Momentos #42

O golo é um frango. Mas não apaga o genial lance do mustang que salvo Lopetegui de mais uma salva de fogo cruzado. Depreende-se o óbvio, indiferente do estilo de rotação que o técnico visa executar: Quaresma é um fixo no onze do Porto doa a quem doer porque é um jogador que num lance repentido saca de uma grande acção individual e resolve uma partida que esteja a ser difícil de desbloquear. Compreende-se que o treinador se sinta mais motivado a actuar com os jogadores que bem conhece do trabalho de campo executado nas selecções de Espanha (caso de Adrián) porque todos os treinadores gostam de trabalhar com jogadores que conhecem profundamente tanto no plano desportivo como no plano mental, pessoal e social, mas, negar a titularidade a Quaresma nesta altura do campeonato é como dar um tiro no próprio pé. Ou cavar a sua própria sepultura, tendo a noção da influência do jogador no balneário e junto dos dirigentes e adeptos do clube.

O FC Porto pode considerar-se apurado para a próxima fase.

 

Resumo da 3ª eliminatória da Taça

No jogo grande da ronda, disputado no Estádio do Dragão, o Sporting de Marco Silva voltar a demonstrar muita ambição perante um FC Porto de Lopetegui completamente desarrumado, desorganizado e acima de tudo intranquilo.

O Sporting mereceu por completo a vitória. Foi a equipa com mais ocasiões de golo, voltou a entrar em campo (assim como já o tinha feito no jogo a contar para o campeonato) com mais ofensividade, com mais força e com mais assertividade no meio-campo, quer no posicionamento, quer na batalha das 2ªs bolas e ressaltos, quer nos processos de construção de jogo, quer na pressão. Ao pressionar alto nos momentos-chave do jogo, a equipa orientada pelo antigo técnico do Estoril, condicionou desde logo a saída de bola a partir de trás da equipa nortenha, e limitou-se a aproveitar cabalmente duas falhas de Ivan Marcano e Casemiro. Se no lance do primeiro golo, o espanhol poderia ter feito muito melhor (não tendo opositores nas costas só teria que ter deixado aquela bola para a saída dos postes de Andrés Fernandez), no lance do golo de Nani, o brasileiro ficou muito mal na fotografia ao cometer um erro que decerto nem um iniciado o faria.

Este Porto de Lopetegui é uma equipa bastante segura. Defensivamente, a equipa não consegue fazer a devida pressão tanto no meio-campo como na defensiva. Se a dupla Adrien e João Mário jogaram e organizaram o que quiseram durante os 90 minutos por inexistência de pressão a meio-campo por parte de Herrera e Casemiro, Nani, por exemplo, jogou com total liberdade, não sendo pressionado imediatamente assim que tinha bola. Logo ao primeiro minuto poderia ter marcado naquele remate que embateu no poste de Andrés Fernandez, e ao 38º minuto marcou, aproveitando a falha do antigo jogador do Real Madrid devidamente explorada por Freddy Montero, sem que qualquer opositor nas imediações saísse imediatamente ao seu encontro para condicionar ou até mesmo bloquear o remate.

Ao nível ofensivo, os efeitos da rotatividade fazem-se sentir. Este Porto para já não tem quem carregue o piano, ou seja, não tem um verdadeiro organizador de jogo a meio-campo, capaz de ir buscar a bola aos centrais, pegar no jogo a meio-campo e organizar o jogo da equipa com criterio. No sector ofensivo, é uma equipa cujos jogadores ainda não sabem bem que terrenos ocupar. Quintero começou no meio mas encostou-se várias vezes ao flanco direito. Adrian deveria ter começado na esquerda, mas foram várias as vezes em que tentou colocar-se nas costas de Jacksou ou explorar o flanco direito, Oliver acabou por descair muitas vezes para o flanco esquerdo quando Adrian tentou procurar outros terrenos. A mobilidade é defendível em qualquer equipa, mas, a de Lopetegui peca por desposicionalidade. A equipa está desrotinada, facto que é motivado pela não-utilização de vários jogadores de forma consistente por vários jogos. À falta de rotinas teremos que somar, a falta de um organizador de jogo e as constantes perdas de bola que esta equipa promove no passe. Tudo défices provocados pela inexistência de rotinas. E as rotinas de jogo só se atingem quando existem: 1. um onze base previamente definido e trabalhado pelo treinador. 2. quando todos os jogadores sabem o que é que o treinador e os seus colegas esperam de si ao nível de posicionamento, funções, mecanismos, movimentos e comportamentos. 3. quando o modelo é finalmente trabalhado em conjunto. Se Lopetegui quer inserir um modelo parecido com o modelo do tiki taka no qual todos os jogos são controlados pelo domínio na posse de bola, isso implica que a equipa começasse antes de qualquer outro departamento de jogo, a treinar uma apurada circulação de bola, coisa que, de momento, não está nem por sombras optimizada nesta equipa do FC Porto.
E isso viu-se no sábado frente ao Sporting. Sempre que a equipa do Sporting pressionou e tapou as linhas de passe, quer na saída pelos centrais, quer no meio-campo, Herrera e Casemiro falharam imensos passes e a equipa do Porto tentou invariavelmente, porque a linha defensiva montada por Marco Silva assim o permite, jogar a bola para as costas da defesa. Foi graças a esse tipo de jogo que o Porto criou as suas maiores oportunidades de golo. Na 1ª parte Adrian apareceu por uma vez na cara de Patrício (na segunda, um assistente de Jorge Sousa assinalou mal fora-de-jogo) e Jackson aproveitou as facilidades concedidas pelos centrais do Sporting (não só o puseram em linha como nenhum deles estava a marcá-lo) para fazer o golo do empate.

Na segunda-parte, o momento decisivo foi claramente o penalty falhado por Jackson (discutível e precedido de posição irregular do avançado) quando a equipa do Porto estava próxima de obter o empate. Pode-se dizer que esta poderia ter beneficiado novamente de uma grande penalidade (com expulsão) a castigar um braço na bola de Jonathan Silva. Admito que sim. Ao cortar o livre com os pés, o jogador do Sporting demonstra uma certa intencionalidade de erguer os braços e aumentar o volume do corpo para não deixar passar aquele livre de qualquer maneira. No entanto, tal resultado seria injusto para aquilo que o meio-campo do Sporting fez (William recuperou muitas bolas e foi sereno na hora de iniciar as transições ofensivas do Sporting, ora guardando muito bem a bola quando não teve linhas de passe, ora abrindo o jogo por várias vezes para os flancos; Adrien e João Mário foram duas formiguinhas tanto no plano ofensivo como no plano defensivo; os três pressionaram imenso durante toda a partida, obrigando o meio-campo do FC Porto a errar; e sempre que o Porto furava a pressão do meio-campo do Sporting, tanto Adrien como William não tiveram pejo nenhum em matar vários lances ofensivos da equipa de Lopetegui com pequenas faltas a meio-campo impassíveis de sanção disciplinar).

Depois do penalty de Jackson, entraram Tello e Brahimi. O argelino foi duramente travado por Cedric. O lateral do Sporting fez duas faltas preciosas sobre o argelino que num lance individual, rodeado de vários jogadores do Sporting na área, quase fez o empate. Do outro lado, Jonathan Silva recorreu sempre à falta quando viu a sua posição ameaçada, demonstrando que esta equipa do Sporting não é de modas no que toca à agressividade.
Marco Silva respondeu com a entrada de Slimani para o lugar de Freddy Montero. Montero foi muito trabalhador. Não recebeu muito jogo na área, preferindo sair fora desta para colaborar com a circulação de jogo da equipa e abrir espaços, sobretudo para as incursões de Nani pelo corredor central\área. Nani, João Mário e Cedric entendem-se às mil maravilhas pelo flanco direito. E dos pés do argelino, nasceria o último golo da partida. O trabalho individual (com os pés) de Slimani frente a Marcano é fantástico (mostra a evolução que Marco Silva está a fazer com o jogador) oferecendo literalmente o golo a Carrillo que aparece muito bem na área para colher o ressalto vindo do remate do argelino.

Na Covilhã, os Leões da Serra, equipa da 2ª liga, colocaram imensas dificuldades ao plano B de Jorge Jesus para esta temporada e estiveram muito perto de fazer Taça. Excelente exibição da equipa orientada por Francisco Chaló. O Sporting da Covilhã não se deu como batido após o lance do primeiro golo, colocou muita intensidade no seu jogo, saíndo muito bem em transições rápidas, aproveitando os erros do adversário (especialmente de Loris Benito no lance do primeiro golo) e foi uma equipa extremamente pressionante em redor da sua área. Quase sempre, durante o primeiro tempo, sempre que um jogador do Benfica tinha a bola era imediatamente pressionado por um ou vários jogadores da equipa serrana.

Claro está que estas equipas são incapazes de aguentar estes ritmos de jogo mais do que 50 ou 60 minutos. A quebra física dos homens da Covilhã, permitiram que Pizzi e Jonas resolvessem o jogo com duas lindas jogadas de ataque.

Fiquei com boa impressão de 3 jogadores do Sporting da Covilhã: o trinco Nana K (sempre muito agressivo embora faltoso), o médio Traquinas e o médio que entrou para o lugar de Nana K depois deste ter visto o amarelo e não se ter controlado nas faltas (Checa; ex-Sporting de Braga B). Pareceram-me claramente jogadores com nível para alinhar na 1ª Liga.

O jogo da Covilhã deu também para entender que Jorge Jesus tem um plantel muito curto e com poucas soluções. Jonas afirmar-se-á como titular nesta equipa do Benfica. É um jogador com uma capacidade de trabalho imensa. Pizzi é uma interessante alternativa quer nas alas, quer nas costas do ponta-de-lança. Ola John poderá num ou noutro momento vir a ser decisivo com uma das suas arrancadas em velocidade. Bebé precisa de mais minutos e consequentemente mais entrosamento com os companheiros. Gonçalo Guedes, apesar de verdinho, é um jogador que tem condições para entrar na rotação do Benfica.

Por outro lado, César e Benito são jogadores sem nenhuma classe para actuar na equipa encarnada.

Os tomba-gigantes…

Foram 5 as equipas de 1ª liga que caíram. Porto e Arouca perderam naturalmente frente a adversários do mesmo escalão (Sporting e Vitória de Setúbal, respecticamente). Estoril, Boavista, Académica tombaram frente a equipas de escalões secundários.

O Estoril de José Couceiro, equipa europeia, perdeu no Estádio do Mar frente ao Varzim do Campeonato Nacional de Séniores. A turma poveira, apesar de ser um natural candidato à subida de divisão nas zonas norte desta competição (está em 2º na Série B), é uma equipa que tem passado por graves problemas financeiros nas últimas temporadas, e deverá ter os seus dirigentes a rezar para que o sorteio da 4ª eliminatória traga um grande ao Estádio do Mar ou a realização de um jogo na casa de Benfica ou Sporting. Os estorilistas poderiam ter na Taça uma excelente oportunidade para esta temporada visto que, pelo campeonato, dadas as ambições e até os planteis de Braga, Marítimo e Guimarães terem muito mais qualidade que o estorilista, muito dificilmente conseguirá a equipa da linha mais do que um campeonato tranquilo a meio da tabela.

Escandalosa foi a goleada de 4-1 sofrida pela equipa de Petit na Vila das Aves frente aquela equipa da 2ª Liga. A equipa Boavisteira até entrou melhor na partida com um golo de Idris aos 6″ mas teve dois momentos na partida que a arrasaram por completo: o final da primeira parte (dois golos de Higor Platiny aos 30 e 45+2″) e um arranque de segunda desastrosa com mais dois golos do Aves.

Escandalosa também foi a eliminação da Académica no terreno do Santa Maria (Barcelos). A equipa de Galegos de Santa Maria, militante na Serie B do CNS, é uma equipa que aposta imenso na Taça. Na última época, equipa na qual fez a sua formação Hugo Vieira, em 2013\2014 eliminou ali, no Estádio das Devesas, o Nacional da Madeira por 1-0 (ficando perto de eliminar o Setúbal no Bonfim na eliminatória seguinte) e na época anterior.

De entre as 13 equipas da 2ª liga presentes na ronda (5 já tinham sido eliminadas na 2ª eliminatória; Santa Clara, Académico de Viseu, União da Madeira, Leixões, Farense e Portimonense), a Taça trouxe mais 4 eliminações, quase todas em confronto directo entre equipas deste escalão. O Atlético já tinha eliminado o Beira-Mar na Tapadinha por 3-0 na sexta-feira. A Olhanense foi eliminada no Algarve pelo Oriental de Lisboa. O Tondela forçou o Penafiel da 1ª liga às grandes penalidades no Estádio 25 de Abril e Sporting da Covilhã foi eliminado pelo Benfica.

Já não continua em prova qualquer equipa dos distritais do futebol português. As equipas dos distritais tem acesso à Taça pela vitória na Taça de cada distrito. As últimas equipas a cair foram o Amora da AF de Setúbal (derrota na Feira por 5-1), o Real Massamá da AF Lisboa (perdeu 2-1 em Barcelos frente ao Gil Vicente num jogo que foi muito complicado para a equipa de José Mota; o Real empatou o jogo aos 80 minutos e o Gil só venceu graças a um golo de Diogo Viana aos 87″) e o Alcaíns da AF de Castelo Branco, equipa que foi goleada em Braga por 4-1.

A rotatividade de Lopetegui

lopetegui

Um dos claros défices que Julen Lopetegui apresenta neste momento é a dificuldade que ostenta na gestão do plantel portista. Tal défice advém do facto de Lopetegui estar a viver no Porto a sua primeira experiência enquanto treinador de um clube denominado grande (com objectivos enormes como é o FC Porto, previamente traçados e acordados com o seu treinador quando aceitou o cargo) e, a sua segunda experiência enquanto treinador de um clube de futebol. A primeira como sabemos foi no modesto Rayo Vallecano em 2003, experiência que de resto não correu nada bem ao antigo jogador de Barcelona e Rayo Vallecano. No Real Madrid Castilla não pode dizer que o treinador tenha assumido uma missão maior do que terminar a formação de jogadores vindos da cantera do clube merengue, de forma a prepará-los para a eventualidade de saltarem para a equipa principal do Real Madrid.

Com um plantel desmesuradamente longo e cheio de soluções de qualidade para todas as posições do terreno e estilos de jogo, com um balneário cheio de alguns egos (Quaresma é o exemplo mais claro) o treinador portista está a dar primazia neste arranque de época a uma rotatividade ímpar na história do Futebol Clube do Porto, dada a sobrecarga de jogos que a equipa portista terá ao longo da época.

A rotatividade do plantel por si é optima para manter todos os jogadores moralizados, focados no trabalho e nos objectivos da equipa e moralizados. A rotatividade de um plantel motiva obviamente competitividade entre os atletas porque de facto nenhum sabe quando é que tem a titularidade garantida. Por outro lado, a rotatividade empregue pelo treinador espanhol na equipa portista pode, do ponto de vista psicológico, gerar algum nervosismo e alguma impaciência entre os jogadores. Como ninguém sabe quem vai jogar e quantos jogos consecutivos vai jogar, um efeito de competitividade em excesso dentro do balneário poderá ser prejudicial ao plantel portista na medida em que o balneário poderá ser amplamente minado por um clima de inveja entre jogadores ou bota-abaixismo.

Ao nível dos processos de jogo que o espanhol pretende implantar (a dominação através da posse e circulação de bola; um modelo extremamente parecido com os primórdios do tiki-taka do Barcelona), a excessiva rotatividade de jogadores no plano ofensivo (meio-campo, alas e avançado) não é benéfica. Não é benéfica porque como os jogadores estão sempre a rodar, não existe a uniformização de rotinas e processos de jogo decorrente da utilização de um onze de forma sistemática. Se repararmos bem, um dos grandes problemas do Porto tem sido o capítulo do passe. Como os vários jogadores da frente de ataque do Porto tem uma multi-diversidade de amplitude e longitude de passe, assim como os extremos tem posições-chave no campo, funções-chave e manobras chave (Tello gosta de flectir do centro para a direita, Quaresma gosta de ir para cima do defesa e centrar, Casemiro não consegue ter a eficácia que Ruben Neves tem no passe longo e que Herrera por exemplo não tem; Oliver é um criativo que gosta de jogar solto no terreno, Adrien é um jogador que gosta essencialmente de ser lançado nas costas do terreno; Jackson é um avançado que necessita de aproveitar na área o melhor de um jogo vertical), devido à rotatividade, os jogadores tem que estar constantemente a lembrar-se em campo o posicionamento correcto em que o outro gosta de receber o passe, a criação de desequilíbrio preferida do jogador que tem bola no último sector do terreno, o posicionamento exacto de cada um no terreno, as funções defensivas em que cada um se sente mais à vontade. Tal inexistência de mecanismos leva a que não exista um efeito de sincronização entre os atletas, facto que só se pode trabalhar a partir do estabelecimento de um onze base durante várias partidas. Os resultados estão à vista: o FC Porto é para já uma equipa que tem processos defensivos pouco delineados, uma equipa que falha muitos passes por jogo (os passes levam força a menos ou força a mais) e é uma equipa que não consegue atacar de forma articulada, ou seja, nos jogos do Porto os jogadores do meio-campo para a frente jogam muito distantes uns dos outros, facto que impossibilita que hajam combinações rápidas ao primeiro toque, ou seja, processos que naturalmente criam desequilíbrios em equipas que joguem muito fechadas. Esse modelo defensivo é o modelo mais utilizado pelas equipas pequenas em Portugal.

O Olheiro #1 – Rúben, o menino prodígio.

ruben neves

“O Rúben é, como dizem aqui em Portugal, um miúdo. Tem apenas 17 anos, e nem sequer passou pela equipa de sub-19 do clube. É um rapaz que vimos na pré-temporada, começou a treinar connosco e ficou. Se está connosco é porque conquistou esse direito. Ninguém lhe ofereceu um só minuto de jogo. Mas, insisto, tem 17 anos, pelo que necessita continuar tranquilo para ir queimando etapas. É certo que já as está a queimar mais rapidamente pelo facto de ter jogado os cinco jogos oficiais. Não vou esconder, estamos encantados com ele” – Julen Lopetegui.

 

Ainda há dois dias era juvenil do FCP. Há quem tenha trabalho com o novo talento do FCP que o jovem centrocampista de 17 anos, nem era, quando se apresentou a treinos no clube portista há uns anos atrás, aquele a quem os responsáveis da formação do clube vislumbravam maior futuro. Rúben manteve-se humilde e trabalhou. Trabalhou imenso. Diz quem sabe que no final de todas as partidas é aquele jogador que procura analisar o desempenho ao pormenor e não se coibe de perguntar ao treinador quais foram os pontos positivos revelados na partida assim como os negativos. É um daqueles jogadores que gosta de trabalhar com afinco os departamentos do jogo onde não se sente confortável, daí o facto de poder vir a ser um jogador capaz de desempenhar (aliando a sua inteligência à sua personalidade, às suas características enquanto jogador, à sua ambição de ser cada vez melhor, à sua fácil adaptação a qualquer função no meio-campo mercê da sua qualidade de passe, da sua resistência física, da sua visão de jogo e do seu interessante remate de meia-distância) qualquer papel no meio-campo. A sua humildade tem sido mais que reconhecida no balneário do FCP: trata os mais velhos por você, mostra vontade de aprender e colher a experiência adquirida pelos mais velhos do plantel, traz frescura e juventude nas brincadeiras de balneário mas tem noção dos limites a que está sujeito por pertencer, em primeiro lugar, a uma equipa profissional que joga em cada partida um avultadíssimo investimento realizado para a época desportiva, e em segundo lugar, à mística de pertencer à primeira equipa do FCP. Tem também plena noção que conquistou o lugar por direito e está numa posição a que muitos recrutados\formados do clube dão tudo para lá chegar mas nunca chegarão.

O futebol português agradece a escolha do FCP neste menino de 17 anos e espera que o jogador não se perca em derivado da aposta precoce e evolua convenientemente até ao patamar que merece. Tomara que mais exemplos destes surjam no futebol português para bem da sua própria sobrevivência enquanto potencia da modalidade.