rapidamente possível, havendo para já uma proposta de entrada junto da MLS, entidade que organiza a principal liga de futebol profissional dos Estados Unidos.

O histórico jogador espanhol será companheiro de equipa do nosso conhecido Rovérsio (jogou em Portugal no Gil Vicente e Paços de Ferreira de 2004 a 2008) e do antigo internacional espanhol naturalizado Marcos Senna, actualmente com 38 anos.

 

 

 

Momentos #28

Naquele momento em que Silvestre Varela encheu o pé com convicção e deu uma nova vida à nossa Selecção na campanha disputada na Polónia e Ucrânia.

Os dinamarqueses já nos tinham vencido em Copenhaga na última jornada da ronda de qualificação, atirando-nos para um playoff que seria disputado frente à Bósnia (também em virtude da vitória obtida pelos suecos naquele preciso dia frente à Selecção Holandesa, resultado que permitiu à turma nórdica arrebatar a posição de 2º melhor classificado de todos os grupos de qualificação). Em Lviv, os comandados de Morten Olsen estiveram a um passo de nos eliminar do Europeu, num jogo em que a nossa selecção entrou muito bem na partida com 2 golos no primeiro tempo (Pepe e Postiga) mas viria a permitir que Niklas Bendtner complicasse as coisas com dois golos ao minuto 41 e 80.

Vindo do banco aos 84″ num autêntico acto de desespero de Paulo Bento (o seleccionador trocou Meireles por Varela, passando a jogar num 4x2x4 com uma frente de ataque alargada – Varela, Postiga, Nelson Oliveira, Cristiano Ronaldo – numa altura em que os dinamarqueses poderiam ter chegado facilmente ao golo da vitória), o então jogador do Porto (agora por empréstimo aos ingleses do WBA; não convocado por Fernando Santos para este duplo compromisso) fez o 3-2 que nos permitiria sonhar com a qualificação frente à Holanda na derradeira partida do grupo.

Passados 2 anos, não tenho dúvidas em afirmar que este golo de Silvestre Varela é um dos golos mais importantes da história do nosso futebol.

Crónica #12 – Villareal 0-2 Real Madrid

Poucos dias antes de mais um embate para a Champions frente ao Ludogorets da Bulgária, o Real Madrid foi ao El Madrigal, estádio do Villareal bater a equipa da casa com 2-0 (mais um golo de Ronaldo) descomplicando com alguma facilidade um jogo que historicamente costuma ser muito difícil para a equipa merengue e, no caso do jogo de hoje, um jogo em que a turma orientada por Marcelino Garcial Toral vendeu muito cara a derrota com um estilo de jogo bastante ofensivo que causou alguns sobressaltos à baliza de Iker Casillas.

Marcelino Garcia Toral promoveu alguma rotação no plantel fazendo entrar no onze formado em 4x4x2 clássico Sérgio Asenjo na baliza, um quarteto defensivo composto por Mario, Matteo Musachio, Victor Ruiz e Gabriel; Bruno e Trigueros no meio-campo, Cani na direita, Moi Gomez à esquerda e uma frente de ataque composta pelo argentino Lucas Vietto na companhia do nigeriano Uche. No banco ficaram por exemplo habituais titulares desta equipa como Tomas Pina ou Giovanni dos Santos.

Já Carlo Ancelotti, sem poder contar com Pepe, voltou a fazer alinhar o seu onze base depois de ter colocado Keylor Navas, Illaramendi e Isco no jogo contra o Elche.

Nos primeiros minutos da partida assistimos a uma entrada de rompante da equipa do Villareal. Com processos de jogo que denotam bastante trabalho, a equipa de Toral começou o jogo a circular a bola de forma rápida a meio-campo com interessantes aberturas para os flancos onde Cani e Mario de um lado e Mói Gomez do outro tentaram por variadíssimas vezes colocar a bola na área através de cruzamentos.
No entanto, a primeira situação de perigo seria a favor do Real Madrid pelo inevitável Cristiano Ronaldo aos 4″. Gananhando a frente a Mario no flanco esquerdo, o português tirou o lateral do caminho em flecção para o centro e tentou um remate em potência que haveria de ser desviado por um adversário para canto. Do canto surgiu uma bola na área que Sérgio Ramos parou com o braço antes de chutar para o fundo das redes de Sérgio Asenjo. Undiano Mallenco invalidou de imediato o golo mas não viu no lance um empurrão de Musacchio a Raphael Varane que impediu o central francês de atacar a bola.

A conseguir ganhar as segundas bolas a meio-campo e com um sentido de distribuição apuradíssimo, tanto Bruno como Cani como Trigueros começaram a inventar algumas situações de perigo para a baliza de Casillas. Aos 7″ Uche chegou a obrigar o guardião internacional espanhol a uma defesa apertadíssima num lance em que tentou tirar Varane do caminho. O guarda-redes do Real Madrid teve 2 minutos depois que sacudir de forma muito pouco ortodoxa um cruzamento de Mario na direita com os pés. Creio que o guarda-redes espanhol quis com este toque pouco ortodoxo naquela zona do terreno sair imediatamente a jogar para Marcelo. No entanto, pôs em risco a sua baliza caso o chuto fosse parar aos pés de algum jogador do Villareal. Aos 12″ Varane teve que cortar inextremis um remate de fora-da-área de um jogador do Villareal que mudou de trajectoria devido a um desvio de Kroos. Casillas estava batido no lance.

Aproveitando o facto de Kroos e Modric estarem no centro do terreno e de Cristiano Ronaldo não ajudar a fechar o flanco direito, a equipa dos arredores de Valência começou a canalizar o seu jogo para o flanco direito.

O avião do regresso…

Ao minuto 16 passou sobre o El Madrigal um avião com um banner onde se lia “Come Home Ronaldo – United Reel”, porventura encomendado por adeptos do Manchester United.

O jogo continuou com alguma intensidade. A equipa do Real respeitou a entrada mais agressiva da equipa do Real e demorou algum tempo a entrar no jogo e a criar jogo ofensivo. Perante a confiança que os construtores do Villareal estavam a demonstrar ao conseguirem evitar a pressão exercida sobre si no meio-campo pelo tridente de meio-campo do Real, Kroos e Modric foram obrigados a pegar mais na bola. Nesta fase da partida, faltava alguma rapidez ao jogo de passes da equipa de Ancelotti a meio-campo facto que facilitava não só a organização defensiva do Villareal como a intercepção de passes a meio-campo que quase sempre eram aproveitadas pelos jogadores do submarino amarillo para sair rapidamente em contra-ataque e tentar colocar bolas nas costas dos centrais madridistas para o poder de aceleração dos seus dois velozes homens da frente. Valeu Raphael Varane aos merengues: muito atento ao longo de toda a partida, não falhou um corte ou um desarme quando foi chamado a intervir na sua raia de acção. Foi traído uma ou duas vezes pelas movimentações de Vietto mas, na globalidade do seu rendimento, foi um dos melhores em campo no El Madrigal.

Quem não consegue marcar contra o Real, ao primeiro erro que cometa…

Foi precisamente na fase de maior ascendente do Villareal na partida que o Real selou o seu triunfo.
Aos 27″ uma fantástica acção de Vietto no meio dos dois centrais do Real dá ao argentino a possibilidade de atirar à baliza de Casillas. O argentino remata em arco por cima da baliza merengue. 2 minutos depois, um lance de insistência de Cani na esquerda faz a bola rodar até ao flanco direito onde aparece Mario a rematar cruzado para defesa de Casillas.

Até que Modric e Ronaldo puseram em campo a sua excelência. Aos 32″ Kroos endossa a bola ao croata à entrada da área, e ao mesmo tempo em que este recebe, Ronaldo atrai as marcações com um movimento na frente de um defensor e permite que o croata estoire em cheio na baliza de Asenjo que pouco podia fazer para parar o forte remate do croata. O movimento de Ronaldo, visível nas imagens, faz toda a diferença no lance.

O Villareal respondeu de imediato no minuto seguinte: uma fantástica decalage de passes do flanco esquerdo para o flanco direito muito bem contemporizada faz chegar a bola a Cani que cruza para cabeceamento de Vietto ao lado da baliza de Casillas. A equipa de Marcelino Toral acreditou que era possível chegar à igualdade até ao intervalo e num lance resultante de um canto que não é aproveitada pela equipa de amarelo, James recupera a bola e lança imediatamente Benzema em velocidade com um passe longo de excelência. O francês conquista o esférico a um defensor do Villareal, tira-o do caminho e serve Ronaldo no coração da área para o 2-o. Lance típico de contra-ataque do Real com o francês a demonstrar muita inteligência na forma em como parou a bola, viu a entrada dos companheiros da área, tirou o defensor do caminho e assistiu o português para o seu 10º golo na Liga.

A equipa do Villareal não baixou os braços e até ao intervalo criou 2 situações de perigo: a primeira num remate de meia-distância de Trigueros que Casillas defendeu com dificuldade para os pés de Vietto (em fora-de-jogo devidamente assinalado por um dos assistentes de Undiano Malenco; o argentino tentaria a emenda que seria defendida por Casillas) e num segundo em que o mesmo trigueros no coração da área responde a um cruzamento de Cani na esquerda com um potente remate que é desviado corajosamente pelo brasileiro Marcelo para canto. O corte do Brasileiro equivaleu literalmente a um golo da sua equipa. A bola de Trigueros levava selo de golo. A propósito, o médio ofensivo do Villareal foi uma das figuras desta primeira parte pela rapidez que incutiu nos processos de circulação da equipa com a sua simplicidade acções (receber e passar). Na segunda parte eclipsou-se e foi substituído.

Ao intervalo, apesar da maior agressividade e arrogância demonstrada pelo Villareal na abordagem ao jogo, era o Real quem capitalizava com dois pequenos erros da equipa da casa.

Na segunda parte, como seria de esperar, para não desgastar a equipa fisicamente, Ancelotti não teve problemas nenhuns em baixar as linhas da equipa e entregar as despesas de jogo ao Villareal, apostando em saídas rápidas no contra-ataque por intermédio de Ronaldo e Benzema.

Como tal, os únicos lances de perigo foram construídos pelo Villareal:
– aos 47″ uma triangulação pela esquerda permite a entrada do lateral Gabriel na área. O remate saiu torto. O lateral adaptado, central de origem não tem pé esquerdo.
– aos 51″ Cani centrou para a área e Lucas Vietto, rodeado de 4 adversários não teve espaço para colocar o seu remate. Contemporizou bem e entregou ao remate de Mario. Lucas Vietto esteve em destaque na segunda parte. Provou ser um jogador capaz de se movimentar facilmente na área e fora desta. Por várias vezes foi fora da área receber jogo da sua linha média e acelerar a circulação de bola para os flancos, arrastando consigo Varane ou Sérgio Ramos. É um jogador bastante interessante que tanto consegue aparecer na área a finalizar as jogadas como com as suas constantes saídas da área participa do processo ofensivo da equipa, dá-lhe mais rapidez e mais inteligência e arrasta defensores consigo para abrir espaços para o seu colega de ataque poder entrar.
O jogo diminuiu de ritmo. Marcelino Toral decidiu colocar em campo em poucos minutos os irmãos Giovanni e Jonathan da Silva e o extremo Espinoza. Jonathan da Silva veio dar mais velocidade à construção de jogo da equipa com processos de passe muito simples quase sempre ao primeiro toque. Já o seu irmão prendeu imenso o jogo com as suas tentativas de drible. Carvajal não lhe permitiu muitas veleidades no duelo individual. E a equipa da casa, apesar de estar bem instalada no meio-campo merengue não conseguiu até ao final da partida construir mais oportunidades de perigo. Ancelotti limitou-se a fazer a gestão de plantel com as entradas de Nacho para o lugar de lateral-esquerdo (Marcelo teve que ser assistido a um olho, provavelmente às lentes de contacto depois de ter levado com uma bola na cara numa disputa de bola) Asier Illaramendi e Isco.

Momentos #13

3 contra o Deportivo, 4 contra o Elche. 7 golos em 2 jogos, 7 golos em 3 dias para CR7 na Liga. Bola de Ouro? O desempenho é fantástico, dou de barato. Mas, perdõem-me o desabafo, as bolas de ouro servem para premiar o desempenho individual de um atleta ao longo de um ano civil (não durante metade de uma temporada ou para glorificar o jogador que mais títulos venceu durante a temporada) e também se conquistam com exibições de gala contra “os Ganas e os Estados Unidos da América destas vidas”. E aí, sejamos francos, Ronaldo não teve a mesma eficácia que usualmente costuma ter contra as equipas que varrem o fundo da tabela da Liga Espanhola.

P.S: Coentrão e Marcelo estão em luta acesa pelo lugar. Ora Ancelotti dá a titularidade ao português durante um período considerável de jogos, ora dá pelo mesmo período ao brasileiro. Tal concorrência pela posição é o desejável para qualquer treinador de futebol. Com duas soluções fortíssimas para a posição, nem o português nem o brasileiro gostam de aquecer o banco. Quando tem oportunidades esmeram-se e o seu brio reflecte-se na prestação global da equipa.

Crónica #7 – Deportivo 2-8 Real Madrid

Cristiano Ronaldo, Karim Benzema e Gareth Bale destruiram a equipa galega. Não se pode dizer que este regresso do Real Madrid às goleadas foi um jogo de sentido único porque a equipa comandada por Victor Fernandez fez um jogo muito interessante do ponto de vista ofensivo. Defensivamente, esta equipa galega manifestou muitas dificuldades para pressionar o meio-campo do Real Madrid e conseguir defender as constantes movimentações outside e inside dos 3 da frente.

No Riazor, o Deportivo procurava dar seguimento à vitória obtida no passado fim-de-semana frente ao também recém-promovido Eibar. Já a equipa de Carlo Ancelotti, apesar de ter vencido o Basileia por 5-1 para a 1ª jornada da Champions, tentava recuperar na Corunha de duas derrotas estrondosas para a Liga (4-2 no Anoeta frente à Real Sociedad e 1-2 no Bernabeu frente aos rivais de Madrid).
Com Pepe lesionado, Carlo Ancelotti deu a titularidade ao francês Varane no eixo da defesa. Na direita da defesa, o jovem Nacho (realizou uma partida muito interessante contra o Basileia) voltou a ser rendido pelo habitual suplente para a posição (Alvaro Arbeloa). Na esquerda da defesa, o técnico italiano voltou a apostar na titularidade de Marcelo em detrimento de Fábio Coentrão que ficou no banco dos merengues.
Já Luis Fernandez apostou num onze que anda muito próximo do seu onze-base: o argentino German Lux na baliza, uma defesa composta pelo capitão Laure, pelos centrais Sidnei (emprestado pelo Benfica) e Diakité e pelo lateral-esquerdo (também ele ex-benfica) Luisinho. No meio-campo Fernandez fez alinhar o técnico bósnio Medujanin juntamente com Alex, Juanfran na direita, o antigo jogador do Barcelona Isaac Cuenca na esquerda e Luis Fariña numa posição mais avançada no terreno no apoio directo a Hélder Postiga.

O Deportivo iniciou a partida com uma abordagem muito ofensiva que se traduziu num futebol altamente flanqueado. A equipa galega depositou a bola nos seus desequilibradores nas alas, assistindo-se a bastantes cruzamentos para a área à procura do toque final de Hélder Postiga por parte do lateral Laure (na direita) ou à tentativa de acções individuais de Cuenca na esquerda. O capitão da equipa galega e o antigo jogador do Barcelona foram efectivamente os melhores em campo no que à turma galega diz respeito, apesar do catalão ter-se evidenciado demasiado individualista nas acções de 1×1 e 1 para 2 que tentou realizar várias vezes no flanco esquerdo.

Depois do arranque interessante da turma galega, Luca Modric pegou no jogo do Real. Em grande forma nas últimas semanas, o croata pegou na batuta da equipa e começou a organizar (com os seus passes a rasgar) o jogo ofensivo dos merengues. As ocasiões de golo começaram a suceder-se:
– Com muito espaço para jogar no seu flanco (Bale foi um autêntico terror para Luisinho), aos 11″, o internacional galês tirou o português do caminho e centrou para um cabeceamento de Ronaldo (solto da marcação de Sidnei; o antigo central do Benfica nunca acertou com a marcação ao português ou ao galês Bale sempre que este apareceu nas imediações da área; prova disso foram os dois golos obtidos pelo galês na partida) para uma defesa fácil de Lux.- Iniciando um processo de construção recheado de tabelas a meio-campo e tabelas à entrada da área com a devida envolvência de Karim Benzema (ao vir buscar jogo à entrada da área arrastou consigo os centrais e abriu espaços para a entrada de Ronaldo ou Bale) perante um Deportivo que fez povoar muita gente à entrada da área em zona central, mas, que no fundo foi uma equipa pouco pressionante no primeiro-tempo, aos 15″, o francês veio buscar uma bola fora da área, rodou sobre vários adversários, entrou na caixa e desmarcou Gareth Bale na direita com o Galês a rematar para defesa de German Lux que, neste lance em específico, revelou muita coragem na saída realizada aos pés do galês.
– Aos 19″, depois de Cuenca não ter dado melhor seguimento à tentativa de marcação de um canto curto, James Rodriguez recuperou o esférico, lançou em contra-ataque pela esquerda Luca Modric, que por sua vez, depois de passar em slalom por dois adversários, abriu o jogo para a direita, encontrando Ronaldo. Sem pressão imediata por parte de Luisinho ou Alex, o português teve todo o tempo do mundo para receber a bola e ensaiar o seu poderoso remate que haveria de sair ao lado da baliza de Lux.

O primeiro golo do Real avizinhava-se perante uma equipa da Corunha que tinha em Medujanin o verdadeiro patrão do meio-campo e em Cuenca o criativo. No entanto, defensivamente, a equipa da Corunha foi extremamente permeável pelo trio de ataque da equipa madrilena na medida em que a mobilidade do trio da frente da equipa (mais James) fez com que a equipa de Fernandez não acertasse com as marcações.
Este primeiro golo viria aos 28″ quando Arbeloa cruzou da direita para uma fantástica impulsão de Cristiano Ronaldo e um cabeceamento em arco perfeito que Lux jamais conseguiria defender. Se os gestos físico e técnico (impulsão e cabeceamento) do português foram absolutamente formidáveis (inacessíveis a grande parte dos avançados mundiais), posso também afirmar que este golo só aconteceu porque Sidnei deixou completamente solto o português e chegou bastante tarde ao lance.

Benzema continuou a ir buscar muito jogo fora da área. Aos 31″ voltou a vir buscar jogo a Modric fora, para depois efectuar um remate rasteiro para defesa fácil de Lux. Aos 35″ foi ao flanco esquerdo construir o lance do 2º golo madrileno. Com um gesto simples, passou a bola para James numa posição mais interior à entrada da área e o colombiano num remate em arco (perfeito) colocou a bola no canto superior direito da baliza de German Lux. O argentino limitou-se a olhar para o redondo arco que o craque colombiano colocou naquele remate que deu o 0-2 para a equipa de Carlo Ancelotti.

A equipa galega perdeu o norte e passados 6 minutos haveria de sofrer o 3º golo (novamente em contra-ataque) numa parvoíce pegada de toda a defensiva galega (German Lux sai antecipadamente ao lance e comete falta; lei da vantagem bem assinalada por Perez Montero) permitindo o bis a Ronaldo.

Ao intervalo, a vantagem de 3 golos do Real e avizinhava uma 2ª parte minimamente tranquila em que a turma de Ancelotti poderia gerir o jogo a seu belo prazer e gerir o esforço. Porém, os galegos queriam dar uma melhor imagem do que aquela que foi dada no primeiro tempo.

Luis Fernandez iniciou o segundo tempo com uma alteração. Ivan Cavaleiro entrou para o lugar do “ausente” Postiga. Assentes na distribuição de jogo do bósnio Medujanin e nos desequilíbrios que Cuenca tentava dar à equipa através das suas acções individuais em drible nas alas, o Depor deu bastante alento à sua fiel massa adepta (no final da partida todo o Riazor aplaudiu de pé os seus jogadores) entrando a todo o gás no 2º tempo.

Cientes que já tinham perdido o jogo, os galegos arriscaram no ataque, aos 49″ Luisinho subiu pela esquerda e centrou para Cuenca cabecear contra Sérgio Ramos. Perez Montero considerou que o central cortou a bola com o braço, apesar do lance ser duvidoso, e assinalou prontamente uma grande penalidade que Medujanin converteu para 1-3. Os galegos acreditaram que podiam tirar mais proveito do jogo: dois minutos depois Isaac cuenca trabalhou na direita e rematou para defesa incompleta de Casillas para os pés de Cavaleiro. O português foi lesto a atirar a contar, deixando Casillas emendar o erro cometido com uma palmada que impediu o jogador emprestado pelo Benfica à equipa galega de fazer o 2-3.
Aos 56″, Casillas defendeu um remate frouxo de Luis Fariña. Dois minutos depois, num simples e rápido lance em contra-golpe no qual o ataque do Depor fez rodar o esférico do centro para o flanco direito e do flanco direito para Ivan Cavaleiro na esquerda com um passe longo, o português teve espaço para ensaiar o remate fazendo um remate em arco por cima da baliza do internacional espanhol.

As constantes ameaças dos galegos à equipa de Casillas levaram Carlo Ancelotti a refrescar o meio-campo com a entrada de Isco e Illarramendi (Modric perdeu o meio-campo quando sobressaiu Medujanin) e o ataque com a estreia de Chicarito Hernandez na Liga Espanhola. O Real voltou a ganhar o meio-campo e a partir dessa base construiu com um futebol esteticamente bonito a sua goleada triunfal:
– Aos 65″ Marcelo tirou da cartola um incrível passe em desmarcação para a área a rasgar para a entrada de Bale que atirou para o fundo das redes de Lux com a bola a entrar caprichosamente depois de ter tocado no poste direito da baliza do Depor.
– Numa jogada tirada a papel químico (só mudou o autor da assistência e o tipo de finalização executada pelo galês), Isco solicitou Bale com um passe semelhante aquele que foi realizado por Marcelo minutos antes com o galês a apostar desta vez com um remate picado por cima de Lux. Mais uma vez Sidnei e Diakité ficaram pregados ao solo aquando da desmarcação do galês.

Para fechar a contagem Sidnei cometeu um erro proibido em zona defensiva que permitiu o hat-trick a Ronaldo (1-6) e Chicarito (aquele que era conhecido em Manchester por aparecer muito bem ao 2º poste a finalizar jogadas de ataque dos Red Devils) mostrou que também é um jogador capaz de rematar de meia distância, marcando 2 golos de belíssimo efeito. Pelo meio aos 83″, Verdu fez o 2º golo para os galegos num jogo em que pelo que a equipa galega fez ofensivamente não merecia ter saído com tamanha goleada. A equipa do Real demonstrou uma eficácia quase perfeita na hora de atirar à baliza, materializando em golo praticamente todas as ocasiões que teve ao longo dos 90″ Defensivamente, esta equipa do Corunha tem muito trabalho pela frente para não sofrer mais dissabores no decurso desta temporada. Com dois centrais que demonstraram ter imensas dificuldades na marcação frente a equipas que optem por jogar com 2 pontas-de-lança ou com a incursão de um 2º jogador na área, com um lateral esquerdo que é muito permeável defensivamente e com um meio-campo que é capaz de organizar e criar mas mostra-se incapaz de pressionar, Fernandez terá que rectificar alguns destes pontos para poder alcançar o objectivo principal da histórica equipa galega, agora presidida por uma junta de salvação constituída por adeptos após a destituição da presidência do também ele histórico Augusto César Lendoiro no ano passado.

 

breves #15

FC Porto – O jovem médio Oliver Torres explicou ao jornal O Jogo os motivos que o levaram a optar pelo Porto: “Quando um clube como este [FC Porto] te escolhe, abre-te o coração, os olhos e o entusiasmo. E mais ainda quando Julen Lopetegui, que foi meu treinador nas categorias inferiores da seleção durante uns quatro anos, veio para cá. Graças a ele estou aqui, mas sobretudo posso jogar. Desde o primeiro momento que o mister me transmitiu a sua confiança e não posso fazer outra coisa que não seja retribuir. E espero fazê-lo trabalhando no duro e jogando bem. Em Portugal também se vive o futebol de maneira muito intensa. Os adeptos são muito entusiastas e vivem cada jogo até aos limites. Eu tinha opções de ingressar noutras equipas com menor pressão, mas creio que o FC Porto era o melhor por tudo: para aprender, para crescer e, acima de tudo, para eu tentar ajudar o clube nos seus objetivos.”

José Mourinho – Na entrevista dada pelo treinador do Chelsea à TVI\MaisFutebol, também abordou a sua passagem por Madrid.

Sobre Cristiano Ronaldo: “A relação não existe. Ele joga pelo Real Madrid e eu sou o treinador do Chelsea. A relação não existe, apenas as memórias. Lembro-me do bom e do que não foi tão bom. Tenho que me lembrar de um rapaz que é uma máquina de marcar golos que me ajudou a ser campeão, a ganhar a Copa do Rei e a Supercopa. Provavelmente também o ajudei a ele e nos ajudámos todos mutuamente a fazer história, ao ganhar o campeonato dos 100 pontos frente à melhor equipa da história do Barcelona. Do Cristiano Ronaldo jogador guardo as melhores recordações e desejo-lhe o melhor para a sua carreira, mais na selecção do que no clube, porque sempre que saio de um clube tenho gosto que os meus antigos jogadores continuem a ter exitos.

Sobre a passagem por Madrid: “Por um lado a consecução de um objectivo que já estava claramente definido quando fui: ganhar os três campeonatos mais importantes do mundo. Esse objectivo era importante. De resumo tudo a uma frase: poderia voltar atrás e assinar novamente pelo Real Madrid? Sim, claro que sim! Fui uma experiência como homem e como treinador que voltaria a repetir sem pensar duas vezes! (…)”
(…) quando perguntado se voltaria a fazer o mesmo em Madrid: “Se um treinador se auto-critica permanentemente, como faz a minha equipa técnica, obviamente que em todos os clubes em que este passou não faria tudo igual”

O balneário foi um problema?– “Não vou fazer o que nunca fiz: grandes explicações sobre os meus anteriores clubes. Não me irão ver falar sobre o que aconteceu no passado, seja positivo ou negativo. (…) Saí do Real Madrid com uma relação fantástica com o presidente, com o director-executivo e com toda a estrutura profissional depois de tomarmos uma decisão que era a melhor para a minha carreira na altura.

Pode ser seleccionador em 2010? – “Não, não. Fui seleccionador durante algumas horas. (…) Foi tudo inesperado. João Rodrigues e Madaíl foram a minha casa a Madrid e foram perspicazes. Tocaram-me ao coração e convenceram-me a aceitar. Comecei a preparar na minha cabeça o próximo encontro e falei com o presidente Florentino Perez, que me pediu tempo para pensar. Quando depois me disse “essa situação é impossível, tenho que defender os interesses do Real Madrid e também a ti” não o aceitei bem. No dia seguinte tive que decidir: “estou totalmente de acordo. É uma situação que não pode acontecer um grande clube”

Na referida entrevista, Mourinho também falou do Chelsea, da contratação de Cesc Fabrègas e das novas regras de fairplay financeiro da UEFA, regras que tem sido ultimamente alvo de comentário do treinador português. Mourinho continuou a referir que essas regras promovem a desigualdade no futebol europeu.

Nani

Nani – O antigo central do Liverpool Jamie Carragher afirmou num painel de comentário da Sky Sports que caso o jogador português jogasse ao nível que está a jogar em Alvalade, provavelmente ainda estaria em Inglaterra. O histórico capitão do Liverpool afirmou que os adeptos do Manchester United estavam cansados das prestações do internacional português ao serviço do clube: “Acho que, se tivéssemos visto um pouco mais do Nani, ele provavelmente ainda estaria aqui. Para o fim, os adeptos já estavam fartos dele. Se ele jogasse sempre assim e se tivesse feito mais coisas como este golo que marcou ao Maribor, ainda estaria no United.”

O golo de Nani ao Maribor foi eleito um dos 5 melhores golos da jornada da Champions League.

Adrien Januzaj – Em Inglaterra surgiu um rumor que afirma que o jovem belga poderá rumar à Juventus por empréstimo em Janeiro. É do interesse do treinador do Manchester United Louis van Gaal conseguir a contratação de Arturo Vidal na reabertura do mercado.

Liga dos Campeões Merece destaque este artigo de opinião postado no Modalides.com.pt. E se uma das equipas da Liga se transformasse numa equipa da NFL?

Crónica #4 – Champions League – Real Madrid 5-1 Basileia

Os merengues entraram com o pé direito na defesa do título europeu conquistado na temporada passada com uma goleada de 5-1, executada sobre a frágil equipa do Basileia orientada pelo português Paulo Sousa. O técnico português, por duas vezes vencedor da competição, uma pela Juventus em 1996 e outra no ano seguinte pelo Borussia de Dortmund, estreou-se na competição enquanto treinador. Pode-se dizer que foi uma estreia que o português decerto nunca se irá esquecer.

Na conferência de imprensa de antevisão da partida, dadas as duas derrotas somadas pelo Real Madrid nas últimas partidas disputadas frente a Real Sociedad (4-2 no Anoeta em San Sebastian) e Atlético de Madrid (no sábado no Bernabeu por 1-2), o italiano Ancelotti tentou aplacar a fúria dos adeptos (na segunda-feira dezenas de adeptos do clube fizeram uma espera aos jogadores à saida do Centro de estágios do clube em Valdebas; Toni Kroos e Iker Casillas foram insultados por alguns adeptos enquanto Gareth Bale viu dois adeptos pontapear-lhe o carro) e moralizar a sua equipa, afirmando que o jogo contra o Basileia poderia servir de ânimo para os seus artistas modificarem o rumo dos acontecimentos e inverterem os resultados negativos e a instabilidade que tem cirandado sobre o balneário da equipa após as polémicas declarações de Cristiano Ronaldo acerca da política de transferências levada a cabo pela direcção liderada por Florentino Perez.

Neste primeiro teste na Champions, o Real tinha como adversário o campeão suiço, o Basel FC, equipa que tem passado as últimas temporadas em clara ascenção no futebol europeu. Há 3 anos, esta equipa suiça, eliminou o Manchester United de Sir. Alex Ferguson na fase-de-grupos da prova (num grupo onde também estava o Benfica) e no ano passado, a equipa suiça logrou vencer em Stamford Bridge por 2-1, num jogo onde Mohammed Salah haveria de confirmar a sua transferência para o Chelsea (consumada pelo maravilhado José Mourinho em Janeiro). A equipa suiça tem aproveitado a Champions para valorizar bastantes activos (já lucrou mais de 70 milhões de euros com as vendas de Xherdan Shaqiri ao Bayern, Granit Xhaka ao Borussia de Moenchagladbach, Mohammed Salah ao Chelsea, Aleksandr Dragovic ou Valentin Stocker ao Hertha de Berlim). Para isso muito contribuiu também o trabalho realizado por antigo internacional suiço Murat Yakin (irmão do histórico jogador do clube Hakan Yakin) no comando técnico do clube.

Acossado pela imprensa espanhola, bastante crítica na forma em como o italiano descompensa as alas com as ausências de Bale e Ronaldo nas tarefas defensivas (como não descem, o lateral fica por norma a defender em inferioridade numérica; nem sempre Kroos ou Modric compensam porque tem jogado em inferioridade no meio-campo contra todos os adversários), o italiano decidiu promover duas alterações para a partida, fazendo entre o jovem Nacho Gonzalez e Marcelo para os lugares de Alvaro Arbeloa e Fábio Coentrão.
Na equipa de Paulo Sousa, o português abordou a partida assente num interessante 3x4x2x1 constituído por 3 centrais fixos (Schar, o veteraníssimo Walter Samuel e o checo Suchy), 2 alas (Behrang Safari à esquerda e o albanês Taulant Xhaka à direita, irmão de Granit Xhaka), 2 centrocampistas (Elnessy e Fabian Frei), 2 médios de índole ofensiva (Zuffi e o paraguaio Derlis Gonzalez, jogador que o Benfica foi buscar há uns anos ao paraguai) no apoio ao fixo Marco Streller.

Nos primeiros minutos da partida, num ritmo de jogo bastante sereno, o Basileia tentou aproveitar as dificuldades que este Real manifesta no jogo interior (DiMaria faz tanta falta neste meio-campo) para defender de forma muito organizada (povoando bem o meio-campo, Paulo Sousa colocou 4 contra Modric e Toni Kroos; o que é facto é que o alemão e o croata mexeram bem na organização de jogo quando o jogo assim o pediu), uma linha de 5 a defender em linha e um meio-campo que rapidamente vasculava para as alas sempre que a bola caía em James (mais à esquerda) ou Ronaldo (mais à direita). O treinador português deu muitas indicações durante a primeira meia-hora para os seus alas e devida compensação às alas pressionarem Ronaldo e não deixarem o português embalar pela linha.

O português haveria de criar a primeira situação de perigo logo aos 5″ quando, driblando Safari na direita atirou forte por cima da barra de Vaclik. O checo limitou-se a controlar. Tentando arrefecer qualquer ímpeto inicial que o Real mostrasse no início da partida, o Basileia circulava bem a bola a meio-campo mas não conseguia criar uma jogada digna desse nome. Nem a concertação defensiva haveria de impedir aos 13″ o primeiro golo da partida quando na direita Nacho quis servir Benzema na área e viu a sua tentativa de cruzamento desarmada por Suchy directamente para a baliza do seu guardião. Mesmo a complicar bastante o jogo, o Real iniciava uma goleada de forma tranquila.

O Basileia tentou responder de seguida: Taulant Xhaka esboçou o cruzamento da direita para o experiente Marco Streller que à boa moda de um ponta-de-lança digno da posição se antecipou ao primeiro poste a Pepe e empurrou às malhas laterais da baliza de Casillas com o espanhol a controlar o lance. Casillas foi assobiado durante quase toda a partida, excepção feito aos aplausos que o Bernabeu lhe brindou a meio da primeira parte, ainda por causa dos golos sofridos contra o Atlético de Madrid, golos nos quais, a meu ver, não teve culpa nenhuma.

modric 2

O jogo estava a ser monótono. O Real continuava a apostar num jogo exterior, devidamente distribuído com sucessivas rotações de flanco por parte de Toni Kroos, onde Ronaldo tentava criar desequilíbrios no 1×1 (sem efeitos práticos) ou Marcelo, bem subido no terreno tentava servir Benzema e Bale na área (mais uma vez Bale, Ronaldo e James trocaram várias vezes de posicão, com o galês a iniciar o jogo bem perto do francês). Quando o croata Modric se libertou da pressão que era feita pelo egípcio Elnessy na companhia de Zuffy o jogo acelerou e os merengues construíram o seu resultado.

Logo após uma cabeçada de Pepe que Vaclik teve que defender com uma enorme defesa de recurso, com duas jogadas de génio aos minutos Modric desbloqueou um jogo opaco: aos 29″ quando combinou com Ronaldo num primeiro momento a meio-campo, desmarcando de seguida com um longo passe de trivela Gareth Bale pela esquerda à entrada da área (Bale consumaria o acto de rebeldia do croata com um arqueado chapéu sobre Vaclik seguido de uma emenda triunfal para a baliza do checo) e de seguida, no minuto seguinte, num passe, também ele de trivela para a direita para a corrida de Bale sobre o central Suchy seguido de cruzamento típico para a pequena área onde surgiu Cristiano Ronaldo a empurrar para a baliza do Basileia, fazendo o seu primeiro golo desta temporada na prova (72º na prova; é novamente melhor marcador da prova à condição com mais 1 golo que Lionel Messi).

O croata montou o espectáculo, colheu no seu bolso a aficción que se deslocou ao Bernabeu, meteu a viola no saco e geriu a sua partida da melhor forma que soube.

6 minutos depois seria James a obter o 4º golo: numa fantástica jogada iniciada por Benzema, Ronaldo e Bale demonstraram toda a sua inteligência quando o português, tirando um adversário do caminho da bola já na área viu a movimentação de Bale a entrar na pequena área (processo ofensivo que o português e o galês fazem constantemente) mas também viu que 4 jogadores do Basileia encaminharam-se para anular o galês. De forma inteligente, Ronaldo colocou para trás onde apareceu Benzema sozinho a rematar para defesa incompleta de Vaclik para a frente. Surgido de trás, o colombiano só teve que empurrar para o 4-0.

No minuto seguinte…

Aos 37″ o Basileia resumiu-se à sua defesa. Não conseguindo elaborar uma jogada com cabeça, tronco e membros, a equipa suiça não só perdia demasiadas bolas a meio-campo quando tentava sair como fazia as transições em contra-ataque sempre que podia num ritmo bastante lento que permitia à defesa do Real Madrid reagrupar-se e reorganizar-se rapidamente. Só aos 37″ num lance todo ele desenvolvido ao primeiro toque desde a saída de jogo por parte do veterano Walter Samuel é que a bola veio parar ao paraguaio Derlis Gonzales (aproveitando um furo existente entre Sérgio Ramos e Marcelo; o primeiro porque largou o seu oponente directo para ir pressionar a meio-campo e o lateral porque não fechou o espaço no miolo deixado pelo central) que aproveitou para marcar o tento de honra da sua equipa num remate rasteiro cruzado que não deu hipóteses de defesa a Casillas.

Derlis Gonzalez foi o mais esclarecido em campo por parte do Basileia. O paraguaio revelou-se muito mexido, procurando muito a bola e, sendo rápido na recepção e passe, procurou quase sempre jogar fácil, ou seja, receber, passar novamente e encaminhar-se para um espaço para receber novamente.

No minuto seguinte, Marco Streller cabeceou para defesa fácil do guardião espanhol. O lance colocou novamente a equipa de Ancelotti em alerta e o Real voltou ao ataque, guardando a posse de bola até ao intervalo.

Na 2ª parte, extremamente enfadonha diga-se, Derlis Gonzales tentou o 2º golo mas viu Casillas negá-lo com uma defesa onde mostrou os seus apurados reflexos. Fabian Schar teve uma oportunidade aos 76″ e aos 79″ Benzema e Ronaldo destruíram a defesa de Paulo Sousa e o francês selou a goleada madrilena com o seu poderoso remate.

Breves #11

Benfica 1 – Benfica e Jonas chegaram a acordo. O internacional brasileiro de 30 anos será reforço do Benfica, assinando pelo clube encarnado numa transferência a custo zero. Relembro que apesar do mercado de transferências ter sido encerrado no passado dia 1 de Setembro, a Liga Portuguesa assim como algumas ligas estrangeiras aceitam inscrições de jogadores que estejam sem contrato no momento da sua contratação. O Jornal A Bola bem como a TSF avançam que o jogador deverá ter reduzido o seu ordenado base em Valência em 40% para assinar pela equipa encarnada, podendo vir a auferir um valor próximo dos 600 mil euros anuais.

Benfica 2 – O Benfica inaugura a 4ª jornada da Liga Portuguesa no Bonfim, defrontando às 20:30 o renovado Vitória de Setúbal de Domingos Paciência.

Manchester United – Alguns órgãos de comunicação social britânicos tem afiançado que o Manchester United já terá inquirido o seu parceiro de negócios Jorge Mendes, empresário de Cristiano Ronaldo, quanto à possibilidade do astro português regressar à equipa britânica na próxima temporada. Os Red Devils deverão ter uma verba de 68 milhões disponível para oferecer ao Real Madrid pelos serviços do português. O Guardian afirma na sua edição online que Ronaldo não pretende mudar-se para Manchester, mas, tudo indica que Mendes já estará a tentar convencer o jogador a pressionar a direcção do Real a vendê-lo no próximo verão. A contratação de Ronaldo também poderá estar inserida na estratégia da Adidas, novo patrocinador do clube a partir da próxima temporada, para a América do Norte, região do globo onde a marca alemã tem vindo a perder alguma quota de mercado. A presença de Ronaldo em Manchester poderá enquadrar-se na estratégia de recuperação de perdas que a marca alemã pretende para aquele mercado.

Barcelona

barcelona 4

barcelona 5

A equipa catalã pediu autorização à Liga Espanhola para utilizar pela primeira vez em Nou Camp o equipamento Senyera, 3º equipamento do clube, no jogo deste fim-de-semana frente ao Athletic de Bilbao. Depois do Guardian ter afirmado que actuais e antigos jogadores da equipa catalã como Andrés Iniesta, Gerard Piqué, Carles Puyol, José Maria Bakero ou Sergi terem estado ontem na marcha pela independência que ocorreu nas ruas da cidade condal nos festejos do Dia Nacional da Catalunha, o clube negou ontem que a utilização de um equipamento com as históricas cores da bandeira catalã tenha interesses políticos. Contudo, o referendo da independência que será levado a cabo pelo governo regional catalão aos cidadãos daquela região está próximo.

Por mais que o clube catalão tente negar o seu envolvimento em jogadas políticas de cariz separatista e independentista, é inegável o seu papel na causa e o poder de mobilização que o clube tem junto da sociedade catalã.

Barcelona 2 – Xavi afirmou ontem que nos últimos dias de mercado recebeu uma chamada do seu antigo treinador no clube catalão Pep Guardiola onde este o tentou convencer a transferir-se para o clube bávaro. O técnico espanhol prometeu ao jogador, segundo palavras do próprio, dobrar o salário que actualmente aufere no clube culé. O fervoroso fã do Barcelona, único clube que conheceu na carreira de jogador, recusou a proposta e afirmou estar feliz com as suas novas funções no plantel orientado por Luis Enrique.

Breves #5

Benfica – A Benfica SAD comunicou hoje à CMVM a opção de compra de 85% da parte que não detinha da Benfica Stars Funds, fundo que será extinto no final deste mês.  A 31 de Julho, a carteira de jogadores detida pela Benfica Stars Fund, um fundo de mercado mobiliário fechado, estava cifrada em 50,4 milhões de euros contendo 15% dos direitos económicos de Nico Gaitán, 50% de Ruben Amorim, 10% de Franco Jara, 30% dos direitos económicos de Maxi Pereira, 40% dos direitos económicos de Sidnei, 20% dos direitos económicos do sérvio Filip Djuricic, 25% do sérvio Miralem Sulejmani, 25% do avançado Nélson Oliveira e 20% do uruguaio Urretaviscaya.

FC Porto – O médio Casemiro revelou ontem ao Jornal O Jogo que já se sente bem adaptado no clube azul e branco e na cidade do Porto, referindo que a transferência para o FC Porto não foi um passo atrás mas sim “3 passos para a frente”

Manchester United 1 – A imprensa inglesa aponta que os Red Devils poderão estar a preparar uma investida por Cristiano Ronaldo. O regresso de CR7 a Manchester é muito desejado pela direcção do clube e por Louis van Gaal. A proposta que a equipa de Manchester deverá fazer à equipa madrilena deverá rondar os 68 milhões de euros.

Manchester United 2 – Na sequência do altíssimo valor dispendido pela equipa de Manchester nas transferências de Falcão e Angel DiMaria, José Mourinho questionou o cumprimento das regras de fairplay financeiro por parte da equipa de Manchester. Porém, é de relembrar ao técnico português que a equipa do Norte de Inglaterra terá um encaixe fortíssimo nas suas receitas no próximo verão quando entrar em vigor o patrocínio com a Adidas. A equipa de Inglaterra afirmou que irá receber da marca alemã perto de 200 milhões de euros a pronto no próximo verão pelo contrato assinado de 4 temporadas com a marca de equipamentos desportivos, sendo que esses 200 milhões entram directamente para as receitas acumuladas na próxima temporada.

Manchester United 3\PSG – Apesar do mercado estar fechado, Louis van Gaal já pensa na abertura em Janeiro. Para o efeito, o holandês deseja dois reforços: o holandês Kevin Strootman da Roma (desejado também pelo PSG; surgiu hoje um rumor que o PSG estará disposto a dar 22 milhões de euros pelo internacional holandês mais o jovem médio Rabiot; jogador que já pediu para sair do clube parisiense) e o médio da Juventus Arturo Vidal. Para conseguir os dois médios, van Gaal e a direcção de Manchester pretendem vender já em Janeiro Juan Mata, extremo\avançado adquirido em Janeiro ao Chelsea por 45 milhões de euros.

Breves #2

«Conheço o Cristiano muito bem. É o melhor jogador do mundo e a sua lealdade ao clube é inquestionável. Ouvi as declarações completas e, como o conheço, sei que não colocou em causa o clube. A minha relação com ele é perfeita, sem discrepâncias. Cristiano Ronaldo é o melhor do mundo, o que é óbvio, novamente este ano» – Florentino Perez, presidente do Real Madrid.

Ou pelo menos a relação vai sendo aperfeiçoada à medida dos cheques que vão sendo passados para as sucessivas renovações contratuais.