38º aniversário do debutante Maradona

Diego Armando Maradona

O próprio fez questão de assinalar a efeméride na sua página nas redes sociais. Ontem completaram-se 38 anos da sua estreia enquanto sénior, no Argentinos Juniores, aos 15 anos, 11 meses e 10 dias. Foi o início de uma viagem louca pela carreira daquele que considero ter sido o melhor jogador de sempre e que desde pequenino, graças às cassetes que o meu pai possuía de jogos que um amigo lhe ia gravando através dos canais de antena parabólica, quer do Barça, quer do Napoli, fui apreciando. Quando era miúdo vi vezes sem conta essas dezenas de cassetes. Vi cada momento do craque até à exaustão, guardando na memória aquela celébre eliminatória da UEFA em que o Napoli de Maradona jogou contra o Sporting na campanha de 89\90 e o argentino até desperdiçou uma grande penalidade na decisão de Napoli, apesar da passagem do Napoli, que garantiu 100 dólares pagos pelo craque ao argentino ao guarda-redes do Sporting Tomislav Ivkovic, graças a uma aposta feita entre os dois.

O dia 20 de Outubro de 1976 ficará eternamente gravado na memória colectiva do futebol mundial como o dia em que o excesso saiu à rua. O excesso de brilhantismo, o excesso de ego, o excesso também de humildade (desde pequenino que o chavo nascido e criado na Villa Miseria de Villa Fiorito proclamou que o seu maior sonho era ser jogador de futebol e vencer o título mundial pela Selecção Argentina, coisa que fez em 1986, não fez em 1978 porque Luis Cesar Menotti o considerava demasiado jovem para aguentar a pressão de jogar um mundial tão importante para o país em casa, não o conseguiu em 1990 porque Andreas Brehme tirou de penalty uma vitória merecida aos argentinos e não o voltaria a fazer em 1994 num mundial de má memória para o próprio depois de ter sido suspenso por acusar uma substância dopante ainda na fase-de-grupos), o excesso de golos e jogadas bonitas, o excesso de simpatia pelas causas do povo de Napoli, pela causa socialista (Maradona é amigo íntimo e confesso apoiante de Fidel Castro e do regime Cubano) e, o excesso dos excessos com as drogas.

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A carreira de Maradona é um carrossel vivo. Desde a experiência falhada em Barcelona, a primeira conquista do scudetto pelo Napoli tornando-se assim o primeiro clube a Sul de Roma a consegui-lo na história de um futebol dominado claramente pelos interesses dos clubes do Norte, a suspensão por uso de doping, os problemas criados pela dependência de cocaína, a mão de Deus, a vitória categórica no Mundial de 1986 e o fim da carreira no Boca já em meados dos anos 90. Diego Armando Maradona é um mundo à parte no interior do próprio mundo.

 

Documentário de Emir Kosturica, intitulado “Maradona” (completo).